Jornalista foi um pioneiro dos talk shows diurnos nos EUA. Phil Donahue morre aos 88 anos.
Danny Moloshok/Reuters
Phil Donahue, que mudou a cara da televisão diurna dos Estados Unidos com um talk show distribuído a afiliadas que destacava questões sociais e políticas atuais e muitas vezes provocativas, morreu aos 88 anos. A informação é do programa “Today” da emissora NBC da última segunda-feira (19), citando uma declaração de sua família.
Donahue morreu cercado por familiares no domingo, após uma doença, disse o programa “Today”.
Estreando em 1970, quando a televisão diurna oferecia ao seu público majoritariamente feminino uma dieta de novelas, programas de jogos e de tarefas domésticas, o programa de Donahue abordou assuntos que antes eram considerados tabus para a televisão — como aborto, revolução sexual e relações raciais.
Com seu charme de menino, energia irreprimível e cabelos brancos e espessos, Donahue era conhecido por questionar agressivamente seus convidados e andar pelo estúdio para dar ao público a chance de ser ouvido.
O sucesso de seu programa abriu caminho para outros apresentadores de talk shows diurnos, principalmente Oprah Winfrey, cujo programa acabou ofuscando o de Donahue nos índices de audiência.
“Se não fosse por Phil Donahue, nunca teria havido um programa da Oprah”, disse Winfrey.
Entre a proliferação de programas diurnos que seguiram o rastro de Donahue, houve vários que ficaram conhecidos pelo sensacionalismo e pela violência ocasional.
Esses programas, apresentados por personalidades como Jerry Springer, Geraldo Rivera, Sally Jessy Raphael e Maury Povich, foram seus “filhos ilegítimos”, disse Donahue em entrevista, acrescentando que amava todos eles.
Com o campo de talk shows diurnos cada vez mais lotado, barulhento e rude, o programa de Donahue perdeu popularidade, o que levou ao seu cancelamento em 1996, após 26 anos e milhares de programas em rede nacional, a mais longa duração de um programa de entrevistas distribuído a afiliadas nos EUA.
