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Prêmio da Música Brasileira enfim entende que rock difere de pop e que reggae não pode concorrer com rap

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Premiação anuncia para 2025 mudanças que incluem a criação de categorias específicas para gêneros como sertanejo, reggae, funk, rock e pop. O rapper Criolo integra o conselho do Prêmio da Música Brasileira
Helder Fruteira / Divulgação
♫ OPINIÃO
♪ O mercado musical vem passando por mudanças nos últimos anos e, justiça seja feita, o Prêmio da Música Brasileira tem procurado se afinar com as constantes transformações.
Na 30ª edição, realizada em 2022, a premiação acertou ao acabar com a distinção de gênero masculino e feminino, passando a adotar a nomenclatura unissex Intérprete em vez de Cantor e Cantora.
Novas mudanças são anunciadas hoje, 2 de setembro, para a 32ª edição, programada para 2025 com cerimônia em homenagem à dupla sertaneja Chitãozinho & Xororó.
Aprovadas em reunião do conselho formado por artistas como Arnaldo Antunes, Criolo, Gilberto Gil, João Bosco e Karol Conká entre outros nomes, as atuais mudanças valorizam as particularidades de cada gênero musical com a criação de categorias específicas.
A mais importante desmembra a genérica categoria Música urbana em três categorias distintas (Funk, Rap / Trap e Reggae) o que faz justiça aos artistas associados a esses gêneros. Afinal, o que reggae tem a ver com funk ou com rap?
Houve também o bom senso de dividir a categoria Pop / Rock em duas, uma para Pop e outra para Rock, o que valoriza os artistas e grupos que heroicamente levam adiante a tradição do rock, gênero já menos presente no mainstream brasileiro.
Em contrapartida, a divisão da categoria Canção Popular / Sertanejo em três categorias específicas – Canção popular, Canção romântica e Sertanejo – resulta confusa e excessiva. Separar uma categoria somente para o universo sertanejo – uma potência no mercado pop brasileiro – faz todo o sentido, mas qual a razão de criar a categoria Canção romântica, já que o romantismo está presente em todos os gêneros musicais?! Não fica clara a distinção entre Canção popular (a rigor, um eufemismo para brega) e Canção romântica.
Já a troca da nomenclatura da canção Regional, agora intitulada Raízes, parece mais razoável, inclusive para evitar constrangimentos como o de premiar na categoria Regional artistas de alcance nacional como Alceu Valença e Elba Ramalho. Até porque, desde a criação da primeira edição do Prêmio da Música Brasileira, a nomenclatura Regional sempre foi alvo de protestos de nomes como Moraes Moreira (1947 – 2020) e o próprio Alceu Valença.
Também faz sentido a proibição de que músicas compostas e gravadas inteiramente com recursos de inteligência artificial concorram ao Prêmio da Música Brasileira. Tal decisão de fato favorece a integridade da criação artística, mote da premiação criada pelo empresário José Maurício Machline em 1987.

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