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Ver o espaço do Canecão em chamas gera a sensação de que boa parte da história da MPB é consumida pelo fogo

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♫ COMENTÁRIO
♩ Ver a imagem do fogo se alastrando pela área externa do espaço onde ainda está erguida a extinta casa de shows Canecão na zona sul da cidade do Rio de Janeiro (RJ) – em incêndio detectado na manhã desta quarta-feira, 4 de setembro, e já controlado pelos bombeiros – é como ver boa parte da história da música brasileira ser consumida pelas chamas.
Ok, a rigor, há na área somente uma casa em ruínas e já em obras para a revitalização do espaço em reabertura prevista para 2026. Só que houve uma magia naquela casa, sobretudo naquele palco, que faz com que a visão do fogo naquele espaço, mesmo que seja em área externa, provoque uma sensação incômoda em quem frequentou a casa.
Entre 1967 e 2010, o Canecão foi palco de shows memoráveis que ficaram marcados nas trajetórias de nomes como Roberto Carlos, Chico Buarque, Maria Bethânia, Gal Costa (1945 – 2022) e Elba Ramalho, entre outras inumeráveis estrelas da MPB.
Era uma questão de aura. Algo de mágico transcendia o plano terreno quando um grande nome da música brasileira pisava naquele palco, acendendo o fogo sagrado da arte.
Aquele Canecão não existe mais. E não vai voltar. O Canecão previsto para reabrir em 2026, como parte de um complexo multicultural, será outro. O espaço físico será outro. A configuração da casa será outra.
O Canecão fechado em 2010 permanecerá somente na memória de quem adentrou naquela casa, seja para pisar no palco, caso dos artistas, ou para assistir na plateia a um dos muitos show apresentados ali naquele espaço habitado pelos deuses. E essa memória jamais será consumida pelo fogo.

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