Grupo fez apresentação repleta de nostalgia para público de cinco mil pessoas de 23 estados do país em Valinhos (SP) e concedeu entrevista exclusiva ao g1. Integrantes do Kasino falam ao g1 sobre reconciliação e memes que eternizaram o grupo
Se você tem mais de 30 anos possivelmente já ouviu algum hit do Kasino. Músicas do grupo, como “Can’t Get Over”, dominaram trilhas sonoras de novelas, programas de TV e paradas de sucesso das rádios nos anos 2000. No meme “Vai, Kasino”, do apresentador Gilberto Barros, o grupo foi “eternizado” e ficou conhece até entre os mais jovens.
Depois de anos separados, Fabio Almeida (Jamm), Ian Duarte e Fher Cassini, integrantes do Kasino no auge em 2006, lançaram uma nova turnê. Um dos primeiros shows foi para um público de 5 mil pessoas de 23 estados do Brasil na Laroc, renomada balada de música eletrônica em Valinhos (SP).
O grupo foi uma das atrações principais da festa Rewind (rebobinar em português), voltada aos grandes eletrohits dos anos 2000. Segundo a balada, uma noite de ingressos esgotados e com recorde de interações nas redes sociais.
Após a apresentação, o trio recebeu o g1 no camarim para uma entrevista exclusiva. Nela, eles falaram sobre o reencontro com o público, o tempo em que ficaram sem se falar, em como aprenderam a lidar com os memes e também sobre o sucesso duradouro do grupo.
“É uma coisa que a gente não consegue expressar com palavras, só com sentimento. Foi maravilhoso, foi incrível”, falou Ian sobre o contato com o público.
Reconciliação
Kasino se apresenta para 5 mil pessoas em Valinhos
João Gabriel Alvarenga/g1
Jamm explicou que a decisão de voltar com o Kasino foi tomada no ano passado, após reencontro com o Ian depois de 12 anos. E neste ano, após mais de uma década sem conversar com o Fher, que passou a se dedicar à música gospel, eles retomaram o contato e decidiram fazer uma turnê juntos.
“Quando a gente se deu conta de que o Kasino era uma família, eu falei: Fher, sem você não ia ter Kasino de volta. Mesmo que seja para uma exclusiva, porque o Fher está numa outra pegada, numa outra jornada de fé, já que ele se tornou evangélico. Mas a gente respeita, a gente sabe da sua nova verdade, mas existe uma história e a galera gosta. Vamos entregar isso para o pessoal”, contou.
De volta aos palcos, o trio se surpreendeu com a receptividade do público e já faz planos de novos shows pelos Brasil.
“A gente pensava assim: ele (Kasino) pode ter uma duração limitada. A gente nunca imaginou que duraria mais de 21 anos. Então nos surpreendeu positivamente, surpreendeu acho que todo mundo que está aqui hoje. E a nossa intenção é extrapolar isso, é virar uma coisa além do que a gente teve até hoje. Quando a gente fez a música, a gente imaginou assim, vamos fazer uma galera dançar esse ano, agora. Ninguém nunca imaginou que isso duraria até 2024”, contou Jamm.
Depressão com os memes
Se para os millennials o Kasino ficou conhecido por trilhas sonoras de novelas ou em CDs, como os “summer eletrohits”, a geração Z muito provavelmente esbarrou no grupo em cortes nas redes sociais. As apresentações do grupo no extinto programa Sabadaço (Band), apresentado por Gilberto Barros, viraram memes na internet e repercutiram entre os mais jovens.
Grupo Kasino era presença frequentes em programas de TV nos anos 2000
Reprodução
Mas lidar com a repercussão na internet foi difícil no início para o Fher, um dos vocalistas da grupo, que chegou a ter depressão. Na entrevista ao g1, ele contou que superou o episódio com o ajuda dos outros integrantes e com o amparo na fé.
“A questão do meme para mim por muito tempo foi uma coisa difícil de lidar. Eu não conseguia ver como uma coisa positiva. Eu tive até alguns problemas com isso, algumas crises de ansiedade e depressão. Nesse ponto, eles (Ian e Jamm) sempre foram irmãos mesmo e me falava: você tem que entender que isso é um carinho. Não veja isso como uma coisa depreciativa. Demorou, foi um processo árduo e eu consegui curar isso com terapia e através da minha fé também”.
Fher afirmou que, quando eles decidiram retomar o projeto juntos, ele já tinha conseguido entender e superar os memes e percebeu que era hora de colher os frutos dessa repercussão nas redes sociais.
Ian, Jamm e Fher, integrantes do Kasino, em entrevista ao g1
João Gabriel Alvarenga/g1
“A gente sempre passou para ele (Fher) que o meme era um carinho. Tem muita gente que passa muitos anos ao longo da carreira esperando um carinho como esse. E a gente ganhou de graça, foi uma coisa divina de Deus”, afirmou Jamm.
“Eu acho que o meme, ele imortalizou o Kasino. Ele trouxe uma geração que começou a conhecer a gente por causa do meme que não viveu, 2005, 2006. Então hoje a gente tem fãs de 14, 15, 16 anos que conheceram o cassino por causa disso”, completou Fher.
Festa Rewind
O Kasino se apresentou na Rewind, uma festa que relembrou os grandes hits da música eletrônica dos anos 2000. O g1 acompanhou a apresentação da pista e conversou com o público que, segundo o Laroc Club, reuniu diferentes gerações.
Kasino se apresenta em Valinhos
Bruno Belatto/Laroc Club
“A festa está me trazendo lembranças de uns vinte anos atrás, muitas memórias de várias baladas de quando eu era jovem”, relatou ao g1 Daniela Paschoalette, gerente de projetos de São Paulo (SP).
Segundo a Laroc, 40% do público na festa tinha entre 25 a 35 anos, mas chamou a atenção a quantidade de ingressos vendidos para pessoas acimas de 35 anos. “É uma galera mais velha que às vezes não tinha muito esse entretenimento mais e que abraçou essa ideia e está com a gente aqui hoje”, afirmou Gabriela Foganholo, Tickets Manager do club, ao g1.
VÍDEOS: Tudo sobre Campinas e Região
Veja mais notícias da região no g1 Campinas
