Connect with us

Festas e Rodeios

A maior revelação do blues vai tocar em SP e no Rock in Rio… por que você tem que ouvir Kingfish

Published

on

Ao g1, guitarrista fala do amor pelo estilo: ‘Quando estou ouvindo blues é como se eu estivesse conversando com uma pessoa mais velha, cheia de sabedoria’. Clarksdale é uma pequena cidade no Mississipi, nos Estados Unidos, que se tornou mítica por suas ligações com o blues. Reza a lenda que foi em um cruzamento da cidade que Robert Johnson (1911-1938) vendeu a sua alma ao diabo para dominar a arte do estilo musical.
De lá também saíram nomes influentes como Son House, John Lee Hooker, Muddy Waters, Sam Cooke, entre outros. Não à toa, a região do delta do Rio Mississipi é conhecida como Delta Blues. É desse solo fértil que surgiu, há cinco anos, um músico para mostrar que a mítica ainda se faz presente. Ainda que sem pactos com o “coisa ruim”.
Christone Kingfish Ingram tem agora 25 anos, três álbuns elogiados e um Grammy. Com todos esses predicados, ele se apresenta no Palco Sunset do Rock in Rio, no sábado (14). Antes, toca no Teatro Bradesco, em São Paulo, nesta quinta-feira (12).
Os primeiros passos na música vieram por meio do gospel, quando tinha 8 anos. Ainda nessa época, um vizinho, músico de blues, o apresentou a B.B. King e Muddy Waters pela TV. Ingram diz que se considera uma “alma velha”, já que seus amigos da escola passavam longe do estilo.
“Acho que tem uma desconexão entre gerações. A garotada da minha idade gosta de música do tempo deles, que é o rap”, diz em entrevista ao g1.
“Meus amigos de turma da escola não curtiam [o blues] muito, sabe? Eles achavam que era estranho eu gostar do estilo retrô. Eu gosto de rap retrô também, mas meu gosto principal é o blues e eu explicava para eles que tem a ver com cultura.”
ENTREVISTA AO G1: Líder do Imagine Dragons fala de nova fase
GUIA DO FESTIVAL: tire suas dúvidas sobre o Rock in Rio
Aliás, para ele, vai até além de cultura. O blues, nas palavras de Ingram, é experiência de vida. “Você pode aprender muito com o blues. Sinto que quando estou ouvindo blues é como se eu estivesse conversando com uma pessoa mais velha, cheia de sabedoria”, compara. “É uma experiência de vida. Então é ótimo, é maravilhoso aprender.”
g1 – Eu queria saber um pouco sobre a sua história com o blues. Você cresceu em uma cidade com histórico e cheio de simbolismo com o gênero. Como foi crescer lá?
Christone Kingfish Ingram – Bem, como você disse, eu venho de uma cidade histórica, Clarksdale, Mississipi. E eu fui exposto à música gospel, eu já estava ouvindo, ainda pequeno, quando eu tinha 8 anos. E eu morava perto de um músico de blues e ele me mostrou B.B. King e Muddy Waters na TV, e coisas assim.
Christone Kingfish Ingram durante apresentação no Arizona, EUA
Reprodução/Instagram
g1 – Você já comentou sobre Muddy Waters em algumas entrevistas. Quem mais influenciou o seu trabalho?
Christone Kingfish Ingram – B.B. King, Son House, Robert Johnson, Prince, Gary Moore. Esses eram todos músicos que eu escutava quando ainda era pequeno e me influenciaram. Até os que eram da minha área.
g1 – Eu li uma entrevista em que você disse que era o único garoto da sua idade que gostava de blues. Por que os mais jovens não estão interessados no estilo?
Christone Kingfish Ingram – Bem, eu acho que tem toda uma desconexão entre gerações. A garotada na minha geração, a maioria deles, gosta da música do tempo deles, que é o rap, hip hop, que está no top 40.
Meus amigos da turma da escola não curtiam muito, sabe? Eles achavam que era estranho eu curtir o estilo retrô. Eu gosto de rap retrô também, mas meu gosto principal é o blues e eu explicava para eles que é sobre cultura.
g1 – Por que você acha que os mais jovens deveriam ouvir blues?
Christone Kingfish Ingram – Porque você pode aprender muito com blues. Sinto que quando estou ouvindo blues é como se eu estivesse conversando com uma pessoa mais velha, cheia de sabedoria. Você pode aprender muito. É uma experiência de vida. Então é ótimo, é maravilhoso aprender.
g1 – Logo no seu primeiro trabalho lançado, você foi chamado de prodígio e futuro do blues. Você já ganhou um Grammy. Como você se sente ouvindo adjetivos assim?
Christone Kingfish Ingram – Eu fico realmente agradecido pelos elogios e apoio, mas eu tento não prestar muita atenção na imprensa.
Christone Kingfish Ingram é um dos principais nomes da nova geração do blues
Divulgação
g1 – Você se sente pressionado de alguma maneira?
Christone Kingfish Ingram – Definitivamente, às vezes, com certeza. Quando as pessoas dizem ‘futuro do blues’ especialmente. Eu tenho outras coisas musicalmente, sabe? Então, quando colocam isso nas minhas costas, eles esperam que eu fique em um único caminho. Esse é o tipo de pressão que bate, mas é só deixar isso de lado e me focar na música.
g1 – Dá para ouvir no seu som influências, por exemplo, no Muddy Waters. Ao mesmo tempo, é como se estivesse atualizando o blues para o século XXI. Você pensa nisso quando está compondo, produzindo? Não só para atrair um público mais novo…
Christone Kingfish Ingram – Tento criar alguma coisa que nunca foi feita antes, mas também, os fundamentos são do blues. Qualquer coisa que eu estiver tocando, eu sinto, tipo, se você mantiver os fundamentos… Sabe? Eu só tento ser inovador e respeitar o estilo, então, é realmente tocar e tomar cuidado. Só ter isso em mente.
Christone Kingfish Ingram: ‘Se aprende muito com o blues. É como conversar com uma pessoa mais velha’, diz o músico
Divulgação
g1 – Você acha que o blues precisa de mais espaço?
Christone Kingfish Ingram – O blues já é universalmente conhecido, no entanto, seria legal se tivesse um espaço no mainstream. Mas eu acho meio legal ser um pouco nichado, cult. No entanto, ter esse espaço no mainstream, a atenção, seria ótimo, porque mostra que atingiu um estágio de que nunca vai morrer.
g1 – Você acha que é vantajoso ser nichado?
Christone Kingfish Ingram – A maioria das músicas no mainstream não são autênticas. E o blues é um estilo muito autêntico, você não consegue fingir. E já foi infiltrado com, sabe, com energia ruim. Então, se ficar no mainstream poderia ser ruim.
g1 – Sobre os shows aqui no Brasil, o que a gente pode esperar?
Christone Kingfish Ingram – Vai ser todo blues: a gente começa com os fundamentos e seguimos por uma jornada. Vamos levar vocês para uma jornada do blues, do rock e soul.
Vídeo: as atrações do 2º dia de Rock in Rio
Rock in Rio 2024: o melhor do dia 14

Continue Reading
Click to comment

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Festas e Rodeios

Charlie Puth faz pop certinho em ‘esquenta’ para Ed Sheeran no Rock in Rio

Published

on

By

Cantor retorna ao festival com show mais encorpado e status de hitmaker. Charlie Puth rege a plateia do Rock in Rio durante a música ‘Attention’
Charlie Puth esteve de volta ao Rock in Rio neste sábado (19), depois da estreia na edição de 2019. De lá para cá, ele engordou o setlist com mais hits de pop certinho, em sua maioria, dançantes. E ainda teve uma promoção: do Palco Sunset direto para um horário nobre do Palco Mundo.
Com mais experiência, Puth garantiu bons momentos com público, em uma espécie de “esquenta” para o Ed Sheeran.
Com ares de showman e banda afiada, ele entrou no palco 5 minutos antes do previsto, com “How long”, já mostrando o talento no teclado. No piano, ele seguiu com “Done for me”.
Alguns curiosos chegaram mais perto no gramado para conhecer melhor o cantor. E apesar de uma plateia menor do que o esperado, ele mostrou estar apto para ocupar lugar de destaque no festival.
Charlie Puth canta ‘We Dont Talk Anymore’ no Rock in Rio
O cara, agora com 32 anos, surgiu como muitas outras estrelas da música hoje em dia: postando vídeos na internet. Chamou atenção de nomes como o da apresentadora Ellen DeGeneres, que deu o empurrãozinho para que seu trabalho caísse no mainstream.
Outro feito que o colocou no mapa do pop mundial foi a faixa de 2015, “See you again”, em parceria com Wiz Khalifa. O videoclipe foi o mais assistido daquele ano.
Alçado a hitmaker, recentemente, seu nome voltou a circular com mais força com a ajuda de Taylor Swift, ao ser citado em um elogio em uma das novas faixas da cantora.
“Vamos manter a festa rolando?”, perguntou o cantor, ao entoar um dos grandes sucessos, a dançante “Attention”, nesta noite.
As primeiras batidas da música fizeram a galera sentada pular no lugar ou registrar no celular.
Charlie Puth se apresenta no Rock in Rio 2024
Gustavo Wanderley/g1
“Depois de 2020, eu achei não conseguiríamos fazer isso de novo. Vocês estão melhores do que nunca”, disse para a plateia ao emendar “No more drama”. Rolou até umas notas de “Garota de Ipanema” no piano, só para agradar a fanbase.
“Cheating on you” rendeu caras e bocas do cantor que dedilhava no teclado.
Antes de “Left and right”, ele explicou o efeito que queria causar. Se ouvir a gravação do álbum com fones de ouvido, parte do refrão é ouvido de um lado, parte do outro. Ele até tentou reproduzir a brincadeira no show, mas em vão. Ainda assim, ele e os fãs não perderam o entusiasmo.
Puth aproveita bem e mostra talento jazzísticos ao piano mais de uma vez. Um dos exemplos foi com “Marvin Gaye”, que levantou um belíssimo coro do público.
Foi a deixa para “We don’t talke anymore”, mais um dos hits, parceria com Selena Gomez.
Charlie Puth se apresenta no Rock in Rio 2024
Gustavo Wanderley/g1
O cover de “Stay” soa caótico (no bom sentido) em um dos únicos momentos que Puth parece mais espontâneo dentro de uma apresentação milimetricamente pensada e executada à risca.
“Essa música é de 2015. Alguém tinha nascido em 2015?”, perguntou. A faixa era “One call away”, que veio acompanhada de brincadeiras com o público.
Puth consegue ainda entregar outro momento tocante, com “See you again”, música que vai ser difícil tirar de qualquer um dos seus sets.
Com clima “good vibes” ele encerra a sua participação neste Rock in Rio merecedor do espaço que conquistou.
Charlie Puth se apresenta no Palco Mundo do Rock in Rio
Leo Franco/AgNews
Cartela resenha crítica g1
g1

Continue Reading

Festas e Rodeios

Ferrugem mostra uma das melhores vozes do Rock in Rio em edição mais pagodeira da história

Published

on

By

Cantor lotou palco Sunset depois de Joss Stone se apresentar para público mediano. Show demonstrou, na prática, força do pagode no festival. Ferrugem e Gilsons cantam ”Várias Queixas” no Rock in Rio
Não é exagero dizer que Ferrugem é um dos melhores cantores que passaram pelo Rock in Rio 2024 até esta quinta-feira (19). Sua voz é tão limpa que ouvir ao vivo é quase como escutar a gravação de estúdio.
O festival será transmitido todos os dias, a partir das 15h15, no Globoplay e no Multishow.
O carioca lotou o Palco Sunset do festival, logo depois da britânica Joss Stone se apresentar para um público mediano no Palco Mundo, que fica ao lado. Um coro grandioso da plateia em “Me Perdoa”, música gravada em 2022 com Iza, surpreendeu quem estava ali só de passagem.
A apresentação demonstrou, na prática, a força do pagode no Rock in Rio. A edição de 2024 é a mais pagodeira da história do festival. Ao todo, serão 13 artistas do pagode e do samba — além de Ferrugem, também estão na programação Belo, Diogo Nogueira, Jorge Aragão, Péricles, Zeca Pagodinho, Alcione, entre outros.
Ferrugem se apresenta no Rock in Rio 2024
Stephanie Rodrigues/g1
Não precisava, mas, talvez por medo de certa resistência do público ao ritmo, ele incluiu no setlist o clássico sertanejo “Evidências”, aposta segura (e um tanto batida) para fazer a plateia cantar. “Essa é quase o hino nacional”, brincou. Também apresentou um cover de “Você me Vira a Cabeça”, de Alcione.
No palco, Ferrugem foi acompanhado por backing vocals e uma enorme banda de samba. Em “Apaguei pra Todos”, música lançada neste ano, ele deu espaço para um solo de guitarra. Em “O Som do Tambor”, sua voz duelou com o som do cavaquinho.
No maior hit da carreira, “Pirata e Tesouro”, de 2018, Ferrugem abraçou as duas filhas e beijou a mulher, Thais Vasconcelos.
Ferrugem encontra as filhas no Rock in Rio.
Stephanie Rodrigues/g1
A banda Gilsons, anunciada como convidada da apresentação, apareceu só perto do final para tocar os hits de festa de brasilidades “Love Love” e “Várias Queixas”.
Como tem acontecido nos shows conjuntos desta edição, os visitantes tiveram presença discreta. Tudo bem. Ferrugem daria conta, mesmo sozinho.
No palco, ele lembrou que estreou no Rock in Rio em 2022 no Espaço Favela — um palco menor e afastado das vias principais do festival. Depois de ser “promovido” ao Sunset em 2024, está bem claro que seu destino natural é chegar ao Palco Mundo, o mais cobiçado do evento.
Cartela resenha crítica g1
g1

Continue Reading

Festas e Rodeios

Joss Stone transborda carisma e talento em show com público modesto no Rock in Rio

Published

on

By

Cantora fez piadinha em português e transformou ‘Mr. Wankerman’ em ‘Mr. Vacilão’ em apresentação intimista vigorosa. Joss Stone fala ‘vacilão’ em ‘Mr. Wankerman’
Foi para uma plateia modesta que Joss Stone se apresentou na noite desta quinta-feira (19) no principal palco do Rock in Rio, o Mundo. A apresentação seguiu a tradição dos shows da artista: um vozeirão do início ao fim, uma energia good vibes e muito carisma.
Havia muitos buracos entre as pessoas do público, algo incomum para o horário e espaço nos quais a artista se apresentou. Mesmo assim, quem estava ali pareceu curtir cada segundo do show, que foi impecável.
O festival será transmitido todos os dias, a partir das 15h15, no Globoplay e no Multishow.
Rainha do bom humor, Joss fez várias piadinhas e conversou com os fãs com a mesma leveza de quem bate papo com os amigos. Era como se ela estivesse cantando na sala de estar de sua casa. À vontade, ela parecia íntima de cada uma das pessoas que assistia à apresentação.
Joss Stone se apresenta no Rock in Rio 2024
Gustavo Wanderley/g1
“Espero que alguns de vocês estejam chapados”, afirmou Joss antes de “Stoned Ou Of my Mind”. Já na melódica “Spoiled”, ela contou o que a motivou a compor a faixa: um ex-namorado que não lhe merecia.
“Vocês lembram que eu falei daquele cara? Então, essa é a música fofa que eu fiz para ele. Qual é o equivalente a wankerman [idiota em português]? Hm? ‘Vacilaum’? Vaci.. vaci… vacilão? Ah, ok, senhor Vacilão”, disse ela quando voltou a citar o ex-romance antes de entoar “Mr. Wankerman”, nome que ela trocou por “Mr. Vacilão” nos versos. O momento foi recebido pelo público com gritos e muitas risadas.
Ela também fez um brinde com o copo que erguia vez ou outra. Como de costume, a cantora se apresentou descalça, com um esvoaçante vestido longo do nível de sua elegância e simpatia. O pedestal do microfone também estava vestido: era coberto por um brilhante lenço dourado.
Em entrevista ao g1 recentemente, a cantora disse que costuma adaptar cada show ao público e entende que festivais como o Rock in Rio demandam menos “piadinhas” e mais “soul”. Sua apresentação no festival acertou na medida de ambos.
Joss Stone canta ‘Right to be Wrong’
O gogó de Joss e sua banda estavam sintonizados: afiados, vigorosos e encantadores.
Além de cantar faixas de seu próprio repertório — como “Super Duper Love”, “You Had Me” e “Will with me” —, a artista também cantou medleys de hits como “Everbody Dance” e “Got to be Real”.
Pouco antes de deixar o palco, Joss apareceu vestida com um reluzente macacão preto e cantou “(For God’s Sake) Give More Power To The People” e seu hit “Right To Be Wrong”.
Com os olhos borrados, ela disse “obrigada por me amarem” em forma de canto enquanto jogava girassóis para os fãs. É muito encantador se sentir perto de um ídolo. Que dirá, então, se ele for alguém como Joss Stone, que faz qualquer um se sentir amado e tão relevante quanto ela.
Cartela resenha crítica g1
g1

Continue Reading

Trending

Copyright © 2017 Zox News Theme. Theme by MVP Themes, powered by WordPress.