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Festas e Rodeios

Entrevista histórica, look clássico e músico de mau humor: como foi a cobertura do 1º Rock in Rio

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Evento aconteceu em 1985 com 300 profissionais envolvidos. Entre eles, estava Ilze Scamparini, que fez história com óculos de ‘rock’. Veja fotos e histórias da cobertura. Leilane Neubarth, Ilze Scamparini, Gloria Maria e Nelson Motta foram alguns do repórteres da primeira edição do Rock in Rio, em 1985
Globo
Se hoje já ficamos na expectativa do que vai rolar a cada edição do Rock in Rio, imagina em 1985, quando aconteceu a primeira edição do festival. O evento, que neste ano celebra 40 anos de criação, era novidade para todos: para o público e para quem trabalhava nele na produção, na organização ou na cobertura.
A TV Globo contou com uma enorme equipe para acompanhar aquele que seria o festival que mudaria a história da música no Brasil. Em 1985, foram 300 profissionais envolvidos.
Nelson Motta, um dos jornalistas que participou da cobertura histórica, afirmou em uma entrevista ao Memória Globo, que o festival “era um sonho”.
“Minha geração sonhou isso durante pelo menos 20 anos. Desde o Woodstock que a gente sonhava em ter um grande festival de rock”, disse Motta.
“Claro, durante a ditadura, não podia ter nenhum festival de multidão porque os militares tinham uma paranoia. Não podia juntar meia dúzia de jovens, que já podia dar uma confusão.”
Ele relembra que anunciou, durante o festival, a eleição de Tancredo Neves a presidente do Brasil em 15 de janeiro de 1985. “Me lembro que eu dei a notícia.”
Nelson Motta na cobertura da primeira edição do Rock in Rio; e em foto mais recente
Globo/Reprodução/Instagram
A primeira edição do Rock in Rio aconteceu entre os dias 11 e 20 de janeiro daquele ano. Motta diz que, com o evento, “o rock Brasil explodiu, foi pro mainstream, pro povão mesmo, porque aí apareceu os Paralama [do Sucesso], Titãs, Barão Vermelho…”.
Começou com má vontade, mas depois…
O fato de o país estar passando por uma fase de transição política fez Leilane Neubarth ficar ressabiada com o festival. Naquela data, ela era uma repórter de 27 anos.
“Foi uma coisa muito emocionante porque, a mim, dava a impressão de que aquilo estava acontecendo para desviar a atenção do jovem exatamente para as coisas da política, que estavam sendo resolvidas na época. Eu achava aquilo uma bobagem e a Globo armou uma grande estrutura para cobrir o Rock in Rio”, revelou a jornalista ao Memória Globo, em 2002.
“E aquilo me dava uma sensação de: ‘gente, que absurdo isso. A gente vai estar dando destaque para uma coisa que é uma alienação. Tanta coisa importante acontecendo na política e a gente aqui dando destaque pra um bando de roqueiro, para música, para esse bando de jovem maluco reunido’.”
Leilane recorda que quando foi convocada para a cobertura, “foi com uma má vontade imensa”. Mas assim que pisou na Cidade do Rock, toda sua ideia sobre o evento mudou.
Leilane Neubarth participou da cobertura da primeira edição do Rock in Rio
Globo/Reprodução/Instagram
“A hora que coloquei o pé dentro daquela estrutura do Rock in Rio, foi absolutamente imediata minha paixão. Eu mudei de opinião na hora que entrei e observei que aquilo, na verdade, era uma reunião. Não era uma alienação. As pessoas estavam ali, estavam pensando, era outra coisa. Era um ambiente muito legal, muito bonito.”
Em uma das reportagens marcantes da época, Leilane aparece fazendo um penteado com potencial mais rock’n’roll. “Meu visual poderia ser chamado de careta. Então vou ‘transar’ meu visual”, afirmou a repórter antes de mudar o look, usando a gíria da época.
Agora em 2024, Leilane retorna ao evento e participa da transmissão comemorativa, sendo uma das convidadas especiais da cobertura da Globo. Um time de 12 apresentadores fará parte da cobertura multiplataforma da emissora.
Entrevista histórica
Outra reportagem que marcou aquela primeira edição do Rock in Rio foi a entrevista de Gloria Maria com Freddie Mercury, vocalista do Queen. A conversa entre eles aconteceu no hotel Copacabana Palace e foi ao ar no “Fantástico”.
Os bastidores acabaram viralizando, porque Gloria esqueceu de avisar ao artista que faria, primeiro, a pergunta em inglês e, em seguida, repetiria em português, para facilitar a edição.
Gloria Maria entrevista Freddie Mercury, vocalista do Queen, na primeira edição do Rock in Rio
Reprodução/Globo
Em 2018, cinco anos antes de sua morte, Gloria fez uma postagem no Instagram relembrado o encontro com Mercury. “Eu e ele! Freddie Mercury! Não falava inglês. Mas conseguimos conversar! Oh Freddie! Só esqueci de combinar que iria perguntar em português também.”
Gloria comandou outras entrevistas ao longo de todo o festival, inclusive na passagem de som, um dia antes da abertura oficial da Cidade do Rock. Na ocasião, ela conversou com Caetano Veloso e Gilberto Gil, que foi uma das estrelas da primeira edição do festival.
“A jornalista até questionou se, olhando toda aquela estrutura, Caetano também não tinha vontade de subir ao palco. Eu tenho muita vontade de subir em palco sempre”, disse o artista.
Óculos virou marca do festival
Ilze Scamparini deixou uma marca tão grande durante a cobertura do festival que, em 2022, foi homenageada pela repórter Luiza Zveiter.
Luiza usou os óculos semelhantes ao escolhido por Ilze, em 1985, ao registrar o último dia de evento. O acessório formava a palavra “rock” com as letras “o” e “c” sendo suas lentes.
A peça era usada por muitas pessoas no meio do público. A atual correspondente da TV Globo na Itália, Vaticano e região, escolheu a peça para registrar que o festival não tratava apenas de música, mas também de moda.
Ilze Scamparini durante primeira edição do Rock in Rio. Jornalista foi homenageada em 2022 pela repórter Luiza Zveiter
Reprodução/Globo
“Esse foi o festival do visual. E as bugigangas invadiram o corpo da geração rock dos anos 1980. Na cabeça, muito brilho em ondas coloridas de new wave. O rock também pintou na cara dos roqueiros mais fanáticos. E o metal, a força do heavy, caiu pesado nos braços e na cintura. Os broches, com a guitarrinha símbolo, marcaram o peito. E muitas orelhas ficaram incendiadas com o raio do Rrock in Rio”, disse Ilze, enquanto mostrava cada uma das peças que usava.
Músico de mau humor
Leila Cordeiro, Leda Nagle, Fernanda Esteves, Ricardo Pereira e Sandra Passarinho também integravam o time de cobertura.
Sandra esteve em um dos hotéis que recebia artistas internacionais. Ela havia acabado de retornar ao Brasil após uma longa temporada em Londres. A jornalista conversou com o baixista Neil Murray, do Whitesnake, mostrou um mergulho na piscina do baterista Cozy Powell e contou que o guitarrista John Sykes não quis falar com a reportagem “porque acordou de mau humor”.
Já Leila, noticiou um tumulto nos corredores do camarim do festival após a apresentação do Scorpions. A repórter explicou que o vocalista Klaus Meine saiu carregado do palco e o guitarrista Rudolf Schenker se machucou durante o show, abrindo o supercílio.
“Os seguranças não estão deixando que equipe se aproxime do camarim”, explicou ela, afirmando ainda que Schenker levaria pontos no rosto ali no local.

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Festas e Rodeios

Charlie Puth faz pop certinho em ‘esquenta’ para Ed Sheeran no Rock in Rio

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Cantor retorna ao festival com show mais encorpado e status de hitmaker. Charlie Puth rege a plateia do Rock in Rio durante a música ‘Attention’
Charlie Puth esteve de volta ao Rock in Rio neste sábado (19), depois da estreia na edição de 2019. De lá para cá, ele engordou o setlist com mais hits de pop certinho, em sua maioria, dançantes. E ainda teve uma promoção: do Palco Sunset direto para um horário nobre do Palco Mundo.
Com mais experiência, Puth garantiu bons momentos com público, em uma espécie de “esquenta” para o Ed Sheeran.
Com ares de showman e banda afiada, ele entrou no palco 5 minutos antes do previsto, com “How long”, já mostrando o talento no teclado. No piano, ele seguiu com “Done for me”.
Alguns curiosos chegaram mais perto no gramado para conhecer melhor o cantor. E apesar de uma plateia menor do que o esperado, ele mostrou estar apto para ocupar lugar de destaque no festival.
Charlie Puth canta ‘We Dont Talk Anymore’ no Rock in Rio
O cara, agora com 32 anos, surgiu como muitas outras estrelas da música hoje em dia: postando vídeos na internet. Chamou atenção de nomes como o da apresentadora Ellen DeGeneres, que deu o empurrãozinho para que seu trabalho caísse no mainstream.
Outro feito que o colocou no mapa do pop mundial foi a faixa de 2015, “See you again”, em parceria com Wiz Khalifa. O videoclipe foi o mais assistido daquele ano.
Alçado a hitmaker, recentemente, seu nome voltou a circular com mais força com a ajuda de Taylor Swift, ao ser citado em um elogio em uma das novas faixas da cantora.
“Vamos manter a festa rolando?”, perguntou o cantor, ao entoar um dos grandes sucessos, a dançante “Attention”, nesta noite.
As primeiras batidas da música fizeram a galera sentada pular no lugar ou registrar no celular.
Charlie Puth se apresenta no Rock in Rio 2024
Gustavo Wanderley/g1
“Depois de 2020, eu achei não conseguiríamos fazer isso de novo. Vocês estão melhores do que nunca”, disse para a plateia ao emendar “No more drama”. Rolou até umas notas de “Garota de Ipanema” no piano, só para agradar a fanbase.
“Cheating on you” rendeu caras e bocas do cantor que dedilhava no teclado.
Antes de “Left and right”, ele explicou o efeito que queria causar. Se ouvir a gravação do álbum com fones de ouvido, parte do refrão é ouvido de um lado, parte do outro. Ele até tentou reproduzir a brincadeira no show, mas em vão. Ainda assim, ele e os fãs não perderam o entusiasmo.
Puth aproveita bem e mostra talento jazzísticos ao piano mais de uma vez. Um dos exemplos foi com “Marvin Gaye”, que levantou um belíssimo coro do público.
Foi a deixa para “We don’t talke anymore”, mais um dos hits, parceria com Selena Gomez.
Charlie Puth se apresenta no Rock in Rio 2024
Gustavo Wanderley/g1
O cover de “Stay” soa caótico (no bom sentido) em um dos únicos momentos que Puth parece mais espontâneo dentro de uma apresentação milimetricamente pensada e executada à risca.
“Essa música é de 2015. Alguém tinha nascido em 2015?”, perguntou. A faixa era “One call away”, que veio acompanhada de brincadeiras com o público.
Puth consegue ainda entregar outro momento tocante, com “See you again”, música que vai ser difícil tirar de qualquer um dos seus sets.
Com clima “good vibes” ele encerra a sua participação neste Rock in Rio merecedor do espaço que conquistou.
Charlie Puth se apresenta no Palco Mundo do Rock in Rio
Leo Franco/AgNews
Cartela resenha crítica g1
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Ferrugem mostra uma das melhores vozes do Rock in Rio em edição mais pagodeira da história

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Cantor lotou palco Sunset depois de Joss Stone se apresentar para público mediano. Show demonstrou, na prática, força do pagode no festival. Ferrugem e Gilsons cantam ”Várias Queixas” no Rock in Rio
Não é exagero dizer que Ferrugem é um dos melhores cantores que passaram pelo Rock in Rio 2024 até esta quinta-feira (19). Sua voz é tão limpa que ouvir ao vivo é quase como escutar a gravação de estúdio.
O festival será transmitido todos os dias, a partir das 15h15, no Globoplay e no Multishow.
O carioca lotou o Palco Sunset do festival, logo depois da britânica Joss Stone se apresentar para um público mediano no Palco Mundo, que fica ao lado. Um coro grandioso da plateia em “Me Perdoa”, música gravada em 2022 com Iza, surpreendeu quem estava ali só de passagem.
A apresentação demonstrou, na prática, a força do pagode no Rock in Rio. A edição de 2024 é a mais pagodeira da história do festival. Ao todo, serão 13 artistas do pagode e do samba — além de Ferrugem, também estão na programação Belo, Diogo Nogueira, Jorge Aragão, Péricles, Zeca Pagodinho, Alcione, entre outros.
Ferrugem se apresenta no Rock in Rio 2024
Stephanie Rodrigues/g1
Não precisava, mas, talvez por medo de certa resistência do público ao ritmo, ele incluiu no setlist o clássico sertanejo “Evidências”, aposta segura (e um tanto batida) para fazer a plateia cantar. “Essa é quase o hino nacional”, brincou. Também apresentou um cover de “Você me Vira a Cabeça”, de Alcione.
No palco, Ferrugem foi acompanhado por backing vocals e uma enorme banda de samba. Em “Apaguei pra Todos”, música lançada neste ano, ele deu espaço para um solo de guitarra. Em “O Som do Tambor”, sua voz duelou com o som do cavaquinho.
No maior hit da carreira, “Pirata e Tesouro”, de 2018, Ferrugem abraçou as duas filhas e beijou a mulher, Thais Vasconcelos.
Ferrugem encontra as filhas no Rock in Rio.
Stephanie Rodrigues/g1
A banda Gilsons, anunciada como convidada da apresentação, apareceu só perto do final para tocar os hits de festa de brasilidades “Love Love” e “Várias Queixas”.
Como tem acontecido nos shows conjuntos desta edição, os visitantes tiveram presença discreta. Tudo bem. Ferrugem daria conta, mesmo sozinho.
No palco, ele lembrou que estreou no Rock in Rio em 2022 no Espaço Favela — um palco menor e afastado das vias principais do festival. Depois de ser “promovido” ao Sunset em 2024, está bem claro que seu destino natural é chegar ao Palco Mundo, o mais cobiçado do evento.
Cartela resenha crítica g1
g1

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Joss Stone transborda carisma e talento em show com público modesto no Rock in Rio

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Cantora fez piadinha em português e transformou ‘Mr. Wankerman’ em ‘Mr. Vacilão’ em apresentação intimista vigorosa. Joss Stone fala ‘vacilão’ em ‘Mr. Wankerman’
Foi para uma plateia modesta que Joss Stone se apresentou na noite desta quinta-feira (19) no principal palco do Rock in Rio, o Mundo. A apresentação seguiu a tradição dos shows da artista: um vozeirão do início ao fim, uma energia good vibes e muito carisma.
Havia muitos buracos entre as pessoas do público, algo incomum para o horário e espaço nos quais a artista se apresentou. Mesmo assim, quem estava ali pareceu curtir cada segundo do show, que foi impecável.
O festival será transmitido todos os dias, a partir das 15h15, no Globoplay e no Multishow.
Rainha do bom humor, Joss fez várias piadinhas e conversou com os fãs com a mesma leveza de quem bate papo com os amigos. Era como se ela estivesse cantando na sala de estar de sua casa. À vontade, ela parecia íntima de cada uma das pessoas que assistia à apresentação.
Joss Stone se apresenta no Rock in Rio 2024
Gustavo Wanderley/g1
“Espero que alguns de vocês estejam chapados”, afirmou Joss antes de “Stoned Ou Of my Mind”. Já na melódica “Spoiled”, ela contou o que a motivou a compor a faixa: um ex-namorado que não lhe merecia.
“Vocês lembram que eu falei daquele cara? Então, essa é a música fofa que eu fiz para ele. Qual é o equivalente a wankerman [idiota em português]? Hm? ‘Vacilaum’? Vaci.. vaci… vacilão? Ah, ok, senhor Vacilão”, disse ela quando voltou a citar o ex-romance antes de entoar “Mr. Wankerman”, nome que ela trocou por “Mr. Vacilão” nos versos. O momento foi recebido pelo público com gritos e muitas risadas.
Ela também fez um brinde com o copo que erguia vez ou outra. Como de costume, a cantora se apresentou descalça, com um esvoaçante vestido longo do nível de sua elegância e simpatia. O pedestal do microfone também estava vestido: era coberto por um brilhante lenço dourado.
Em entrevista ao g1 recentemente, a cantora disse que costuma adaptar cada show ao público e entende que festivais como o Rock in Rio demandam menos “piadinhas” e mais “soul”. Sua apresentação no festival acertou na medida de ambos.
Joss Stone canta ‘Right to be Wrong’
O gogó de Joss e sua banda estavam sintonizados: afiados, vigorosos e encantadores.
Além de cantar faixas de seu próprio repertório — como “Super Duper Love”, “You Had Me” e “Will with me” —, a artista também cantou medleys de hits como “Everbody Dance” e “Got to be Real”.
Pouco antes de deixar o palco, Joss apareceu vestida com um reluzente macacão preto e cantou “(For God’s Sake) Give More Power To The People” e seu hit “Right To Be Wrong”.
Com os olhos borrados, ela disse “obrigada por me amarem” em forma de canto enquanto jogava girassóis para os fãs. É muito encantador se sentir perto de um ídolo. Que dirá, então, se ele for alguém como Joss Stone, que faz qualquer um se sentir amado e tão relevante quanto ela.
Cartela resenha crítica g1
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