Connect with us

Festas e Rodeios

Maria Bethânia tem relançado em LP o álbum de 1980 que surtiu efeito menor do que os blockbusters ‘Álibi’ e ‘Mel’

Published

on

Analisado em perspectiva, o disco ‘Talismã’ tem repertório selecionado com pouco rigor e repete fórmula comercial que já dava sinais de desgaste. Capa da reedição em LP do álbum ‘Talismã’, lançado por Maria Bethânia em 1980
Marisa Alvarez Lima com arte de Óscar Ramos e Luciano Figueiredo
♫ MEMÓRIA
♪ Álbum lançado por Maria Bethânia em 1980, Talismã ganha reedição em LP com vinil fabricado nas cores verde, laranja e marrom em sintonia com a arte da capa criada pelo designer Óscar Ramos (1938 – 2019) com foto de Marisa Alvarez Lima (1936 – 2022).
Na época, a cantora vivia fase de grande popularidade na gravadora Philips e vinha de dois álbuns, Álibi (1978) e Mel (1979), que fizeram retumbante sucesso com vendas batendo o milhão (caso de Álibi) ou roçando esse milhão (caso de Mel) de cópias nas lojas e nas mãos dos ouvintes.
Ao contrário do que diz o texto enviado pela Universal Music para anunciar a reedição de Talismã em LP, o álbum de 1980 não repetiu o alcance popular e o êxito comercial dos antecessores blockbusters. Talismã está longe de ser um fracasso na trajetória fonográfica de Bethânia, mas jamais surtiu o efeito catártico de Álibi e Mel.
Passado um ano do lançamento do disco, as vendas de Talismã ficaram em torno de 650 mil cópias, número expressivo, alcançado muito pelo êxito radiofônico do samba Alguém me avisou, composto por Dona Ivone Lara (1922 – 2018) e gravado por Bethânia com Caetano Veloso e Gilberto Gil.
A rigor, a fórmula de Talismã era a mesma de Álibi e Mel, consistindo na seleção de sambas, sambas-canção, boleros e canções embaladas em formato orquestral (com muitos sopros) sob direção musical do maestro Perinho Albuquerque, também responsável pelos arranjos e regências. Tudo sob a direção geral da Abelha Rainha.
A questão é que o repertório de Talismã resultou (bem) menos aliciante do que as seleções dos dois discos antecessores.
Mergulho é canção menor dentro da obra de Gonzaguinha (1945 – 1991), então habitual fornecedor de hits para a artista. Da mesma forma, do ponto de vista melódico, as canções Vida real e Pele resultaram aquém do talento de Caetano Veloso. Tanto que ambas não frequentam os roteiros dos shows de Bethânia.
Em compensação, Caetano brilhou com Gema, a melhor contribuição do compositor para o disco, já que a faixa-título Talismã, parceria de Caetano com o poeta Waly Salomão (1943 – 2003), tampouco passou para a posteridade porque a poesia de Waly se eleva (muito) sobre a melodia.
Marina Lima – então próxima de Bethânia – abasteceu o repertório de Talismã com uma das grandes canções da parceria com o irmão Antonio Cicero, O lado quente do ser, música então inédita sobre o prazer de ser mulher, revivida por Marina no corrente show Rota 69 (2024).
Na seara das gravações, a lembrança do samba-canção Cansei de ilusões (Tito Madi, 1956) soou sem a força do revival de Negue (Adelino Moreira e Enzo Almeida Passos, 1960) no álbum Álibi.
Fora da moldura orquestral, a joia de Talismã é a canção Noite de um verão de sonho (Nelson Motta e Xixa Motta), cantada por Bethânia somente com o toque do piano de Túlio Mourão, em diálogo com Nenhum verão (1979), música composta por Mourão e gravada por Bethânia no álbum Mel.
Música inédita de Gilberto Gil, o samba Amo tanto viver passou batido, reiterando que houve pouco rigor da cantora na seleção do repertório, completado com abordagens do samba-canção Mentira de amor (Lourival Faissal e Gustavo Carvalho, 1950) e do tango Eu tenho um pecado novo (Mariano Mores e Alberto Laureano Martínez em versão em português de Lourival Faissal, 1958) em ritmo de bolero.
Essas duas pérolas foram pescadas por Bethânia na discografia de Dalva de Oliveira (1917 – 1972), cantora da era do rádio que tanto a influenciara, mas pouco reluziram no canto da intérprete.
Enfim, Talismã é álbum menos imponente na discografia de Maria Bethânia, que já parecia enquadrada em moldura mercadológica. A fórmula de sucesso começava a dar sinais de desgaste, embora ainda rendesse mais um disco, Alteza (1981), dois anos antes de a cantora fazer imersão no tom introspectivo de Ciclo (1983), esse, sim, um dos grandes e revigorantes títulos da discografia da artista.

Continue Reading
Click to comment

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Festas e Rodeios

De máscara, Preta Gil vai ao Rock in Rio conferir show dos Gilsons

Published

on

By

Cantora recentemente encerrou o primeiro ciclo de seu tratamento do câncer. Preta Gil no quarto dia de Rock in Rio
Webert Belicio/ Agnews
A cantora Preta Gil compareceu ao Rock in Rio na noite desta quinta-feira (19) para ver, entre outras atrações, a apresentação da banda Gilsons, que é formada por três membros de sua família, incluindo o filho Francisco Gil.
O trio se completa com o sobrinho da cantora, João Gil (filho de Nara Gil), o irmão de Preta, José Gil. O grupo toca no Palco Sunset com Ferrugem.
A artista, que no fim do mês passado encerrou o primeiro ciclo de seu tratamento do câncer e voltou para casa, usava máscara para curtir o evento.
Preta tinha divulgado o retorno da doença dias antes, em quatro locais do corpo: dois linfonodos, uma metástase no peritônio e um nódulo no ureter. Em 2023, ela fez um tratamento após ser diagnosticada com câncer no intestino.
O festival será transmitido todos os dias, a partir das 15h15, no Globoplay e no Multishow.
Preta Gil no quarto dia de Rock in Rio
Webert Belicio/ Agnews

Continue Reading

Festas e Rodeios

Filipe Ret vai do trap ao rock em show com banda afiadíssima no Rock in Rio

Published

on

By

Músico convida Caio Luccas para apresentação com hits brisados, sensuais e que celebram maconha. Filipe Ret e Caio Luccas cantam ‘Melhor Vibe’ no Rock in Rio
O show de Filipe Ret no Rock in Rio desta quinta-feira (19) começou quatro minutos antes do previsto, às 16h46, no Palco Sunset. A apresentação foi envolvente e mostrou o quão eclética é a veia do carioca.
O festival será transmitido todos os dias, a partir das 15h15, no Globoplay e no Multishow.
Antes de subir ao palco, Filipe Ret apareceu num compilado de fotos e vídeos, exibidos no telão. Nas cenas, ele fumava, cantava, dirigia um carrão e participava de uma batalha de rima — atividade na qual ele iniciou a carreira, em 2003, na Lapa (RJ).
Logo em seguida, o artista surgiu trajado com óculos escuros e um capuz de ar misterioso, ao som de “Réus”, de “Vivaz”, álbum que o fez despontar, em 2012. O setlist da apresentação, aliás, foi uma mescla das diferentes eras do artista, passando por seus 15 anos de carreira. A inspiração foi sua turnê atual, “FRXV” — adaptado a uma versão enxuta.
“Corte Americano”, “7 Meiota”, “Louco pra voltar”, “Invicto” e “War” foram algumas das faixas do repertório. Antes de cantar a sensual “F*F*M*”, Filipe disse: “Quem gosta de foder fumando muita maconha levanta a mão”. E foi respondido com uma multidão de braços erguidos na plateia, que se mostrou agitada do início ao fim do show.
Filipe Ret se apresenta no Rock in Rio 2024
=Stephanie Rodrigues/g1
A apresentação aconteceu dias após rapper lançar o disco “Apocalipse”. No Rock in Rio, ele chegou a subir o palco com Caio Luccas, rapper que faz parte do time de artistas do selo musical de Filipe, a Nadamal Records. Juntos, os dois cantaram os hits brisados “Melhor Vibe”, “Good Vibe” e “Vizão de Cria 2”.
Filipe também fez um medley de hits do Poesia Acústica, projeto audiovisual que bomba entre os fãs de trappers. Em “Amor Livre”, o músico homenageou sua namorada, a influenciadora Aghata Sá.
A apresentação teve uma banda afiadíssima, que conduziu batidas, solos de guitarra e backing vocals de rap, trap, boombap, afrobeat, rock, soul e samba funk que dominaram o show.
O músico deixou o palco ao som de “Deus Perdoa”. O que atrapalhou mesmo o show foi o som, que começou estourado e só foi se ajustar na metade da apresentação. Quem sabe Filipe tem sorte no sábado (21), quando retorna ao festival para participar do Para Sempre Trap, ao lado de Cabelinho, Kayblack, Veigh, Matuê, Orochi e Ryan SP.
Cartela resenha crítica g1
g1

Continue Reading

Festas e Rodeios

Anitta sensualiza no registro oficial em vídeo de ‘São Paulo’, música lançada por The Weeknd em show no Brasil

Published

on

By

♫ NOTÍCIA
♪ Anitta engata mais uma parceria internacional de peso. Já está em rotação no canal oficial de The Weeknd no YouTube, o registro audiovisual de São Paulo, música inédita apresentada pelo artista canadense no show feito pelo cantor no Brasil em 7 de setembro em estádio da cidade de São Paulo (SP). Anitta não canta na gravação em vídeo, mas sensualiza no clipe incendiário filmado no show de Weekend.
São Paulo é, a rigor, um funk que embute sample da gravação de Abre as pernas, mete a língua, música do repertório da cantora Tati Quebra Barraco.
Presume-se que São Paulo possa integrar o próximo álbum de The Weeknd – Hurry up tomorrow, título que encerra trilogia formada pelos discos After hours (2020) e Dawn FM (2022) – mas não há a confirmação oficial de que a faixa faz parte do álbum.

Continue Reading

Trending

Copyright © 2017 Zox News Theme. Theme by MVP Themes, powered by WordPress.