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Vitalidade do musical de teatro sobre a banda Paralamas do Sucesso reside na direção, no elenco e na trilha sonora

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Mesmo com dramaturgia sem conflito, espetáculo flui bem e destaca o ator Rodrigo Salva na pele de Herbert Vianna, o vocalista e guitarrista do grupo. Franco Kuster (à esquerda), Rodrigo Salva (ao centro) e Gabriel Manita vivem João Barone, Herbert Vianna e Bi Ribeiro, respectivamente
André Wanderley / Divulgação
♫ OPINIÃO SOBRE MUSICAL DE TEATRO
Título: Vital – O musical dos Paralamas
Texto: Patrícia Andrade
Direção: Pedro Brício
Direção musical e arranjos: Daniel Rocha
Data e local: 3 de novembro de 2024 no Teatro Claro Mais (Rio de Janeiro, RJ)
Cotação: ★ ★ ★ 1/2
♪ Como inexistiu um grande conflito ao longo dos 42 anos de vida da banda carioca Paralamas do Sucesso, é surpreendente que o musical sobre o trio resulte tão fluente e sedutor. O viço de Vital – O musical dos Paralamas reside na direção de Pedro Brício, no elenco homogêneo e no repertório do grupo.
Na ausência de material que renda boa dramaturgia e sem poder inventar (muito) em história baseada em fatos reais de conhecimento público, a autora Patrícia Andrade recorreu ao acidente que deixou paraplégico o vocalista e guitarrista dos Paralamas, Herbert Vianna, para ser o ponto de partida e o fio condutor do texto. A ação parte de fevereiro de 2001, mês do acidente, para contar a história da banda em vaivém no tempo dramatúrgico.
A dramaturga se vale algumas vezes do recurso da narração para contextualizar no tempo a saga sem drama de um trio que ganhou projeção em 1983 e, desde então, permaneceu unido e em harmonia, sobretudo quando a vida de Herbert Vianna esteve por um fio na cama de hospital.
Sagaz, o diretor Pedro Brício orquestra a cena com tamanha vitalidade que o espectador se deixa levar ao longo das duas horas e meia do espetáculo em cartaz de sexta-feira a domingo no Teatro Claro Mais, no Rio de Janeiro (RJ), em temporada que se estende até 24 de novembro (já estão previstas temporadas em Brasília e São Paulo em 2025).
A favor do diretor Pedro Brício, conta um elenco afiado e afinado em que sobressai Rodrigo Salva na pele e na alma de Herbert Vianna. Ator, cantor e guitarrista, Salva tem timbre vocal idêntico ao de Herbert, o que contribui para a perfeita composição do personagem. Parece que é Herbert quem está no palco, e não Salva.
Na pele do baterista João Barone, Franco Kuster conquista o público já no início do espetáculo na cena em que simula solo de bateria com o movimento preciso das mãos. Kuster evoca a figura de Barone.
Dos intérpretes do trio, o ator Gabriel Manita é que o imprime menos a fisionomia e o ar do baixista Bi Ribeiro. Contudo, Manita se harmoniza em cena com Salva e Kuster, em interação fundamental para musical que, no fim das contas, celebra a amizade e a união entre os três músicos, com a adesão fundamental do quarto Paralama, o empresário José Fortes, personagem confiado a Hamilton Dias.
A harmonia se estende ao elenco recrutado para dar vida aos personagens coadjuvantes. Esse time inclui Pedro Balu (com bom tom cômico no papel de Vital, o que se sentia total com a moto, sonho de metal daquele que foi o baterista amador dos Paralamas nos primórdios estudantis do grupo), Maria Vitória Rodrigues – atriz que interpreta a filmmaker Alice, personagem fictícia, criada para suprir a ausência no texto de qualquer referência a Paula Toller, o real grande amor de Herbert Vianna na fase inicial dos Paralamas –e Ivanna Domenyco, atriz e cantora de vibe roqueira, voz potente e longa experiência em musicais de teatro.
Ao elenco e à direção, soma-se um repertório de músicas aliciantes, compostas por Herbert Vianna (quase sempre sozinho) arranjadas sem invenção de moda pelo diretor musical Daniel Rocha. Quando o trio encena a consagradora a apresentação no primeiro festival Rock in Rio de 1985, cantando Meu erro (1984) e Óculos (1984), o musical adquire a energia de show de rock e o público vem junto.
Presente no segundo ato, de estatura menor, Lanterna dos afogados (1989) é número coletivo que exemplifica o depressivo estado emocional dos músicos e dos amigos dos Paralamas após o acidente de Herbert Vianna, que voltou à cena em junho de 2002 com participação no show do cantor argentino Fito Paez na extinta casa carioca Canecão.
O número de Herbert no show de Fito, Track track (1991), é recriado no musical, cujo texto omite o desprezo amargado pelos Paralamas no Brasil no início dos anos 1990. A volta por cima aconteceu com o álbum ao vivo Vamo batê lata (1995).
A propósito, os cantos coletivos de Selvagem (1986) e Vamo batê lata (1995) são números vibrantes que expõem em cena a brasilidade de banda que, a partir de 1986, delineou uma identidade própria, nacional, se distanciando da matriz sonora de grupos então referenciais como o britânico The Police.
Idealizado por Gustavo Nunes e Marcelo Pires para celebrar as quatro décadas do trio, Vital – O musical dos Paralamas cumpre bem o objetivo. O merecido sucesso da temporada carioca sinaliza vida longa para o fluente espetáculo.

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Larissa Luz acende o fogo da narrativa de ‘Fio pavio’ em EP que reúne quatro músicas produzidas por Rafa Dias

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Capa do EP ‘Fio pavio’, de Larissa Luz
Arte de Bruno Zambeli
♫ NOTÍCIA
♪ Sem lançar disco solo desde 2022, a cantora, compositora e atriz baiana Larissa Luz apresenta em 18 de novembro Fio pavio, EP gravado com produção musical de Rafa Dias (RDD), integrante e idealizador do grupo soteropolitano ÀTTOOXXÁ. A capa do EP Fio pavio é assinada pelo artista visual Bruno Zambeli.
Com quatro músicas (Tututu, Ritual baile, Queima e Paz terrível), o disco é caracterizado pela artista como um “prefácio” da narrativa do álbum também intitulado Fio pavio, cujo lançamento está previsto para o início de 2025.
Nessa narrativa que fala de ancestralidade, tendo o fogo como elemento de transformação e justiça, Larissa Luz aborda temas como atitude, transgressão, justiça, revolução e autoconhecimento, combinando ritmos como amapiano (gênero musical sul-africano), samba reggae e rock.
Três das quatro músicas de Fio pavio serão apresentadas pela cantora no show que Luz fará domingo, 10 de novembro, no festival Afropunk em Salvador (BA), cidade natal da artista.

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Grammy 2025 divulga lista de indicados com Anitta, Beyoncé e Taylor Swift; veja principais categorias

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Maior premiação da música americana acontece em 2 de fevereiro de 2025, em Los Angeles. Anitta, Billie Eilish, Beyoncé, Charli XCX e Taylor Swift estão indicadas ao Grammy 2025
Reprodução
A Academia de Gravação americana anunciou, nesta sexta-feira (08) os indicados ao Grammy 2025. A maior premiação da música dos Estados Unidos acontece no dia 2 de fevereiro de 2025, em Los Angeles.
Beyoncé, Taylor Swift, Lady Gaga, Sabrina Carpenter e Charli XCX estão na lista de indicados da premiação.
Anitta também aparece entre os concorrentes: ela disputará o prêmio de melhor álbum de pop latino, com seu “Funk Generation”, lançado em 2024.
Essa é a segunda indicação da cantora brasileira ao Grammy. Em 2023, ela concorreu na categoria artista revelação, mas perdeu o prêmio para a cantora de jazz Samara Joy. Nesse mesmo ano, o Brasil esteve entre os vencedores na categoria de álbum pop latino, com o disco “Pasieros”, do cantor panamenho Rubén Blades em parceria com o grupo de MPB Boca Livre.
Veja abaixo os indicados nas principais categorias do Grammy 2025 (e a lista completa aqui):
Grammy
Cortesia Recording Academy
Música do ano
Shaboozey – “A Bar Song (Tipsy)”
Billie Eilish – “Birds of a Feather”
Lady Gaga and Bruno Mars – “Die With a Smile”
Taylor Swift featuring Post Malone – “Fortnight”
Chappell Roan – “Good Luck, Babe!”
Kendrick Lamar – “Not Like Us”
Sabrina Carpenter – “Please Please Please”
Beyoncé – “Texas Hold ‘Em”
Revelação do ano
Benson Boone
Sabrina Carpenter
Doechii
Khruangbin
RAYE
Chappell Roan
Shaboozey
Teddy Swims
Melhor performance solo pop
“Bodyguard” — Beyoncé
“Espresso” — Sabrina Carpenter
“Apple” — Charli XCX
“Birds of a Feather” — Billie Eilish
“Good Luck, Babe!” — Chappell Roan
Melhor performance pop solo ou grupo
“Us” — Gracie Abrams Featuring Taylor Swift
“Levii’s Jeans” — Beyoncé Featuring Post Malone
“Guess” — Charli XCX & Billie Eilish
“The Boy Is Mine” — Ariana Grande, Brandy & Monica
“Die With a Smile” — Lady Gaga & Bruno Mars
Melhor álbum de country
Beyoncé, “Cowboy Carter”
Post Malone, “F-1 Trillion”
Kacey Musgraves, “Deeper Well”
Chris Stapleton, “Higher”
Lainey Wilson, “Whirlwind”
Melhor performance country solo
Beyoncé, “16 Carriages”
Chris Stapleton, “It Takes a Woman”
Jelly Roll, “I Am Not Okay”
Kacey Musgraves, “The Architect”
Shaboozey, “A Bar Song (Tipsy)”
Melhor gravação dance/eletrônica
“Make You Mine” – Madison Beer
“Von Dutch” – Charli XCX
“L’Amour De Ma Vie [Over Now Extended Edit]” – Billie Eilish
“Yes, And?” – Ariana Grande
“Got Me Started” – Troye Sivan
Melhor Álbum de Pop Latino
Anitta – Funk Generation
Luis Fonsi – El Viaje
Kany García – García
Shakira – Las Mujeres Ya No Lorran
Kali Uchis – Orquídeas
Melhor álbum de rock
“Happiness Bastards” — The Black Crowes
“Romance” — Fontaines D.C.
“Saviors” — Green Day
“TANGK” — Idles
“Dark Matter” — Pearl Jam
“Hackney Diamonds” — The Rolling Stones
“No Name” — Jack White
Melhor performance de rock
The Beatles – “Now and Then”
The Black Keys – “Beautiful People (Stay High)”
Green Day – “The American Dream Is Killing Me”
Idles – “Gift Horse”
Pearl Jam – “Dark Matter”
St. Vincent – “Broken Man”
Melhor álbum de R&B
Chris Brown – “11:11 (Deluxe)”
Lalah Hathaway – “Vantablack”
Muni Long -“Revenge”
Lucky Daye – “Algorithm”
Usher – “Coming Home”
Melhor performance de R&B
“Guidance” — Jhené Aiko
“Residuals” — Chris Brown
“Here We Go (Uh Oh)” — Coco Jones
“Made For Me (Live On BET)” — Muni Long
“Saturn” — SZA
Melhor Performance de Música Alternativa
“Neon Pill” — Cage the Elephant
“Song of the Lake” — Nick Cave & the Bad Seeds
“Starburster” — Fontaines D.C.
“Bye Bye” — Kim Gordon
“Flea” — St. Vincent
Melhor álbum de rap
Common & Pete Rock -“The Auditorium Vol. 1”
Doechii – “Alligator Bites Never Heal”
Eminem – “The Death of Slim Shady (Coup de Grâce)”
Future & Metro Boomin – “We Don’t Trust You”
J. Cole – “Might Delete Later”
Melhor performance de rap
Cardi B – “Enough (Miami)”
Common & Pete Rock Featuring Posdnuos – “When the Sun Shines Again”
Doechii -“Nissan Altima”
Eminem – “Houdini”
Future, Metro Boomin & Kendrick Lamar – “Like That”
Glorilla – “Yeah Glo!”
Kendrick Lamar – “Not Like Us”
Melhor performance de rap melódico
“Kehlani” — Jordan Adetunji Featuring Kehlani
“Spaghettii” — Beyoncé Featuring Linda Martell & Shaboozey
“We Still Don’t Trust You” — Future & Metro Boomin Featuring The Weeknd
“Big Mama” — Latto
“3:AM” — Rapsody Featuring Erykah Badu
Melhor Álbum de Cinema
Hell’s Kitchen
Merrily We Roll Along
The Notebook
The Outsiders
Suffs
The Wiz
*essa reportagem está em atualização

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Gusttavo Lima não teria regravado ‘A noite’ se dependesse da liberação de Tiê; entenda

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Em entrevista ao g1, cantora explica que liberação da faixa é feita apenas por Giuseppe Anastasi, compositor da versão original. E que, se fosse por ela, não teria aprovado. Pop italiano, MPB e hit de Gusttavo Lima: Relembre as versões de “A noite”
Gusttavo Lima está em primeiro lugar na lista das músicas mais tocadas nas rádios, segundo a Crowley, e na segunda posição do Top 50 do Spotify com a regravação de “A Noite”.
Mas se dependesse da liberação da cantora Tiê, uma das responsáveis pela versão brasileira da música italiana “La Notte”, o sertanejo não teria nem gravado a canção.
“Eu confesso que, na época que o Gusttavo Lima foi gravar, eu não achei legal. Ele tava envolvido com um monte de coisa, pedido de prisão, fugindo para Miami, na mesma semana… Falei: ‘Putz, gente, eu não teria liberado’. Mas eu não tenho voz”, afirma a cantora em entrevista ao g1.
“Quem decide é o italiano que fez a canção. Então é isso, vida que segue.”
Tiê compôs “A Noite” em 2014. Dez anos depois, Gusttavo Lima colocou a regravação no topo das paradas musicais
Reprodução/Instagram
O italiano em questão é Giuseppe Anastasi, que compôs “La notte” em 2012. Quando liberou sua música para regravação, o artista optou por não compartilhar os direitos autorais com os versionistas.
Com isso, Tiê, Adriano Cintra, André Whoong e Rita Wainer, responsáveis pela versão brasileira, não só não recebem pelos direitos autorais em caso de regravações como também não podem opinar sobre quem grava ou não “A Noite”.
“Eu poderia não autorizar a minha letra, mas na hora que você topa fazer uma versão de alguém, você libera a sua opinião”, explica Tiê.
Gusttavo Lima lançou a música dentro do projeto “Embaixador Acústico” em agosto de 2024, dias antes de ser indiciado por lavagem de dinheiro e organização criminosa em investigação sobre jogos ilegais. Em setembro, o cantor teve sua ordem de prisão revogada pela justiça.
A trajetória de ‘A noite’
Um premiado pop italiano, que virou MPB de novela e, agora, é hit de Gusttavo Lima. A trajetória de “A noite” completa 12 anos (contando por seu nascimento italiano) e mostra que seus versos seguem vivos, emocionando diversos públicos e gerações. “É uma música que realmente emociona tanto as crianças quanto as senhorinhas, eu acho maravilhoso”, diz Tiê.
Em 2012, a cantora italiana Arisa ficou em segundo lugar no Sanremo Music Festival com “La notte”. Dois anos depois, a faixa composta por Giuseppe Anastasi ganhou sua versão brasileira.
Tiê
Divulgação/ Lucas Seixas
“A noite” foi a estreia de Tiê como versionista. Ela assina a música com Adriano Cintra, André Whoong e Rita Wainer. Lançada em dezembro de 2014 com o álbum “Esmeraldas”, a faixa foi parar, no ano seguinte, na trilha da novela “I love Paraisópolis”, e rendeu o Prêmio Extra de Televisão de Melhor Tema Musical.
Tiê diz ter uma grande paixão e carinho por “A Noite” por ela ter levado a cantora para “casas e ouvidos inesperados”, seja pelo sucesso da novela, pela recordação constante da faixa em vídeos no TikTok ou pelas regravações ao longo dos anos.
Em 2021, “A noite” ganhou novas batidas e interpretação com a regravação de João Gomes. Ao comentar sobre o projeto, Tiê, que já havia declarado nas redes ser fã do cantor, foi só elogios ao artista.
“Ele é superquerido, a gente sempre se fala por Instagram. É maravilhoso, porque tem essa troca. Ele também acabou de ter neném. Então a gente fica mandando foto de neném, fica dando risada. Ele é uma coisa pessoa muito querida.” Jorge, primeiro filho de João e Ary Mirelle, nasceu em janeiro. Já Tiê deu à luz sua terceira filha, Rosa, em dezembro de 2023. A cantora também é mãe de Amora, de 11 anos, e Liz, de 14.
Agora, em 2024, 10 anos após o lançamento de Tiê, além da já citada regravação de Gusttavo, a faixa ainda ganhou uma MTG assinada pelo DJ Luan Gomes.
Por contar com a voz de Tiê, a faixa é a única versão que a cantora recebe direitos autorais. Mas enquanto intérprete. Inicialmente, a cantora derrubou o remix das plataformas.
Ela explica que, para fazer MTGs, os DJs não pedem autorização para os autores originais. “Inclusive é uma questão para os artistas e para os direitos autorais. Muitos artistas entram em vários conflitos, ficam caçando a pessoa. E realmente subiram sem autorização”, diz.
“E ela tinha uma letra muito explícita. Tinha parte da minha voz e, depois tinha, assim…[uma letra] que eu não posso nem cantar. Era superproibida para menores. E aí quando eu ouvi, eu falei: ‘Putz, não vai rolar’,”, relembra.
Tiê afirma que é superaberta para que façam versões com suas músicas e que adora funk, mas por ter também um público infantil, além de três filhas, precisa prestar a atenção em algumas letras.
“Uma letra que não valoriza a mulher, uma letra que fale de agressão, não dá. A gente tem que prestar atenção e não consumir. O funk em si eu acho maravilhoso”, diz.
Tiê conta que entrou em contato com o DJ e autorizou o uso de sua voz sob a condição de que fosse retirada da música a parte pornográfica. “E aí para mim é ótimo, não tem problema. O problema era a letra que realmente não condiz com o que eu prego. Não é moralismo, mas não tem a ver.”
Leia também:
O que é MTG? Sigla aparece nas músicas mais ouvidas do Brasil e levou Billie Eilish para o funk
‘Não foi fácil fazer a versão’
Apesar de todo o sucesso de “A noite” ao longo dos anos, a música quase não saiu.
Quando Sérgio Affonso, presidente da gravadora Warner na época, propôs que a cantora fizesse uma versão de “La Notte”, Tiê não gostou da música.
“Eu não entendi direito a música. Então, eu fiquei meio: ‘Ah, será que eu faço?’. Não foi muito fácil assim, eu fiquei meio enroscada.”
Tiê durante show para mulheres vítimas de violência doméstica na Zona Leste. ‘A música tem esse lugar de colo’, disse a cantora.
Celso Tavares/g1
Foi então que o músico e produtor Adriano Cintra insistiu para que Tiê aceitasse a proposta de fazer a versão, sem ficar presa à tradução. “Essa música é número um na Itália. Vai que ela vira também, pode ser ótimo”, argumentou Adriano na época.
Tiê, então, sentou com Adriano e com o produtor André Whoong para escrever a letra. Já a contribuição de Rita Wainer foi feita através de um bloquinho de notas.
“Ela tinha um caderno de poesia e poemas que estava comigo. Então ela não estava nem presente, mas o caderno dela tava comigo e eu falei: ‘Rita, vou usar’. Então fui eu, a Rita via caderno, Adriano Cintra e o André Whoong, que hoje é meu parceiro”, explica Tiê.
A cantora atribui o sucesso da música a uma série de fatores. “Não é só estar na novela ou só a música. É uma soma de mil coisas.”
“Nesse caso, a música encaixou bem, a letra ficou muito profunda, a minha voz está bonita, o arranjo ficou bom, a novela foi bem, a Bruna [Marquezine, intérprete da personagem Mari, que ganhou a trilha sonora] foi muito bem na novela. Então foi uma soma de coisas, e aí estourou mesmo.”
É sobre separação ou saúde mental?
Tiê no clipe de “A Noite”, lançado em 2014
Reprodução/YouTube
O medo que cresce, o coração acelerado e o fato de não conseguir dormir são sentimentos que compõem os versos da canção, dando duas possibilidades para o contexto da faixa: uma separação amorosa ou a saúde mental.
Tiê explica que a obra é sobre as duas coisas. “Ela é uma música que fala, sim, sobre separação, e fala também de saúde mental, claro.”
E sobre a abertura da música, que diz que “palavras não bastam”, ela afirma ser algo “muito forte”.
“Porque é isso. As palavras têm uma força muito grande. Às vezes a gente não dá importância para essa força e fala umas palavras, umas merdas que a gente não precisava falar. E a palavra tem poder. E ao mesmo tempo, elas não bastam mesmo. A gente precisa de outras coisas.”

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