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Festas e Rodeios

Emanuelle Araújo faz ‘noite de reverências’ a Jards Macalé no Rio

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Cantora divide palco com o artista ao estrear show de álbum com músicas do compositor. Emanuelle Araújo e Jards Macalé em momento afetuoso no palco do J Club, no Rio de Janeiro, na estreia do show da cantora
Robson Nogueira / Divulgação J Club
Resenha de show
Título: Quero viver sem grilo – Uma viagem a Jards Macalé
Artista: Emanuelle Araújo – com participação de Jards Macalé
Local: J Club (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 4 de agosto de 2022
Cotação: ★ ★ ★
♪ Emanuelle Araújo tinha 14 anos, ainda morava em Salvador (BA) e integrava o grupo de teatro experimental Solta Minha Orelha quando se deparou pela primeira vez com as estranhezas do cancioneiro de Jards Macalé. Foi quando, a pedido do diretor da companhia teatral, a atriz iniciante ouviu a canção Soluços (1969), possível trilha sonora de performance idealizada pelo grupo.
Atualmente a atriz e cantora baiana tem 46 anos, mora na cidade do Rio de Janeiro (RJ) e ainda continua atravessada pela obra de Macalé, para citar termo dito por Emanuelle no palco da casa carioca J Club, onde a artista fez na noite de quinta-feira, 4 de agosto, a primeira apresentação do show baseado no disco Quero viver sem grilo – Uma viagem a Jards Macalé (2020), segundo álbum solo da cantora projetada nacionalmente em 1999 como vocalista da Banda Eva.
Ao contar a história de como conheceu a música de Macalé, a cantora deu voz a Soluços – após a leitura de versos escritos em 1968 pela poeta Ana Cristina César (1952 – 1983) – em bom momento da apresentação.
Quatro anos após a gravação do disco em estúdio do Brooklyn (Nova York, EUA) em novembro de 2018, e dois anos após a edição do álbum, Emanuelle Araújo protagonizou “noite de reverências” a Macalé, convidado da apresentação feita dentro da eclética programação da série Bossa Nova in concert, do J Club.
A passagem do tempo realçou o sentido dos versos “Cada dia no meu canto / Tenho um outro encantamento / Cada coisa no meu canto / Tem um outro fundamento / E cada dia na minha cara / Um pouco de cada tempo” cantados pela artista ao abrir (muito bem) o show com a lembrança de Tio Barnabé (1977), música de Macalé em parceria com Marlui Miranda e Xico Chaves, composta e gravada por Macalé e Marlui para a trilha sonora do programa infantil Sítio do pica-pau amarelo (TV Globo, 1977).
Emanuelle Araújo canta as músicas ‘Quero viver sem grilo’ e ‘Vapor barato’ com Jards Macalé na estreia de show no Rio de Janeiro
Robson Nogueira / Divulgação J Club
Dividindo o palco com power trio formado pelo guitarrista Pedro Sá (o grande guitar hero da música brasileira do século XXI), o baixista Pedro Dantas e o baterista Daniel Conceição, a cantora encarou o desafio de dar voz a músicas já imortalizadas em vozes como as de Gal Costa, Maria Bethânia e a do próprio Macalé.
Na viagem por essa obra ainda inquietante, Emanuelle procurou se ambientar em Hotel das estrelas (Jards Macalé e Duda Machado, 1970), engoliu Farinha do desprezo (Jards Macalé e José Carlos Capinan, 1972) em seco sem tempero e tentou realçar os signos de Boneca semiótica (Jards Macalé, Duda Machado e Ricardo Chacal, 1974) antes de apresentar parcerias de Macalé com o poeta baiano José Carlos Capinan.
Meu amor me agarra & geme & treme & chora & mata (1972), Movimento dos barcos (1972) – instante de beleza gerada por momento mais sereno de show pautado pelas distorções e o peso do poderoso trio – e 78 rotações (1972) foram escalas de viagem arriscada porque cantar Macalé é correr riscos o tempo todo.
Em show que ganhou (im)pulso na metade final, Emanuelle Araújo acertou ao ir além do disco e cantar You don’t know me (Caetano Veloso, 1972), música de Transa (1972), cultuado álbum de banda em que, sob a direção musical de Macalé, Caetano Veloso costurou referências do rock e da Bahia, estado natal de Emanuelle. As referências baianas foram citadas inclusive no toque da guitarra de Pedro Sá.
A abordagem de You don’t know me (1972) foi ponto luminoso de show que atingiu o clímax quando, convidado pela cantora após a interpretação de Anjo exterminado (Jards Macalé e Waly Salomão, 1972), Macalé subiu ao palco do J Club.
Sozinho ao violão, Macalé interpretou Sem essa (Jards Macalé e Duda Machado, 1969) com a habitual propriedade e, totalmente entrosado com o toque da banda, fez apresentação assombrosa de Trevas (2019) antes de cantar Mal secreto (Jards Macalé e Waly Salomão, 1971) no fim do set do artista.
O ápice do show foi quando Emanuelle se juntou a Macalé no palco para cantar Quero viver sem grilo – pérola dos anos 1970 revelada em 2016 com a edição de registro caseiro da música em disco de raridades de Macalé – com a inebriante batida do indie rock do trio.
No bis, uma anticlimática Vapor barato (Jards Macalé e Waly Salomão, 1971) encerrou a noite de reverências a Jards Macalé na voz de Emanuelle Araújo. Entre escalas mais ou menos felizes, a viagem foi boa.
Emanuelle Araújo faz show com roteiro de 15 músicas e participação de Jards Macalé na casa carioca J Club
Robson Nogueira / Divulgação J Club
♪ Eis o roteiro seguido em 4 de agosto de 2022 por Emanuelle Araújo – com a adesão de Jards Macalé – na estreia do show Quero viver sem grilo – Uma viagem a Jards Macalé na casa J Club, na cidade do Rio de Janeiro (RJ):
1. Tio Barnabé (Jards Macalé, Marlui Miranda e Xico Chaves, 1977)
2. Hotel das estrelas (Jards Macalé e Duda Machado, 1970)
3. Farinha do desprezo (Jards Macalé e José Carlos Capinan, 1972)
4. Boneca semiótica (Jards Macalé, Duda Machado e Ricardo Chacal, 1974)
5. Meu amor me agarra & geme & treme & chora & mata (Jards Macalé e Waly Salomão, 1972)
6. Movimento dos barcos (Jards Macalé e Waly Salomão, 1972)
7. 78 rotações (Jards Macalé e Waly Salomão, 1972)
8. You don’t know me (Caetano Veloso, 1972)
9. Soluços (Jards Macalé, 1969)
10. Anjo exterminado (Jards Macalé e Waly Salomão, 1972)
11. Sem essa (Jards Macalé e Duda Machado, 1969) – Jards Macalé
12. Trevas (Jards Macalé, 2019) – Jards Macalé
13. Mal secreto (Jards Macalé e Waly Salomão, 1971) – Jards Macalé
14. Quero viver sem grilo (Jards Macalé, anos 1970 / 2019) – com Jards Macalé
Bis:
15. Vapor barato (Jards Macalé e Waly Salomão, 1971) – com Jards Macalé

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Gavin Creel, ator de ‘Hair’ e ‘Alô, Dolly!’, morre dois meses após receber diagnóstico de câncer

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Além da Broadway, artista trabalhou em filmes e séries de TV como ‘Eloise no Plaza’, ‘As Enroladas Aventuras da Rapunzel’ e ‘American Horror Story’.
Gavin Creel apresenta ‘Hair’, na Broadway, em 2009
Peter Kramer/AP
O ator americano Gavin Creel morreu nesta segunda-feira (30), aos 48 anos. Sua morte acontece dois meses depois de ele receber o diagnóstico de um câncer raro no nervo periférico.
Creel estrelou musicais da Boradway como “Caminhos da Floresta”, “Hair”, “Alô, Dolly!”, além de peças da West End – a clássica rua dos teatros de Londres –, como “Mary Poppins” e “Waitress”.
Ele também trabalhou em filmes e séries de TV, atuando em produções como “Eloise no Plaza”, “O Natal de Eloise”, “As Enroladas Aventuras da Rapunzel” e “American Horror Story.”
Em 2002, ele recebeu sua primeira indicação ao prêmio Tony (o principal troféu do teatro), por “Positivamente Millie”. Oito anos depois, voltou a ser indicado, por “Hair”, e em 2017, levou o Tony de melhor ator coadjuvante, por “Alô, Dolly!”.
Gavin Creel ganha Tony por ‘Alô, Dolly!’, em 2017
Michael Zorn/Invision/AP
“O Tony foi como receber um abraço da comunidade que participo há 20 anos”, disse ele ao jornal americano “The San Francisco Chronicle”, em 2018. “Isso é bom. Eu literalmente não consigo fazer mais nada na minha vida e ainda sou vencedor do Tony. Nunca deixarei de fazer isso.”
Além de trabalhar nos palcos e em frente às câmeras, Creel também chegou a gravar música e apresentar concertos. Inclusive, em “She Loves Me”, ele estrelou o primeiro musical da Broadway transmitido ao vivo.

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Ex-Skank Henrique Portugal tenta se firmar como cantor, com parceria com Zélia Duncan, após EP com big band

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Capa do single ‘No meu paraíso’, de Henrique Portugal
Divulgação
♫ ANÁLISE
♪ Em março de 2023, o Skank saiu de cena na cidade natal de Belo Horizonte (MG) com show apoteótico no estádio conhecido como Mineirão. Dois anos antes dessa derradeira apresentação do Skank, Henrique Portugal – tecladista do quarteto mineiro projetado no início dos anos 1990 – já lançou o primeiro single sem a banda, Razão pra te amar, em parceria com Leoni.
Desde então, o músico vem tentando se firmar como cantor em carreira solo com série de singles que, diferentemente do que foi anunciado em 2021, ainda não viraram um álbum ou mesmo EP solo.
Após sucessivas gravações individuais e duetos com nomes como Frejat e Marcos Valle, Henrique Portugal faz mais uma tentativa com a edição do inédito single No meu paraíso, programado para 18 de outubro. Trata-se da primeira parceria do artista com Zélia Duncan, conexão alinhavada por Leoni há mais de quatro anos.
“Já conhecia Zélia, mas a parceria foi incentivada pelo Leoni. Eu conversei com ela sobre alguns temas, mandei a música e Zélia me devolveu a letra em 15 minutos”, conta Henrique.
O single com registro da canção No meu paraíso sai quatro meses após o EP Henrique Portugal & Solar Big Band (2024), lançado em 7 de junho com o tecladista no posto de vocalista da big band nas abordagens de músicas de Beatles e Roberto Carlos, entre outros nomes.
A rigor, o single No meu paraíso e sobressai mais pelo som pop vintage dos teclados do músico do que pelo canto de Henrique Portugal.
“No meu paraíso / Te quero a princípio / Se nada é perfeito / Me arrisco e me ajeito / Quem dirá que é amor? / Qual olhar começou? / Nesse ‘não’ mora um ‘sim’? / O que eu sei mora em mim”, canta Henrique Portugal, dando voz aos versos da letra escrita por Zélia Duncan em 15 minutos.

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Juiz nega pedido de novo julgamento para armeira de ‘Rust’ condenada por morte de diretora de fotografia

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Hannah Gutierrez-Reed foi considerada culpada pela morte de Halyna Hutchins, atingida por um tiro disparado por uma arma segurada pelo ator Alec Baldwin, em outubro de 2021. Alec Baldwin chora após Justiça anular acusações de homicídio culposo
Um juiz do Novo México negou nesta segunda-feira (30) o pedido da armeira Hannah Gutierrez Reed do filme “Rust” para um novo julgamento e manteve sua condenação por homicídio culposo pela morte da diretora de fotografia Halyna Hutchins em 2021. Gutierrez Reed vai permanecer sob custódia para cumprir o restante de sua sentença de 18 meses.
Hannah Gutierrez-Reed havia carregado o revólver com o qual Baldwin estava ensaiando, em outubro de 2021, durante a filmagem em um rancho do Novo México. Além da morte da diretora de fotografia, o incidente deixou o diretor Joel Souza ferido. A arma estava carregada com munição real e não cenográfica. Além de estrelar “Rust”, o Baldwin também era produtor do filme.
Em seu julgamento, os promotores argumentaram que Hannah violou repetidamente o protocolo de segurança e foi negligente. O advogado de defesa argumentou que ela era o bode expiatório pelas falhas de segurança da administração do set de filmagem e de outros membros da equipe.
Hannah Gutierrez-Reed, ex-armeira de ‘Rust’, comparece a julgamento em 27 de fevereiro pela morte de Halyna Hutchins
Luis Sánchez Saturno/Pool/AFP
Juíza anula acusação de Baldwin
No dia 12 de julho, o ator Alec Baldwin chorou após a Justiça dos Estados Unidos anular as acusações de homicídio culposo. A juíza entendeu que houve má conduta da polícia e dos promotores ao ocultar as provas da defesa.
À Justiça, os advogados do ator afirmaram que as autoridades “enterraram” evidências sobre a origem da bala que matou a diretora. Segundo a defesa, munições reais foram apreendidas como parte das evidências, mas não foram listadas no arquivo das investigações.
Vídeo com Alec Baldwin na gravação de ‘Rust’ é divulgado

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