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Festas e Rodeios

MC Don Juan estreia no Rock in Rio e promete show com ‘funkão e couro comendo’

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Ele fala a podcast do g1 sobre estreia no festival, paternidade, pedidos por funk de ‘ousadia’, conversa com Marília Mendonça antes da morte dela e música de que se arrependeu de lançar. MC Don Juan não quer pegar leve. O cantor paulista promete “o bagulho ao extremo” no primeiro show de sua carreira no Rock in Rio, neste sábado (3). “Vai ser couro comendo, funkão mesmo”, define. “Ano que vem eu volto cantando as mais lights”, ele promete.
VEJA A PROGRAMAÇÃO COMPLETA DO ROCK IN RIO
Ele é um dos cantores mais ouvidos do Brasil, com 9 milhões de ouvintes mensais só no Spotify, com sucessos que passeiam entre os funks ousados e parcerias com outros estilos.
Seus dois hits atuais mostram as duas facetas: o funk “Eu vou com carinho, ela quer com força” (com MC Davi e MC G15) e o piseiro “Áudio que te entrega” (com Léo Santana e Mari Fernandez).
Ouça abaixo a entrevista ao podcast g1 ouviu e leia mais sobre cada tópico do papo a seguir:
o início no funk aos 11 anos de idade;
a mudança de voz e a criação espontânea de hits como “Amar, amei”;
a aposta nos “feats” e os planos com Marília Mendonça antes da morte dela;
a cobrança para não abandonar os funks ousados;
os planos para o Rock in Rio;
assumir as rédeas da carreira e cuidar da filha recém-nascida, Mariah.
1 – O início aos 11 anos
Don Juanzinho: o cantor da Zona Sul de São Paulo começou a carreira aos 11 anos
Reprodução / YouTube
Aos 21 anos de idade, Don Juan é um veterano. Ele começou a cantar aos 11 na comunidade da Cheba, na zona sul de São Paulo. Aos 15 já era uma estrela do funk com o hit “Me amarro na noite”.
Na época, nem a mãe aceitava muito o plano do funk. “Quando resolvi cantar, para a minha família aceitar eu tive que mostrar para eles que não era aquilo que eles pensavam”.
Sua geração alcançou feitos que ninguém imaginava, como dar autógrafo para PMs, que antes viam qualquer cantor de funk com preconceito. “Hoje em dia os policiais conhecem a gente, pedem vídeo, falam que os filhos são fãs, que ouvem o trabalho, elogiam”.
“Hoje um molequinho de 11 anos tem várias referências boas para mostrar para o pai dele”, resume Don Juan. “Para o pai falar: ‘Pode pá, vai lá, filho”, Don Juan imita a aprovação que não teve.
2 – Mudança de voz e ‘Amar, amei’
MC Don Juan
Divulgação
Parte de uma geração de ídolos mirins como os MCs Pedrinho, Brinquedo, Pikachu e Hariel, ele passou, como todos os amigos, por um dilema: a mudança de voz na adolescência.
“Teve uns 3, 4 anos bem perturbadores”, ele admite. “Eu vi artistas novos que depois mudaram de voz e não ficou legal… Meus amigos ficavam falando: ‘sua voz vai mudar, ein’. Eu ficava em choque”.
“Meu timbre melhorou bastante e hoje em dia eu acho que antes que era ruim”, ele comemora. Ele foi achando um jeito de cantar mais suave, melódico, fora do funk “retão”, como ele define.
O ponto de virada foi em “Oh novinha”, seguido pela melódica “Amar, amei”. Don Juan escreveu a música enquanto tomava banho, antes de ir gravar “Se eu tiver solteiro”, com o DJ Yuri Martins.
Chegando no estúdio com Yuri, ele falou: “Se liga, mano, fiz uma música aqui hoje tomando banho”. Na verdade, ele só tinha feito o começo da música e, na hora de mostrar, improvisou o resto, “de freestyle”.
Ele nem sabia que o DJ estava gravando tudo que ele falava, e registrou a composição instantânea. “Amar, amei”, foi um dos hits do verão de 2018 e ajudou a espalhar a voz de Don Juan além do funk.
LEIA MAIS: Don Juan fala sobre fase cantando funk mais ‘light’: ‘Pegando todos os públicos’
3 – Aposta nos ‘feats’ e Marília Mendonça
MC Don Juan
Divulgação
“Eu sempre tive vontade de gravar outros estilos, ser aquele cara versátil”, diz Don Juan.
“Quem abriu as portas para mim foram a Maiara e a Maraisa. Elas foram as primeiras, porque tinha um preconceito do pessoal não se misturar com a rapaziada do funk”.
Ele avalia que o próprio funk mudou até ser mais aceito. “Os moleques eram todos muito novos, ninguém tava nem aí pra nada, hoje em dia tem uma estrutura, tem um show ‘da hora’, e os números… Olha só como o funk está…”.
“Eles abraçaram a gente e viram que é bom estar do nosso lado, para unir forças. E para nós é bom também, para chegar em outros ouvidos”. Alok, Xamã, Tarcísio do Acordeon, Mari Fernandez, Psirico e Grupo Presença estão entre os músicos que já gravaram com ele.
Que ninguém duvide da conexão de Don Juan com os cantores de outros estilos. No meio da entrevista, o forrozeiro Zé Vaqueiro liga para ele em videochamada. “Amor da minha vida”, atende Don Juan. “Vamos jantar hoje então, tá?”, eles combinam.
O maior desejo de Don Juan fora do funk era gravar com a outra patroa, amiga da dupla que lhe abriu as portas: Marília Mendonça. Os dois trocaram mensagens pelo Instagram, estavam se seguindo, e Marília postou um vídeo com músicas dele.
“A gente já estava conversando, já tinha uma proposta”, ele diz. A parceria não tinha sido feita quando a cantora morreu, mas “estava para acontecer”, afirma Don Juan.
4 – Não largar os funks ousados
MC Don Juan
Divulgação
Apesar do sucesso em outros estilos, uma das preocupações do MC Don Juan é não perder a conexão com o funk que o consagrou: “Eu tenho muito medo de perder a origem do bagulho”.
“Meus últimos trampos foram sertanejo, piseiro, e a rapaziada abraçou, gostou de me ver nesse segmento. Às vezes o pessoal até cobra eu sozinho nessa parada. Gosto muito e não vou deixar de fazer. Estou planejando músicas com vários artistas”, ele adianta.
“Só que a minha parada é funk, tá ligado? Eu não posso abandonar. O funk me colocou onde estou. A cobrança é muito grande. Às vezes eu estou deixando de falar um pouco de ousadia nas músicas, palavrão, e o pessoal fica pedindo para eu falar. Porque o pessoal gosta disso.”
Ele lançou no início de agosto o EP “Sete chaves” com este objetivo. “Eu estava com bons números, agora chegou a hora de fazer uma parada que eu quero. Tanto que eu fiz as músicas desse álbum todas em uma semana.”
Ele veio, afinal, de uma geração de funkeiros mirins com funks espontâneos. “Às vezes fica muito robô, tá ligado? Fica pensando muito. Mas agora estamos voltando a ser igual antes. Claro que não vamos fazer qualquer coisa. Vamos estar sempre planejando. Mas é melhor não deixar virar muito estratégia, fazer uma parada de coração.”
O hit atual “Eu vou com carinho, ela quer com força” nasceu “do nada”: “A gente estava lá no estúdio, fizemos, e aí eu falei: ‘Vou gravar clipe. Grava aqui numa parede branca mesmo’. “Teve músicas de gastar 400 mil e não foi sucesso igual esse, que não gastou nada. O público sente isso”, reflete.
5 – Rock in Rio
PK, MC Don Juan e Zé Ricardo de pé; MC Hariel, Papatinho, L7nnon e Marvvila sentados
Laura Rocha/g1
Don Juan vai fazer o primeiro show da carreira no Rock in Rio 2022 dividindo o palco com o rapper PK. Mesmo com muito mais audiência do que vários artistas dos palcos principais, ele vai se apresentar em um dos palcos alternativos, o Espaço Favela.
No dia da entrevista, ele ainda não tinha decidido o repertório, mas disse que vai manter o objetivo atual de não se desconectar do funk.
“Ah, no Rock in Rio vai ser o couro comendo, vai ser funkão mesmo. O bagulho ao extremo”, promete Don Juan.
“Ano que vem eu vou cantando as mais light. Esse ano eu vou para mostrar que é o funk mesmo no bagulho.”
6 – Mariah e a rédea da carreira
Don Juan com a filha, Mariah, e a esposa, a DJ Allana
Reprodução / Instagram
O cantor que já chegou a fazer oito shows na mesma noite no começo da carreira hoje consegue diminuir o batidão na estrada.
“Quero fazer menos shows, dar mais atenção para os fãs, chegar lá e ver o que está acontecendo, fazer as coisas com mais calma.” Há uma mudança que permite isso: “Temos um cachê mais caro, tá ligado?”
Não é só na estrada que Don Juan tem mais controle sobre a carreira. Ele reflete mais sobre seus lançamentos. “Eu prefiro fazer uma parada que depois vai me alegrar, porque tem várias coisas que eu fiz antes que hoje em dia eu olho e digo: ‘gente, eu não faria isso’.”
“Tem uma música que eu falo: ‘como vocês deixaram eu lançar? Que música ruim…’ “Desce com a xerequinha” (de 2021), até o nome é ruim. Eu já pedi para os caras excluírem, mas os caras gastaram dinheiro com o clipe, não vão excluir”.
“Agora nem empresário, nem gravadora. Quem decide quais são as paradas que vão soltar para a rua sou eu”.
Mas o maior motivo para colocar o pé no freio dos shows e planejar melhor a vida e a carreira tem nome: Mariah, primeira filha de Don Juan e da esposa, a DJ Allana, nasceu no dia 11 de julho de 2022.
No ano passado, ela perdeu o bebê que estava esperando e o casal não escondeu a tristeza nas redes sociais. Agora ele é só alegria: Don Juan diz que acha a paternidade “da hora” e tem prazer até de ouvir o choro do neném.
“Cê é louco, o pai é monstro, eu tô zica já. Os braços estão ficando até fortes, já.”
MC Don Juan
Divulgação
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Músicas premonitórias? Três casos incríveis de compositoras que ‘previram o futuro’

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Veja casos de cantoras que dizem ter escrito versos que anteciparam acontecimentos e sentimentos. Não há evidências científicas sobre previsões durante processos criativos. Paula Marchesini: em 2004, nos tempos da banda Brava; e em 2020, na carreira solo
Divulgação/Adriana Lins e Acervo Pessoal
É comum ouvir artistas dizendo que sentiram algo diferente quando estavam compondo uma música. Mas há casos ainda mais específicos: os de compositoras que afirmam ter escrito versos que, segundo elas, anteciparam sentimentos e acontecimentos do futuro.
Neste texto, o g1 compila e contextualiza esses relatos de três cantoras. Mais abaixo, veja ainda que dizem especialistas sobre esse tema. Não há evidências científicas sobre a possibilidade de prever o futuro por meio da composição de músicas.
Cantora e… doutora em filosofia
Paula Marchesini era vocalista e compositora do Brava, sexteto carioca de pop rock que durou entre 2000 e 2006, quando ela decidiu ir para a área acadêmica. Ela cantou versos sobre sofrimento e inadequação em músicas como “Todo mundo quer cuidar de mim”, trilha da novela “Malhação”.
Paula fez doutorado em Filosofia na Johns Hopkins, em Baltimore, nos Estadus Unidos. Também estudou e deu aulas em Harvard. “Eu comecei a ficar fascinada com o processo criativo de escrever”, ela explicou ao g1. “É muito misterioso, é uma coisa que bate uma inspiração que não se sabe de onde vem e as palavras vão se escrevendo sozinhas. Parece que você está recebendo uma mensagem pronta de algum lugar divino. Uma coisa muito mágica.”
Ela diz que qualquer pessoa que já tentou se arriscar em um processo criativo pode entender do que ela está falando. “Tem vezes que escrevo músicas que não lembro de ter escrito. Depois ouvindo eu falo: como foi que eu escrevi isso? E isso tudo começou a me intrigar e eu comecei a me interessar por estudar esse processo filosoficamente.”
Paula na gravação do primeiro álbum do Brava, lançado em 2004
Divulgação
Paula foi em busca de outras “perspectivas sobre esse assunto filosófico”. “A minha pesquisa é bem centrada nesse processo criativo. Que que é? De onde vem? Quais as habilidades que envolve e os tipos de resultado que saem de processos criativos? Eu escrevi minha tese de doutorado em parte sobre a Clarice Lispector, porque ela escreve muito sobre isso.”
O livro “A Descoberta do Mundo” compila crônicas de Clarice Lispector (1920-1977) publicadas no final dos anos 60 e começo dos anos 70 no “Jornal do Brasil”. Em uma delas, a autora passa por esse tema: “Suponho que este tipo de sensibilidade, uma que não só se comove como por assim dizer pensa sem ser com a cabeça, suponho que seja um dom. E, como um dom, pode ser abafado pela falta de uso ou aperfeiçoar-se com o uso.”
Paula hoje se divide entre carreira solo e carreira acadêmica. Ela usa a própria experiência para entender seu trabalho como pesquisadora. “Eu penso: ‘Nossa, quando eu tinha 16 anos eu escrevi umas coisas que… como é que eu sabia dessas coisas?’ A minha sensação pessoal é de ter aprendido isso muito mais tarde. Então, rola uma certa sensação de profecia em certas letras. Na minha cabeça, eu passei por essas coisas muito mais tarde. E eu já escrevia sobre isso com 16 anos. É uma sensação estranha.”
KT Tunstall na fase do álbum ‘Kin’, de 2016
Divulgação/Sony Music
A sensação de Paula é parecida com a descrita por outra cantora, a escocesa KT Tunstall. Kate Victoria Tunstall tem 49 anos e hits pop rock como “Suddenly I See”. A música foi trilha da novela “Belíssima” e do filme “O diabo veste Prada”. Nos últimos anos, ela lançou uma trilogia de discos conceituais: o primeiro versava sobre alma; o segundo era sobre o corpo; e o terceiro tinha a mente como tema. KT não quer escrever canções só sobre amor e casais.
A morte, por exemplo, foi a inspiração para “Carried”. “Você não vai morrer onde quer ser enterrado. Alguém tem que te levar até lá e é a última jornada que você vai fazer. Quem vai te levar? Escrevi essa música sobre o peso que outra pessoa precisa carregar por você. Dois meses depois, eu estava literalmente carregando as cinzas do meu pai numa mochila, em um trem”, ela descreveu ao g1, rindo de nervosa. “Que p… é essa? Ele não estava doente nem nada.”
Ela conta que as músicas compostas por ela costumam mudar de sentido com o passar do tempo. “Às vezes, é uma experiência estranha demais… Você escreve sobre um sentimento e cinco anos depois você nota que, na verdade, o sentido era outro.”
Ela cita como exemplo “Lost”, de seu terceiro disco. “Eu pensava que o refrão era sobre amizades ruins, mas depois notei que eu estava escrevendo sobre o colapso do meu casamento.” Ela foi casada com Luke Bullen, ex-baterista de sua banda, entre 2008 e 2013. “Eu ainda estava com meu ex. A música era sobre esse relacionamento, mas não percebi. As músicas têm o hábito de fazer isso: você escreve sobre algo que acha que é uma pequena história e uns anos depois percebe que estava escrevendo sobre algo muito maior”.
Para KT, foi “como se a alma tivesse se impondo ao cérebro”. “O subconsciente tem esse poder, né? É como se tivesse me mostrado o futuro.”
Quando eu hitei: Vanessa Carlton vai muito além de ‘A Thousand Miles’
Vanessa Carlton também diz que, de certa forma, “viu o futuro” com a ajuda de suas músicas. A cantora americana de 44 anos é a dona de “A Thousand Miles”, sucesso de 2002. Desde 2011, quando saiu o álbum “Rabbits on the Run”, ela passou a ser menos uma estrelinha pop e mais uma cantora e compositora de indie folk viajado. O som romântico ao piano deu lugar a músicas psicodélicas.
“Love is an art” saiu logo antes da quarentena por conta da covid-19. Mas ele apresenta temáticas que têm tudo a ver com a pandemia: fala sobre se conectar com os outros e consigo mesmo. Para ela, foi como uma “premonição”.
“É estranho. Não sei se é algum outro tipo de consciência que temos quando estamos no modo de nos expressarmos. Às vezes, é como se estivéssemos usando uma parte diferente do cérebro onde você não está sendo lógico, você está apenas captando energias e outras coisas.”
Não foi a primeira vez que isso aconteceu com ela. Em “I Don’t Want To Be A Bride”, de 2011, havia cantado: “Não preciso de nenhum anel dourado / Não seria suficiente para o amor que isso traz / De Londres ao Tennessee”. “Eu acabei morando e não tinha planos de morar no Tennessee. Conheci meu marido alguns anos depois, ele estava morando em Nashville, então acabei me mudando para o Tennessee.”
“Existem várias coisas assim. E eu acho que todos nós podemos estar em sintonia com o que realmente sentimos, se desacelerarmos e conectarmos a nós mesmos, mas isso é muito difícil de fazer, porque nossos cérebros estão indo tão rápido, sabe?”
Vanessa Carlton em 2020, em foto do álbum ‘Love is an art’
Divulgação/Alysse Gafkjen
O que dizem os especialistas?
Segundo o neurocirurgião Murilo Marinho, a amígdala cerebral é fundamental durante o processo criativo. “Esse sistema límbico é responsável pelas emoções e muito relacionado às composições musicais”, ele explica. Essa região do cérebro se relaciona à criação de “histórias relacionadas a experiências vividas, de alegria, tristeza ou até mesmo sonhos que nunca foram vividos”.
Marinho acrescenta que escrever uma letra, no entanto, é fruto da cooperação entre várias áreas do cérebro. “A região pré-frontal é de extrema importância para realização de funções executivas relacionadas às ideias e aos pensamentos originais.”
Uma pesquisa publicada na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) e noticiada pela BBC identificou que o pensamento criativo ocorre no interior de três redes neurais:
a rede de modo padrão, usada quando o cérebro está gerando ideias e simplesmente imaginando;
a rede de controle executivo, ativada para a tomada de decisões e avaliações de ideias;
e a rede de saliência, usada para discernir quais ideias são relevantes e para facilitar a transição das ideias entre os modos padrão e executivo.
De acordo com o estudo liderado por Roger Beaty, especialista em neurociência cognitiva pela Universidade Harvard, “o cérebro criativo está conectado de uma maneira diferente, e as pessoas criativas são mais capazes de ativar sistemas cerebrais que tipicamente não funcionam juntos”.
Essas conclusões foram obtidas por meio de ressonâncias magnéticas em um grupo de 163 pessoas. Elas foram avaliadas durante atividades criativas e artísticas. “Em geral, pessoas com conexões mais fortes tiveram ideias melhores”, ele explicou.

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‘Coringa: Delírio a dois’ desperdiça Lady Gaga em musical chato mais ousado que o 1º filme; g1 já viu

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Continuação do sucesso inexplicável de 2019 poderia ser muito bom, mas se contenta em ser apenas ‘menos ruim’. Filme estreia nesta quinta-feira (3) nos cinemas brasileiros. Apesar de suas muitas, muitas falhas, “Coringa: Delírio a dois” ao menos é mais ousado que seu já ruim antecessor, o sucesso inexplicável de 2019.
A continuação que estreia nesta quinta-feira (3) nos cinemas brasileiros é uma mistura esquizofrênica de gêneros que nunca se conectam totalmente:
um musical bem executado, mas arrastado, que não sabe e aproveitar do talento e do carisma de Lady Gaga, suposta coprotagonista da história;
um filme de prisão/manicômio com bons momentos e ainda mais clichês;
e um filme de tribunal, previsível e sem qualquer sentido.
Uma aposta mais sincera e focada no primeiro deles poderia elevar “Delírio a dois” a algo muito melhor do que o sofrido “Coringa”. Há vislumbres claros de uma vontade contida – e nunca realizada – de transcender.
Assista ao trailer de “Coringa: Delírio a Dois”
A continuação, no entanto, não tem coragem de abraçar de vez o inesperado e toda vez que se aproxima demais do limite volta meio de supetão para a segurança do previsível.
Uma pena. Ao final de quase duas horas e vinte minutos de duração, a obra dirigida por Todd Phillips (que novamente divide o roteiro com Scott Silver) se contenta em ser apenas não tão ruim quanto a primeira – mas ainda ruim.
Ah, tadinho
“Delírio a dois” é uma continuação direta – e totalmente desnecessária – do filme anterior. Na trama, o comediante fracassado que ficou conhecido como o palhaço assassino Coringa (Joaquin Phoenix) aguarda por seu dia no tribunal.
Preso em um manicômio para criminosos, ele conhece uma fã apaixonada (mais próxima à origem da palavra, “fanática”), que introduz um pouco de alegria, esperança e música em sua vida tão sofrida.
Tais momentos são, de fato, o melhor que o filme tem a oferecer. Infelizmente, o roteiro reserva 99% (aproximadamente) da cantoria a cenas de sonhos ou fantasia. Por mais bem realizadas sejam, elas nunca avançam a história em si, relegadas a intervalos de luxo até a hora de voltar à trama em si.
Sem clássicos para “homenagear”, como seu antecessor cometeu com “Taxi Driver” (1976) e “O rei da comédia” (1982), a sequência é genuinamente mais ousada e perigosamente criativa. Só lhe falta coragem.
Joaquin Phoenix em cena de ‘Coringa: Delírio a dois’
Scott Garfield/Warner Bros. Pictures
Já o enredo principal reflete o tom do primeiro e sofre do grave distúrbio de se levar a sério demais, com algo de incolor e insosso do começo ao fim. Ok, o protagonista é um comediante fracassado e perturbado, mas o roteiro não precisa seguir o exemplo de forma tão radical.
Não chega a ser tão sofrido, dolorido, desgraçado, angustiado e atormentado, com uma trilha sonora de um único violino amargo para pontuar tamanho sofrimento, mas, sem a música, “Delírio a dois” é no máximo anêmico.
Uma evolução, é verdade, mas ainda muito aquém do que o Príncipe Palhaço do Crime (como o vilão do Batman é carinhosamente chamado) dos quadrinhos merece.
Delírio a 1,5
Um dos maiores atores de sua geração, Phoenix entrega outra atuação muito acima da qualidade do roteiro ao qual fica preso. A primeira lhe rendeu o (exagerado) Oscar em 2020 – a segunda, em um filme com recursos já manjados, talvez não tenha a mesma sorte.
A seu lado, é Gaga quem oferece o verdadeiro sopro de ar fresco. Mesmo ao assumir o papel tão marcante da Arlequina (já celebrado nas mãos de Margot Robbie), a cantora apresenta uma versão própria e ao mesmo familiar.
Joaquin Phoenix e Lady Gaga em cena de ‘Coringa: Delírio a dois’
Niko Tavernise/Warner Bros. Pictures
Até por isso, é desesperador perceber que a personagem nunca deixa de ser apenas uma força motivadora para o protagonista. Relegada ao ponto de vista do palhaço, ela não consegue superar a unidimensionalidade de uma fã apaixonada por um ideal furado.
O título promete a dois, mas o delírio do novo “Coringa” sofre para chegar a um e meio no máximo.
O mais triste é que, o tempo todo, o filme flerta com o sucesso. Quando o musical periga ficar maluco demais, descontrolado demais, colorido demais, uma mão invisível (chamada Todd Phillips) puxa as rédeas e devolve o espectador aos corredores frios do manicômio ou à trama chata e sem sentido do julgamento.
É tanto coito interrompido que, depois de um tempo, novas cantorias causam uma reação que mistura trauma com tédio. Assim como o próprio protagonista, o público só quer o doce alívio do fim – que até vem, mas só depois de mais umas 3 ou 4 canções.
Cartela resenha crítica g1
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Caso Sean Diddy tem tudo para provocar ‘MeToo da música’, diz pianista Nomi Abadi

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Em entrevista ao g1, artista comenta acusações contra rapper e fala da Female Composer Safety League, uma rede de suporte voltada a compositoras vítimas de abuso sexual e assédio. sean-diddy-agressão
Imagem de vídeo divulgado pela CNN, que mostra o rapper Sean ‘Diddy’ Combs agredindo a ex-namorada Cassie Ventura. Ao lado, foto do rapper em pedido de desculpas — Foto: Reprodução/CNN e Redes Sociais
“Todos nós já sabíamos. Por muito tempo, ouvimos histórias sobre essas festas”, afirma a pianista Nomi Abadi, em entrevista ao g1 por videochamada. Ela se refere aos luxuosos eventos promovidos pelo rapper Sean “Diddy” Combs — também conhecido como Puff Daddy e P. Diddy —, preso em 16 de setembro sob a suspeita de tráfico sexual e agressão. “Eu conheci uma vítima de P. Diddy. Minha amiga esteve em uma dessas festas… Ninguém a escutou. Ninguém se importou com ela.”
Chamados de “white parties” e “freak-off”, os eventos organizados pelo músico aconteciam desde os anos 2000. Eram privados — sua lista de convidados reunia atores, músicos, empresários e políticos. Jay-Z, Will Smith, Diana Ross, Leonardo DiCaprio, Owen Wilson, Vera Wang, Bruce Willis e Justin Bieber são algumas das celebridades que compareceram aos encontros. Agora, essas festas são o gancho para boa parte das denúncias que Diddy enfrenta.
Caso Diddy: entenda o que é fato sobre o caso
O músico é acusado de abusar sexualmente de mulheres e de drogá-las durante os eventos. Há relatos de que ele, inclusive, teria coagido algumas a usar fluidos intravenosos para recuperação física após submetê-las a longas e violentas performances eróticas. Ele, que ainda não foi julgado, nega todas as acusações que motivaram sua prisão.
“Finalmente, algo está sendo feito”, diz Nomi, pianista indicada ao Grammy (2019) por “Sekou Andrews & The String Theory” e fundadora da Female Composer Safety League (ou Liga de Segurança das Compositoras, em português), uma rede de suporte a compositoras vítimas de abuso sexual e assédio.
“O que rolava nessas festas são coisas muitos ruins. E mesmo envolvendo tantas pessoas, continuava acontecendo.”
A pianista Nomi Abadi
Divulgação
É mais ou menos o que também afirmou a cantora Cassie, ex-namorada de Diddy, em 2023, quando ela abriu um processo contra ele, alegando ter sido estuprada e violentada por mais de uma década. Na ação, que já foi encerrada (sem os detalhes divulgados), a artista afirmou que os supostos crimes do rapper eram testemunhados por muita gente “tremendamente leal” que nunca fazia nada para impedi-lo.
“Teve que chegar num nível ‘Harvey Weinstein’ para que as pessoas pensassem: ‘Ah, talvez isso não seja tão legal'”, diz Nomi, em referência ao magnata de Hollywood condenado a 25 anos de prisão por uma série de crimes sexuais. O caso foi impulsionado pela hashtag #MeToo, que surgiu em 2017 com uma onda de relatos online sobre estupro e assédio. Movimento que chacoalhou a indústria cinematográfica, ao pôr na mira da Justiça nomes como Kevin Spacey, Bill Cosby e Jeffrey Tambor.
Harvey Weinstein no tribunal no dia 4 de outubro
Etienne Laurent/via Reuters/Arquivo
Agora, as acusações contra Sean Diddy têm tudo para desencadear um novo MeToo. Mas, dessa vez, na indústria musical. É o que afirma Nomi, que também é uma das articuladoras do “Sound Off: Make the Music Industry Safe”, campanha que documenta abusos sexuais no setor da música e exige uma série de mudanças na condução dos casos.
“Se isso não acontecer um ‘MeToo da música’ a partir do caso Diddy, eu não sei o que mais pode fazer isso”, afirma a americana. “Espero que o caso traga atenção para os outros. E que isso tudo nem comece, nem termine em Diddy, porque há má muito a ser ganho no campo das conversas. Espero que, finalmente, haja o MeToo que a indústria musical tanto merece, ou melhor, o MeToo que as sobreviventes dessa indústria merecem.”
Sean ‘Diddy’ Combs.
Mark Von Holden/Invision/AP
Várias histórias, diferentes circunstâncias
Sean Diddy não é o primeiro músico a ser acusado de crimes sexuais. A lista é extensa. Dá para citar exemplos como Axl Rose, Chris Brown, Nick Carter e Ross William Wild. Nenhum desses casos, porém, teve a mesma repercussão que a do rapper. O que chegou mais próximo disso foi R. Kelly, cantor condenado a 31 anos de prisão por chefiar durante décadas uma rede de exploração sexual de mulheres e adolescentes.
Para além da repercussão explosiva, o possível envolvimento de Sean Diddy com outros poderosos da indústria durante a execução dos supostos crimes aumenta a chance de novas investigações e condenações no setor, o que é visto por Nomi como um forte potencial para o ressurgimento do MeToo.
Dono do selo Bad Boy Records, o rapper é um influente executivo do mercado fonográfico americano. Apadrinhou artistas como Usher, Mary J. Blige e Notorious BIG, e já foi descrito pela revista “Time” como o “homem mais onipresente do hip-hop”.
“Uma coisa que me surpreendeu quando comecei a frequentar esse meio [de dar suporte a vítimas da indústria] é que cada sobrevivente tem sua própria versão da mesma história. As circunstâncias são diferentes. O que aconteceu com cada pessoa é único. Mas todas elas querem ser validadas, compreendidas e terem seus empregos mantidos”, afirma Nomi. “São os mesmos medos e os mesmos desejos.”
Anos atrás, a cantora moveu processos contra Danny Elfman, compositor de trilhas de blockbusters como “Batman” e “Beetlejuice”. Nas ações, ela alegou ter sido vítima de crimes sexuais. Ele nega. Os dois entraram em um acordo com termos não divulgados.

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