Cantor inglês se inspira no nascimento da filha e fala da busca por vida mais tranquila nas letras do novo álbum, lançado nesta sexta-feira (29). Faixa a faixa explica as 14 novas músicas. O novo álbum de Ed Sheeran é tudo o que o fã espera e tudo que o detrator do ruivinho não aguenta mais. “=” (ou “Equals”) é formado por pop, folk, rap e letras açucaradas ou autobiográficas.
Desta vez, há também um “novo” estilo: o pop de spinning, um som perfeito para academias, corridinhas no parque ou playlists de quem ama o Alok.
A vida pessoal também tem novidades que inspiram as novas músicas. Em 2019, o cantor inglês de 30 anos anunciou uma pausa de 18 meses “para fazer outro álbum e ficar com os gatos”.
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Durante a folga, acabou se tornando pai pela primeira vez, assunto que aparece diretamente em pelo menos duas letras.
Em “Equals”, Sheeran continua cantando sobre a dificuldade de conciliar uma relação estável com a vida noturna. Também segue falando de amor de forma simples e fofa, com baladas que vão ser trilha de casais pelos próximos meses, como já aconteceu com “Perfect”, “Thinking out loud” e tantas outras.
Leia o faixa a faixa de “=” de Ed Sheeran:
A capa de ‘Equals’, álbum de Ed Sheeran
Divulgação
‘Tides’
O álbum começa com um ar de britpop, um rock de batidas quadradas e alternância barulho-silêncio. O arranjo faz lembrar Coldplay da fase “Viva La Vida” ou qualquer coisa do Mumford & Sons. A letra é como se fosse um editorial do álbum. Ele começa falando que cresceu, é um pai agora. “Tudo mudou, mas eu sou o mesmo de algum jeito”, avisa.
“Eu perdi a confiança em que eu era / Estava muito ocupado ficando louco e tentando fazer meus números subirem”. É dura a vida de popstar do streaming.
‘Shivers’
É o segundo single, que tem mais a ver com a sonoridade geral do álbum. A letra é mais uma cantando o amor de forma açucarada. Parece que ele pegou vários papéis de bala ou frases de cartão de Dia dos Namorados e foi enfileirando. Uma flecha atingiu o coração dele; ele nunca beijou alguém assim; ele dança sob a luz do luar; ele quer beber o sorriso da amada. Sinestésica e brega, a música tem letra fofa e arranjo sacolejante mediano.
‘First Times’
Todo álbum de Ed Sheeran tem sua “Thinking out loud”, uma balada sobre o amor eterno, uma promessa de “até que a morte nos separe”. “First times” canta as primeiras vezes de um casal, ao som de dedilhados apaixonados. Ele cita mais uma vez o primeiro bebê Sheeran.
‘Bad Habits’
Primeiro single do álbum, “Bad Habits” representa o auge do pop de spinning. Se você não ouviu esta canção na academia, ou pedalando uma bike ergométrica, é porque você não frequenta academias e não pedala bikes ergométricas.
Ao som de um arranjo que faz lembrar um remix do Alok para uma propaganda de achocolatado, a letra fala sobre uma pessoa que roda por boates, mas acaba no colo da amada. É a mesma temática de “I don’t care”, cantada com Bieber, no álbum anterior: o eu-lírico não quer festa, não quer bebedeira, só quer um colinho.
‘Overpass Graffiti’
O terceiro single segue o pop de academia, mas agora é uma academia dos anos 80. Com voz mais alterada do que de costume e batidas bem new wave, Ed Sheeran entrega uma canção menos perfeitinha para rádio. É até alternativa, para os padrões dele. É tipo um Killers para iniciantes. Fofa.
‘The Joker and the Queen’
A balada ao piano é bem genuína, parece ter sido gravada no primeiro take, com ele tocando e cantando ao mesmo tempo. Seria interessante ouvir um álbum de Ed inteiro assim, romântico e rústico.
Ed Sheeran
Divulgação/Warner
‘Leave Your Life’
Aos que admiram o lado R&B de Ed Sheeran, a indicação é correr para esta faixa sete. Ao som de uma espécie de beatbox super processado, ele mostra como é um excelente cantor. A voz tem vários efeitos, mas aparece também sem tanta pós-produção: ele canta grosso, vai para o falsete, estica as sílabas. É a única escrita com Elvira Anderfjärd, parceira de Taylor Swift.
‘Collide’
Ed Sheeran sabe falar de amor de forma genérica, mas também gosta de ser super específico. Nesse pop eletrônico, ele abusa disso, listando o que já fez de diferente com a amada: “Já fomos a um bar irlandês no centro de Roma / Fomos levados para hospitais com os ossos quebrados… Já nos atrapalhamos em cubículos de Tóquio”.
Ed Sheeran durante show no Allianz Parque, em São Paulo
Celso Tavares/G1
‘2step’
É hora do Ed Sheeran rapper. De novo, ele rima sobre ser notívago, mas se sentir bem só quando volta para a esposa. “Estamos vivendo a vida em um ritmo diferente, presos em uma corrida constante”, resume ele. Querer sair à noite, depois se arrepender disso, e daí dizer que prefere ficar com a esposa: essa parece ser uma questão recorrente para Sheeran.
‘Stop the Rain’
A guitarrinha do final dos anos 90 ou começo dos anos 2000 (consagrada em “Torn”, da Natalie Imbruglia) conduz esse pop de letra sobre a chuva e a impossibilidade de pará-la. Quando o coral de “Yeah-yeah” toma conta de tudo no fim, você nota que é uma das piores do álbum.
‘Love in Slow Motion’
Ed volta à melhor forma ao falar sobre um amor em câmera lenta, com mais imagens e dedilhados (de piano e violão). É a segunda balada estilo “Thinking out loud”, mas menos manjada do que “First times”. “E eu quero amar esta noite / Um a um, à luz de velas”, convida ele.
‘Visiting Hours’
Balada sem muita invencionice, que vale pela letra. É uma bonita homenagem para o produtor australiano Michael Gudinski, com quem o cantor trabalhou. Segundo ele, Gudinski era “uma figura paterna e um mentor”. Na letra, ele canta que queria que existissem horários de visitação no céu.
‘Sandman’
É um pop praieiro e infantil, uma canção de ninar para a filha, Lyra Antarctica. “Teto coberto de chocolate e carros de doces / Rio de açúcar arco-íris no qual podemos navegar / Livros de marshmallow e morangos / Bonecos de neve feitos de sorvete”. Seria legal que o próximo álbum fosse um “Ed Sheeran só para baixinhos”.
‘Be Right Now’
O álbum termina como começou, mais britpop, mais Coldplay (ou Keane, para ser mais exato). “Eu não quero perder nada / Podemos virar o mundo inteiro para baixo / E ouça o que está nas entrelinhas / Nós somos, nós somos o som”.
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