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Festas e Rodeios

Mônica Salmaso tem obra que justifica a honra de protagonizar com Chico Buarque o show ‘Que tal um samba?’

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Trajetória da cantora paulistana é coerente e se afina com o universo musical do compositor carioca. Mônica Salmaso e Chico Buarque dividem o palco no show ‘Que tal um samba?’
Leo Aversa / Divulgação
♪ ANÁLISE – Pelo fato de Mônica Salmaso ainda ser cantora ouvida e cultuada somente em nichos onde a MPB resiste, imune às contemporaneidades do mercado de música pop, certamente haverá quem – entre a fiel e imensa legião de admiradores e seguidores de Chico Buarque – possa estranhar a presença destacada da cantora paulistana na turnê do show Que tal um samba?, estreado pelo artista carioca neste mês de setembro de 2022.
Bem mais do que uma participação especial, a presença de Salmaso no show a coloca quase de igual para igual com o anfitrião na divisão do roteiro que encadeia 36 músicas em 33 números. Solista das seis músicas iniciais, a cantora dá voz a outras 13 músicas com Chico, se contabilizadas as inserções do Samba da minha terra (Dorival Caymmi, 1940) e do Samba da benção (Baden Powell e Vinicius de Moraes, 1966) na música-título Que tal um samba? (Chico Buarque, 2022).
E que voz lapidar! Ouvidos atentos, como os de Edu Lobo, já detectaram há anos em Salmaso uma das maiores cantoras do Brasil em todos os tempos. Uma grande cantora hábil na conciliação precisa de técnica apurada e emoção refinada que, tivesse surgido nos anos 1960 ou nos anos 1970, décadas regidas pelo gênero rotulado como MPB na era dos festivais, certamente teria sido posta no mesmo panteão de Nana Caymmi e mesmo de Maria Bethânia.
E por falar na intérprete baiana, Bethânia até então era a única cantora que tinha dividido um show com Chico Buarque em 1975 (até então, o cantor costumava se apresentar com o grupo MPB4). Não é preciso ter visto o show Que tal um samba? para atestar que Salmaso está à altura do convite pelo histórico da artista.
Mônica Salmaso e Chico Buarque são artistas refratários às contemporaneidades da música brasileira
Leo Aversa / Divulgação
Dividir o palco com Chico Buarque amplia a visibilidade da cantora e simboliza a coroação de trajetória iniciada em 1989 como integrante do elenco da peça O concílio do amor, dirigida pelo encenador mineiro Gabriel Villela.
Quando começou a construir a obra fonográfica, fundada em 1995 com a gravação do álbum Os afro-sambas (1996) com o violonista Paulo Bellinati, Salmaso foi corajosa o suficiente para pavimentar discografia alicerçada nos cânones da MPB e geralmente pautada por regravações (a cantora nunca fez um álbum com músicas majoritariamente inéditas).
Desde então, com extrema coerência, Salmaso vem lançando discos de caráter atemporal, distanciados do tempo presente da música brasileira, o que gera eventualmente a percepção de se tratar de cantora antiga. Assim como o álbum Voadeira (1999) podia ter sido lançado em 2014, o majestoso Corpo de baile (2014) – songbook dedicado ao cancioneiro de Guinga e Aldir Blanc – bem poderia ter chegado ao mercado fonográfico em 1999.
Sob esse prisma, é nítida a afinidade musical entre Mônica Salmaso e Chico Buarque, cantor e compositor também apegado às tradições da MPB e dono de discografia formatada sem as contemporaneidades que tanto seduzem e revigoram Caetano Veloso, para citar somente um exemplo de ícone da MPB que caminha em direção oposta à de Chico, sem que isso diminua o valor e a música de um ou de outro.
Mesmo que não tivesse abordado o cancioneiro de Chico no álbum Noites de gala, samba na rua (2006), Mônica Salmaso já tinha deixado claro que é cantora à altura da obra do compositor de Paratodos (1993). E o fato é que dividir o palco com Chico Buarque no show Que tal um samba? – cuja turnê percorre o Brasil até o primeiro semestre de 2023, pelo menos – contribuirá para que mais e mais ouvintes atentem para a grandeza de Mônica Salmaso.

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Zizi Possi enfrenta ‘temporais’ de Ivan Lins e Vitor Martins em disco que traz também músicas de Gabriel Martins

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Fabiana Cozza, Leila Pinheiro e Rita Bennedito também integram o elenco feminino do EP ‘Elas cantam as águas’, previsto para ser lançado em 2025. ♫ NOTÍCIA
♪ Iniciada em 1974, a parceria de Ivan Lins com o letrista Vitor Martins se firmou ao longo das décadas de 1970 e 1980 nas vozes de cantoras como Elis Regina (1945 – 1982) e Simone, além de ter embasado a discografia essencial do próprio Ivan Lins.
Uma das pedras fundamentais da MPB ao longo destes 50 anos, a obra de Ivan com Vitor gera frutos. Previsto para 2025, o disco Elas cantam as águas reúne seis gravações inéditas.
Três são abordagens de músicas de Ivan Lins e Vitor Martins. As outras três músicas são de autoria do filho de Vitor, Gabriel Martins, cantor e compositor que debutou há sete anos no mercado fonográfico com a edição do álbum Mergulho (2017).
No EP Elas cantam as águas, Zizi Possi dá voz a uma música de Ivan e Vitor, Depois dos temporais, música que deu título ao álbum lançado por Ivan Lins em 1983 e que, além do autor, tinha ganhado registro somente do pianista Ricardo Bacelar no álbum Sebastiana (2018).
Fabiana Cozza mergulha em Choro das águas (Ivan Lins e Vitor Martins, 1977), canção que já teve gravações de cantoras como Alaíde Costa, Tatiana Parra e a própria Zizi Possi. Já Guarde nos olhos (Ivan Lins e Vitor Martins, 1978) é interpretada por Adriana Gennari.
Da lavra de Gabriel Martins, Chuvarada – parceria do compositor com Belex – cai no disco em gravação feita por Leila Pinheiro (voz e piano) com a participação de Jaques Morelenbaum no toque do violoncelo e com produção da própria Leila, que também assina com Morelenbaum o arranjo da faixa que será lançada em 11 de outubro como primeiro single do disco.
Já Rita Benneditto canta Plenitude (Gabriel Martins e Carlos Papel). Completa o EP a música Filha do Mar [Oh Iemanjá], composta somente por Gabriel Martins e com intérprete ainda em fase de confirmação.
Feito sob direção musical de Gabriel Martins em parceria com a pianista, arranjadora e pesquisadora Thais Nicodemo, o disco Elas cantam as águas chegará ao mercado em edição da gravadora Galeão, empresa derivada da Velas, companhia fonográfica independente aberta em 1991 por Ivan com Vitor Martins e o produtor Paulinho Albuquerque (1942 – 2006).

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Médico que ajudou a fornecer cetamina a Matthew Perry se declara culpado por morte do ator

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Conhecido por atuar em ‘Friends’, Matthew Perry morreu em outubro de 2023 por overdose. Mark Chaves é uma das cinco pessoas que enfrentam acusações federais pela morte do ator Matthew Perry
Mike Blake/Reuters
O médico Mark Chavez se declarou culpado por fornecer cetamina ao ator Matthew Perry, morto por overdose em outubro de 2023. O americano fez sua declaração nesta quarta-feira (2), no tribunal federal de Los Angeles (EUA), e se tornou a terceira pessoa a admitir culpa pela morte do ator, que ganhou fama ao interpretar Chandler em “Friends”.
Até a conclusão da sentença, Chavez está livre sob fiança. Ele concordou em entregar sua licença médica. Seu advogado, Matthew Binninger, havia dito em 30 de agosto que ele estava arrependido e tentava “fazer tudo para corrigir o erro”.
Além de Chavez, há dois envolvidos na morte de Perry: Kenneth Iwamasa, assistente do ator, e Erik Fleming, outro fornecedor de droga.
Perry foi encontrado morto em uma banheira de hidromassagem. Quem achou seu corpo foi Iwamasa, que morava com ele.
O assistente admitiu que várias vezes injetou cetamina no ator sem treinamento médico, inclusive no dia de sua morte. Já Fleming alegou ter comprado 50 frascos de cetamina e repassado para Iwamasa.
A Justiça americana ainda investiga mais duas pessoas: Salvador Plasencia, outro médico, e Sangha, suposta traficante conhecida como “Rainha da Cetamina”.
O ator Matthew Perry, morto aos 54 anos, em imagem de 2009
Matt Sayles, File/AP
Um ano antes de morrer, Perry havia lançado sua autobiografia: “Friends, Lovers and the Big Terrible Thing”.
“Existe um inferno”, escreveu Perry, no livro, que narra sua luta contra a dependência química durante os últimos anos de gravação de “Friends”. “Não deixe ninguém lhe dizer o contrário. Eu estive lá; isso existe; fim de discussão.”
O ator, que, na época do vício, passou pela clínica de reabilitação, havia dito que já se sentia melhor e queria que o livro ajudasse as pessoas.
Médio Mark Chavez e Matthew Perry.
Robyn Beck / AFP e Willy Sanjuan/Invision/AP

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Dinho fala de sertanejo no Rock in Rio e revela que Capital Incial fará turnê de 25 anos do ‘Acústico MTV’

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‘Meu instinto é dizer que eles têm o Rock in Rio deles, eles têm Barretos’, diz cantor. No g1 ouviu, ele revelou que banda sairá em turnê comemorativa a partir de março de 2025. Sertanejo no Rock in Rio? Dinho Ouro Preto opina
Dinho Ouro Preto, vocalista do Capital Inicial, opinou sobre a estreia do sertanejo no Rock in Rio. O cantor foi o entrevistado do g1 Ouviu, o podcast e videocast de música do g1, nesta quarta-feira (2).O Capital é uma das atrações que mais tocou no festival, com nove apresentações ao todo.
“Meu instinto é dizer que eles têm o Rock in Rio deles, eles têm Barretos. E ali eu via como a nossa Marques de Sapucaí. Era nossa vez, nossa turma. Mas me lembraram que o primeiro Rock in Rio também foi mais eclético”, ele opinou.
O cantor ainda afirmou ter sentido falta de ter visto mais shows de rock e de pop no festival. Para ele, uma solução poderia ser separar melhor os dias. Na edição deste ano, em setembro, astros da música sertaneja foram incluídos no Dia Brasil, com programação só brasileira. Num bloco de apresentações dedicada ao estilo, vão subir ao palco Ana Castela, Simone Mendes e Chitãozinho & Xororó.
Foram necessários 40 anos para o maior festival de música do Brasil se render ao gênero musical mais ouvido do país – enfrentando o grande tabu de uma ala roqueira mais conservadora.
Turnê dos 25 anos do Acústico MTV
Na entrevita ao g1, Dinho também revelou que o Capital Inicial sairá em turnê comemorativa para celebrar os 25 anos do álbum “Acústico MTV”.
O disco foi lançado em 2000 e colocou a banda em outro patamar, segundo ele. A turnê terá Kiko Zambianchi, que também tocou no acústico, e deve passar por 25 cidades brasileiras, a partir de março de 2025.
Dinho Ouro Preto dá entrevista ao g1 Ouviu
Fabio Tito/g1

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