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Festas e Rodeios

‘Até os ossos’ mistura romance e terror com uma receita para estômagos fortes; g1 já viu

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Diretor de “Me chame pelo seu nome” volta a trabalhar com Timotheé Chamalet. Filme que ganhou dois prêmios em Veneza retrata canibalismo e amor sem emoções baratas. É curioso notar que “Até os ossos”, filme que estreia nos cinemas nesta quinta-feira (1), possui alguns elementos que já faziam parte dos trabalhos anteriores feitos por seu diretor, Luca Guadagnino:
A descoberta do primeiro amor, que vem de onde menos se espera (“Me chame pelo seu nome”)
Uma protagonista em busca por sua verdadeira identidade (a série “We are who we are”)
Fortes elementos de suspense e terror, com sequências perturbadoras (o remake de “Suspiria”)
O novo ingrediente que é adicionado a essa mistura é o fato de que seus personagens principais possuem em comum a compulsão por carne humana. Isso pode causar um certo desconforto para quem assistir ao filme, claro.
Assista ao trailer do filme “Até os ossos”
Mas o filme conta tão bem a sua história que esse elemento incômodo faz todo o sentido para o desenvolvimento da trama e não está jogado de qualquer maneira, como acontece em muito filme de terror de baixa qualidade, que está mais interessado em apenas chocar do que realizar um bom trabalho no gênero.
Assim, o público é apresentado à história de Maren (Taylor Russell, de “Escape Room”), uma jovem que, durante os anos 1980, sempre mostrou desejo por comer carne humana. Após um incidente, ela é abandonada pelo pai (André Holland), que lhe deixa uma fita falando sobre onde pode estar sua mãe, que ela nunca conheceu.
Maren (Taylor Russell) embarca numa jornada para descobrir sobre seu passado em “Até os ossos”
Divulgação
Ela decide, então, embarcar numa viagem que a faz atravessar os Estados Unidos em busca de seu passado. No caminho, conhece pessoas que têm os mesmos gostos que ela, como Sully (Mark Rylance, de “Dunkirk”) e Lee (Timothée Chamalet, de “Duna”).
A moça se envolve com o rapaz e começa a aprender a sobreviver na marginalidade e a lidar com a sua compulsão. As diversas experiências por quais Maren passa ao lado de Lee mudam seu modo de ver o mundo, enquanto continua sua jornada para entender quem ela realmente é.
Lee (Timothée Chamalet) e Maren (Taylor Russell) se envolvem em “Até os ossos”
Divulgação
Amor canibal
O que mais chama a atenção em “Até os Ossos” é como Luca Guadagnino se mostra um diretor hábil em lidar com um tema espinhoso como o canibalismo para desenvolver uma boa história de amor.
Embora jamais amenize nas cenas mais graficamente chocantes e cria bons momentos de suspense e terror, o cineasta prefere desenvolver melhor os momentos em que seus protagonistas desenvolvem seu relacionamento romântico.
Assim, à medida que a trama avança, o público passa a ser cativado pelo casal, mesmo quando eles cometem atos bastante questionáveis. Isso é graças à habilidade do diretor de não apelar para emoções baratas e criar sequências que mostram como a relação entre os dois é construída de forma natural e até mesmo honesta.
Ao mesmo tempo, Guadagnino não esconde as falhas de caráter dos personagens, tornando-os mais densos e até mesmo humanos, o que ajuda o expectador a embarcar em sua jornada.
Lee (Timothée Chamalet) e Maren (Taylor Russell) buscam por seus lugares no mundo em “Até os ossos”
Divulgação
O roteiro escrito por David Kajganich (que trabalhou anteriormente com Guadagnino em “Suspiria”), inspirado no livro de mesmo nome de Camille de Angellis e que será lançado no Brasil pela Companhia das Letras, ajuda a tornar plausível a proposta do filme.
O texto mostra bem os conflitos que os personagens principais vivem sem maniqueísmos, além de se mostrar em sintonia com a direção de Guadagnino. Isso se mostra um dos pontos mais fortes do filme.
O único porém de “Até os ossos” é que o longa perde um pouco de sua objetividade lá pela metade e dá voltas em círculos, sem conseguir acrescentar nada de relevante para a trama. Esse também era um problema em “Me chame pelo seu nome” e, ao que parece, Guadanigno ainda não aprendeu a lição. Felizmente, o filme volta aos trilhos em sua parte final.
Mark Rylance interpreta o estranho e sinistro Sully em “Até os ossos”
Divulgação
Bicho-Papão
Outro elemento que funciona em “Até os ossos” é a boa escolha de seu elenco. A pouco conhecida Taylor Russell mostra firmeza ao interpretar Maren e se sai bem tanto nas cenas românticas quanto nas de suspense e tensão. Ela faz uma boa dupla com Timothée Chamalet, que volta a trabalhar com Luca Gadanigno anos depois de estrelar “Me chame pelo seu nome”.
O jovem astro, que também assina como um dos produtores, entrega mais uma boa atuação para o seu currículo, mostrando que prefere representar tipos desajustados no cinema.
No entanto, o grande nome do elenco é mesmo Mark Rylance, como o estranho e sinistro Sully. O ator, vencedor do Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por “Ponte dos Espiões”, encontra aqui o papel perfeito para criar um dos tipos mais marcantes e bizarros de sua carreira.
Basta ver como ele consegue assustar e causar desconforto usando apenas sua voz calma enquanto descreve coisas horríveis que é capaz de fazer, como numa cena em que tenta convencer Maren a ser sua parceira de viagens e jantares.
Além disso, Rylance é o grande responsável pelos momentos mais tensos do filme e ele se entrega totalmente a momentos que causam verdadeiro asco. Toda vez que está em cena, o público tem certeza de que algo terrível e muito ruim vai acontecer, o que eleva o suspense o terror do longa.
Taylor Russell e Timothée Chamalet estrelam “Até os ossos”, novo filme de Luca Guadanigno
Divulgação
Vale destacar também a curta, porém importante, participação de Michael Stuhlbarg como um caipira que também gosta de comer carne humana. Em poucos minutos, o ator que também esteve em “Me chame pelo seu nome” também chama a atenção pelo modo intimidador que o torna imprevisível. O restante do elenco, que conta com nomes como Jessica Harper e Chloë Sevigny, têm boas atuações.
Vencedor dos prêmios de Melhor Direção e de Melhor Atriz Jovem para Taylor Russell no Festival de Veneza de 2022, “Até os ossos” vale para quem está procurando ver uma história de amor que foge do tradicional.
Mas pode ser intragável para quem não conseguir embarcar na proposta mostrada no filme. De qualquer maneira, o longa consegue lidar com sua temática complexa com uma eficácia que, nas mãos de outros realizadores menos capacitados, poderia se tornar uma produção difícil de engolir.

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Post Malone anuncia show exclusivo no festival VillaMix, em São Paulo

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Cantor será uma das principais atrações do festival, conhecido por focar na música sertaneja. Post Malone canta no The Town 2023
Luiz Franco/g1
O festival VillaMix anunciou o cantor Post Malone como uma das atrações da edição de 2024, no dia 21 de dezembro na Neo Química Arena, em São Paulo.
O show será exclusivo no festival, conhecido por focar em música sertaneja. Segundo a organização, a primeira edição em 5 anos de evento trará country, pop e sertanejo, e o line-up completo ainda será revelado.
A venda geral já tem início no próximo dia 7, pela Eventim.
Post Malone esteve no Brasil pela última vez em 2023, quando se apresentou no The Town. Ele apostou em versões roqueiras de hits mais antigos, e fechou a programação do primeiro dia de festival. Relembre como foi.
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Chris Brown esgota 50 mil ingressos em uma hora para show em São Paulo

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Músico anunciou show extra no Allianz Parque. Ingressos serão vendidos nesta quinta-feira (3). Chris Brown esgota ingressos para show em SP
Paul R. Giunta/Invision/AP
Os ingressos para o show de Chris Brown no dia 21 de dezembro, em São Paulo, esgotaram rapidamente nesta quinta-feira (3). Segundo a Live Nation, foram 50 mil ingressos vendidos em uma hora.
Com isso, o cantor anunciou mais uma apresentação para o dia 22, também no Allianz Parque. Os valores estão entre R$ 210 (cadeira superior, meia-entrada) e R$ 790 (pista premium, inteira).
Os ingressos para a nova data também serão vendidos nesta quinta-feira, a partir das 15h, no site da Ticketmaster, ou na bilheteria oficial a partir das 15h30.
Chris Brown não se apresenta no Brasil desde 2010. Após passar pelos EUA e Canadá com a turnê “11:11”, o cantor trará um show diferente ao país, focado em seus maiores sucessos. O setlist deve incluir hits novos, como “Under the Influence”, e sucessos de Brown dos anos 2000.
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Voz icônica de Cid Moreira também fica eternizada em volumosa discografia calcada em orações e textos religiosos

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♫ MEMÓRIA
♪ A voz de Cid Moreira (29 de setembro de 1927 – 3 de outubro de 2024) é imediatamente reconhecida por todos os brasileiros desde 1969, ano em que o locutor começou a apresentar o Jornal Nacional, função exercida até 1996. Essa voz icônica, inconfundível, se calou hoje com a morte de Cid Moreira aos 97 anos, em Petrópolis (RJ), mas fica eternizada na extensa discografia do apresentador.
Lançando mão da oratória exemplar, Cid debutou no mercado fonográfico há 49 anos com a edição em 1975 do single Poemas pela gravadora Som Livre. Em 1977, o locutor lançou o primeiro álbum, Oração da minha vida, posto no mercado pela Edições Paulinas Discos.
Desde então, Cid Moreira construiu discografia calcada em orações e textos religiosos. Somente a série de discos Salmos gerou três volumes lançados em 1986, 1988 e 1996. Entre um e outro volume, o locutor lançou em 1994 o álbum O sermão da montanha, ao qual se seguiu o disco Quem é Jesus? em 1995.
Em 1999, Cid Moreira apresentaria o maior lançamento fonográfico da carreira, Paisagens bíblicas – As mais belas histórias da Bíblia interpretadas por Cid Moreira, monumental coleção composta por 24 discos. Foi um sucesso de vendas.
Outras coleções vieram no rastro desse êxito a partir dos anos 2000, com álbuns em que Cid Moreira interpretava textos do Velho Testamento e do Novo Testamento com a voz formal que jamais será esquecida pelo povo brasileiro.
Capa do primeiro single de Cid Moreira (1927 – 2024), “Poemas”, lançado em 1975
Reprodução / Capa de disco

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