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Festas e Rodeios

‘Samba esquema novo’ de Beth Carvalho é historiado com paixão em livro sobre o disco ‘De pé no chão’

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Capa de ‘O livro do disco – De pé no chão – Beth Carvalho’
Divulgação
Resenha de livro
Título: O livro do disco – De pé no chão – Beth Carvalho
Autoria: Leonardo Bruno
Edição: Cobogó
Cotação: ★ ★ ★ ★
♪ Dos 23 álbuns gravados em estúdio por Beth Carvalho (5 de maio de 1946 – 30 de abril de 2019) entre 1969 e 2011, o sétimo, De pé no chão, é justificadamente o mais comentado e dissecado pela revolução causada no mundo do samba por esse disco lançado em 1978.
Para estudiosos do samba e para admiradores mais informados da cantora carioca, a narrativa construída pelo jornalista Leonardo Bruno nas 152 páginas de O livro do disco – De pé no chão – Beth Carvalho apresentará baixo teor de novidade. Ainda assim, o título dedicado ao inovador álbum de Beth na série O livro do disco merece menção honrosa na coleção da editora Cobogó.
Notório conhecedor do universo do samba, Leonardo Bruno historia com precisão, objetividade jornalística e paixão o disco surgido do encontro da cantora, em 1977, com os bambas então desconhecidos que se reuniam às quartas-feiras na quadra do bloco Cacique de Ramos, no subúrbio carioca, para armar roda de samba sob a lendária tamarineira fincada no terreno situado na Rua Uranos, 1.326.
Após expor brevemente o percurso fonográfico de Beth Carvalho, o autor narra a chegada da cantora na quadra, a progressiva intimidade e respeito conquistados com os músicos da roda – a ponto de a já famosa cantora ter dormido na sala da casa de Jorge Aragão na noite em que precisava descansar brevemente antes de ir para o aeroporto pegar avião na manhã seguinte – e os problemas naturais decorrentes da decisão de Beth de levar os bambas para o estúdio para tentar reproduzir no disco a sonoridade nova que ouvira na quadra do Cacique de Ramos.
Através de entrevistas realizadas com Beth, com o produtor musical Rildo Hora (piloto dos discos de Beth de 1976 a 1984, período que quase cobre a passagem da cantora pela gravadora RCA), com ritmistas como Ubirany (1940 – 2020) e com os engenheiros de som Luiz Carlos T. Reis e Mario Jorge Bruno, o autor reconstitui o clima das gravações do álbum De pé no chão – e, nesse quesito, reside o maior mérito do livro.
Como os bambas do Cacique de Ramos puseram na roda instrumentos então novos como o tantã (idealizado por Sereno), o repique-de-mão (criado por Ubirany) e o banjo formatado por Almir Guineto (1946 – 2017) com Mussum (1941 – 1994), tanto o produtor quanto os técnicos tiveram que testar como o som reverberava com a roda armada no estúdio.
Bruno conta que, para tentar ser o mais possível fiel ao clima da quadra do Cacique, Beth Carvalho pediu à direção da gravadora RCA permissão para oferecer rodadas de cervejas e tira-gostos no estúdio – outra inovação, já que, na época, a companhia restringia o consumo de alimentos e bebidas alcóolicas no ambiente de gravação dos discos.
Além de dissecar a criação da capa (fotografada por Ivan Klingen in loco, ou seja, na quadra do Cacique) e de comentar o repertório lapidar do disco, formado por partidos altos do quilate de Ô Isaura (Rubens da Mangueira, 1978), Marcando bobeira (João Quadrado, Beto Sem Braço e Dão, 1978) e Goiabada cascão (Wilson Moreira e Nei Lopes, 1978), mas impulsionado nas rádios pelo estouro imediato de Vou festejar (Jorge Aragão, Dida e Neoci Dias, 1978), Leonardo Bruno faz a narrativa avançar sobre outros álbuns de Beth, notadamente o disco posterior No pagode (1979), e sobre a explosão do pagode carioca ao longo dos anos 1980, chegando até o show comemorativo dos 40 anos do álbum em 2018.
O estouro dos bambas do Fundo de Quintal foi efeito direto da revolução causada por De pé no chão, álbum de peso comparado pelo autor apaixonado ao impacto de Chega de saudade (João Gilberto, 1958), disco lançado 20 anos antes que se tornara a pedra fundamental da bossa nova.
A paixão é exercida por Bruno com o pé no chão na narrativa do livro lançado em setembro. Afinal, o samba esquema novo de Beth Carvalho abalou as estruturas do pagode e, desde então, nada foi mais do jeito que já tinha sido um dia nas quadras do Brasil.

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Bruno Mars começa tour no Brasil; show deve ter piada com calcinha e hit gravado com Lady Gaga

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Antes de turnê com 14 apresentações, g1 assistiu ao show do cantor para convidados. Com setlist semelhante ao do The Town, Bruno deve incluir novas piadinhas e grito de ‘Bruninho is back’. Bruno Mars encerra show no The Town com o sucesso ‘Uptown Funk’
Bruno Mars começa nesta sexta-feira (4) uma sequência de 14 shows, que vai até o dia 5 de novembro. Antes dessa turnê brasileira, o cantor havaiano de 38 anos fez um show beneficente no Tokio Marine Hall, em São Paulo, na terça-feira (1º). A apresentação para 4 mil pessoas arrecadou R$ 1 milhão para as vítimas da tragédia climática no Rio Grande do Sul.
No show para famosos, convidados e também fãs que participaram de uma promoção, ele seguiu uma estrutura de setlist bem parecida com a do The Town. Bruno fez dois shows no festival paulistano, em setembro de 2024.
Ele ainda começa o show com “24 Magic” e termina com a trinca “Locked Out of Heaven”, “Just the Way You Are” e “Uptown Funk”. No show exclusivo antes da turnê, ele se comunicou um pouco menos com o público.
Entre as poucas interações, gritou “Bruninho is back!”, quando a plateia começou a gritar “Bruninho! Bruninho! Bruninho”, ainda no começo. Em “Billionaire”, alterou parte da letra e cantou “different calcinhas every night”, brincadeira que foi muito aplaudida.
Há ainda uma parte piano e voz, em que ele emenda várias músicas, começando com “Funk You” e passando por “Grenade”, “Talking to the moon” e “Leave the door open”, a única que ele toca do projeto Silk Sonic. A novidade nessa parte, que rolou no show de terça, deve ser a inclusão de um trecho de “Die With a Smile”, música lançada com Lady Gaga em agosto passado.
Bruno Mars
Divulgação
No show do Tokio Marine Hall, um pouco mais curto do que os da turnê, não houve a versão instrumental de “Evidências”, de Chitãozinho & Xororó, tocada por seu tecladista. O solo de bateria, porém, continua presente. Então, não se sabe qual música brasileira será homenageada pela banda de Mars.
A banda que o acompanha, The Hooligans, segue impecável e o ajuda em coreografias cheias de gingado. Para tocar com Mars, não basta ser ótimo músico, tem que saber dançar. Com toda essa atmosfera de suingue e simpatia, fica difícil não se encantar pelo charme de Bruninho.
O repertório de Mars vai do soul ao pop rasgado, passando por R&B, levadas de reggae e baladas perfeitas para pedidos de casamento, como “Marry You”.
Antes dos shows no The Town, Bruno havia vindo ao Brasil em 2017 e em 2012, quando foi atração do festival Summer Soul.
Bruno Mars no Brasil
São Paulo: 4, 5, 8, 9, 12 e 13 de outubro – Estádio Morumbi
Rio: 16, 19 e 20 de outubro – Estádio Nilton Santos
Brasília: 26 e 27 de outubro – Arena Mané Garrincha
Curitiba: 31 de outubro e 1º de novembro – Estádio Couto Pereira
Belo Horizonte: 5 de novembro – Estádio Mineirão

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Garth Brooks é processado por maquiadora que o acusa de estupro

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Mulher diz que agressão aconteceu em 2019. Ela afirma que sofreu diferentes tipos de abusos quando trabalhava para o astro do country americano. Garth Brooks faz show em prol do Hospital de Câncer de Barretos, em 2015
Mateus Rigola/G1
O astro do country Garth Brooks foi processado por uma mulher que o acusa de estupro, segundo o canal de notícias americano CNN nesta quinta-feira (3).
A ação diz que o ataque aconteceu quando ela trabalhava para ele como maquiadora e cabeleireira, em 2019.
A mulher, identificada como Jane Roe, afirma que o cantor também mostrava seus órgãos genitais para ela, falava sobre sexo, se trocava na sua frente e mandava mensagens sexualmente explícitas.
Ela afirma que foi estuprada por ele em um hotel, em Los Angeles, durante uma viagem para a gravação de uma homenagem do Grammy.
O cantor já tinha afirmado ser inocente em um processo movido por ele, anonimamente, em setembro. Na ação, Brooks pedia para que a Justiça declarasse que as acusações de Roe não eram verdade e a proibissem de divulgá-las.
Ele dizia que se tratava de uma tentativa de extorsão que causariam “dano irreparável” à sua carreira e sua reputação.

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DJ Gustah expõe a força crescente de vozes femininas do rap e do trap, como Azzy e Budah, no álbum coletivo ‘Elas’

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A rapper capixaba Budah integra o elenco do disco ‘Elas’, projeto fonográfico que o DJ Gustah lançará na terça-feira, 8 de outubro
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♫ NOTÍCIA
♪ As mulheres marcam cada vez mais posição e território no universo do hip hop. Projeto fonográfico que o DJ e produtor musical paulistano Gustah lança na terça-feira, 8 de outubro, o álbum Elas dá voz a mulheres que estão se fazendo ouvir nos segmentos do rap e do trap com força crescente.
Editado pelo selo de Gustah, 2050 Records, o disco apresenta 10 gravações inéditas entre as 12 faixas. Abismo no peito é música cantada e composta pela rapper capixaba Budah. Cynthia Luz sola a lovesong Mar de luz e, com Elana Dara, mergulha em Lago transparente.
A paulistana Bivolt dá voz ao boombap Faço valer. A novata Carla Sol defende Hora exata. Voz de São Gonçalo (RJ), município fluminense, Azzy é a intérprete de Mesmo lugar, faixa de tom mais introspectivo. Clara Lima canta Intenção. King Saint entra em Ondas sonoras.
Ex-integrante do duo Hyperanhas, Andressinha é a voz de Poucas conversas. Annick figura em Decisões. A paulista Quist apresenta Destilado em poesia. Killua fecha o disco com Lunaatica.
Embora calcada no rap e no trap, a sonoridade do disco Elas transita pelo R&B e também ecoa a MPB.
Capa do disco ‘Elas’, produzido pelo DJ Gustah
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