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Festas e Rodeios

‘Marighella’ é filme do ano com tom nacionalista e emocionante, mas peca nos excessos; g1 já viu

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Estreante na direção, Wagner Moura usa elementos de ação para contar história sobre últimos anos do político e guerrilheiro. Filme peca por intenções claras demais. Estreia é nesta quinta (4). Seu Jorge e o diretor Wagner Moura no set de ‘Marighella’
Divulgação
Wagner Moura é um ator dirigindo um filme. E uma pessoa com fortes convicções contando uma história. Os dois aspectos ficam claros nas escolhas tomadas por ele em “Marighella”. Ele tem posições e não as esconde.
Mesmo cercado de polêmicas e com alguns excessos, é o filme do ano. Pela parte técnica, já seria um filmão, desses que vale a pena ver: tem ação, perseguição, romance, drama e história.
Moura resolveu focar nos últimos anos da vida de Carlos Marighella e sua atuação à frente da Ação Nacional Libertadora para encaixar as cenas explosivas. “É popular”, costuma dizer o diretor.
‘É polêmico, foi atacado do começo ao fim’, diz Moura
Filme atrasou dois anos para ser lançado
Moura lança ‘Marighella’ no festival de Berlim
Também pelo apelo de sua figura: deputado, negro, guerrilheiro, conhecido internacionalmente, torturado, preso, assassinado, arquiteto de ataques, herói e vilão. Marighella é muitas coisas e Moura explora esse imaginário quase mítico em torno do homem.
Veja entrevista do g1 com Wagner Moura:
ENTREVISTA: Wagner Moura explica ‘Marighella’
E, claro, pela curiosidade de um filme – o primeiro – dirigido pelo ator, em plena carreira internacional e envolvido em obras de sucesso como “Narcos” e “Tropa de Elite”. A recepção internacional foi boa: tem 88% de aprovação da crítica no site Rotten Tomatoes, especializado em cinema.
Entre os pontos positivos está justamente a escolha pela ação, ela injeta dinamismo em uma história longuíssima de 2h40.
Trailer de ‘Marighella’
Moura também mostra sem pudores violência, tortura, surras e sangue. A visceralidade é estética, mas também panfletária. No entanto, nunca é gratuita; as cenas têm contexto e razão definidos.
Ele também acerta na abordagem às relações. É um filme político, mas extremamente sensível, com cenas pequenas, que não duram mais de dois minutos, cotidianas e, ainda assim, emocionantes. É fácil chorar em momentos completamente inesperados.
Mas “Marighella”, por mais bonito que seja, não é feito só de acertos.
Resgate nacionalista
Seu Jorge como ‘Marighella’
Divulgação
À primeira vista, causa estranheza a exaltação nacionalista no filme com elementos visuais e sonoros: a bandeira do Brasil muito presente, o hino nacional cantado pelas crianças e declamado por guerrilheiros.
O uso da palavra patriota, no entanto, é o que mais chama atenção. Os personagens enchem a boca muitas vezes para dizer que o são. Em uma das cenas, que de fato ocorreu, um guerrilheiro é torturado pela polícia enquanto grita: “vocês estão matando um brasileiro”.
Quem disse isso em desespero antes de ser assassinado em 1969 foi o operário e guerrilheiro Virgílio Gomes da Silva. No filme, ele se tornou Jorge, interpretado lindamente por Jorge Paz. A intenção é clara: resgatar os símbolos nacionalistas da direita e da extrema-direita e reaproximá-los da esquerda.
Seu Jorge em ‘Marighella’, de Wagner Moura
Divulgação
Também é declarada a intenção de colocar Carlos Marighella como um herói nacional, muito bondoso, munidos de belos discursos conciliadores. Por fim, há intenção de resgatar a imagem de uma igreja engajada com a luta pela democracia.
São essas intenções claras demais que tornam algumas cenas excessivas e tiram a naturalidade tanto do filme quanto da história real da ditadura militar e suas forças de resistência.
Outro ponto que atrapalha a fluidez do filme e o desempenho de alguns personagens é o roteiro. Algumas falas, às vezes, parecem saídas de uma cartilha militante.
Show de Seu Jorge
Seu Jorge não foi a primeira opção de Wagner Moura para o papel e sua escalação foi criticada por colorismo. Explico: Wagner queria Mano Brown, mas ele não pôde participar do filme. Ele fez testes com outros atores, mas não gostou do que viu. Então, pensou em Jorge. O cantor e ator, porém, tem o tom de pele mais escuro que Marighella e, por isso, algumas pessoas criticaram a escolha.
Mas Seu Jorge arrebata com sua interpretação. Ele é duro na mesma medida que é doce e amoroso, sempre explosivo. E carrega todos os sentimentos no olhar. Ele está tão bem no papel que a gente chega a se lamentar por não o ver atuar mais.
O elenco tem outras estrelas:
Adriana Esteves faz uma pequena participação como Clara Charf, esposa de Marighella;
Bruno Gagliasso interpreta o delegado Fleury;
Herson Capri é o jornalista Jorge Salles;
Humberto Carrão, Bella Camero, Jorge Paz e Rafael Lozano são guerrilheiros.
Quem se destaca é quem tem histórias mais bem construídas, como Jorge Paz. Esteves, mesmo com um papel pequeno, também enche a tela com suas preocupações em relação ao protagonista e os rumos da resistência.
E, por fim, Gagliasso, que encarna a perversidade do carrasco da ditadura sem deixar de ser também humano.
Adriana Esteves e Seu Jorge em cena de ‘Marighella’
Divulgação

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DJ fã de Katy Perry vai se montar de drag no Rock in Rio e quer interagir com a cantora: ‘Ela foi a minha liberdade’

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Americana é a headliner do Palco Mundo nesta sexta (20). Renan Caetano vai se montar de Patty Patrícia na grade do show de Katy Perry
Cristina Boeckel/g1
Renan Caetano chegou aos portões do Rock in Rio às 23h de quinta-feira (19) para garantir a grade no show de Katy Perry, que é a estrela do Palco Mundo nesta sexta (20). Ele vem com um plano ousado: “Eu sou drag e vou me montar. Quero que ela me veja e interaja comigo.”
O esforço — e as 25 horas de espera ao relento — tem justificativa. A artista teve papel fundamental na sua formação. “Ela foi a minha liberdade. Ela me fez quem sou hoje, e atualmente posso me expressar por meio da minha arte”, destaca Renan.
A drag Patty Patrícia existe há 5 anos. Segundo Renan, que veio de São Paulo, a noite foi fria, mas a ansiedade o ajudou a se manter aquecido.
Sobre o look de Patty Patrícia, é importante manter o mistério. Só alguns pedaços foram mostrados para o g1: a peruca loira e o salto altíssimo.
Na espera, a manhã está sendo embalada pelo som de “143”, álbum que ela lança no festival.
“Eu ouvi e já gostei muito, está pop-dance, como ela prometeu, e quero cantar as músicas”, opinou.
Katy Perry: ‘Nunca mais farei esse tipo de show’
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Katy Perry distribui pizza para fãs na porta do Copacabana Palace
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Acordo sobre a herança de Gal Costa favorece a preservação e a possível expansão da discografia da cantora

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Há muito ouro de alto quilate a ser garimpado no baú da artista, que faria 80 anos em 2025. ♫ COMENTÁRIO
♩ É provável que quase todos os admiradores e seguidores de Gal Costa (26 de setembro de 1945 – 9 de novembro de 2022) tenham tomado algum partido na disputa travada na Justiça de São Paulo entre o filho da cantora, Gabriel Costa, e a viúva de Gal, Wilma Petrillo, pela herança da artista.
De todo modo, o fato de a briga judicial ter chegado ao fim nesta semana, com acordo firmado entre Gabriel e Wilma, deve ser comemorado por todos os que amam a arte maior de Gal Costa. O fim da disputa favorece a preservação e a possível expansão da obra da cantora através das edições de gravações inéditas.
Há relíquias nos acervos das gravadoras Universal Music (detentora dos discos feitos por Gal na Philips entre 1967 e 1983) e Sony Music, dona do patrimônio adquirido com a fusão com a companhia então denominada BMG, na qual Gal ingressou em 1984, quando a gravadora ainda se chamava RCA, e permaneceu até 2001.
Enquanto herdeiros brigam na Justiça pelo espólio de um artista, as gravadoras tendem a deixar a obra desse artista de lado para evitar dor-de-cabeça, sobretudo quando se trata da edição de produto inédito, para a qual são necessárias as devidas autorizações de todos os herdeiros (e de todos os envolvidos na gravação).
Com boa vontade, há muito ouro a ser garimpado no baú de Gal. São do mais alto quilate, por exemplo, as seis faixas do EP gravado por Gal com o violonista Raphael Rabello (1962 – 1995) em 1990, sendo que duas das seis músicas, o samba-canção Duas contas (Garoto, 1951) e Estrada branca (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, 1958), permaneceram inéditas na voz da cantora.
Sem falar nos registros de shows dos anos 1970, como Cantar (1974), cujo roteiro incluía cinco músicas – o acalanto cubano Drume negrita (Ernesto Grenet, 1942), Me deixe mudo (Walter Franco, 1972), Não existe pecado ao sul do Equador (Chico Buarque e Ruy Guerra, 1973), Menina mulher da pele preta (Jorge Ben Jor, 1974) e Chorou, chorou (João Donato e Paulo César Pinheiro, 1973) – nunca gravadas por Gal.
Enfim, todos ganham literal e/ou metaforicamente com o acordo sobre a herança de Gal. O caminho está aberto para os lançamentos de gravações inéditas da cantora ao longo de 2025, ano em que a imortal Gal Costa faria 80 anos.

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Katy Perry distribui pizza para fãs na porta do Copacabana Palace; vídeo

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Cantora ainda caprichou no ketchup ao servir as fatias, como todo carioca faz. Antes, postou segurando embalagens de Bis. Katy Perry distribui pizza para fãs na porta do Copacabana Palace
Atração principal desta sexta-feira (20) no Rock in Rio, Katy Perry surpreendeu os fãs durante a madrugada e distribuiu pizza na porta do Copacabana Palace, onde está hospedada.
A americana foi até a calçada acompanhada de integrantes do staff que seguravam pilhas de caixas de pizzas

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