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Festas e Rodeios

‘O mais estranho já escrito sobre a família’: o livro do príncipe Harry nas palavras do correspondente real da BBC

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O livro do príncipe Harry, com sexo, drogas e monarquia, é diferente de qualquer outro escrito por integrante da família real. Príncipe Harry faz revelações e comentários nunca antes feitos
Reuters via BBC
Este deve ser o livro mais estranho já escrito por um membro da realeza.
O livro “Spare”, de memórias do príncipe Harry, é uma mistura de confissão, desabafo e carta de amor. Em alguns trechos, o texto parece um grande desabafo raivoso e embriagado.
É uma visão de dentro daquilo que Harry chama de “aquário surreal” e “show de Truman sem fim”.
Novo livro do príncipe Harry: um resumo das revelações
O relato é perturbadoramente franco e íntimo — mostrando como é estranha sua vida, que muitas vezes também é solitária. E são os pequenos detalhes, e não os grandes momentos, que dão uma pista de quão pouco sabemos sobre tudo.
Há trechos que o retratam como um “maconheiro nobre”, fumando um baseado depois do jantar e temendo que a fumaça chegue a seu vizinho, o duque de Kent.
Qual outro livro de memórias de alguém da família real relataria a perda da virgindade atrás de um pub, ou entraria em detalhes tão prolongados sobre um pênis congelado? Esta parte “nobre” recebe mais linhas no livro do que muitos de seus parentes.
Ele também descreve as mulheres que têm “síndrome do trono” — que se mostram “claramente colocando uma coroa [imaginária] nas suas cabeças no momento em que apertavam minha mão”.
Ou o relato de ver o concerto do Jubileu de Ouro com Brian May tocando guitarra no topo do Palácio de Buckingham — e perceber que sua avó, a rainha Elizabeth, estava usando protetores de ouvido.
Sua vida pré-Meghan em Londres era cheia de luxos — mas também parecia que ele fazia um esforço para se esconder.
Harry sofria de terríveis ataques de pânico, que eram especialmente ruins para alguém que precisa falar e aparecer em público.
Ele descreve sua vida solitária em casa, automedicando-se com drogas psicodélicas, secando suas roupas no aquecedor e planejando ida a lojas como se fossem incursões militares, a serem realizadas disfarçadas e em alta velocidade.
O livro de memórias do príncipe Harry chegou às livrarias na terça-feira (10/1)
Andy Rain via BBC
‘Friends’ e drogas
Ele não tem uma conta na Amazon, mas compra roupas na TK Maxx e faz compras semanais em um supermercado — ensaiando de antemão como encontrar seu salmão e iogurtes favoritos. Um dia, quando ele está no supermercado, ele ouve algumas pessoas discutindo se ele seria gay ou não.
É uma vida muito estranha, onde ele de repente sai dessa rotina sem glamour e cai em um ambiente de ricos e famosos internacionais.
Harry diz que assiste à série “Friends” em loop, e se identifica com o personagem cômico Chandler. E de repente ele se vê em uma viagem aos Estados Unidos em uma festa com Courteney Cox, a atriz que interpreta a companheira de Chandler na série.
E é de fato uma viagem — porque ele descreve sua experiência com drogas alucinógenas na festa, onde vê uma lixeira ganhando vida.
O livro, que foi escrito por um ghostwriter (um escritor contratado para escrever um texto que é creditado oficialmente a outra pessoa), é um relato rápido e direto com um olhar de dentro da estrutura da monarquia — mas que sempre está atento às câmeras que estão colocadas do lado de fora, tentando flagrá-lo.
No centro da história, permeando quase todas as páginas, está o grande trauma que parece ter afetado o resto de sua vida — a morte de sua mãe, a princesa Diana.
Ele a amava incondicionalmente e uma dor arrasadora e não resolvida está no centro de todas as suas outras ansiedades.
Ele realmente odeia a imprensa, culpando-a por perseguir sua mãe implacavelmente, inclusive na sequência de acontecimentos que levaram à morte dela em Paris, com Harry voltando de forma obsessiva ao local do acidente de carro.
Sua raiva da imprensa é geral, mas ele nutre um sentimento especial em relação ao magnata Rupert Murdoch. Um dos executivos das empresas do magnata é descrito apenas em forma de anagrama, tamanha é sua repulsa a Murdoch.
As brigas com seu irmão, o príncipe William, são relatadas dentro do contexto de proximidade que ambos tinham com a mãe.
Vazamentos do livro revelaram o quão grave é o conflito entre o príncipe William e o príncipe Harry
GETTY IMAGES/via BBC
Sua ansiedade paralisante e sentido de autodestruição parecem ser consequências da perda de sua mãe, que tirou dele uma âncora emocional, algo que só veio a ser amenizado quando ele conheceu Meghan.
Há também uma espécie de obsessão com a morte. A caminho da Abadia de Westminster para o casamento de seu irmão, ele pensa alegremente nas 3 mil pessoas enterradas na igreja ao longo dos séculos.
O que falta no livro de Harry é qualquer consciência sobre o contexto mais amplo do resto do mundo lá fora. É como se ele tivesse sido cegado pelas lanternas dos paparazzi.
Ninguém se preocupa em pagar contas neste livro. Ele vai e volta para a África como se estivesse subindo e descendo de paradas no metrô de Londres.
Aliás, andar de metrô teria sido algo mais exótico para ele, já que Harry afirma que a única vez que entrou em um vagão público foi em uma viagem escolar.
Embora o livro seja repleto de indiscrições sobre a vida real — há relatos de seu pai fazendo exercícios físicos apenas de cueca — Harry se omite a dar qualquer opinião sobre o mundo exterior.
Mas é possível perceber algumas coisas. Harry diz que o príncipe William fez o que ele chama de “discurso vagamente anti-Brexit”, algo que parece irritar os tabloides.
“O Brexit era o ganha-pão dos tabloides. Como ele ousa sugerir que era tudo besteira?”
O rei Charles tentou apoiar Harry após a morte de Diana
Victoria Jones/Pool Photo via AP
O príncipe Harry afirma que os membros da realeza são obcecados em contar quantos eventos oficiais cada um participou.
Mas o livro mostra como Harry também é um típico britânico da aristocracia. Em uma passagem, ele descreve como caçou um cervo — algo que parece distante da imagem de jovem californiano new-age que ele tem hoje.
Mas quem ficará mais aborrecido com todas essas revelações do livro?
Provavelmente a Netflix. A empresa pagou uma fortuna para ter o documentário de Harry e Meghan, com um conteúdo que mais parece um feed de Instagram, cheio de momentos inócuos, como o casal fazendo waffles e vendo TV. Já o livro de Harry é repleto de conteúdo explosivo em quase todas as páginas.
Muitos ficarão extremamente irritados com o livro, principalmente com o egocentrismo e falta de noção de Harry. Ele narra uma briga sobre carros estacionando perto de seu quarto em um palácio real como se fosse algo mais importante que uma guerra. Ele compara a “cruzada contra o machismo” das Spice Girls com a “luta de Mandela contra o apartheid”.
Antes do lançamento, os vazamentos do livro à imprensa se concentraram nos conflitos familiares e no ressentimento de Harry pela falta de apoio a ele e a Meghan.
Sua madrasta Camilla é introduzida na trama com um misto de desconfiança e polidez. Harry se mostra muito desconfiado em relação a ela.
Mas no geral a imagem que Harry faz de seu pai, o rei Charles, é mais afetuosa, mesmo nos momentos em que o pai parece estar dando uma dura no filho.
Harry conta histórias de Charles andando de pantufas, ouvindo seus audiolivros, obcecado por Shakespeare, usando perfume Dior e pegando no sono em sua mesa.
Seu pai tenta dar apoio emocional a Harry após a morte de Diana, sentando-se com o príncipe até que ele adormeça à noite. Mas parece que suas boas intenções tiveram que superar algumas barreiras complicadas.
Charles deixa recados a Harry com mensagens positivas — mas Harry questiona por que ele não podia dizer essas coisas pessoalmente. Ele vai a uma peça de teatro infantil em que Harry é ator e dá gargalhadas — sendo criticado por seu filho por rir nas horas erradas.
Quando os irmãos começam a brigar, já adultos, Charles começa a soar como um personagem de Shakespeare, uma espécie de Rei Lear, implorando a seus filhos que não estraguem sua velhice. O rei é apresentado como antiquado e mundano.
Em foto de 1987, princesa Diana posa com seus filhos, os príncipes William e Harry em frente ao palácio de Buckingham, em Londres
AP Photo/John Redman, File
– Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/geral-64235030

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Sidney Magal dá baile em show no Rio, canta hit de Jorge Ben Jor com a banda Biquini e continua com a moral elevada

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Aos 74 anos, artista sabe se alimentar do passado sem soar ultrapassado no mercado da música. Sidney Magal em take da gravação da música ‘Chove chuva’ para disco da banda carioca Biquini
Divulgação
♫ COMENTÁRIO
♩ Aos 74 anos, Sidney Magal continua com a moral elevada no universo pop brasileiro. Dois acontecimentos simultâneos nesta sexta-feira, 4 de outubro, reiteram a força do cantor carioca no mercado atual.
No mesmo dia em que o artista sobe ao palco da casa Qualistage – um dos maiores espaços de show da cidade do Rio de Janeiro (RJ) – para apresentar o Baile do Magal ao público carioca, a banda Biquini lança disco com convidados, Vou te levar comigo, em que o maior destaque é uma regravação de Chove chuva (Jorge Ben Jor, 1963) feita com a participação de Magal e um toque latino de salsa na música.
Não é pouca coisa para um artista cujo último sucesso é de 1990, Me chama que eu vou (Torquato Mariano e Cláudio Rabello), lambada gravada para a trilha sonora da novela Rainha da sucata (TV Globo, 1990).
Me chama que eu vou é também o nome do documentário estreado em 2020 com foco na trajetória do artista que ganhou projeção nacional em 1976.
De 1976 a 1979, Magal arrastou multidões pelo Brasil a reboque de repertório sensual posto a serviço da imagem cigana de amante latino. Não por acaso, 1979 é o ano em que se situa a narrativa de longa-metragem sobre a história de amor entre Magal e a esposa Magali West, foco do filme de ficção Meu sangue ferve por você (2023 / 2024), estreado em maio nos cinemas – e já disponível no catálogo da Netflix – com o ator Filipe Bragança dando voz e vida a Magal na tela.
Hoje, Magal é uma personalidade. Um cantor que prescinde de ter músicas nas playlists para se manter em evidência. O artista soube se alimentar do passado sem soar ultrapassado. Nesse sentido, Sidney Magal tem dado baile na concorrência.

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Emiliano Queiroz: famosos lamentam morte do ator

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Emilio Orciollo Netto, Beth Goulart, Selton Mello e Lucio Mauro Filho foram alguns dos famosos que deixaram mensagens nas redes sobre a morte do artista de 88 anos. Emiliano Queiroz na novela Espelho da Vida
Acervo Grupo Globo
Emilio Orciollo Netto, Ary Fontoura, Beth Goulart, Selton Mello, Lucio Mauro Filho e outros famosos lamentaram a morte de Emiliano Queiroz. O ator de 88 anos morreu após sofrer uma parada cardíaca, na madrugada desta sexta-feira (4).
Emilio, que trabalhou com Emiliano na novela “Alma Gêmea”, fez uma postagem nas redes sociais lamentando a morte do ator.
“Meu amigo Milica, fez a passagem. Amigo, você me ensinou e ensina muito. Você é um exemplo de ator de caráter de amor a profissão. Você fez parte de um dos momentos mais felizes da minha vida. Meu eterno Tio Nardo. Obrigado por tanto e por tudo. Você é inspiração eterna. Te amo. Seu eterno Crispim. Te amo”, escreveu o ator.
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Veja mais mensagens de famosos que lamentaram a morte de Emiliano Queiroz:
Selton Mello, ator
“Gênio amado, Seu Emiliano querido demais.”
Lucio Mauro Filho, ator
“Nosso amado Emiliano Queiroz partiu para o outro plano, deixando uma saudade instantânea. Um dos grandes atores do nosso país, com quem tive a honra de dividir a cena em ‘Lisbela e o Prisioneiro’, rodando o Brasil em farras inesquecíveis! Vê-lo no palco aos 86 anos, brilhando como sempre, foi uma das últimas grandes emoções que vivi dentro de um teatro. Obrigado mestre Emiliano por tanta coisa linda que você sempre me proporcionou. Descansa em paz!”
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Ary Fontoura, ator
“Triste 😢💔”
Beth Goulart, atriz
“Mais uma perda para todos nós, o grande ator Emiliano Queiroz partiu hoje aos 88 anos. Com uma longa carreira de mais de 70 anos dedicados ao ofício da interpretação, deixa um enorme legado artístico ao nosso país. Nosso amado ‘Dirceu borboleta’ voou para novas dimensões de existência. Que Deus te abençoe e te receba em sua infinita luz e amor. Meus sentimentos para toda a família.”
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Andréa Faria Sorvetão, atriz e ex-paquita
“Nossas referências indo… Que possamos ser referência também.”
Junior Vieira, ator
“Muita luz.”
Rosane Gofman, atriz
“Tão querido e talentoso!”
Claudia Mauro, atriz
“Meu amigo da vida, meu padrinho de casamento, meu guru, meu amado Emily….E recentemente tivemos este encontro tão lindo. Respostando este vídeo e este registro recente. Meu amigo querido, faça uma boa viagem! Obrigada Liloye Boubli por me proporcionar este último encontro! Emiliano .. Emily… Inesquecível! Pessoa rara! Artista extraordinário! Um dos maiores atores da sua geração. E tantos, tantos e tantos momentos vivemos juntos. Obrigada por tudo! Pelas conversas, pela torcida, pelos conselhos, pelo amor e amizade incondicional. Te amamos muito!”
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Antonio Grassi, ator
“RIP Emiliano ! Que notícia triste.”
Bárbara Bruno, atriz
“Muito amado e querido!!!!!! Viva Emiliano Queiroz”
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Tadeu Mello, ator
“Emiliano foi muito especial na minha vida.”
Gustavo Wabner, ator
“Um dos grandes! O primeiro Veludo de “Navalha na Carne”, o inesquecível Dirceu Borboleta de ” O Bem Amado” e de tantos outros personagens inesquecíveis.”
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g1 Ouviu #293 – Dinho Ouro Preto: o passado, o presente e o futuro do rock nacional

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Em entrevista ao g1 Ouviu, o vocalista do Capital Inicial falou sobre o cenário roqueiro brasileiro, sobre a participação no Rock in Rio e sobre o passado em Brasília. Vocalista do Capital Inicial, uma das mais longevas bandas do rock nacional, Dinho Ouro Preto foi o entrevistado deste episódio do g1 Ouviu. Na conversa, ele falou sobre o show Pra sempre Rock, no Rock in Rio, falou sobre a entrada do sertanejo e outros estilos no festival e ainda contou histórias sobre o início da banda, a amizade com Renato Russo, sobre memes e redes sociais e sobre o cenário atual do rock nacional.
“Meu instinto é dizer que eles [os sertanejos] têm o Rock in Rio deles, eles têm Barretos. E ali eu via como a nossa Marques de Sapucaí. Era nossa vez, nossa turma. Mas me lembraram que o primeiro Rock in Rio também foi mais eclético”, diz.
Dinho Ouro Preto, vocalista do Capital Inicial, antes de entrevista ao vivo no programa ‘g1 Ouviu’, no estúdio do g1 em São Paulo
Fábio Tito/g1
Você pode ouvir o g1 Ouviu no g1, no Spotify, no Castbox, no Google Podcasts ou no Apple Podcasts. Assine ou siga o g1 Ouviu para ser avisado sempre que tiver novo episódio no ar.

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