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Festas e Rodeios

‘7 Prisioneiros’ expõe o absurdo da escravidão moderna, tema em alta na vida e na arte do Brasil

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Filme com Rodrigo Santoro, premiado em Veneza, nasceu de pesquisa de diretor sobre escravos contemporâneos. Crime marca realidade e cultura, de ‘Outro lado do paraíso’ a ‘Torto arado’. Veja trailer de ‘7 prisioneiros’
Rodrigo Santoro vive um senhor de escravos barbudo e impiedoso em “7 Prisioneiros”. Não se trata de um filme de época. O longa, vencedor do prêmio paralelo Sorriso Diverso no festival de Veneza, retrata a escravidão contemporânea no Brasil.
Em 2017, o cineasta Alexandre Moratto, paulista criado entre o Brasil e os EUA, ficou obcecado com a cena de uma reportagem de TV: “Um jovem acorrentado, em São Paulo, em pleno século 21. Não acreditei e mergulhei imediatamente no assunto. Quando vejo algo que me perturba, prefiro encarar”.
Alexandre tinha acabado de fazer seu primeiro longa, “Sócrates”, destaque no Spirit Awards, importante premiação do cinema independente dos EUA – ele foi o diretor revelação e o protagonista, Christian Malheiros, foi o melhor ator.
Para o projeto seguinte, o cineasta acompanhou uma pesquisa da ONU e do Ministério Público do Trabalho do Brasil com entrevistas com sobreviventes do tráfico humano. “Fiquei muito tocado e fui desenvolvendo o roteiro”, conta ao g1. Ele criou a história ficcional baseada nestes dramas reais.
‘7 Prisioneiros’ tem Rodrigo Santoro e Christian Malheiros no elenco e será exibido pela 1ª vez no Festival de Veneza
Divulgação
O sucesso de “Sócrates” trouxe parceiros importantes: Fernando Meirelles (“Cidade de Deus”) e o americano Ramin Bahrani (“White Tiger”) viraram produtores e a Netflix comprou o projeto. O filme estreou nos cinemas nesta quinta (4) e entra na plataforma de streaming no dia 11 de novembro.
Ele escreveu um dos personagens principais já pensando em repetir a parceria com Christian Malheiros – ator revelação que, neste meio tempo, emplacou o papel de Nando na série “Sintonia”. Em “7 prisioneiros”, ele vive um trabalhador rural vítima de tráfico humano e escravizado em SP.
Faltava definir seu algoz, o senhor de escravos de um ferro-velho. Alexandre pensou em Rodrigo Santoro e ouviu dúvidas: “Algumas pessoas falavam: mas ele é tão charmoso, tão lindo… Tem certeza?”. Mas os produtores curtiram e o ator embarcou.
“O Rodrigo entrou no filme sem eu saber como faria. Acabamos construindo o papel juntos. Ele se entregou de corpo e alma. Emagreceu muito, fumou sem parar, mudou o timbre de voz, o jeito de andar. “
Rodrigo Santoro em ‘7 Prisioneiros’
Divulgação
“Isso demonstra a dedicação e o talento dele e de todo o elenco para retratar esse assunto com muito respeito e com total entrega”, completa o roteirista e diretor.
A escravidão não acabou
“7 Prisioneiros” faz parte de uma safra de obras culturais que retratam a escravidão contemporânea. Esses produtos, sejam ficções ou documentários, acompanham notícias recentes sobre pessoas presas e exploradas no trabalho por dívidas ou ameaças, corrente longe de ser rompida no Brasil:
O romance “Torto arado” (ed. Todavia, 2019), de Itamar Vieira Junior, virou a grande sensação literária brasileira ao retratar a luta por terra e o trabalho análogo à escravidão na Bahia. O cineasta Heitor Dhalia comprou os direitos de adaptação.
A série documental “Escravidão no século XXI”, dirigida por Bruno Barreto (“Dona Flor e seus dois maridos”), estreou em maio de 2021 na HBO com histórias de pessoas escravizadas.
A novela “O outro lado do paraíso” tinha na trama pessoas escravizadas em um garimpo, em 2018. Os trabalhadores foram libertados quando Clara (Bianca Bin) derrotou a inimiga Sophia (Marieta Severo).
O filme “Pureza”, de 2018, dirigido por Renato Barbieri, colocou Dira Paes como protagonista da história real de Dona Pureza, maranhense que denunciou o trabalho escravo no Brasil nos anos 1990.
O documentário “Terminal 3”, de Tomaz Pedro e Marques Casara, contou em 2017 a história dos mais de 100 operários resgatados na obra do novo terminal do aeroporto de Guarulhos.
Capa do romance ‘Torto arado’
Divulgação
Para Alexandre, as páginas e telas refletem o drama de carne e osso. “É uma questão, infelizmente, em ascensão. A gente tinha várias leis aqui no Brasil para diminuir os casos, mas nos últimos dois ou três anos, por conta de dificuldades políticas, essas leis têm mudado e o problema está piorando.”
Uma reportagem de fevereiro de 2021 do g1 mostrou que a verba para fiscalização está caindo e, com isso, o número de resgatados também diminui. Mesmo assim, é um número assustador: cerca de mil escravos contemporâneos libertados por ano.
Verba para o combate ao trabalho escravo é a menor dos últimos 10 anos
Elcio Horiuchi/G1

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Will Smith faz show para garis, janta com Iza e ganha ‘parabéns para você’ em padaria com Luciano Huck; veja vídeos

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Durante a passagem de som, o ator e rapper de 55 anos chegou a se jogar na plateia formada por garis, funcionários e organizadores das estruturas do Rock in Rio. Além de jantar com artistas como Iza, Sophie Charlotte e Xamã, Will Smith ainda se encontrou com o funkeiro Naldo Benny. Will Smith ganha parabéns em padaria no Rio
Reprodução/Instagram
Will Smith pode ter tido uma passagem curta pelo palco Sunset da Cidade do Rock na última quinta (19), mas não economizou esforço para conquistar a ‘carteira de brasileiro’ tão disputada entre artistas da gringa que querem ganhar o público nacional.
Durante a passagem de som, o ator e rapper de 55 anos animou o público formado por funcionários do festival, garis e organizadores das estruturas do Rock in Rio, chegando a se jogar na plateia.
Will Smith faz show para garis e funcionários durante passagem de som
Prestes a completar 56 anos, o ator deu seguimento a sequência de rolês aleatórios ao comemorar seu aniversário ao lado do apresentador Luciano Huck em uma padaria em Copacabana. O ator sopra as velinhas no dia 26 de setembro, mas ganhou um “parabéns para você” adiantado em “grande estilo brasileiro”.
Will Smith ganha ‘parabéns para você’ em padaria com Luciano Huck
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O ator ainda teve um encontro com o funkeiro Naldo Benny, que publicou o momento no Instagram.
“Love you number one. Que honra”, escreveu Naldo
Naldo Benny publica vídeo de encontro com Will Smith no RiR: ‘Love you number one’
Além do funkeiro, a estrela do saudoso ‘Um Maluco no Pedaço’ ainda se encontrou com o influenciador baiano Naio Barreto, conhecido como o ‘sósia de Will Smith’.
Baiano sósia do Will Smith encontra o ídolo no palco Sunset do Rock In Rio
Jantar com Iza e banquete nordestino
Em sua passagem pelo Brasil, Will Smith também foi recebido com um banquete nordestino ao lado da cantora Iza, Xamã, Sophie Charlotte e Maju Coutinho. Segundo a chef Carmem Virginia, Smith amou vários pratos da culinária nordestina.
Will Smith e a cantora Iza
Reprodução Instagram
Segundo a chef confirmou ao g1, o ator “amou caipirinha de umbu cajá que só tem no Nordeste, bolo de rolo, pastel de festa e arroz caldoso”.

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DJ fã de Katy Perry vai se montar de drag no Rock in Rio e quer interagir com a cantora: ‘Ela foi a minha liberdade’

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Americana é a headliner do Palco Mundo nesta sexta (20). Renan Caetano vai se montar de Patty Patrícia na grade do show de Katy Perry
Cristina Boeckel/g1
Renan Caetano chegou aos portões do Rock in Rio às 23h de quinta-feira (19) para garantir a grade no show de Katy Perry, que é a estrela do Palco Mundo nesta sexta (20). Ele vem com um plano ousado: “Eu sou drag e vou me montar. Quero que ela me veja e interaja comigo.”
O esforço — e as 25 horas de espera ao relento — tem justificativa. A artista teve papel fundamental na sua formação. “Ela foi a minha liberdade. Ela me fez quem sou hoje, e atualmente posso me expressar por meio da minha arte”, destaca Renan.
A drag Patty Patrícia existe há 5 anos. Segundo Renan, que veio de São Paulo, a noite foi fria, mas a ansiedade o ajudou a se manter aquecido.
Sobre o look de Patty Patrícia, é importante manter o mistério. Só alguns pedaços foram mostrados para o g1: a peruca loira e o salto altíssimo.
Na espera, a manhã está sendo embalada pelo som de “143”, álbum que ela lança no festival.
“Eu ouvi e já gostei muito, está pop-dance, como ela prometeu, e quero cantar as músicas”, opinou.
Katy Perry: ‘Nunca mais farei esse tipo de show’
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Acordo sobre a herança de Gal Costa favorece a preservação e a possível expansão da discografia da cantora

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Há muito ouro de alto quilate a ser garimpado no baú da artista, que faria 80 anos em 2025. ♫ COMENTÁRIO
♩ É provável que quase todos os admiradores e seguidores de Gal Costa (26 de setembro de 1945 – 9 de novembro de 2022) tenham tomado algum partido na disputa travada na Justiça de São Paulo entre o filho da cantora, Gabriel Costa, e a viúva de Gal, Wilma Petrillo, pela herança da artista.
De todo modo, o fato de a briga judicial ter chegado ao fim nesta semana, com acordo firmado entre Gabriel e Wilma, deve ser comemorado por todos os que amam a arte maior de Gal Costa. O fim da disputa favorece a preservação e a possível expansão da obra da cantora através das edições de gravações inéditas.
Há relíquias nos acervos das gravadoras Universal Music (detentora dos discos feitos por Gal na Philips entre 1967 e 1983) e Sony Music, dona do patrimônio adquirido com a fusão com a companhia então denominada BMG, na qual Gal ingressou em 1984, quando a gravadora ainda se chamava RCA, e permaneceu até 2001.
Enquanto herdeiros brigam na Justiça pelo espólio de um artista, as gravadoras tendem a deixar a obra desse artista de lado para evitar dor-de-cabeça, sobretudo quando se trata da edição de produto inédito, para a qual são necessárias as devidas autorizações de todos os herdeiros (e de todos os envolvidos na gravação).
Com boa vontade, há muito ouro a ser garimpado no baú de Gal. São do mais alto quilate, por exemplo, as seis faixas do EP gravado por Gal com o violonista Raphael Rabello (1962 – 1995) em 1990, sendo que duas das seis músicas, o samba-canção Duas contas (Garoto, 1951) e Estrada branca (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, 1958), permaneceram inéditas na voz da cantora.
Sem falar nos registros de shows dos anos 1970, como Cantar (1974), cujo roteiro incluía cinco músicas – o acalanto cubano Drume negrita (Ernesto Grenet, 1942), Me deixe mudo (Walter Franco, 1972), Não existe pecado ao sul do Equador (Chico Buarque e Ruy Guerra, 1973), Menina mulher da pele preta (Jorge Ben Jor, 1974) e Chorou, chorou (João Donato e Paulo César Pinheiro, 1973) – nunca gravadas por Gal.
Enfim, todos ganham literal e/ou metaforicamente com o acordo sobre a herança de Gal. O caminho está aberto para os lançamentos de gravações inéditas da cantora ao longo de 2025, ano em que a imortal Gal Costa faria 80 anos.

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