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Festas e Rodeios

Chico Chico espalha sementes no primeiro álbum solo, ‘Pomares’, com repertório e canto polidos

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Filho de Cássia Eller ratifica no disco autoral a intenção de se manter ligado à própria turma musical, sem forçar elo com a mãe morta há 20 anos. Capa do álbum ‘Pomares’, de Chico Chico
Divulgação
Resenha de álbum
Título: Pomares
Artista: Chico Chico
Edição: Selim
Cotação: * * * 1/2
♪ Por ser filho de Cássia Eller (1962 – 2001), Chico Chico – Francisco Ribeiro Eller na certidão de nascimento expedida há 28 anos com a data de 28 de agosto de 1993 – entrou em cena antes mesmo de ter se apresentado oficialmente como cantor e compositor.
Tanto que muitos ouvidos estranham quando escutam que Pomares – disco autoral lançado na sexta-feira passada, 29 de outubro, pelo selo fonográfico Selim – é de fato o primeiro álbum solo do cantor, compositor e músico carioca.
Com foco difuso na trajetória artística, Chico Chico debutou no mercado fonográfico há seis anos com álbum assinado pela banda 2×0 Vargem Alta – da qual era o principal integrante – e lançado em 2015.
Cinco anos e muitos shows depois, um segundo álbum do artista, Onde? (2020), juntou Chico com Fran, nome artístico de Francisco Gil, outro herdeiro da dinastia da música brasileira por ser neto de Gilberto Gil.
Na sequência, somente dois meses depois, em fevereiro deste ano, outro álbum aportou no mundo digital, Chico Chico & João Mantuano (2021), reunindo dois artistas cariocas de geração e musicalidade afins.
Gravado com produção musical de Ivan Cavazza e coprodução de Pedro Fonseca, o álbum Pomares é a síntese dessa caminhada e o fruto da interação de Chico Chico com artistas da própria geração.
O disco soa honesto, verdadeiro, sem a intenção de forjar imagem para esse artista que soube encontrar a própria turma, sem se escorar em duetos com medalhões da MPB (seria fácil para Chico promover encontros com Marisa Monte, Nando Reis ou Zélia Duncan, por exemplo, em nome da memória e da saudade de Cássia Eller).
Com 12 músicas, o repertório do álbum solo de Chico Chico é inteiramente inédito e autoral, trazendo parcerias que conectam Pomares aos dias de hoje.
Com Sal Pessoa, por exemplo, Chico assina quatro composições. O lote é formado por Templos (faixa assentada sobre a batida percussiva do maracatu), Sol de maio (música de latinidade iluminada pelo suingue e pela percussão da faixa), O tempo nunca mais firmou – gravada por Chico em dueto com o próprio Sal – e Estrela matutina, música que também traz a assinatura de Marcos Mesmo, integrante do quarteto de intérpretes convidados ao lado de Daíra Sabóia, Juliana Linhares e Marcos Mesmo.
Chico Chico e Maria Eugênia no estúdio, na gravação da música ‘Mãe’
Tati Baumworcel / Divulgação
Exceto pelo dueto afetivo com Maria Eugênia na tocante canção Mãe (música inédita, mas pertencente à antifa safra autoral de Chico Chico), inexiste no álbum Pomares a intenção de evocar o nome de Cássia Eller em vão.
Qualquer evocação é natural e deve ser creditada à genética que se impõe sobre o canto do artista, embora o D.N.A. já tenha estado mais nítido em álbuns, EP e singles anteriores do cantor. Talvez porque, assim como o repertório do compositor, o canto de Chico Chico soe mais polido em Pomares.
Mãe é faixa conduzida por violões com o mesmo espírito folk que reverbera em Ribanceira no toque dos violões de Chico Chico e Guilherme Schwab. Ribanceira é canção que se sobrepõe em safra autoral de irregularidade apontada eventualmente por canções como Demanda.
Ribanceira se ambienta na atmosfera bucólica que dá o tom quase ruralista do disco, sobretudo no início com Abacateiro real – canção de estrutura tão incomum quanto a disposição dos instrumentos no arranjo orquestral da faixa, criado pelo violonista Luiz Brasil – e Amarelo amargo, canção que se insinua doce até cair (logo) na pisada árida do baião.
Faixa de exatos 59 segundos, Sei que não é engraçado poderia até soar como causo interiorano no meio de Pomares se o canto falado do artista não ecoasse, mesmo de longe, a prosódia urbana de nomes da Vanguarda Paulista dos anos 1980.
Alocada no fecho do álbum Pomares, a faixa Chega se conecta a Abacateiro real – já mencionada música que abre o disco – pela inventividade do arranjo orquestral em que sobressai o toque frenético do violoncelo de Federico Puppi.
E por falar em cordas, as orquestras por Luiz Brasil na envolvente música-título Pomares sublinha a delicadeza de canção que deixa claro que Chico Chico espalha sementes neste bom e tardio primeiro álbum solo gravado sem expectativas imediatistas. Sementes que hão de frutificar no futuro.

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Fã de Katy Perry trabalha em 6 lugares para pagar ingressos, viaja 27 h de ônibus e chega 15 h antes na fila para garantir bom lugar

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A jovem Eduarda Cicheki, de 20 anos, é de Goiás e conheceu a cantora aos 8 anos enquanto navegava pelo YouTube procurando músicas da Kelly Key. À direita, a jovem Eduarda Cicheki
Thaís Espírito Santo/g1 Rio
Há limite para realizar o seu sonho de infância? Para a jovem estudante Eduarda Cicheki, de 20 anos, não. Ela enfrentou 27 horas de viagem de ônibus, de Goiás ao Rio de Janeiro, para ir ao Rock in Rio com um único objetivo: assistir ao show de Katy Perry, que se apresenta nesta sexta (20) no Palco Mundo.
Depois de chegar na Cidade Maravilhosa nessa quinta (19), ela acampou na porta do Copacabana Palace, onde a cantora está hospedada, na tentativa de vê-la. A jovem conta que só depois que ela saiu da calçada e foi descansar que a diva desceu e cumprimentou os fãs.
Isso não foi suficiente para desanimá-la. A fã conta que acordou às 3h30, se arrumou e saiu de onde estava hospedada, em Copacabana, para acampar na fila da Cidade do Rock — foi uma das primeiras a chegar, às 5h.
A peregrinação não começou por aí, no entanto. Para que esse sonho fosse possível, Eduarda trabalhou em seis lugares para pagar ingresso, transporte e estadia.
“Eu só tenho o dinheiro para voltar e mais nada. Vim com uma mão na frente e outra atrás. O pessoal na fila que está me dando comida, sanduíche, água, porque eu mesma não tenho dinheiro para comprar. Tô na base da fotossíntese, mas vou realizar meu sonho”, disse a jovem.
“Tudo que meus amigos falavam ‘tenho um trabalho’, eu topava. Fotógrafa, babá, cuidar de idoso, passear com cachorro, até prefeitura. Até capinar lote eu capinei”, relata.
Ela veio com jaquetas customizadas feitas por ela mesma, já que não tinha dinheiro para investir em um look.
“Eu usei tinta de tecido, guache, cola glitter, essas coisas foram doadas. Passei 2 semanas fazendo”, relata.
Eduarda é fã da artista desde os 8 anos, quando, por acaso, estava pesquisando músicas da Kelly Key no YouTube e acabou clicando em Katy Perry.
“Pensei: ‘vou ouvir, mas não devo gostar’. E corta para 12 anos depois, eu aqui fazendo loucuras porque sou muito fã. A minha energia tá em 1000%, nem o sol tá me abalando”, completa.
Festival será transmitido ao vivo todos os dias, a partir das 15h15, no Globoplay e no Multishow.
Rock in Rio 2024: o melhor do dia 20

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Papel molhado pelo corpo, canga na cabeça e ‘chuvinha’: as tentativas dos fãs para fugir do calor na fila do Rock in Rio

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A sensação térmica deve chegar a 35°C no Rio nesta sexta (20). Fã colocou papel molhado no corpo para ‘espantar’ o calor
Thaís Espírito Santo/g1 Rio
O calorão tinha dado uma trégua ao público do Rock in Rio, mas as temperaturas voltaram a subir nesta sexta-feira (20), e os termômetros devem chegar a 33°C na cidade. A sensação térmica deve ficar em 35°C, segundo a Climatempo.
Desde cedo na fila, a estudante de psicologia Maria Géssica Castro, de 26 anos, colocou papéis molhados pelo corpo para diminuir a temperatura corporal.
Jovem usa leque para enfrentar o calor
Thaís Espírito Santo/g1 Rio
O paulista João Victor, de 23, disse que não está acostumado com o calor do Rio e que só está aguentando pela “diva” Katy Perry. A artista fecha a noite no Palco Mundo.
“Está muito difícil pra mim, mas a gente encara. Sou muito fã dela, só sendo para aguentar esse calor”, declara.
A concessionária Iguá está distribuindo água nas filas e usando uma espécie de “chuva” para refrescar o público. Funcionários passam molhando o público com um equipamento que lembra um regador – e é assim que eles se sentem, garantem.
“Parece que eu saí da piscina, de tão molhada que fico”, brinca uma pessoa na fila.
Festival será transmitido ao vivo todos os dias, a partir das 15h15, no Globoplay e no Multishow.
Fã usa canga para ‘fugir’ do sol
Thaís Espírito Santo/g1 Rio
Rock in Rio 2024: o melhor do dia 20

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VÍDEOS Rock in Rio: o melhor do dia 20/9

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