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Festas e Rodeios

Como curta brasileiro de 2016 antecipou cenas de Spielberg seis anos antes de ‘Fabelmans’

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Irmãos paulistas fizeram curta em homenagem a Spielberg e receberam mensagem com elogio dele. Em 2022, diretor lançou longa autobiográfico ‘Os Fabelmans’, com cenas parecidas com o curta. Curta de cineastas brasileiros tem cenas parecidas com “Os Fabelmans”, de Spielberg
“Dava uns arrepios. Um cutucava o outro o tempo todo.” Os irmãos brasileiros Stefano e Filippo Lapietra se impressionaram com “Os Fabelmans”. No filme indicado em sete categorias do Oscar, o diretor Steven Spielberg recria sua própria infância.
g1 já viu: Spielberg volta à própria infância e faz seu melhor filme em quase 20 anos
Os Lapietra são fãs de Spielberg, mas os arrepios tinham outra razão: o filme, lançado em 2022, tem cenas parecidas com as de um curta que a dupla fez em homenagem ao cineasta americano em 2016.
Os irmãos contam no vídeo acima como o curta de 2016 antecipa parte do filme de Spielberg, de 2022.
“Na cena de abertura, o plano dele é idêntico ao nosso”, diz Steffano. “A cena de transição do crescimento do personagem, em que ele levanta a mãozinha, também”, completa Filippo.
Os dois filmes mostram como Spielberg virou cineasta. Os brasileiros queriam homenagear o ídolo. O americano tinha motivação autobiográfica: contar a história dele e de sua família no cinema.
“A história é dele”, Filippo deixa claro. Mesmo assim, é notável a semelhança de ideias e enquadramentos, como os detalhes de um embrulho de trenzinho rasgado, uma tábua que simula explosões e uma câmera que desce de um projetor de filme ao rosto do Spielberg criança.
No mínimo, as repetições mostram que os brasileiros foram cuidadosos na pesquisa para recriar a infância de Spielberg, baseada em livros e entrevistas do próprio diretor. “A gente curtiu estar alinhado com ele, nos sentimos muito bem”, diz Filippo.
Além disso, não é impossível que Spielberg tenha se inspirado no curta em algum desses detalhes. Os irmãos receberam uma mensagem encaminhada com elogios de Spielberg ao curta em 2019. “Ficamos pensando: será que ele se inspirou em alguma coisa?”, diz Steffano.
A coincidência é apenas em uma pequena parte inicial de “Os Fabelmans”, que segue contando a história do Spielberg adolescente e da relação entre os pais.
À esquerda, cenas do curta dos brasileiros de 2016, e, à direita, ‘Os Fabelmans’, de 2022. Acima, um movimento de câmera idêntico, de um projetor de filme para a cara da criança assistindo ao filme ‘O maior espetáculo da Terra’. Abaixo, o detalhe de um truque que Speilberg usava para simular explosões em seus filmes caseiros de guerra, usando uma tábua pisada pelos atores
Reprodução
Os Lapietra e ‘Os Fabelmans’
Os irmãos paulistanos estudaram cinema na Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP) e formaram uma dupla nos bastidores: Filippo Lapietra, 33 anos, na direção e Steffano, 35, na produção.
Um dos primeiros trabalhos, o curta “The House Job”, de 2014, foi premiado no festival independente inglês Raindance. Parte do prêmio era uma verba de mil libras (R$ 6500) para fazer a vinheta de abertura da edição seguinte.
O pedido aos brasileiros era “um filme que transmita a sensação de inspirar”, conta Filippo. “Nossa maior inspiração para virar cineasta foi o Spielberg. Eu falei: vou fazer uma história de como o Spielberg se inspirou e como ele inspirou mais pessoas.”
Pesquisa para ‘arrepiar’
Os dois foram atrás de livros e vídeos. “Foi muita pesquisa. Eu até sonhava com ele. Via tanta coisa… entrevista, making of, o pai dele contando como o filho fazia. Vi todo os extras dos DVDs”, diz Filippo.
No curta de 30 segundos, o ator mirim que interpreta Spielberg vê “O maior espetáculo da Terra”, de Cecil B. DeMille, com os olhos arregalados. Ele se impressiona com a imagem de um acidente e a recria com um trenzinho de brinquedo e uma câmera caseira.
O filme dos brasileiros também mostra o pequeno Spielberg fazendo seus primeiros filminhos de faroeste e de guerra. Todos os detalhes são baseados em relatos do diretor em livros e vídeos.
O filme foi exibido no Raindance Film Festival de 2016 e premiado no Young Festival Award, mostra paralela ao festival de Cannes, na França.
À esquerda, cenas do curta dos brasileiros de 2016, e, à direita, ‘Os Fabelmans’, de 2022. Acima, o espanto do pequeno Spielberg no cinema. Abaixo, os dois ganham um trem de brinquedo após assistirem ao filme de Cecil B. DeMille. Na vida real de Spielberg, ele só filma o trem anos depois, mas nos dois filmes a sequência é quase imediata
Reprodução
Mensagem encaminhada
Depois disso, eles fizeram um curso com o fotógrafo Dan Mindel, parceiro do diretor J.J. Abrams (de “Super 8”). Os irmãos exibiram o curta ao professor e perguntaram se ele poderia mostrar a Abrams, amigo de Spielberg, que poderia repassar ao alvo final.
No dia 6 de janeiro de 2019, o fotógrafo encaminhou para Filippo o recado: “Essa deve ser a homenagem mais doce que eu já vi! Obrigado aos alunos de Mindel. Eles entenderam certo. Quanto maiores os nossos sonhos, mais podemos esperar alcançar.”
“A emoção foi como de ganhar o Oscar”, diz Steffano sobre a mensagem de Spielberg encaminhada por Abrams e Mindel. Eles fizeram um quadro com o e-mail.
“Quando saiu o trailer de ‘Fabelmans’, eu falei: agora todo mundo vai falar que a gente copiou”, brinca Filippo. “Ainda bem que tem a data que a gente fez, em 2016”, diz Steffano.
Spielberg já comentava em entrevistas sobre filmar a história de sua família desde 1999. Mas o roteiro de “Os Fabelmans” foi escrito no final de 2020, e o longa foi filmado em 2021.
Licença poética repetida
Filippo aponta um detalhe que pode passar batido até para quem viu “Os Fabelmans”. Na história real, Spielberg levou anos entre ver a batida de “O maior espetáculo da Terra” e fazer seu filminho do trem.
Mas, “para caber na história”, os brasileiros já mostram o menino ganhando o trenzinho e filmando logo depois de ver o filme. É a mesma adaptação feita por Spielberg no longa, diz Filippo, orgulhoso.
Os dois se descrevem ao assistir “Os Fabelmans” quase como crianças, assim o personagem mirim dos filmes: “Toda vez meu irmão me cutucava. E voava pipoca.”

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Coldplay ainda faz música de verdade ou apenas trilha para palestra motivacional?

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‘Moon Music’, 10º álbum do grupo britânico, desperdiça boas participações em melodias ao mesmo tempo sem referência e sem identidade; veja análise do g1. g1 analisa ‘Moon Music’, novo álbum do Coldplay
O Coldplay lançou nesta sexta-feira (4) “Moon Music”, seu 10º álbum de estúdio — segundo o vocalista Chris Martin, o antepenúltimo da banda, que pretende parar de fazer música após o 12º trabalho. As dez novas faixas, no entanto, deixam a sensação de que eles já pararam.
Nas últimas décadas, o grupo britânico viveu uma das maiores transformações musicais do pop mundial. Foi do rock alternativo melancólico do disco “Parachutes” (2000), influenciado por nomes como Oasis e Radiohead, ao pop motivacional de arena, mostrado principalmente a partir de “Viva la Vida or Death and All His Friends”, de 2008.
A fase mais recente transformou o Coldplay em um fenômeno de venda de ingressos. Iniciada em 2022, a turnê global “Music of the Spheres” arrecadou US$ 945,7 milhões e foi descrita pela revista “Billboard” como a mais lucrativa de todos os tempos para uma banda de rock.
Coldplay no Rock in Rio 2022
Stephanie Rodrigues
No ano passado, o espetáculo visual cósmico, com lasers, fantoches e pulseirinhas coloridas, passou pelo Brasil em 11 apresentações de estádios, com entradas esgotadas.
Ainda assim, fãs mais antigos torcem o nariz — e torcem por algum indício de retorno da banda às raízes. Esses podem desencanar: o “Moon Music” segue a mesma atmosfera etérea-edificante do trabalho anterior de 2021, o que dá nome à turnê quase bilionária.
Nesses dois álbuns, “Music of the Spheres” e “Moon Music”, o ponto alto são as participações. O primeiro tem Selena Gomez e o grupo de k-pop BTS no auge. O novo disco traz a cantora nigeriana Ayra Starr enriquecendo os vocais de “Good Feelings”, pop funkeado sobre a importância de cultivar bons sentimentos.
Em “We Pray”, louvor com levada de rap, está o também nigeriano Burna Boy, outro astro do afrobeat. Com hits e artistas escalando nas paradas, o pop africano ganhou força global em 2024. Mas o que poderia ser uma boa referência no álbum do Coldplay acaba diluído em melodias que parecem de inteligência artificial.
O disco consegue ser, ao mesmo tempo, sem referências e sem identidade: os arranjos não se conectam de verdade com nenhum movimento musical. Já as letras falam de um mundo sem complexidade, onde apenas o poder do amor é capaz de resolver problemas geopolíticos e unir nações em guerra.
“One World”, a música que fecha o “Moon Music”, tem Chris Martin em um instrumental onírico repetindo as palavras “um mundo, apenas um mundo”, para depois concluir: “No fim, é só amor”.
Capa de ‘Moon Music’, 10º álbum do Coldplay
Divulgação
Escolha seu lugar
Não é exatamente para ouvir música que os fãs lotam as apresentações do Coldplay. Com ornamentações de todo tipo, os shows do grupo são vendidos como “experiências” que agradam também outros sentidos.
Mas, se ao vivo a combinação com elementos visuais ajuda a criar um clima mágico, no trabalho de estúdio tudo se torna bem mais monótono.
O Coldplay não está interessado na música em si, mas em guiar as sensações do público. E, sem pirotecnia ou chuva de papel picado, a experiência fica mais parecida com uma palestra motivacional.
Na música-título, que abre o álbum, há um instrumental ambiente de quase dois minutos, perfeito para os espectadores irem escolhendo seus lugares no auditório. Depois, o “Moon Music” encaminha o ouvinte para se animar em “Feels Like I’m Falling in Love”; para refletir em “We Pray”; se empoderar em “IAAM”; se emocionar ao lembrar de tempos mais difíceis em “All My Love”.
Quem consegue deixar o mau humor de lado para se entregar de corpo e alma a esse tipo de vivência pode dar o play tranquilo. Vai ser divertido. Os outros provavelmente vão achar um tanto cafona.

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Paternidade e mudança para Londres guiam Momo na criação do álbum ‘Gira’

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Disco sai em 18 de outubro com dez músicas autorais, sendo seis feitas em parceria com Wado. Capa do álbum ‘Gira’, de Momo
Arte de Marco Papiro e Julia Lüscher
♫ NOTÍCIA
♪ Cantor, compositor e músico de origem mineira, Marcelo Frota – Momo, na certidão artística – personifica o cidadão do mundo. E a rota planetária do artista tem norteado a construção de discografia que ganha um sétimo álbum, Gira, daqui a duas semanas, 18 de outubro.
Momo cresceu e se criou musicalmente no Rio de Janeiro (RJ), cidade que celebra em uma das músicas de Gira, mas migrou para Portugal, país onde gestou em Lisboa o quinto álbum, Voá (2017), com produção musical de Marcelo Camelo.
Já o sexto álbum de Momo, I was told to be quiet (2019), foi orquestrado em Los Angeles (EUA) com produção musical do norte-americano Tom Biller.
Após ter transitado pela Espanha, Momo partiu para Londres. O álbum Gira é o reflexo não somente dessa mudança para a capital da Inglaterra, mas também e sobretudo da paternidade. A chegada da filha Leonora também guiou Momo na criação de um álbum mais leve, pautado pelo groove. “Eu adoraria fazer um álbum para ela dançar”, vislumbra Momo.
Com capa assinada por Marco Papiro e Julia Lüscher, o disco Gira chega ao mundo em 18 de outubro pelo selo londrino Batov Records em LP e em edição digital. Inteiramente autoral, o inédito repertório do álbum é composto por dez músicas.
Seis músicas – Pára, Rio, Passo de avarandar, Jão, Beija-flor e a composição-título Gira – foram feitas com a colaboração de Wado na escrita das letras. Oqueeei é parceria de Momo com o saxofonista Angus Fairbairn. Já Walk in the park, My mind e Summer interlude são músicas da lavra solitária de Momo.
O álbum Gira foi feito com os toques de músicos como Caetano Malta (baixo), Jessica Lauren (teclados), Magnus Mehta (percussão) e Nick Woodmansey (bateria), entre outros instrumentistas arregimentados em Londres, atual morada e inspiração de Momo.
Momo lança em 18 de outubro o sétimo álbum da discografia autoral, ‘Gira’, em LP e em edição digital, pelo selo londrino Batov Records
Dunja Opalko / Divulgação

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Sidney Magal dá baile em show no Rio, canta hit de Jorge Ben Jor com a banda Biquini e continua com a moral elevada

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Aos 74 anos, artista sabe se alimentar do passado sem soar ultrapassado no mercado da música. Sidney Magal em take da gravação da música ‘Chove chuva’ para disco da banda carioca Biquini
Divulgação
♫ COMENTÁRIO
♩ Aos 74 anos, Sidney Magal continua com a moral elevada no universo pop brasileiro. Dois acontecimentos simultâneos nesta sexta-feira, 4 de outubro, reiteram a força do cantor carioca no mercado atual.
No mesmo dia em que o artista sobe ao palco da casa Qualistage – um dos maiores espaços de show da cidade do Rio de Janeiro (RJ) – para apresentar o Baile do Magal ao público carioca, a banda Biquini lança disco com convidados, Vou te levar comigo, em que o maior destaque é uma regravação de Chove chuva (Jorge Ben Jor, 1963) feita com a participação de Magal e um toque latino de salsa na música.
Não é pouca coisa para um artista cujo último sucesso é de 1990, Me chama que eu vou (Torquato Mariano e Cláudio Rabello), lambada gravada para a trilha sonora da novela Rainha da sucata (TV Globo, 1990).
Me chama que eu vou é também o nome do documentário estreado em 2020 com foco na trajetória do artista que ganhou projeção nacional em 1976.
De 1976 a 1979, Magal arrastou multidões pelo Brasil a reboque de repertório sensual posto a serviço da imagem cigana de amante latino. Não por acaso, 1979 é o ano em que se situa a narrativa de longa-metragem sobre a história de amor entre Magal e a esposa Magali West, foco do filme de ficção Meu sangue ferve por você (2023 / 2024), estreado em maio nos cinemas – e já disponível no catálogo da Netflix – com o ator Filipe Bragança dando voz e vida a Magal na tela.
Hoje, Magal é uma personalidade. Um cantor que prescinde de ter músicas nas playlists para se manter em evidência. O artista soube se alimentar do passado sem soar ultrapassado. Nesse sentido, Sidney Magal tem dado baile na concorrência.

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