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Morte de Marília Mendonça: acidentes com aviões de pequeno porte são grande maioria no Brasil

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Cantora e compositora estava em um pequeno avião, que caiu no interior de Minas Gerais. Com 12 anos, Marília Mendonça já compunha
ANDRé CARDOSO/THENEWS2/ESTADÃO CONTEÚDO
A morte trágica da cantora e compositora Marília Mendonça e de outras quatro pessoas em um acidente aéreo nesta sexta-feira (5) trouxe à tona novamente a discussão sobre o índice de incidentes envolvendo a aviação particular no país.
Além de Marília, morreram no acidente o produtor Henrique Ribeiro, o tio e assessor da cantora, Abicieli Silveira Dias Filho, o piloto e o copiloto do avião, cujos nomes ainda não foram confirmados.
Aviões particulares – em geral, de menor porte, como o usado pelo cantora – estão envolvidos na maior parte dos incidentes ou acidentes de aviação no país.
Para um especialista consultado pela BBC News Brasil, uma série de fatores podem explicar essa diferença, como uma menor especialização de pilotos, menos manutenção em relação a grandes aeronaves e também exigências mais brandas em comparação com o que é solicitado para grandes companhias aéreas (leia mais abaixo).
Entre 2010 e 2019, o Brasil registrou 1.210 acidentes com aviões, segundo dados do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).
Em média, ocorreram 121 acidentes aéreos no Brasil por ano no período, mas a maior parte deles sem grandes consequências.
De acordo com o órgão, 46% dos acidentes no período ocorreram com aviões do segmento particular. Já 20% eram com aeronaves agrícolas e 14,72% eram de instrução. A aviação regular, também conhecida como comercial e que tem aeronaves de grande porte, foi responsável por 1% dos acidentes.
Segundo dados de 2019 da Anac, equipamentos particulares são maioria esmagadora no país. Naquele ano, o Brasil tinha 22.219 aeronaves registradas – 47% delas são particulares. Apenas 3% pertencem à aviação regular, conhecida como comercial.
No período, 524 pessoas morreram em acidente aéreos no país entre 2010 e 2019 – em média, 53 vítimas por ano.
Entre as causas dos acidentes envolvendo aeronaves particulares, 44,3% do total ocorreram por “falha do motor em voo”, “perda de controle em voo” e “perda do controle em solo”
Segundo o Cenipa, 53% das pessoas que estavam em aviões acidentados (entre passageiros, tripulantes e terceiros) saíram ilesas. Outras 17% morreram e 16% tiveram ferimentos leves. Já 8% se feriram gravemente.
Aeronave que levava cantora caiu em área de cachoeira no interior de Minas Gerais
Reprodução
Por que aviação particular tem mais acidentes
Presidente da Vinci Aeronáutica, o engenheiro aeronáutico Shailon Ian explicou à BBC News Brasil que há três fatores principais que tornam os acidentes com pequenas aeronaves mais comuns: a certificação, a operação e a manutenção das aeronaves.
Segundo ele, é muito mais complexo fazer o registro de uma aeronave que leva centenas de passageiros do que uma particular, para fins agrícolas ou fotojornalismo, por exemplo. O que define um avião comercial é o peso da aeronave e a quantidade de passageiros que ela pode carregar – acima de 19 assentos.
Quanto mais pessoas, maiores são os níveis de exigência nas avaliações e fiscalizações da Anac.
“Existem níveis diferentes de requisitos em função da capacidade do avião. Quanto mais leve e menos gente a aeronave carregar, mais brandos são os requisitos. Se o uso for particular, há uma exigência, mas se o dono for fazer táxi aéreo, haverá mais requisitos porque ele vai vender serviços e transportar leigos em aviação, por exemplo”, afirmou o especialista.
O segundo ponto citado por Ian é a operação, que exige diferentes níveis de preparo e experiência do piloto, de acordo com o tamanho da aeronave. Ele explica, por exemplo, que é necessário que o piloto tenha mais especializações e uma quantidade de horas de voo muito maior para ser habilitado a pilotar aviões comerciais, com centenas de passageiros.
“Um piloto que trabalha com uma aeronave para fins agrícolas, por exemplo, não precisa de tanto treinamento e horas de voo que um piloto de táxi aéreo, que leva outras pessoas, ou um Boeing, com centenas de pessoas”, afirmou o presidente da Vinci Aeronáutica à BBC News Brasil.
Shailon Ian explica que as exigências também são diferentes porque cada aeronave está preparada para um tipo de voo. E o piloto deve ter treinamentos e experiências diferentes para ser autorizado a pilotá-la.
“Muitos acidentes acontecem porque, muitas vezes, o piloto ou aeronave não estão preparados para aquele tipo de situação. Por exemplo, se um piloto está fazendo um voo visual e o tempo fecha. Se nem ele ou o avião estão preparados para aquela situação, a chance de acontecer um acidente é maior. Na aviação comercial, isso não acontece porque é exigido um nível mais alto de experiência do piloto e instrumentos e tecnologia da aeronave”, afirmou.
FAB investigará acidente
As causas do acidente, na serra de Caratinga (interior de Minas Gerais), ainda serão investigadas. Segundo a Agência Nacional de Aviação (Anac), o avião que havia sido alugado pela cantora estava em situação regular e tinha autorização para voar.
Já a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) informou, em nota, que o avião bimotor que transportava a cantora atingiu um cabo de uma torre de distribuição da empresa no município de Caratinga.
Em nota à BBC News Brasil, a Força Aérea Brasileira (FAB) informou que irá apurar o caso. Segundo o órgão, investigadores do Terceiro Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA 3), no Rio de Janeiro (RJ), foram acionados para realizar a ação inicial do acidente.
A FAB detalhou que durante essa apuração inicial os investigadores “identificam indícios, fotografam cenas, retiram partes da aeronave para análise, ouvem relatos de testemunhas, reúnem documentos etc”.
Não há um tempo previsto para a conclusão dessa investigação, conforme o órgão, “dependendo sempre da complexidade da ocorrência”.
“A conclusão das investigações terá o menor prazo possível, dependendo sempre da complexidade de cada ocorrência e, ainda, da necessidade de descobrir os fatores contribuintes”, diz nota da FAB.

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DJ fã de Katy Perry vai se montar de drag no Rock in Rio e quer interagir com a cantora: ‘Ela foi a minha liberdade’

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Americana é a headliner do Palco Mundo nesta sexta (20). Renan Caetano vai se montar de Patty Patrícia na grade do show de Katy Perry
Cristina Boeckel/g1
Renan Caetano chegou aos portões do Rock in Rio às 23h de quinta-feira (19) para garantir a grade no show de Katy Perry, que é a estrela do Palco Mundo nesta sexta (20). Ele vem com um plano ousado: “Eu sou drag e vou me montar. Quero que ela me veja e interaja comigo.”
O esforço — e as 25 horas de espera ao relento — tem justificativa. A artista teve papel fundamental na sua formação. “Ela foi a minha liberdade. Ela me fez quem sou hoje, e atualmente posso me expressar por meio da minha arte”, destaca Renan.
A drag Patty Patrícia existe há 5 anos. Segundo Renan, que veio de São Paulo, a noite foi fria, mas a ansiedade o ajudou a se manter aquecido.
Sobre o look de Patty Patrícia, é importante manter o mistério. Só alguns pedaços foram mostrados para o g1: a peruca loira e o salto altíssimo.
Na espera, a manhã está sendo embalada pelo som de “143”, álbum que ela lança no festival.
“Eu ouvi e já gostei muito, está pop-dance, como ela prometeu, e quero cantar as músicas”, opinou.
Katy Perry: ‘Nunca mais farei esse tipo de show’
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g1 ouviu: novo álbum de Katy Perry fica preso ao passado

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Acordo sobre a herança de Gal Costa favorece a preservação e a possível expansão da discografia da cantora

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Há muito ouro de alto quilate a ser garimpado no baú da artista, que faria 80 anos em 2025. ♫ COMENTÁRIO
♩ É provável que quase todos os admiradores e seguidores de Gal Costa (26 de setembro de 1945 – 9 de novembro de 2022) tenham tomado algum partido na disputa travada na Justiça de São Paulo entre o filho da cantora, Gabriel Costa, e a viúva de Gal, Wilma Petrillo, pela herança da artista.
De todo modo, o fato de a briga judicial ter chegado ao fim nesta semana, com acordo firmado entre Gabriel e Wilma, deve ser comemorado por todos os que amam a arte maior de Gal Costa. O fim da disputa favorece a preservação e a possível expansão da obra da cantora através das edições de gravações inéditas.
Há relíquias nos acervos das gravadoras Universal Music (detentora dos discos feitos por Gal na Philips entre 1967 e 1983) e Sony Music, dona do patrimônio adquirido com a fusão com a companhia então denominada BMG, na qual Gal ingressou em 1984, quando a gravadora ainda se chamava RCA, e permaneceu até 2001.
Enquanto herdeiros brigam na Justiça pelo espólio de um artista, as gravadoras tendem a deixar a obra desse artista de lado para evitar dor-de-cabeça, sobretudo quando se trata da edição de produto inédito, para a qual são necessárias as devidas autorizações de todos os herdeiros (e de todos os envolvidos na gravação).
Com boa vontade, há muito ouro a ser garimpado no baú de Gal. São do mais alto quilate, por exemplo, as seis faixas do EP gravado por Gal com o violonista Raphael Rabello (1962 – 1995) em 1990, sendo que duas das seis músicas, o samba-canção Duas contas (Garoto, 1951) e Estrada branca (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, 1958), permaneceram inéditas na voz da cantora.
Sem falar nos registros de shows dos anos 1970, como Cantar (1974), cujo roteiro incluía cinco músicas – o acalanto cubano Drume negrita (Ernesto Grenet, 1942), Me deixe mudo (Walter Franco, 1972), Não existe pecado ao sul do Equador (Chico Buarque e Ruy Guerra, 1973), Menina mulher da pele preta (Jorge Ben Jor, 1974) e Chorou, chorou (João Donato e Paulo César Pinheiro, 1973) – nunca gravadas por Gal.
Enfim, todos ganham literal e/ou metaforicamente com o acordo sobre a herança de Gal. O caminho está aberto para os lançamentos de gravações inéditas da cantora ao longo de 2025, ano em que a imortal Gal Costa faria 80 anos.

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Katy Perry distribui pizza para fãs na porta do Copacabana Palace; vídeo

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Cantora ainda caprichou no ketchup ao servir as fatias, como todo carioca faz. Antes, postou segurando embalagens de Bis. Katy Perry distribui pizza para fãs na porta do Copacabana Palace
Atração principal desta sexta-feira (20) no Rock in Rio, Katy Perry surpreendeu os fãs durante a madrugada e distribuiu pizza na porta do Copacabana Palace, onde está hospedada.
A americana foi até a calçada acompanhada de integrantes do staff que seguravam pilhas de caixas de pizzas

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