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Festas e Rodeios

Ingressos para RBD esgotados: por que fãs adultos seguem tão apaixonados por Rebelde?

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Filas, confusão e reclamações marcaram a venda de ingressos para a volta aos palcos do RBD, grupo mexicano sensação entre adolescentes nos anos 2000 e que segue comovendo fãs no Brasil. Os seis integrantes do RBD
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Parecia até o início das vendas de ingressos para a turnê de cantores “da moda” ou de alguns dos festivais mais disputados do mundo: sites com instabilidade, filas, empurrões, choro e muita reclamação.
Mas esta sexta-feira (27/1) ficou marcada pela indignação de fãs do RBD, o grupo musical criado a partir da novela mexicana “Rebelde” e que fez muito sucesso em países da América Latina e nos Estados Unidos entre 2004 e 2009.
Mais de uma década depois, a banda, originalmente formada por Anahí, Dulce María, Maite Perroni, Christian Chávez, Christopher Uckermann e Alfonso Herrera, anunciou uma série de shows no México, Brasil e EUA para a volta aos palcos. Só Herrera não participa.
Em pouco mais de uma hora, ingressos para apresentações no Brasil, que acontecerão em novembro, haviam se esgotado na internet.
Nos locais de compra física no Rio de Janeiro e em São Paulo, a situação também foi caótica. A Polícia Militar do Rio precisou ser chamada para controlar a confusão.
“Mais de dez horas na fila, humilhação nas vendas online, muito sol […[. Achei que ia chegar em casa com ingresso chorando, mas não rolou”, escreveu um fã no Twitter, rede em que os termos RBD e #SoyRebeldeWorldTour (o nome da turnê) estiveram entre os assuntos mais comentados durante todo o dia.
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Os fãs fizeram até campanha, em letras maiúsculas, “QUEREMOS NOVAS DATAS NO BRASIL”, chegar ao topo dos trending topics.
Se, em 2004 e nos anos que se seguiram, essas pessoas eram adolescentes com seus 11, 12 ou 13 anos, hoje elas são jovens adultos na casa dos 30 anos, mas que seguem nutrindo o amor pelo grupo mexicano e suas músicas.
Uma empolgação explicada por sentimentos de nostalgia, identidade, senso de comunidade e busca de “conforto no passado”, segundo a professora Fernanda Elouise Budag, doutora em comunicação pela Universidade de São Paulo (USP) e que desenvolveu pesquisas sobre o fenômeno envolvendo Rebelde.
“Essas músicas acionam um lugar de memória, que é algo muito forte. Às vezes a gente até não se lembra da música de cor, mas a gente lembra de como se sentia num determinado momento ouvindo aquela música”, explica Budag.
No caso dos fãs de Rebelde, diz a pesquisadora, muitas vezes o que é atingida é uma memória positiva “de um tempo bom na infância, adolescência”.
Além do RBD, fenômeno parecido também envolve outros grupos e bandas que foram febre entre crianças e adolescentes, como Sandy e Júnior (que fizeram uma turnê em 2019) e os americanos do Backstreet Boys (que voltam a se reunir nos palcos mais uma vez em 2023).
“Esse sentimento de nostalgia pode se configurar como uma estratégia de superação num tempo de crise. As pessoas resgatam e revisitam algo do seu passado para se confortar emocionalmente”, diz a pesquisadora, que cita a pandemia de covid como um momento em que muitas pessoas voltaram a entrar em contato com ídolos dos tempos de infância.
Senso do comunidade e sucesso nos anos 2000
A novela “Rebelde” — e, consequentemente, as músicas do RBD — tratavam de temas como primeiro namoro, virgindade e descobertas. Tudo num melodrama mexicano que conquistou o coração de brasileiros.
A história original surgiu na Argentina, mas foi com investimentos pesados de marketing no México que ela decolou.
Segundo a pesquisa de Fernanda Elouise Budag, o foco da novela era em adolescentes entre 12 e 14 anos, mas isso não quer dizer que mais jovens ou mais velhos também não eram envolvidos pela trama e pelos sucessos musicais.
O grupo mexicano também fez sucesso em todas as camadas sociais, dos mais ricos que compravam produtos oficiais licenciados aos que buscavam os ternos e as gravatas vermelhas nos camelôs das cidades.
“Essa música e o grupo fazem parte de um momento em que esses jovens estavam construindo sua identidade. Constituem eles nesse início de trajetória da vida, de saber quem é”, explica a pesquisadora em comunicação.
“Além disso, o ser humano quer fazer parte de alguma coisa, de uma comunidade, de algo maior. ‘Rebelde’ trouxe esse sentimento de pertencimento, afinal era um grupo de pessoas que comungavam de um mesmo gosto.”
Para quem fez parte dos chamados “fandoms” (as pessoas que se reúnem por um amor a um ídolo em comum), o retorno à plateia desses grupos também é uma forma de recuperar “investimentos” feitos ao longo da infância, principalmente em tempo e afeto.
“A palavra fã tem essa origem em ‘fanático’, e isso pode levar a algumas interpretações erradas. Mas ele é mais que isso, ele não é um alienado”, diz a pesquisadora.
Para quem critica o empenho dos fãs de RBD mais de uma década depois do fim do grupo, conclui Budag, “falta um amor, um ídolo e ser fã para entender o fã”.
– Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/salasocial-64434954

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Coldplay ainda faz música de verdade ou apenas trilha para palestra motivacional?

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‘Moon Music’, 10º álbum do grupo britânico, desperdiça boas participações em melodias ao mesmo tempo sem referência e sem identidade; veja análise do g1. g1 analisa ‘Moon Music’, novo álbum do Coldplay
O Coldplay lançou nesta sexta-feira (4) “Moon Music”, seu 10º álbum de estúdio — segundo o vocalista Chris Martin, o antepenúltimo da banda, que pretende parar de fazer música após o 12º trabalho. As dez novas faixas, no entanto, deixam a sensação de que eles já pararam.
Nas últimas décadas, o grupo britânico viveu uma das maiores transformações musicais do pop mundial. Foi do rock alternativo melancólico do disco “Parachutes” (2000), influenciado por nomes como Oasis e Radiohead, ao pop motivacional de arena, mostrado principalmente a partir de “Viva la Vida or Death and All His Friends”, de 2008.
A fase mais recente transformou o Coldplay em um fenômeno de venda de ingressos. Iniciada em 2022, a turnê global “Music of the Spheres” arrecadou US$ 945,7 milhões e foi descrita pela revista “Billboard” como a mais lucrativa de todos os tempos para uma banda de rock.
Coldplay no Rock in Rio 2022
Stephanie Rodrigues
No ano passado, o espetáculo visual cósmico, com lasers, fantoches e pulseirinhas coloridas, passou pelo Brasil em 11 apresentações de estádios, com entradas esgotadas.
Ainda assim, fãs mais antigos torcem o nariz — e torcem por algum indício de retorno da banda às raízes. Esses podem desencanar: o “Moon Music” segue a mesma atmosfera etérea-edificante do trabalho anterior de 2021, o que dá nome à turnê quase bilionária.
Nesses dois álbuns, “Music of the Spheres” e “Moon Music”, o ponto alto são as participações. O primeiro tem Selena Gomez e o grupo de k-pop BTS no auge. O novo disco traz a cantora nigeriana Ayra Starr enriquecendo os vocais de “Good Feelings”, pop funkeado sobre a importância de cultivar bons sentimentos.
Em “We Pray”, louvor com levada de rap, está o também nigeriano Burna Boy, outro astro do afrobeat. Com hits e artistas escalando nas paradas, o pop africano ganhou força global em 2024. Mas o que poderia ser uma boa referência no álbum do Coldplay acaba diluído em melodias que parecem de inteligência artificial.
O disco consegue ser, ao mesmo tempo, sem referências e sem identidade: os arranjos não se conectam de verdade com nenhum movimento musical. Já as letras falam de um mundo sem complexidade, onde apenas o poder do amor é capaz de resolver problemas geopolíticos e unir nações em guerra.
“One World”, a música que fecha o “Moon Music”, tem Chris Martin em um instrumental onírico repetindo as palavras “um mundo, apenas um mundo”, para depois concluir: “No fim, é só amor”.
Capa de ‘Moon Music’, 10º álbum do Coldplay
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Escolha seu lugar
Não é exatamente para ouvir música que os fãs lotam as apresentações do Coldplay. Com ornamentações de todo tipo, os shows do grupo são vendidos como “experiências” que agradam também outros sentidos.
Mas, se ao vivo a combinação com elementos visuais ajuda a criar um clima mágico, no trabalho de estúdio tudo se torna bem mais monótono.
O Coldplay não está interessado na música em si, mas em guiar as sensações do público. E, sem pirotecnia ou chuva de papel picado, a experiência fica mais parecida com uma palestra motivacional.
Na música-título, que abre o álbum, há um instrumental ambiente de quase dois minutos, perfeito para os espectadores irem escolhendo seus lugares no auditório. Depois, o “Moon Music” encaminha o ouvinte para se animar em “Feels Like I’m Falling in Love”; para refletir em “We Pray”; se empoderar em “IAAM”; se emocionar ao lembrar de tempos mais difíceis em “All My Love”.
Quem consegue deixar o mau humor de lado para se entregar de corpo e alma a esse tipo de vivência pode dar o play tranquilo. Vai ser divertido. Os outros provavelmente vão achar um tanto cafona.

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Paternidade e mudança para Londres guiam Momo na criação do álbum ‘Gira’

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Disco sai em 18 de outubro com dez músicas autorais, sendo seis feitas em parceria com Wado. Capa do álbum ‘Gira’, de Momo
Arte de Marco Papiro e Julia Lüscher
♫ NOTÍCIA
♪ Cantor, compositor e músico de origem mineira, Marcelo Frota – Momo, na certidão artística – personifica o cidadão do mundo. E a rota planetária do artista tem norteado a construção de discografia que ganha um sétimo álbum, Gira, daqui a duas semanas, 18 de outubro.
Momo cresceu e se criou musicalmente no Rio de Janeiro (RJ), cidade que celebra em uma das músicas de Gira, mas migrou para Portugal, país onde gestou em Lisboa o quinto álbum, Voá (2017), com produção musical de Marcelo Camelo.
Já o sexto álbum de Momo, I was told to be quiet (2019), foi orquestrado em Los Angeles (EUA) com produção musical do norte-americano Tom Biller.
Após ter transitado pela Espanha, Momo partiu para Londres. O álbum Gira é o reflexo não somente dessa mudança para a capital da Inglaterra, mas também e sobretudo da paternidade. A chegada da filha Leonora também guiou Momo na criação de um álbum mais leve, pautado pelo groove. “Eu adoraria fazer um álbum para ela dançar”, vislumbra Momo.
Com capa assinada por Marco Papiro e Julia Lüscher, o disco Gira chega ao mundo em 18 de outubro pelo selo londrino Batov Records em LP e em edição digital. Inteiramente autoral, o inédito repertório do álbum é composto por dez músicas.
Seis músicas – Pára, Rio, Passo de avarandar, Jão, Beija-flor e a composição-título Gira – foram feitas com a colaboração de Wado na escrita das letras. Oqueeei é parceria de Momo com o saxofonista Angus Fairbairn. Já Walk in the park, My mind e Summer interlude são músicas da lavra solitária de Momo.
O álbum Gira foi feito com os toques de músicos como Caetano Malta (baixo), Jessica Lauren (teclados), Magnus Mehta (percussão) e Nick Woodmansey (bateria), entre outros instrumentistas arregimentados em Londres, atual morada e inspiração de Momo.
Momo lança em 18 de outubro o sétimo álbum da discografia autoral, ‘Gira’, em LP e em edição digital, pelo selo londrino Batov Records
Dunja Opalko / Divulgação

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Sidney Magal dá baile em show no Rio, canta hit de Jorge Ben Jor com a banda Biquini e continua com a moral elevada

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Aos 74 anos, artista sabe se alimentar do passado sem soar ultrapassado no mercado da música. Sidney Magal em take da gravação da música ‘Chove chuva’ para disco da banda carioca Biquini
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♫ COMENTÁRIO
♩ Aos 74 anos, Sidney Magal continua com a moral elevada no universo pop brasileiro. Dois acontecimentos simultâneos nesta sexta-feira, 4 de outubro, reiteram a força do cantor carioca no mercado atual.
No mesmo dia em que o artista sobe ao palco da casa Qualistage – um dos maiores espaços de show da cidade do Rio de Janeiro (RJ) – para apresentar o Baile do Magal ao público carioca, a banda Biquini lança disco com convidados, Vou te levar comigo, em que o maior destaque é uma regravação de Chove chuva (Jorge Ben Jor, 1963) feita com a participação de Magal e um toque latino de salsa na música.
Não é pouca coisa para um artista cujo último sucesso é de 1990, Me chama que eu vou (Torquato Mariano e Cláudio Rabello), lambada gravada para a trilha sonora da novela Rainha da sucata (TV Globo, 1990).
Me chama que eu vou é também o nome do documentário estreado em 2020 com foco na trajetória do artista que ganhou projeção nacional em 1976.
De 1976 a 1979, Magal arrastou multidões pelo Brasil a reboque de repertório sensual posto a serviço da imagem cigana de amante latino. Não por acaso, 1979 é o ano em que se situa a narrativa de longa-metragem sobre a história de amor entre Magal e a esposa Magali West, foco do filme de ficção Meu sangue ferve por você (2023 / 2024), estreado em maio nos cinemas – e já disponível no catálogo da Netflix – com o ator Filipe Bragança dando voz e vida a Magal na tela.
Hoje, Magal é uma personalidade. Um cantor que prescinde de ter músicas nas playlists para se manter em evidência. O artista soube se alimentar do passado sem soar ultrapassado. Nesse sentido, Sidney Magal tem dado baile na concorrência.

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