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Festas e Rodeios

Como um filme de terror de Hollywood ajudou a ‘demonizar’ as mulheres mais velhas

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O filme ‘O que terá acontecido a baby Jane? (1962)’ inaugurou o subgênero do terror que ficaria conhecido como ‘Hagsploitation’ com duas estrelas de meia idade do cinema no papel de vilãs. Joan Crawford (esq.) e Bette Davis estavam na casa 50 anos quando protagonizaram ‘O Que Terá Acontecido a Baby Jane?’.
Getty Images via BBC
“Eu não daria um centavo por essas duas velhas acabadas…”, comentou maldosamente certa vez Jack Warner, então presidente da Warner Bros, para o diretor que estava sentado do outro lado da mesa de mármore de sua sala.
O diretor era Robert Aldrich. Ele insistiu e acabou convencendo o figurão do cinema a liberar um orçamento, ainda que reduzido, para que ele pudesse dirigir o filme “O que terá acontecido a baby Jane?”.
A adaptação para o cinema do romance gótico de Henry Farrell, feita por Aldrich em 1962, contou com as estrelas Bette Davis e Joan Crawford. Ambas na casa dos 50 anos, elas interpretaram duas irmãs em disputa, confinadas em uma mansão de Los Angeles com seus traumas e ressentimentos perversos pairando no ar.
Teoricamente, o filme era um risco claro para a Warner, especialmente em uma era em que a discriminação com base no sexo e na idade fazia com que a maior parte das mulheres de Hollywood fosse rejeitada para novos papéis a partir dos 45 anos.
Mas o filme “Crepúsculo dos Deuses (1950)”, com a notável interpretação de Gloria Swanson como a personagem Norma Desmond, comprovou que a história de uma mulher com mais idade, desprezada e delirante, poderia trazer algo de poderoso.
Depois do enorme sucesso de “Psicose” (1960), de Alfred Hitchcock, a Warner sabia que filmes de terror de baixo orçamento, concentrados em personagens excêntricos reclusos e seus nefastos segredos, ainda conseguiam cativar o público.
Lançado no Dia das Bruxas 60 anos atrás, “O que terá acontecido a baby Jane?” contrariou completamente as expectativas ruins da Warner.
Inicialmente, nem todos os críticos elogiaram o filme (“este não é um filme, é uma caricatura!”, escreveu o jornal Chicago Tribune em uma resenha devastadora).
Mas a obra recebeu cinco indicações ao Oscar, além de atrair audiências diversas, muitas hipnotizadas pela rivalidade tóxica entre as irmãs e pelo retrato de duas mulheres lutando desesperadamente para escapar das prisões a que elas mesmas se impuseram.
Com custo de US$ 900 mil (cerca de R$ 4,5 milhões), o filme teve uma bilheteria de US$ 9 milhões (cerca de R$ 46 milhões) — valor que, corrigido pela inflação americana, representaria atualmente US$ 90 milhões (cerca de R$ 459 milhões).
Filme sobre a relação tóxica entre duas irmãs solitárias teve boa recepção do público.
Getty Images
Bette Davis representa a versão de meia idade da estrela mirim Baby Jane Hudson, que saiu dos palcos onde por anos dançou um sapateado pretensioso a plateias lotadas – época em que exigia sorvete aos gritos, como uma verdadeira diva em idade escolar – para a decadência e a solidão.
A passagem do tempo não impediu que Jane ainda se vestisse de forma extravagante, como se tivesse nove anos, sem falar nas tranças e no rosto cheio de pó branco, lutando para esconder as rugas.
Davis mantém perfeito equilíbrio entre a inocência infantil desajustada e o desrespeito arrogante. As personalidades divididas da personagem são o resultado de uma vida que, um dia, foi cheia de glamour e agora parece destruída.
Enquanto isso, Joan Crawford interpreta sua irmã menos dominadora, Blanche. Ela escapa da sombra opressiva de Jane para ter sucesso como estrela de Hollywood, de forma muito mais elegante que a irmã e por sua própria capacidade, até que um acidente de carro misterioso destrói seu futuro promissor.
Como uma trêmula relíquia do passado em uma cadeira de rodas, a personagem de Crawford forma a base do filme, incitando a alta teatralidade de Davis e oferecendo um alvo constante para o ciúme descontrolado da irmã.
A presença de Crawford e Davis juntas na tela é sempre explosiva, emocional e impossível de ser ignorada.
Grande parte da infindável fascinação pelo filme (que foi preservado pela Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos em 2021 como “historicamente significativo”) decorre da rivalidade sórdida entre as duas atrizes fora das telas do cinema.
Relatos da época indicam que uma cena do filme, em que Jane ataca Blanche violentamente com uma série de chutes devastadores, na verdade, não foi um trabalho de representação.
Davis e Crawford também tinham relação difícil fora do set de filmagem.
Getty Images via BBC
Bette Davis foi indicada para o Oscar de melhor atriz por sua atuação. Ela afirmava que Crawford teria sentido muita raiva por ter sido preterida para a indicação em favor da outra estrela do mesmo filme. E que, por isso, Crawford teria usado suas conexões em Hollywood para garantir que Davis perdesse o prêmio na entrega do Oscar em 1963. Crawford negou a acusação.
“Joan não queria que eu ganhasse aquele Oscar!”, exclamou Davis em entrevista a Barbara Walters, anos depois que a poeira já havia assentado.
As personagens similares que se seguiram
Fofocas e conjecturas à parte, o legado mais significativo de O que terá acontecido a baby Jane? pode ser encontrado nos filmes que vieram a seguir.
Nos anos após seu lançamento, Hollywood começou a produzir uma série de filmes do chamado terror de “Hagsploitation” (algo como “exploração de bruxas velhas”, em português).
O subgênero também recebeu outros nomes, como “psycho-biddy horror” (“terror das mulheres psicóticas”), “terror das bruxas” e “Grande Dame Guignol” — mas todos desenvolvem a ideia de mulheres que ficaram descompensadas com a idade.
Atriz americana Tallulah Bankhead foi uma das estrelas que atuaram no gênero ‘Hagsploitation’.
Getty Images via BBC
Nesses filmes, atrizes veteranas como Barbara Stanwyck, Tallulah Bankhead, Shelley Winters e Debbie Reynolds interpretaram vilãs delirantes e exageradas como baby Jane. Esses papéis garantiram a continuidade de suas carreiras.
Mas este subgênero é profundamente problemático, a começar pela sua própria denominação.
“Hagsploitation é um termo misógino e preconceituoso com relação aos mais velhos, que é aplicado a estrelas do cinema decadentes que foram reinventadas como esses fantasmas grotescos”, diz Christopher Pullen, professor de mídia e inclusão da Universidade de Bournemouth, no Reino Unido.
“Reconheço que esses filmes foram grandes oportunidades para [as mulheres de meia idade] encontrarem novos papéis, mas, de muitas formas, eram papéis humilhantes que transmitiam estereótipos problemáticos sobre o envelhecimento de corpos femininos e as possibilidades de vida que podem existir para mulheres mais velhas”, completa.
Em muitos aspectos, é difícil discordar dessas observações.
O gênero Hagsploitation foi construído sobre noções duvidosas sobre mulheres mais velhas, incapazes de manter um casamento ou criar um filho adequadamente, que ficaram devastadas. E, para elas, cometer assassinatos ou gritar para os céus era praticamente tudo o que ainda poderia lhes gerar satisfação.
No filme “Alguém morreu em meu lugar” (1964), Bette Davis interpreta duas irmãs gêmeas, Margaret e Edith Phillips. Enquanto Edith é rica e glamourosa, Margaret é pobre, envelhecida e dirige um bar que, nitidamente, é uma espelunca.
Edith decide então assassinar a irmã para assumir sua identidade e riquezas em uma jogada de xadrez maquiavélica. O filme mostra o estereótipo nocivo de que uma mulher envelhecida, incapaz de manter a segurança do casamento, é alguém praticamente inútil que começará a alimentar uma raiva incontrolável que acabará por definir a sua vida.
Lançado no mesmo ano, “A Dama Enjaulada” adota a mesma metáfora. Sua história concentra-se na sra. Hilyard (interpretada por Olivia de Havilland), uma mãe solteira de fala suave que protegeu seu filho crescido por toda a vida, levando-o a fugir e deixar uma carta confirmando suas tendências suicidas, causadas pela natureza dominadora da mãe.
Quando a personagem interpretada por Havilland, que sofre de uma fratura no quadril, fica perigosamente presa no elevador doméstico que ela havia instalado, ladrões decidem aproveitar e saquear a casa, tratando-a com total indiferença.
Os gritos desesperados da sra. Hilyard — “sou um ser humano, uma criatura pensante, com sentimentos!” — são motivos de risos. Ela então perde gradualmente o juízo, o que é algo que costuma ser comum no gênero Hagsploitation.
Na visão fria da sociedade mostrada pelo filme, da sobrevivência do mais adaptável, a personagem de Havilland é considerada totalmente inútil, em uma óbvia metáfora de como os Estados Unidos tratam as mulheres na menopausa ou pós-menopausa.
Jack Warner co. m Bette Davis e Joan Crawford: chefe da Warner relutou em financiar filme
Getty Images via BBC
Outro filme importante do gênero Hagsploitation é o terror britânico “Fanatismo macabro” (1965). Sua personagem principal, a sra. Trefoile (interpretada pela atriz Tallulah Bankhead) é uma mulher idosa infeliz que se irrita quando a namorada do seu filho morto se atreve a visitá-la.
Irada, a sra. Trefoile descreve vestidos vermelhos como “satânicos” e proíbe todos os condimentos da mesa de jantar. Ela incorpora completamente as noções misóginas de que, quando as mulheres chegam a certa idade, sua existência precisa ser seca e sem sexo, puramente dedicada a Deus, à maternidade e a reviver as glórias do passado.
“A essência da ideia da bruxa mostra como, pelo menos em muitas culturas, as mulheres mais idosas são figuras repulsivas”, explica sobre esses filmes a pesquisadora de estudos do cinema da Universidade de Roehampton, no Reino Unido, Deborah Jermyn.
“Em uma sociedade em que o capital das mulheres é mais ostensivamente ligado à beleza e a fertilidade, e a beleza e a fertilidade são características da juventude, as mulheres mais velhas deixam de ter uma função que pode ser demonstrada e sua presença torna-se incômoda, repugnante e inoportuna”, afirma Jermyn.
Para ela, “é por isso que as mulheres mais idosas aparecem com frequência entre as historicamente acusadas de serem bruxas. O cinema Hagsploitation cristaliza todas essas ideias.”
Como as atrizes promoveram o material
Mesmo que esses filmes tenham sido pensados por executivos de Hollywood como forma de fazer o público rir dos sinais de envelhecimento, a notável interpretação das suas estrelas destaca-se por si própria.
Em “O que terá acontecido a baby Jane?”, por exemplo, as ações de Jane são abertamente demoníacas (como na cena em que Jane tenta servir um periquito morto para Blanche no jantar), mas existe uma tristeza nos olhos de Bette Davis que transpõe os limites da tela. Davis eleva a personagem original e força o espectador a sentir algo por Jane que seria improvável apenas com a caricatura nua e crua idealizada pela Warner Bros.
Bette Davis levou seu talento como atriz para. filmes como ‘O Que Terá Acontecido a Baby Jane?’ e ‘Nas Garras do Ódio’
Getty Images via BBC
Davis repete seu bom desempenho no filme Nas garras do ódio (1965), que conta a história de uma babá assassina. Ela transforma a personagem em uma anti-heroína que você simplesmente deseja que tivesse recebido mais atenção da família arrogante de classe média para quem ela trabalhou por tanto tempo.
Também as duas atuações impressionantes da atriz Shelley Winters nos filmes de Hagsploitation criminosamente menosprezados do cineasta americano Curtis Harrington — Fábula macabra e Obsessão sinistra (ambos de 1972) — são outra prova de que esses papéis trouxeram muitos frutos para as estrelas que os representaram.
Em Fábula macabra, Winters interpreta a personagem Rosie “Roo” Forest, uma matriarca rica, mas solitária, que perde sua filha em circunstâncias trágicas. Todos os anos, Forest convida as crianças de um orfanato local para uma festa de Natal, tentando preencher a lacuna deixada no coração pela morte da sua filha.
Em alguns momentos, Winters brinca com essas crianças como um gato torturando um grupo de filhotes de camundongos indefesos. Um jovem valente chamado Christopher (interpretado por Mark Lester) compara Forest explicitamente com o arquétipo da bruxa que come crianças da fábula de João e Maria.
Em uma cena realmente apavorante, pode-se ver Forest colocando delicadamente o corpo mumificado da filha para dormir em um berço. É um momento que causa um misto de medo e empatia do espectador, por sua referência ao nosso medo coletivo da solidão. A interpretação do luto e do sofrimento feita por Winters, atravessando diversos ciclos de traumas, toca profundamente até hoje.
Pérola do Hagsploitation, ‘Fábula Macabra’ traz atuação brilhante de Shelley Winters.
Getty Images via BBC
A crítica de cinema britânica Steph Green concorda que o gênero Hagsploitation inclui uma boa parcela de misoginia e temas moralmente insensíveis, mas também destaca suas virtudes. Seus filmes oferecem “personagens complexas e incomuns, malucas e divertidas, para mulheres que não conseguiam mais ofertas de papéis interessantes”.
A razão pela qual essas interpretações tendem a ser negligenciadas na história do cinema, segundo Green, é porque o público foi treinado para pensar nos filmes do gênero Hagsploitation como atrações sensacionalistas, e não como dramas humanos.
“Sinto que [o que as pessoas] deixam de reconhecer, muitas vezes, é a inteligência e a habilidade necessárias para interpretar uma caricatura e ainda extrair empatia dos espectadores que passaram as últimas duas horas simplesmente tendo pena de você”, explica ela.
“Nos anos 1960 e 1970, os homens conseguiam interpretar chefes de Estado, heróis, detetives e advogados gentis até os 70 anos; as mulheres tinham menos escolhas.”
Legado duradouro
Embora o pico desses filmes tenha ocorrido nos anos 1960 e no início dos anos 1970, eles continuaram a ser produzidos nas décadas seguintes.
No final dos anos 1970, o filme italiano A freira assassina incluiu uma interpretação surpreendente da atriz Anita Ekberg (que havia sido a beldade deslumbrante de A Doce Vida, de Fellini, em 1960), como uma freira idosa que injetava heroína e abusava dos seus pacientes.
Anita Ekberg ficou mundialmente famosa por sua participação no elenco de A Doce Vida.
Getty Images via BBC
“Nas críticas, ela foi menosprezada pelos críticos homens como ‘ultrapassada’, expondo o tipo de misoginia que é fortalecido com esses filmes”, afirma Green. “Mas A freira assassina realmente escancara as questões centrais do Hagsploitation: sombras de misoginia internalizada lutando contra o que são, muitas vezes, atuações integralmente dedicadas.”
Em 1980, “Sexta-Feira 13” também trouxe novos ares para o gênero. O filme teve a ousadia de apresentar, como sua principal assassina, uma mãe idosa desesperada para punir os monitores — usuários de cannabis e que andavam seminus — do acampamento Camp Crystal Lake, onde seu filho Jason havia se afogado por negligência dos funcionários.
A personagem Pamela Vorhees, interpretada pela atriz Betsy Palmer, foi possuída por uma raiva terrível, que sussurrava “mate-a, mamãe”, na voz de Jason, sob sua respiração.
Um ano depois, “Mamãezinha Querida” — um filme biográfico da própria Joan Crawford, que traz a interpretação da atriz Faye Dunaway — trouxe traços de Hagsploitation, com cenas em que a atriz tortura sua enteada por se atrever a pendurar roupas no cabide.
Estas cenas são tão traumáticas quanto caricaturais, em uma combinação de tons que foi fundamental para o poder do gênero Hagsploitation.
O legado do gênero ficou consolidado em 1990, com o filme “Louca Obsessão”, a adaptação para o cinema do romance de Stephen King publicado em 1987. Nele, um romancista famoso (James Caan) sofre um acidente de carro na área rural coberta de neve do Colorado, nos Estados Unidos.
Ele recebeu tratamento da sua “fã número 1” Annie Wilkes (considerada a melhor interpretação da carreira da atriz Kathy Bates).
Wilkes é apresentada como um anjo da morte do meio-oeste americano, de meia idade e antiquada. Ela quebra os tornozelos do seu amado prisioneiro para evitar que ele escape, enquanto o censura dissimuladamente por ser “pervertido”.
Kathy Bates é a combinação perfeita entre Bette Davis como baby Jane e Shelley Winters como Roo Forest. Ela recebeu o Oscar pelo papel e o prêmio serviu para dar nova vida a este tipo de interpretação.
E, quando se fala em filmes de terror mais modernos, pode-se até argumentar que o filme Hereditário (2018), do cineasta americano Ari Aster, cujo tema central é formado por mães iradas que lutam para influenciar seus filhos, deve suas origens ao gênero Hagsploitation.
‘Retrato da indignação do sistema’
Olhando para o futuro, Deborah Jermyn espera que o público possa começar a observar os filmes de Hagsploitation, com todos os seus problemas, de forma renovada.
Grandes estrelas de Hollywood criaram nesses filmes atuações emblemáticas, contrariando as expectativas. Corajosamente, elas trouxeram visibilidade para o envelhecimento em uma indústria cinematográfica conhecida principalmente por querer escondê-lo.
Entre outros pontos, Jermyn espera que possamos começar a olhar para esses personagens e para a raiva das atuações de forma mais complexa.
“Embora muitas vezes motivadas pela necessidade financeira, as mulheres que aceitaram esses papéis personificaram uma rejeição memorável das restrições sociais impostas sobre as mulheres mais idosas”, afirma ela.
“Ao fazê-lo, na verdade, elas deram visibilidade a essas restrições sociais”, prossegue a acadêmica, “e seu impacto condenatório sobre as mulheres na indústria do entretenimento, expondo a superficialidade e a injustiça de uma sociedade que deixa de valorizar as mulheres à medida que elas envelhecem.”
“Neste particular, estrelas interpretando ‘bruxas’ furiosas em filmes da indústria cinematográfica certamente referem-se a si próprias e fazem sua crítica de forma fascinante — elas retratam a indignação de todo o sistema”, conclui Jermyn.
Esta reportagem foi originalmente publicada em – https://www.bbc.com/portuguese/vert-cul-64225304. Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Culture.

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Rapper Budah lança o primeiro álbum, ‘Púrpura’, com nomes como Delacruz, Djonga e Duda Beat entre as 15 faixas

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Indicada ao BET Hip Hop Awards 2024, a artista capixaba segue movimento ascendente desde 2021 com mix sensual de trap com gêneros como R&B. Rapper Budah reúne no álbum ‘Púrpura’ produtores musicais como Dmax, Go Dassisti, Jok3r, Los Brasileiros, Pedro Lotto, Tibery e Wey
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♫ NOTÍCIA
♪ Desde 2021, a rapper capixaba Budah vem seguindo trajetória ascendente em movimento que incluiu a assinatura de contrato com a gravadora Universal Music no ano passado.
Nascida Brenda Rangel em Vila Velha (ES), mas criada em Cariacica (ES) em família musical, a cantora e compositora se tornou Budah ao se lançar na cena de rap e no universo do grafite do Espírito Santo.
Sete anos se passaram desde o lançamento em 2017 da primeira música autoral de Budah, Neguin, e a edição do primeiro álbum da artista, Púrpura, no mercado digital desde ontem, 4 de outubro.
Com as presenças de nomes como Djonga, Duda Beat, Delacruz, Azzy, MC Luanna, TZ da Coronel, Thiago Pantaleão e Day Limns, o álbum Púrpura sai após dezenas de singles – editados por Budah desde 2017, muitos em colaboração com outros artistas – e chega no rastro da indicação da rapper ao BET Hip Hop Awards 2024 na categoria Melhor flow internacional.
Capa do álbum ‘Púrpura’, de Budah
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Formatado por vários produtores musicais, em time que inclui Dmax, Go Dassisti, Jok3r, Los Brasileiros, Pedro Lotto, Tibery e Wey, entre outros nomes, o álbum Púrpura parte do trap para abarcar com sensualidade gêneros como R&B, mote de temas como 812.
Antecedido pelo single Linha de frente, o álbum Púrpura reúne músicas como Deve ser horrível ser você, Hora H (gravada com a adesão de Azzy), Maré, Ninguém vai te superar (faixa turbinada com a presença de Djonga), Pouca roupa e Visão (com Duda Beat e Thiago Pantaleão). Dois interlúdios, Rádio e Nosso laço, costuram o repertório autoral de Budah no primeiro álbum da rapper.
Dez anos após jogar na internet em 2014 um bem recebido cover de Billionaire (2010), música do rapper Travie McCoy gravada com a participação de Bruno Mars, Budah segue em movimento com a intenção de cruzar a linha de frente do hip hop nacional. O lançamento do álbum Púrpura é bom passo na caminhada da artista.
Budah, artista capixaba nascida Brenda Rangel em Vila Velha (ES) e criada em Cariacica (ES), lança o primeiro álbum dez anos após ter jogado a primeira música na internet
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Caso Diddy: psiquiatra explica onda de comentários irônicos envolvendo denúncias a rapper

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Pessoas têm postado comentários ironizando toda a situação, que envolve crimes de violência física e sexual. Especialista cita que redes sociais amplificam o ‘efeito manada’. Psiquiatra explica onda de comentários irônicos envolvendo o caso Sean Combs
Sean “Diddy” Combs não saiu das notícias dos últimos dias. O rapper, que também é conhecido como Puff Daddy, foi preso no dia 16 de setembro sob a suspeita de tráfico sexual e agressão. O artista é acusado de abuso sexual e de drogar pessoas durante festas promovidas por ele.
Diddy nega todas as acusações, que são bem semelhantes às feitas por Cassie Ventura. A ex-namorada do rapper abriu um processo contra ele alegando que foi estuprada e violentada por mais de uma década.
Ponto a ponto: quem é Sean Diddy Combs e quais são as acusações que envolvem sua prisão
Além de tudo o que virou notícia sobre o caso, uma situação chamou a atenção nas redes sociais: apesar de todas as questões de violência física e sexual do caso, muita gente decidiu fazer piada e ironizar a situação.
Desde a prisão do rapper, a internet ficou cheia de postagens inspiradas nesse caso. Muitos delas apontam nomes de amigos famosos do cantor, como Jay-Z. Os dois têm uma relação bem próxima. O cantor, inclusive, já foi criticado por não ter se posicionado sobre o caso Diddy.
Caso Diddy: quem são os famosos citados nas notícias do escândalo
Quem são os sete filhos do rapper
Instagram de Sean Diddy Combs
Reprodução/Instagram
O Instagram do rapper, atualmente, conta só com duas fotos. Uma é de sua filha Chance, de 18 anos, e outra de sua caçula, Love, de 1 ano e 9 meses. No espaço para comentários, muitas piadinhas.
Muitas delas, de brasileiros que estão “culpando” Diddy por casos que aconteceram no país. Por exemplo, tem gente afirmando que não vai perdoar Diddy por ele ter empurrado Mc Kevin da sacada. O rapper brasileiro morreu em 2021 após cair do 5º andar de hotel na Barra da Tijuca. Tem gente que diz, também, que Diddy seria responsável pela morte do Silvio Santos. O apresentador morreu em agosto, aos 93 anos.
As postagens seguem a linha de teorias da conspiração que surgiram após a prisão de Diddy e que afirmam que ele estaria envolvido na morte de astros internacionais.
Existem ainda mais memes e tentativas de piadas com outras questões relacionadas ao caso: como a grande quantidade de garrafas de óleo de bebê encontradas na casa do rapper. Ou também sobre o fato de Justin Bieber ter Diddy como um de seus padrinhos musicais.
A falta do olhar do outro
Internautas criam memes ironizando caso de Sean Diddy Combs
Reprodução/Instagram
Autor de livros como “Viagem por dentro do cérebro”, “Doentia maldade” e “O lado bom do lado ruim”, o psiquiatra Daniel Barros explicou ao g1 que as pessoas tendem a contar piadas com temas graves, porque as redes sociais eliminam uma parte fundamental da interação humana: o olhar do outro.
“No ambiente virtual, não há um feedback imediato das reações emocionais dos interlocutores, como acontece nas interações face a face. E aí, sem ver o sofrimento ou a indignação diretamente, as pessoas não têm o freio social que normalmente as impediria de ironizar questões sérias”, afirma Daniel.
“Sem ver o sofrimento ou a indignação diretamente, as pessoas não têm o freio social que normalmente as impediria de ironizar questões sérias.”
“Assim, acabam expressando desprezo ou falta de empatia, algo que provavelmente não fariam no mundo real, onde o desconforto gerado pelas expressões de dor do outro seria mais evidente”, completa o psiquiatra.
O médico também comenta que as redes sociais amplificam o efeito manada. Esse comportamento é muito usado na psicologia para explicar como as pessoas, quando estão em grupo, agem e reagem de uma mesma forma, mesmo sem um planejamento.
“Quando uma pessoa faz um comentário irônico ou ofensivo, outros podem seguir o exemplo e agir da mesma maneira, sem refletir profundamente sobre o impacto disso. Essa propagação rápida de comportamentos antissociais se deve ao fato de que, nas redes, as respostas não são vistas em tempo real, o que dá uma sensação de anonimato e segurança, mesmo que parcial. Isso faz com que a escalada de agressividade e ironia ocorra de maneira mais veloz e generalizada.
Daniel ainda comenta que uma mudança em relação a esse tipo de atitude requer tempo e adaptação.
Mas ele explica que se a sociedade se tornar mais consciente dos efeitos negativos das redes sociais, talvez as pessoas desenvolvam novas formas de empatia e autorregulação no ambiente virtual.
“Um caminho potencial seria uma maior educação sobre os impactos de nossas ações on-line e o desenvolvimento de mecanismos de autorreflexão para pensar antes de postar.”

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Coldplay ainda faz música de verdade ou apenas trilha para palestra motivacional?

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‘Moon Music’, 10º álbum do grupo britânico, desperdiça boas participações em melodias ao mesmo tempo sem referência e sem identidade; veja análise do g1. g1 analisa ‘Moon Music’, novo álbum do Coldplay
O Coldplay lançou nesta sexta-feira (4) “Moon Music”, seu 10º álbum de estúdio — segundo o vocalista Chris Martin, o antepenúltimo da banda, que pretende parar de fazer música após o 12º trabalho. As dez novas faixas, no entanto, deixam a sensação de que eles já pararam.
Nas últimas décadas, o grupo britânico viveu uma das maiores transformações musicais do pop mundial. Foi do rock alternativo melancólico do disco “Parachutes” (2000), influenciado por nomes como Oasis e Radiohead, ao pop motivacional de arena, mostrado principalmente a partir de “Viva la Vida or Death and All His Friends”, de 2008.
A fase mais recente transformou o Coldplay em um fenômeno de venda de ingressos. Iniciada em 2022, a turnê global “Music of the Spheres” arrecadou US$ 945,7 milhões e foi descrita pela revista “Billboard” como a mais lucrativa de todos os tempos para uma banda de rock.
Coldplay no Rock in Rio 2022
Stephanie Rodrigues
No ano passado, o espetáculo visual cósmico, com lasers, fantoches e pulseirinhas coloridas, passou pelo Brasil em 11 apresentações de estádios, com entradas esgotadas.
Ainda assim, fãs mais antigos torcem o nariz — e torcem por algum indício de retorno da banda às raízes. Esses podem desencanar: o “Moon Music” segue a mesma atmosfera etérea-edificante do trabalho anterior de 2021, o que dá nome à turnê quase bilionária.
Nesses dois álbuns, “Music of the Spheres” e “Moon Music”, o ponto alto são as participações. O primeiro tem Selena Gomez e o grupo de k-pop BTS no auge. O novo disco traz a cantora nigeriana Ayra Starr enriquecendo os vocais de “Good Feelings”, pop funkeado sobre a importância de cultivar bons sentimentos.
Em “We Pray”, louvor com levada de rap, está o também nigeriano Burna Boy, outro astro do afrobeat. Com hits e artistas escalando nas paradas, o pop africano ganhou força global em 2024. Mas o que poderia ser uma boa referência no álbum do Coldplay acaba diluído em melodias que parecem de inteligência artificial.
O disco consegue ser, ao mesmo tempo, sem referências e sem identidade: os arranjos não se conectam de verdade com nenhum movimento musical. Já as letras falam de um mundo sem complexidade, onde apenas o poder do amor é capaz de resolver problemas geopolíticos e unir nações em guerra.
“One World”, a música que fecha o “Moon Music”, tem Chris Martin em um instrumental onírico repetindo as palavras “um mundo, apenas um mundo”, para depois concluir: “No fim, é só amor”.
Capa de ‘Moon Music’, 10º álbum do Coldplay
Divulgação
Escolha seu lugar
Não é exatamente para ouvir música que os fãs lotam as apresentações do Coldplay. Com ornamentações de todo tipo, os shows do grupo são vendidos como “experiências” que agradam também outros sentidos.
Mas, se ao vivo a combinação com elementos visuais ajuda a criar um clima mágico, no trabalho de estúdio tudo se torna bem mais monótono.
O Coldplay não está interessado na música em si, mas em guiar as sensações do público. E, sem pirotecnia ou chuva de papel picado, a experiência fica mais parecida com uma palestra motivacional.
Na música-título, que abre o álbum, há um instrumental ambiente de quase dois minutos, perfeito para os espectadores irem escolhendo seus lugares no auditório. Depois, o “Moon Music” encaminha o ouvinte para se animar em “Feels Like I’m Falling in Love”; para refletir em “We Pray”; se empoderar em “IAAM”; se emocionar ao lembrar de tempos mais difíceis em “All My Love”.
Quem consegue deixar o mau humor de lado para se entregar de corpo e alma a esse tipo de vivência pode dar o play tranquilo. Vai ser divertido. Os outros provavelmente vão achar um tanto cafona.

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