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Festas e Rodeios

Como é ser barriga de aluguel para bebês de celebridades

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A americana Shanna St.Clair teve duas experiências muito diferentes na função. ‘Tive duas lindas experiências de barriga de aluguel e uma que foi terrível’, diz Shanna St.Clair
Elizabeth Nichols/via BBC
Cada vez mais celebridades estão usando barrigas de aluguel para ter filhos e falando abertamente sobre isso. É o caso de famosos como Naomi Campbell, Elon Musk, Kim Kardashian e Paris Hilton. Mas como é ser barriga de aluguel de uma celebridade? A americana Shanna St.Clair foi mãe de aluguel duas vezes e teve duas experiências muito diferentes.
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O telefone de Shanna tocou. Era Catherine*.

Ela começou falando sem nem mesmo dizer oi: “Ouça, eu queria te contar antes que você visse no noticiário. Eu estava usando outra barriga de aluguel e ela acabou de dar à luz”.
Shanna sentou-se, chocada. Ali estava ela, nas primeiras semanas de gravidez, com o filho de Catherine na barriga. Mas Catherine agora dizia que tinha outro filho. Shanna não foi a única mãe de aluguel contratada de Catherine. O que significava isso? Catherine ainda ia querer o bebê que Shanna estava carregando?
“Eu preferia que você tivesse me contado”, Shanna disse, atordoada. “Podemos conversar depois do meu check-up amanhã?”
Catherine concordou e desligou.
Shanna mandou uma mensagem para Catherine horas depois.
“Fiquei um pouco surpresa com a notícia, mas estou muito feliz por você. Aproveite seu bebê. Vamos conversar depois do meu check-up.”
Catherine não respondeu. E também não ligou no dia seguinte.
Shanna descobriu o mundo das barrigas de aluguel lendo uma revista, enquanto seus três filhos brincavam na fazenda da família na zona rural da Pensilvânia.
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Ela ficou encantada. Aprendeu sobre a gestação de substituição “tradicional” — na qual mulheres cujo próprio óvulo é inseminado artificialmente com esperma de um doador — e o modelo em que mulheres carregam o óvulo fertilizado de outra pessoa. Ela descobriu a diferença entre “barriga de aluguel comercial”, onde uma mulher é paga para carregar um bebê, e “barriga de aluguel altruísta”.
O artigo falava bem das barrigas de aluguel. Mesmo a barriga de aluguel comercial era uma benção para pais solteiros, casais inférteis e famílias LGBT que queriam seus próprios filhos biológicos, argumentava o artigo.
Shanna gostou da ideia.
Ela tinha acabado de completar 30 anos com três gestações fáceis. Ela e o marido não queriam mais filhos.
“Eu poderia ser uma portadora gestacional”, pensou ela.
Para ingressar em uma agência de barriga de aluguel, Shanna e seu marido preencheram dezenas de questionários. Eles foram avaliados por psicólogos e médicos e tiveram diversas reuniões com advogados, diz Shanna.
Algumas semanas depois, ela recebeu uma ligação. Um casal de celebridades, Jennifer e Mark, havia visto o seu perfil e queriam encontrá-la em Nova York.
Shanna sentiu uma conexão imediata com o casal.
“Eles eram pessoas gentis”, diz ela. “Eles se esforçaram para entender minha vida, para conhecer meus filhos.”
O pagamento a Shanna cobriria viagens para a clínica de fertilização in vitro, hotéis, combustível, comida e qualquer renda que ela perderia em seu emprego como cabeleireira durante a gravidez. Ao longo de três anos, ela recebeu US$ 50 mil (R$ 250 mil).
Foram várias tentativas para engravidar. Quando ela deu à luz, Jennifer e Mark estavam no parto, seguraram sua mão, chorando enquanto a agradeciam por sua nova família.
Meses depois, quando Jennifer ligou para perguntar se poderia apresentá-la a Catherine, Shanna concordou.
Catherine era de uma família famosa. Ela vinha tentando ter um filho há anos, com e sem barriga de aluguel. Depois de ouvir sobre a experiência bem-sucedida de Jennifer, ela quis falar com Shanna.
“Pensando hoje, havia sinais de alguma coisa preocupantes desde aquela primeira conversa telefônica”, diz Shanna.
Catherine sugeriu que elas evitassem uma agência de barrigas de aluguel para economizar dinheiro. Em vez disso, um contrato foi redigido por advogados, lembra Shanna.
“Ela disse que como eu já havia passado por uma avaliação psicológica em minha experiência com Jennifer, não precisava fazer outra.”
Shanna concordou em fazer três tentativas.
Primeiro, houve um processo em que a barriga de aluguel e a doadora de óvulos sincronizam seus ciclos menstruais, usando injeções diárias de hormônio. Então Shanna e seu marido viajaram para conhecer Catherine pessoalmente, na clínica de fertilização in vitro, onde o óvulo fertilizado seria colocado no útero de Shanna.
Catherine estava esperando por eles.
Shanna foi abraçá-la, mas Catherine se afastou. Ela não gostava de abraços.
Ela disse a Shanna que ficaria com ela para a transferência do óvulo, mas teria que sair logo depois, conta Shanna. Seu motorista os levaria de volta ao hotel.
Shanna pensou consigo: “Isso vai ser bem diferente da experiência com Jennifer e Mark.”
A primeira tentativa de gravidez não funcionou. Na noite anterior à segunda, Catherine convidou Shanna e seu marido para jantar e ficou falando sobre jatos particulares e móveis de grife. Shanna se sentia desconfortável com a situação: ela vestia leggings pretas e um moletom comum em um restaurante luxuoso. Ela percebeu que não tinham nada em comum.
No dia seguinte, na clínica de fertilidade, Catherine estava segurando um frasco de comprimidos, diz Shanna. Catherine sugeriu que a primeira tentativa teria fracassado por Shanna estar nervosa.
Ela entregou a Shanna um comprimido de Valium, um calmante.
“Não, obrigada”, respondeu Shanna.
Mas Catherine não desistiu.
“Ela ficava dizendo: ‘Qual é o problema, Shanna? Uma pílula não vai te machucar’, e eu senti que não podia discutir”, diz Shanna.
Shanna colocou o comprimido na boca, e depois o cuspiu discretamente quando Catherine não estava olhando.
Novamente, Shanna não engravidou. Restava uma tentativa.
‘Tive duas lindas experiências de barriga de aluguel e uma que foi terrível’, diz Shanna St.Clair
Elizabeth Nichols/via BBC
Desta vez, quando se conheceram na clínica, Catherine estava ao telefone com a mãe, discutindo sobre o design de interiores de uma de suas casas. Ela mal falava com Shanna.
Dez dias depois, boas notícias. Os níveis de hCG de Shanna — um hormônio produzido pela placenta — indicavam uma gravidez positiva.
“Fiquei feliz”, diz Shanna.
Catherine, por outro lado, não demonstrou nenhuma emoção.
Ela disse que não queria se deixar entusiasmar demais porque já tinha passado por um caso em que uma barriga de aluguel tinha engravidado e, depois, sofrido um aborto.
Shanna disse: “Sinto muito, eu não sabia que isso tinha acontecido.”
“Foi culpa dela”, Shanna lembra que Catherine respondeu.
Shanna diz que Catherine contou que a barriga de aluguel havia esperado 12 horas em um aeroporto por um voo para visitar seu pai, que estava doente.
Shanna conta que ficou pasma com o comentário seguinte de Catherine: “Eu disse a ela para não viajar, mas ela viajou, e olha o que aconteceu!… Bebê morto.”
Alguns dias depois, os níveis de hCG de Shanna caíram ligeiramente, mas um médico disse a ela para não perder a esperança.
Ela ligou para Catherine, que ela diz ter respondido friamente: “OK, vamos ver como vai ser.”
Logo depois disso, Catherine ligou para Shanna com a notícia chocante de que outra barriga de aluguel havia acabado de dar à luz um bebê. E ficou em silêncio.
Shanna continuou com seus check-ups regulares, dirigindo por mais de uma hora até uma clínica, sem saber se Catherine ainda queria o bebê.
Então, quatro semanas depois, ela foi informada de que seus níveis de hCG haviam caído muito. Ela teve um aborto espontâneo.
Shanna ligou para Catherine, que não atendeu, então ela mandou uma mensagem para contar a triste notícia.
Horas depois, Catherine respondeu: “Eu ligo para você em breve.”
Vários dias depois, ela ainda não havia ligado. Então Shanna mandou uma mensagem para ela novamente.
“Oi, espero que você e o bebê estejam bem. Devo encaminhar o restante das contas para você?”
Em seguida, Catherine mandou uma mensagem de texto.
“Shanna, nosso relacionamento acabou”, disse ela. “Estou chocada com sua frieza sobre o nascimento do meu filho. Encaminhe suas contas.”
Shanna e Catherine nunca mais se falaram.
Aria Simuel, que dirige a Modernly, uma agência VIP de barriga de aluguel na Califórnia, diz que “as celebridades podem ser mais abertas sobre barriga de aluguel agora, mas isso já acontece há anos”.
Ela e sua sócia também foram mães de aluguel.
“Quando uma pessoa famosa chega com gerentes, assistentes, chefe de segurança, isso pode ser muito intimidador para uma mãe de aluguel “, diz ela.
Boas agências administram o relacionamento, diz Aria, verificando se a mãe de aluguel está confortável e defendendo-a se necessário, além de fazer verificações de antecedentes e avaliações psicológicas.
Houve casos em que a barriga de aluguel também passou dos limites, ela acrescenta, tentando vender ideias de reality shows para os pais biológicos ou perguntando se eles poderiam ajudar um primo que quer ser cineasta.
Os contratos devem deixar claro que isso “não faz parte do negócio”, diz Aria.
Quatro anos depois de sua experiência com Catherine, a antiga agência de Shanna perguntou se ela estaria disposta a ser apresentada a outro casal. Depois de conhecê-los e gostar deles, ela concordou em trabalhar pela última vez.
Desta vez, ela deu à luz gêmeos.
“Acho que precisava de algo bom para mudar a experiência horrível com Catherine”, diz Shanna.
“Eu tive duas lindas experiências de barriga de aluguel e uma que foi terrível.”
Hoje, Shanna administra um salão de beleza na sua cidade. Ao som do secador de cabelos, suas clientes conversam com ela sobre fofocas locais e de celebridades, e muitas vezes a conversa recai sobre fertilidade e família.
“Toda semana eu falo com pessoas que estão tentando ter filhos, que acabaram de ter filhos, que perderam bebês, que não podem ter filhos, que dizem que nunca querem ter filhos, que querem tentar qualquer maneira de ter filhos”, conta Shanna.
“Ser mãe de aluguel não é para todo mundo. Mas em um assunto tão pessoal, se todos os envolvidos estiverem felizes e fortalecidos, não devemos julgar as escolhas de outras pessoas.”
* Todos os nomes dos pais biológicos foram alterados
– Este texto foi originalmente publicado em https://www.bbc.com/portuguese/geral-64426107

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Rapper Budah lança o primeiro álbum, ‘Púrpura’, com nomes como Delacruz, Djonga e Duda Beat entre as 15 faixas

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Indicada ao BET Hip Hop Awards 2024, a artista capixaba segue movimento ascendente desde 2021 com mix sensual de trap com gêneros como R&B. Rapper Budah reúne no álbum ‘Púrpura’ produtores musicais como Dmax, Go Dassisti, Jok3r, Los Brasileiros, Pedro Lotto, Tibery e Wey
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♫ NOTÍCIA
♪ Desde 2021, a rapper capixaba Budah vem seguindo trajetória ascendente em movimento que incluiu a assinatura de contrato com a gravadora Universal Music no ano passado.
Nascida Brenda Rangel em Vila Velha (ES), mas criada em Cariacica (ES) em família musical, a cantora e compositora se tornou Budah ao se lançar na cena de rap e no universo do grafite do Espírito Santo.
Sete anos se passaram desde o lançamento em 2017 da primeira música autoral de Budah, Neguin, e a edição do primeiro álbum da artista, Púrpura, no mercado digital desde ontem, 4 de outubro.
Com as presenças de nomes como Djonga, Duda Beat, Delacruz, Azzy, MC Luanna, TZ da Coronel, Thiago Pantaleão e Day Limns, o álbum Púrpura sai após dezenas de singles – editados por Budah desde 2017, muitos em colaboração com outros artistas – e chega no rastro da indicação da rapper ao BET Hip Hop Awards 2024 na categoria Melhor flow internacional.
Capa do álbum ‘Púrpura’, de Budah
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Formatado por vários produtores musicais, em time que inclui Dmax, Go Dassisti, Jok3r, Los Brasileiros, Pedro Lotto, Tibery e Wey, entre outros nomes, o álbum Púrpura parte do trap para abarcar com sensualidade gêneros como R&B, mote de temas como 812.
Antecedido pelo single Linha de frente, o álbum Púrpura reúne músicas como Deve ser horrível ser você, Hora H (gravada com a adesão de Azzy), Maré, Ninguém vai te superar (faixa turbinada com a presença de Djonga), Pouca roupa e Visão (com Duda Beat e Thiago Pantaleão). Dois interlúdios, Rádio e Nosso laço, costuram o repertório autoral de Budah no primeiro álbum da rapper.
Dez anos após jogar na internet em 2014 um bem recebido cover de Billionaire (2010), música do rapper Travie McCoy gravada com a participação de Bruno Mars, Budah segue em movimento com a intenção de cruzar a linha de frente do hip hop nacional. O lançamento do álbum Púrpura é bom passo na caminhada da artista.
Budah, artista capixaba nascida Brenda Rangel em Vila Velha (ES) e criada em Cariacica (ES), lança o primeiro álbum dez anos após ter jogado a primeira música na internet
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Caso Diddy: psiquiatra explica onda de comentários irônicos envolvendo denúncias a rapper

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Pessoas têm postado comentários ironizando toda a situação, que envolve crimes de violência física e sexual. Especialista cita que redes sociais amplificam o ‘efeito manada’. Psiquiatra explica onda de comentários irônicos envolvendo o caso Sean Combs
Sean “Diddy” Combs não saiu das notícias dos últimos dias. O rapper, que também é conhecido como Puff Daddy, foi preso no dia 16 de setembro sob a suspeita de tráfico sexual e agressão. O artista é acusado de abuso sexual e de drogar pessoas durante festas promovidas por ele.
Diddy nega todas as acusações, que são bem semelhantes às feitas por Cassie Ventura. A ex-namorada do rapper abriu um processo contra ele alegando que foi estuprada e violentada por mais de uma década.
Ponto a ponto: quem é Sean Diddy Combs e quais são as acusações que envolvem sua prisão
Além de tudo o que virou notícia sobre o caso, uma situação chamou a atenção nas redes sociais: apesar de todas as questões de violência física e sexual do caso, muita gente decidiu fazer piada e ironizar a situação.
Desde a prisão do rapper, a internet ficou cheia de postagens inspiradas nesse caso. Muitos delas apontam nomes de amigos famosos do cantor, como Jay-Z. Os dois têm uma relação bem próxima. O cantor, inclusive, já foi criticado por não ter se posicionado sobre o caso Diddy.
Caso Diddy: quem são os famosos citados nas notícias do escândalo
Quem são os sete filhos do rapper
Instagram de Sean Diddy Combs
Reprodução/Instagram
O Instagram do rapper, atualmente, conta só com duas fotos. Uma é de sua filha Chance, de 18 anos, e outra de sua caçula, Love, de 1 ano e 9 meses. No espaço para comentários, muitas piadinhas.
Muitas delas, de brasileiros que estão “culpando” Diddy por casos que aconteceram no país. Por exemplo, tem gente afirmando que não vai perdoar Diddy por ele ter empurrado Mc Kevin da sacada. O rapper brasileiro morreu em 2021 após cair do 5º andar de hotel na Barra da Tijuca. Tem gente que diz, também, que Diddy seria responsável pela morte do Silvio Santos. O apresentador morreu em agosto, aos 93 anos.
As postagens seguem a linha de teorias da conspiração que surgiram após a prisão de Diddy e que afirmam que ele estaria envolvido na morte de astros internacionais.
Existem ainda mais memes e tentativas de piadas com outras questões relacionadas ao caso: como a grande quantidade de garrafas de óleo de bebê encontradas na casa do rapper. Ou também sobre o fato de Justin Bieber ter Diddy como um de seus padrinhos musicais.
A falta do olhar do outro
Internautas criam memes ironizando caso de Sean Diddy Combs
Reprodução/Instagram
Autor de livros como “Viagem por dentro do cérebro”, “Doentia maldade” e “O lado bom do lado ruim”, o psiquiatra Daniel Barros explicou ao g1 que as pessoas tendem a contar piadas com temas graves, porque as redes sociais eliminam uma parte fundamental da interação humana: o olhar do outro.
“No ambiente virtual, não há um feedback imediato das reações emocionais dos interlocutores, como acontece nas interações face a face. E aí, sem ver o sofrimento ou a indignação diretamente, as pessoas não têm o freio social que normalmente as impediria de ironizar questões sérias”, afirma Daniel.
“Sem ver o sofrimento ou a indignação diretamente, as pessoas não têm o freio social que normalmente as impediria de ironizar questões sérias.”
“Assim, acabam expressando desprezo ou falta de empatia, algo que provavelmente não fariam no mundo real, onde o desconforto gerado pelas expressões de dor do outro seria mais evidente”, completa o psiquiatra.
O médico também comenta que as redes sociais amplificam o efeito manada. Esse comportamento é muito usado na psicologia para explicar como as pessoas, quando estão em grupo, agem e reagem de uma mesma forma, mesmo sem um planejamento.
“Quando uma pessoa faz um comentário irônico ou ofensivo, outros podem seguir o exemplo e agir da mesma maneira, sem refletir profundamente sobre o impacto disso. Essa propagação rápida de comportamentos antissociais se deve ao fato de que, nas redes, as respostas não são vistas em tempo real, o que dá uma sensação de anonimato e segurança, mesmo que parcial. Isso faz com que a escalada de agressividade e ironia ocorra de maneira mais veloz e generalizada.
Daniel ainda comenta que uma mudança em relação a esse tipo de atitude requer tempo e adaptação.
Mas ele explica que se a sociedade se tornar mais consciente dos efeitos negativos das redes sociais, talvez as pessoas desenvolvam novas formas de empatia e autorregulação no ambiente virtual.
“Um caminho potencial seria uma maior educação sobre os impactos de nossas ações on-line e o desenvolvimento de mecanismos de autorreflexão para pensar antes de postar.”

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Coldplay ainda faz música de verdade ou apenas trilha para palestra motivacional?

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‘Moon Music’, 10º álbum do grupo britânico, desperdiça boas participações em melodias ao mesmo tempo sem referência e sem identidade; veja análise do g1. g1 analisa ‘Moon Music’, novo álbum do Coldplay
O Coldplay lançou nesta sexta-feira (4) “Moon Music”, seu 10º álbum de estúdio — segundo o vocalista Chris Martin, o antepenúltimo da banda, que pretende parar de fazer música após o 12º trabalho. As dez novas faixas, no entanto, deixam a sensação de que eles já pararam.
Nas últimas décadas, o grupo britânico viveu uma das maiores transformações musicais do pop mundial. Foi do rock alternativo melancólico do disco “Parachutes” (2000), influenciado por nomes como Oasis e Radiohead, ao pop motivacional de arena, mostrado principalmente a partir de “Viva la Vida or Death and All His Friends”, de 2008.
A fase mais recente transformou o Coldplay em um fenômeno de venda de ingressos. Iniciada em 2022, a turnê global “Music of the Spheres” arrecadou US$ 945,7 milhões e foi descrita pela revista “Billboard” como a mais lucrativa de todos os tempos para uma banda de rock.
Coldplay no Rock in Rio 2022
Stephanie Rodrigues
No ano passado, o espetáculo visual cósmico, com lasers, fantoches e pulseirinhas coloridas, passou pelo Brasil em 11 apresentações de estádios, com entradas esgotadas.
Ainda assim, fãs mais antigos torcem o nariz — e torcem por algum indício de retorno da banda às raízes. Esses podem desencanar: o “Moon Music” segue a mesma atmosfera etérea-edificante do trabalho anterior de 2021, o que dá nome à turnê quase bilionária.
Nesses dois álbuns, “Music of the Spheres” e “Moon Music”, o ponto alto são as participações. O primeiro tem Selena Gomez e o grupo de k-pop BTS no auge. O novo disco traz a cantora nigeriana Ayra Starr enriquecendo os vocais de “Good Feelings”, pop funkeado sobre a importância de cultivar bons sentimentos.
Em “We Pray”, louvor com levada de rap, está o também nigeriano Burna Boy, outro astro do afrobeat. Com hits e artistas escalando nas paradas, o pop africano ganhou força global em 2024. Mas o que poderia ser uma boa referência no álbum do Coldplay acaba diluído em melodias que parecem de inteligência artificial.
O disco consegue ser, ao mesmo tempo, sem referências e sem identidade: os arranjos não se conectam de verdade com nenhum movimento musical. Já as letras falam de um mundo sem complexidade, onde apenas o poder do amor é capaz de resolver problemas geopolíticos e unir nações em guerra.
“One World”, a música que fecha o “Moon Music”, tem Chris Martin em um instrumental onírico repetindo as palavras “um mundo, apenas um mundo”, para depois concluir: “No fim, é só amor”.
Capa de ‘Moon Music’, 10º álbum do Coldplay
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Não é exatamente para ouvir música que os fãs lotam as apresentações do Coldplay. Com ornamentações de todo tipo, os shows do grupo são vendidos como “experiências” que agradam também outros sentidos.
Mas, se ao vivo a combinação com elementos visuais ajuda a criar um clima mágico, no trabalho de estúdio tudo se torna bem mais monótono.
O Coldplay não está interessado na música em si, mas em guiar as sensações do público. E, sem pirotecnia ou chuva de papel picado, a experiência fica mais parecida com uma palestra motivacional.
Na música-título, que abre o álbum, há um instrumental ambiente de quase dois minutos, perfeito para os espectadores irem escolhendo seus lugares no auditório. Depois, o “Moon Music” encaminha o ouvinte para se animar em “Feels Like I’m Falling in Love”; para refletir em “We Pray”; se empoderar em “IAAM”; se emocionar ao lembrar de tempos mais difíceis em “All My Love”.
Quem consegue deixar o mau humor de lado para se entregar de corpo e alma a esse tipo de vivência pode dar o play tranquilo. Vai ser divertido. Os outros provavelmente vão achar um tanto cafona.

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