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Festas e Rodeios

Como ‘Zona de perigo’, de Leo Santana, disparou para o nº1 do Brasil às vésperas do carnaval

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Cantor apostava em outra faixa e mudou plano após música viralizar com dancinha baiana ‘raiz’ e mistura de pagodão com melodia r&b feita por seis amigos baianos; conheça história do hit. Léo Santana
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Leo Santana venceu uma batalha gigante na guerra pelo hit do carnaval de 2023: “Zona de perigo” chegou ao 1º lugar nacional a menos de dez dias da festa. Foi uma surpresa para o próprio cantor:
Ele estava investindo em outra música, “Não se vá”, para o carnaval. Mesmo com a aposta diferente, foi “Zona de perigo” que cresceu nas redes e nos shows.
Um acerto foi a dança criada por Edilene Alves, coreógrafa de Léo Santana. Ao estilo baiano raiz, com foco no quadril, o passo pegou.
O estilo musical também sai do clichê. É um pagodão que une a levada popular da arrochadeira baiana, os tambores da bachata latina e, no refrão, a melodia do R&B americano.
A composição feita por seis baianos mirou em Léo desde o início, e encaixou no requebrado dele – como prova o vídeo viral do baiano com a esposa, a dançarina Lore Improta.
“Música é sempre uma surpresa. Às vezes a gente gosta, acha que vai ser sucesso, que vai bater certo, e o povo não abraça. Quem manda é o povo. Por mais que a gente goste e ache que vai ser hit, se o povo não curtir, não adianta”, ensina Léo Santana.
“‘Zona de Perigo’ é um exemplo disso. Lançamos ela, mas estávamos trabalhando e investindo em ‘Não se vá’, com Pedro Sampaio. Aí, de repente, senti que a música começou a crescer nos shows, fiz um vídeo com ela e… ‘Boom’, viralizou!”, descreve o cantor.
A música nem ganhou clipe. Léo só lançou um vídeo ao vivo, no dia 19 de dezembro.
Leo Santana
Enaldo Pinto/Ag Haack
Sexteto do Léo
“A gente fez de um jeito despretensioso e começou a notar que era a cara do Léo Santana”, conta Lukinhas, um dos seis compositores de “Zona de perigo”, junto com os amigos Adriel Max, Fella Brown, Pierrot Junior, Rafa Chagas e Yvees Santana.
Ele dá a data de cor: 14 de outubro de 2022. “Fizemos uma reunião aqui na minha casa, em Salvador. Estávamos na beira da piscina e montamos o equipamento: um notebook, um tecladinho pequeno”, diz o compositor. “Foi um tiro certo: enviamos para o Léo e a resposta foi imediata.”
“Fizemos na linha da arrochadeira (ritmo popular baiano, um arrocha mais dançante), e imaginamos o Léo misturando ao pagodão. Na produção veio o tambor da bachata (estilo latino, muito usado no sertanejo). E alguns de nós somos bem envolvidos com o r&b”, diz Lukinhas.
O trunfo foi o trabalho na melodia, Lukinhas aponta. Desde o início, ainda na versão demo, os seis autores entoaram a linha de soul swingado, cantando o “vai” e “vem” do refrão como se fossem uma versão soteropolitana do grupo vocal Boyz II Men.
Compositores de ‘Zona de perigo’ (da esquerda, de cima): Lukinhas, Yvees Santana, Fella Brown, Adriel Max, Rafa Chagas e Pierrot Junior
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‘Afro-potência’
“Digo que ‘Zona de perigo’ é uma ‘world music'”, diz o coautor Rafa Chagas, ex-vocalista da Timbalada. “Ela dá espaço a elementos da Bahia e do mundo”.
Fã de Margareth Menezes e Michael Jackson, entre outras “referências negras da afro-potência”, ele é um dos entusiastas do r&b no sexteto, assim como o colega Junior Pierrot, coautor de “Fé”, da Iza.
“A gente levou também a linha rítmica da bacurinha (instrumento percussivo criado por Carlinhos Brown, seu mentor na Timbalada)”, acrescenta Rafa. “Foi uma soma de energias”, resume Lukinhas.
A reunião aconteceu de maneira informal, coisa de amigos, mas o sucesso de “Zona de perigo” levou Rafa a criar um nome oficial para o grupo de compositores: Equipe Munição.
Mexida de quadril X TikTok robotizado
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“A gente tem total gratidão à Edilene. A música ainda estava longe de ‘rankear’ nas paradas, até porque a faixa de trabalho do Léo era outra, quando ela lançou a dança”, diz Lukinhas sobre a coreógrafa.
“Ela remete às danças antigas do pagode baiano, às nossas raízes. Não foi aquele negócio robotizado do TikTok. Ali eu senti que tinha uma coisa diferente”, elogia o autor.
“Ao criar ‘Zona de Perigo’, quis misturar a nossa referência da Bahia, a mexida do quadril, com a atualidade dos passos do TikTok, que cabem numa tela de celular”, diz Edilene Alves.
“Foi a junção do que a gente faz em Salvador com o que o mundo está consumindo. Teve essa questão estratégica”, diz a coreógrafa e dançarina, que trabalha com Léo Santana há 15 anos.
Léo Santana e Lore Improta dançam ‘Zona de perigo’
Reprodução
“A dança sempre foi uma característica forte da minha carreira, desde a época do ‘Rebolation'”, diz Léo. “Gosto de dançar e sempre tive balé comigo nos shows.” A criação de Edilene ganhou um reforço familiar: “A Lore sempre faz as coreografias para o canal dela também”, diz o marido.
“‘Zona de perigo’ é uma música gostosa de ouvir, de dançar e tem uma coreografia fácil”, ele resume. A música chega forte ao carnaval, no nº1 do Spotify no Brasil, pois passou no julgamento que importa, segundo Léo Santana: “O mais importante é que o povo curtiu e abraçou.”

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Coldplay ainda faz música de verdade ou apenas trilha para palestra motivacional?

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‘Moon Music’, 10º álbum do grupo britânico, desperdiça boas participações em melodias ao mesmo tempo sem referência e sem identidade; veja análise do g1. g1 analisa ‘Moon Music’, novo álbum do Coldplay
O Coldplay lançou nesta sexta-feira (4) “Moon Music”, seu 10º álbum de estúdio — segundo o vocalista Chris Martin, o antepenúltimo da banda, que pretende parar de fazer música após o 12º trabalho. As dez novas faixas, no entanto, deixam a sensação de que eles já pararam.
Nas últimas décadas, o grupo britânico viveu uma das maiores transformações musicais do pop mundial. Foi do rock alternativo melancólico do disco “Parachutes” (2000), influenciado por nomes como Oasis e Radiohead, ao pop motivacional de arena, mostrado principalmente a partir de “Viva la Vida or Death and All His Friends”, de 2008.
A fase mais recente transformou o Coldplay em um fenômeno de venda de ingressos. Iniciada em 2022, a turnê global “Music of the Spheres” arrecadou US$ 945,7 milhões e foi descrita pela revista “Billboard” como a mais lucrativa de todos os tempos para uma banda de rock.
Coldplay no Rock in Rio 2022
Stephanie Rodrigues
No ano passado, o espetáculo visual cósmico, com lasers, fantoches e pulseirinhas coloridas, passou pelo Brasil em 11 apresentações de estádios, com entradas esgotadas.
Ainda assim, fãs mais antigos torcem o nariz — e torcem por algum indício de retorno da banda às raízes. Esses podem desencanar: o “Moon Music” segue a mesma atmosfera etérea-edificante do trabalho anterior de 2021, o que dá nome à turnê quase bilionária.
Nesses dois álbuns, “Music of the Spheres” e “Moon Music”, o ponto alto são as participações. O primeiro tem Selena Gomez e o grupo de k-pop BTS no auge. O novo disco traz a cantora nigeriana Ayra Starr enriquecendo os vocais de “Good Feelings”, pop funkeado sobre a importância de cultivar bons sentimentos.
Em “We Pray”, louvor com levada de rap, está o também nigeriano Burna Boy, outro astro do afrobeat. Com hits e artistas escalando nas paradas, o pop africano ganhou força global em 2024. Mas o que poderia ser uma boa referência no álbum do Coldplay acaba diluído em melodias que parecem de inteligência artificial.
O disco consegue ser, ao mesmo tempo, sem referências e sem identidade: os arranjos não se conectam de verdade com nenhum movimento musical. Já as letras falam de um mundo sem complexidade, onde apenas o poder do amor é capaz de resolver problemas geopolíticos e unir nações em guerra.
“One World”, a música que fecha o “Moon Music”, tem Chris Martin em um instrumental onírico repetindo as palavras “um mundo, apenas um mundo”, para depois concluir: “No fim, é só amor”.
Capa de ‘Moon Music’, 10º álbum do Coldplay
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Escolha seu lugar
Não é exatamente para ouvir música que os fãs lotam as apresentações do Coldplay. Com ornamentações de todo tipo, os shows do grupo são vendidos como “experiências” que agradam também outros sentidos.
Mas, se ao vivo a combinação com elementos visuais ajuda a criar um clima mágico, no trabalho de estúdio tudo se torna bem mais monótono.
O Coldplay não está interessado na música em si, mas em guiar as sensações do público. E, sem pirotecnia ou chuva de papel picado, a experiência fica mais parecida com uma palestra motivacional.
Na música-título, que abre o álbum, há um instrumental ambiente de quase dois minutos, perfeito para os espectadores irem escolhendo seus lugares no auditório. Depois, o “Moon Music” encaminha o ouvinte para se animar em “Feels Like I’m Falling in Love”; para refletir em “We Pray”; se empoderar em “IAAM”; se emocionar ao lembrar de tempos mais difíceis em “All My Love”.
Quem consegue deixar o mau humor de lado para se entregar de corpo e alma a esse tipo de vivência pode dar o play tranquilo. Vai ser divertido. Os outros provavelmente vão achar um tanto cafona.

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Paternidade e mudança para Londres guiam Momo na criação do álbum ‘Gira’

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Disco sai em 18 de outubro com dez músicas autorais, sendo seis feitas em parceria com Wado. Capa do álbum ‘Gira’, de Momo
Arte de Marco Papiro e Julia Lüscher
♫ NOTÍCIA
♪ Cantor, compositor e músico de origem mineira, Marcelo Frota – Momo, na certidão artística – personifica o cidadão do mundo. E a rota planetária do artista tem norteado a construção de discografia que ganha um sétimo álbum, Gira, daqui a duas semanas, 18 de outubro.
Momo cresceu e se criou musicalmente no Rio de Janeiro (RJ), cidade que celebra em uma das músicas de Gira, mas migrou para Portugal, país onde gestou em Lisboa o quinto álbum, Voá (2017), com produção musical de Marcelo Camelo.
Já o sexto álbum de Momo, I was told to be quiet (2019), foi orquestrado em Los Angeles (EUA) com produção musical do norte-americano Tom Biller.
Após ter transitado pela Espanha, Momo partiu para Londres. O álbum Gira é o reflexo não somente dessa mudança para a capital da Inglaterra, mas também e sobretudo da paternidade. A chegada da filha Leonora também guiou Momo na criação de um álbum mais leve, pautado pelo groove. “Eu adoraria fazer um álbum para ela dançar”, vislumbra Momo.
Com capa assinada por Marco Papiro e Julia Lüscher, o disco Gira chega ao mundo em 18 de outubro pelo selo londrino Batov Records em LP e em edição digital. Inteiramente autoral, o inédito repertório do álbum é composto por dez músicas.
Seis músicas – Pára, Rio, Passo de avarandar, Jão, Beija-flor e a composição-título Gira – foram feitas com a colaboração de Wado na escrita das letras. Oqueeei é parceria de Momo com o saxofonista Angus Fairbairn. Já Walk in the park, My mind e Summer interlude são músicas da lavra solitária de Momo.
O álbum Gira foi feito com os toques de músicos como Caetano Malta (baixo), Jessica Lauren (teclados), Magnus Mehta (percussão) e Nick Woodmansey (bateria), entre outros instrumentistas arregimentados em Londres, atual morada e inspiração de Momo.
Momo lança em 18 de outubro o sétimo álbum da discografia autoral, ‘Gira’, em LP e em edição digital, pelo selo londrino Batov Records
Dunja Opalko / Divulgação

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Sidney Magal dá baile em show no Rio, canta hit de Jorge Ben Jor com a banda Biquini e continua com a moral elevada

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Aos 74 anos, artista sabe se alimentar do passado sem soar ultrapassado no mercado da música. Sidney Magal em take da gravação da música ‘Chove chuva’ para disco da banda carioca Biquini
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♫ COMENTÁRIO
♩ Aos 74 anos, Sidney Magal continua com a moral elevada no universo pop brasileiro. Dois acontecimentos simultâneos nesta sexta-feira, 4 de outubro, reiteram a força do cantor carioca no mercado atual.
No mesmo dia em que o artista sobe ao palco da casa Qualistage – um dos maiores espaços de show da cidade do Rio de Janeiro (RJ) – para apresentar o Baile do Magal ao público carioca, a banda Biquini lança disco com convidados, Vou te levar comigo, em que o maior destaque é uma regravação de Chove chuva (Jorge Ben Jor, 1963) feita com a participação de Magal e um toque latino de salsa na música.
Não é pouca coisa para um artista cujo último sucesso é de 1990, Me chama que eu vou (Torquato Mariano e Cláudio Rabello), lambada gravada para a trilha sonora da novela Rainha da sucata (TV Globo, 1990).
Me chama que eu vou é também o nome do documentário estreado em 2020 com foco na trajetória do artista que ganhou projeção nacional em 1976.
De 1976 a 1979, Magal arrastou multidões pelo Brasil a reboque de repertório sensual posto a serviço da imagem cigana de amante latino. Não por acaso, 1979 é o ano em que se situa a narrativa de longa-metragem sobre a história de amor entre Magal e a esposa Magali West, foco do filme de ficção Meu sangue ferve por você (2023 / 2024), estreado em maio nos cinemas – e já disponível no catálogo da Netflix – com o ator Filipe Bragança dando voz e vida a Magal na tela.
Hoje, Magal é uma personalidade. Um cantor que prescinde de ter músicas nas playlists para se manter em evidência. O artista soube se alimentar do passado sem soar ultrapassado. Nesse sentido, Sidney Magal tem dado baile na concorrência.

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