Connect with us

Festas e Rodeios

Viradouro e Grande Rio evoluem bem no quesito samba-enredo a julgar pelo disco do Carnaval 2023

Published

on

Imperatriz Leopoldinense e Paraíso do Tuiuti também se destacam na equilibrada safra da folia carioca. Capa da edição digital do disco ‘Sambas de enredo 2023 – Rio Carnaval’
Divulgação
Resenha de álbum
Título: Sambas de enredo 2023 – Rio Carnaval
Artista: Vários artistas
Edição: Rio Carnaval / Edimusa
Cotação: ★ ★ ★ ½
♪ Já é Carnaval e o maior espetáculo da terra tem como grande atração, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), o desfile das escolas de samba do Grupo Especial. Doze agremiações vão desfilar na Avenida Sapucaí nas noites de domingo e segunda-feira, 19 e 20 de fevereiro, em busca do título de Campeã do Carnaval carioca.
Na busca pelo campeonato, o samba-enredo é quesito fundamental. Até porque um bom samba é capaz de animar o folião da escola e o povo da arquibancada, garantindo pontos para a escola.
A julgar pelo disco Sambas de enredo 2023, gravado no estúdio Cia. dos Técnicos com produção musical de Alceu Maia e disponível em edição digital e em edição em CD com capas diferentes (ambas com imagem do ator e modelo Demerson D’Alvaro na personificação de Exu no desfile que deu o campeonato a Acadêmicos do Grande Rio no Carnaval de 2022), a safra está equilibrada e é de bom nível, embora seja difícil apontar algum samba-enredo com status para figurar em futuras antologias do gênero.
No quesito, a Unidos do Viradouro parece sair na frente com samba de arquitetura menos comum que parece perseguir tom épico. Claudio Mattos, Dan Passos, Marco Moreno, Victor Rangel, Lucas Neves, Deco, Thiago Meiniers, Valtinho Botafogo, Luiz Anderson, Jefferson Oliveira e Bertolo assinam o belo samba da Viradouro, interpretado por Zé Paulo Sierra. O enredo sobre Rosa Maria Egipcíaca (1719 – 1778), escritora negra africana que viveu no Brasil e passou a ser adorada como santa, também é original.
Com enredo de grande empatia que celebra Zeca Pagodinho, a Acadêmicos do Grande Rio também evolui bem no quesito e tenta o bicampeonato com samba ágil, comunicativo. Interpretado por Evandro Malandro, o samba Ô Zeca, o pagode onde é que é? Andei descalço, carroça e trem, procurando por Xerem, pra te ver, pra te abraçar, pra beber e batucar! (Igor Leal, Arlindinho, Diogo Nogueira, Myngal, Mingauzinho, Gustavo Clarão, Devid Gonçalves, Lucas Marques e Porkinho) flui bem e tem tudo para levantar as arquibancadas na Sapucaí.
Há no samba da Grande Rio o poder de sedução que falta em Lugares de Arlindo (Sombrinha, Carlos Senna, Rubens Gordinho, Beto Br, Aluisio Machado e Orlando Ambrosio), samba do Império Serrano sobre Arlindo Cruz, compadre de Zeca.
Com o politizado enredo Brava gente! O grito dos excluídos no bicentenário da independência! (Léo do Piso, Beto Nega, Manolo, Diego Oliveira, Julio Assis e Diogo Rosa), questionador da história oficial do Brasil, a Beija-flor de Nilópolis apresenta samba aquém do histórico da escola, mas muito bem defendido por Neguinho da Beija-Flor com a adesão de Ludmilla.
Faltou um algo mais no samba da Beija-Flor – assim como faltou um brilho a mais nos sambas da Portela e da Unidos de Vila Isabel. Mais uma vez, a centenária Portela celebra a própria história com o samba O azul que vem do infinito (Wanderley Monteiro, Vinicius Ferreira, Rafael Gigante, Edmar Jr, Bira e Marcelão), cantado por Gilsinho.
A Vila aparece com Nessa festa, eu levo fé! (Dinny da Vila, Kleber Cassino, Mano 10, Doc Santana e Marcos Pessanha), samba defendido com fervor por Tinga para fazer jus ao enredo sobre as celebrações religiosas. Detalhe: tanto um como outro samba têm refrãos aliciantes que poderão fazer os sambas crescerem na avenida.
Capa da edição em CD do disco ‘Sambas de enredo 2023 – Rio Carnaval’
Divulgação
Também com enredo autorreferente, Delírios de um paraíso vermelho (Moisés Santiago, Líbero, Serginho do Porto, Celino Dias, Aldir Senna, Orlando Ambrósio, Gilmar L.Silva e Marquinho Bombeiro), o Salgueiro apresenta samba mediano, cantado por Emerson Dias.
Já a Mangueira parece ter desperdiçado o enredo sobre a presença africana e negra na música da Bahia. Com letra que alude ao samba Onde o Rio é mais baiano (1994), composto por Caetano Veloso para Alcione, o samba As Áfricas que a Bahia canta (Lequinho, Júnior Fionda, Gabriel Machado, Guilherme Sá e Paulinho Bandolim) é dos menos sedutores da história da verde-e-rosa, ainda que a gravação traga a voz calorosa de Margareth Menezes, intérprete convidada a defender o samba no disco com Marquinho Art ́Samba e Dowglas Diniz.
Ambas com enredos situados no nordeste do Brasil, Imperatriz Leopoldinense e Mocidade Independente de Padre Miguel apresentam sambas com resultados distintos.
Com enredo que conta a saga de Lampião e Maria Bonita com inspiração na literatura de cordel, o samba da Imperatriz, O aperreio do cabra que o excomungado tratou com má-querença e o santíssimo não deu guarida (Me leva, Gabriel Coelho, Miguel da Imperatriz, Luiz Brinquinho, Antonio Crescente e Renne Barbosa), segue curso mais imprevisível do que o do samba déjà vu da Mocidade, Terra de meu céu, estrelas do meu chão (Diego Nicolau, Richard Valença, Orlando Ambrosio, JJ Santos, Nattan Lopes, Gigi da Estiva, W Corrêa e Cabeça do Ajaxx) sobre a arte do artesanato, com foco na obra de Mestre Vitalino.
Bem defendido por Wander Pires, o samba da escola Paraíso do Tuiuti (Claudio Russo, Moacyr Luz, Gustavo Clarão, Julio Alves, Alessandro Falcão, Píer e W. Correa), Mocangueiro da Cara Preta, deixa boa impressão e pode valorizar na avenida o enredo dos carnavalescos João Victor Araújo e Rosa Magalhães sobre o Pará, estado exaltado a partir da chegada do búfalo na Ilha de Marajó.
O samba da Unidos de Tijuca, É onda que vai… É onda que vem… Serei a baía de todos os santos a se mirar no samba da minha terra (Claudio Russo, Julio Alves e Tinga), reitera o equilíbrio da safra do Carnaval de 2023, ainda que, a julgar pelo disco, Viradouro e Grande Rio saiam na frente no quesito samba-enredo, seguidas por Imperatriz Leopoldinense e Paraíso do Tuitui.

Continue Reading
Click to comment

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Festas e Rodeios

Paternidade e mudança para Londres guiam Momo na criação do álbum ‘Gira’

Published

on

By

Disco sai em 18 de outubro com dez músicas autorais, sendo seis feitas em parceria com Wado. Capa do álbum ‘Gira’, de Momo
Arte de Marco Papiro e Julia Lüscher
♫ NOTÍCIA
♪ Cantor, compositor e músico de origem mineira, Marcelo Frota – Momo, na certidão artística – personifica o cidadão do mundo. E a rota planetária do artista tem norteado a construção de discografia que ganha um sétimo álbum, Gira, daqui a duas semanas, 18 de outubro.
Momo cresceu e se criou musicalmente no Rio de Janeiro (RJ), cidade que celebra em uma das músicas de Gira, mas migrou para Portugal, país onde gestou em Lisboa o quinto álbum, Voá (2017), com produção musical de Marcelo Camelo.
Já o sexto álbum de Momo, I was told to be quiet (2019), foi orquestrado em Los Angeles (EUA) com produção musical do norte-americano Tom Biller.
Após ter transitado pela Espanha, Momo partiu para Londres. O álbum Gira é o reflexo não somente dessa mudança para a capital da Inglaterra, mas também e sobretudo da paternidade. A chegada da filha Leonora também guiou Momo na criação de um álbum mais leve, pautado pelo groove. “Eu adoraria fazer um álbum para ela dançar”, vislumbra Momo.
Com capa assinada por Marco Papiro e Julia Lüscher, o disco Gira chega ao mundo em 18 de outubro pelo selo londrino Batov Records em LP e em edição digital. Inteiramente autoral, o inédito repertório do álbum é composto por dez músicas.
Seis músicas – Pára, Rio, Passo de avarandar, Jão, Beija-flor e a composição-título Gira – foram feitas com a colaboração de Wado na escrita das letras. Oqueeei é parceria de Momo com o saxofonista Angus Fairbairn. Já Walk in the park, My mind e Summer interlude são músicas da lavra solitária de Momo.
O álbum Gira foi feito com os toques de músicos como Caetano Malta (baixo), Jessica Lauren (teclados), Magnus Mehta (percussão) e Nick Woodmansey (bateria), entre outros instrumentistas arregimentados em Londres, atual morada e inspiração de Momo.
Momo lança em 18 de outubro o sétimo álbum da discografia autoral, ‘Gira’, em LP e em edição digital, pelo selo londrino Batov Records
Dunja Opalko / Divulgação

Continue Reading

Festas e Rodeios

Sidney Magal dá baile em show no Rio, canta hit de Jorge Ben Jor com a banda Biquini e continua com a moral elevada

Published

on

By

Aos 74 anos, artista sabe se alimentar do passado sem soar ultrapassado no mercado da música. Sidney Magal em take da gravação da música ‘Chove chuva’ para disco da banda carioca Biquini
Divulgação
♫ COMENTÁRIO
♩ Aos 74 anos, Sidney Magal continua com a moral elevada no universo pop brasileiro. Dois acontecimentos simultâneos nesta sexta-feira, 4 de outubro, reiteram a força do cantor carioca no mercado atual.
No mesmo dia em que o artista sobe ao palco da casa Qualistage – um dos maiores espaços de show da cidade do Rio de Janeiro (RJ) – para apresentar o Baile do Magal ao público carioca, a banda Biquini lança disco com convidados, Vou te levar comigo, em que o maior destaque é uma regravação de Chove chuva (Jorge Ben Jor, 1963) feita com a participação de Magal e um toque latino de salsa na música.
Não é pouca coisa para um artista cujo último sucesso é de 1990, Me chama que eu vou (Torquato Mariano e Cláudio Rabello), lambada gravada para a trilha sonora da novela Rainha da sucata (TV Globo, 1990).
Me chama que eu vou é também o nome do documentário estreado em 2020 com foco na trajetória do artista que ganhou projeção nacional em 1976.
De 1976 a 1979, Magal arrastou multidões pelo Brasil a reboque de repertório sensual posto a serviço da imagem cigana de amante latino. Não por acaso, 1979 é o ano em que se situa a narrativa de longa-metragem sobre a história de amor entre Magal e a esposa Magali West, foco do filme de ficção Meu sangue ferve por você (2023 / 2024), estreado em maio nos cinemas – e já disponível no catálogo da Netflix – com o ator Filipe Bragança dando voz e vida a Magal na tela.
Hoje, Magal é uma personalidade. Um cantor que prescinde de ter músicas nas playlists para se manter em evidência. O artista soube se alimentar do passado sem soar ultrapassado. Nesse sentido, Sidney Magal tem dado baile na concorrência.

Continue Reading

Festas e Rodeios

Emiliano Queiroz: famosos lamentam morte do ator

Published

on

By

Emilio Orciollo Netto, Beth Goulart, Selton Mello e Lucio Mauro Filho foram alguns dos famosos que deixaram mensagens nas redes sobre a morte do artista de 88 anos. Emiliano Queiroz na novela Espelho da Vida
Acervo Grupo Globo
Emilio Orciollo Netto, Ary Fontoura, Beth Goulart, Selton Mello, Lucio Mauro Filho e outros famosos lamentaram a morte de Emiliano Queiroz. O ator de 88 anos morreu após sofrer uma parada cardíaca, na madrugada desta sexta-feira (4).
Emilio, que trabalhou com Emiliano na novela “Alma Gêmea”, fez uma postagem nas redes sociais lamentando a morte do ator.
“Meu amigo Milica, fez a passagem. Amigo, você me ensinou e ensina muito. Você é um exemplo de ator de caráter de amor a profissão. Você fez parte de um dos momentos mais felizes da minha vida. Meu eterno Tio Nardo. Obrigado por tanto e por tudo. Você é inspiração eterna. Te amo. Seu eterno Crispim. Te amo”, escreveu o ator.
Initial plugin text
Veja mais mensagens de famosos que lamentaram a morte de Emiliano Queiroz:
Selton Mello, ator
“Gênio amado, Seu Emiliano querido demais.”
Lucio Mauro Filho, ator
“Nosso amado Emiliano Queiroz partiu para o outro plano, deixando uma saudade instantânea. Um dos grandes atores do nosso país, com quem tive a honra de dividir a cena em ‘Lisbela e o Prisioneiro’, rodando o Brasil em farras inesquecíveis! Vê-lo no palco aos 86 anos, brilhando como sempre, foi uma das últimas grandes emoções que vivi dentro de um teatro. Obrigado mestre Emiliano por tanta coisa linda que você sempre me proporcionou. Descansa em paz!”
Initial plugin text
Ary Fontoura, ator
“Triste 😢💔”
Beth Goulart, atriz
“Mais uma perda para todos nós, o grande ator Emiliano Queiroz partiu hoje aos 88 anos. Com uma longa carreira de mais de 70 anos dedicados ao ofício da interpretação, deixa um enorme legado artístico ao nosso país. Nosso amado ‘Dirceu borboleta’ voou para novas dimensões de existência. Que Deus te abençoe e te receba em sua infinita luz e amor. Meus sentimentos para toda a família.”
Initial plugin text
Andréa Faria Sorvetão, atriz e ex-paquita
“Nossas referências indo… Que possamos ser referência também.”
Junior Vieira, ator
“Muita luz.”
Rosane Gofman, atriz
“Tão querido e talentoso!”
Claudia Mauro, atriz
“Meu amigo da vida, meu padrinho de casamento, meu guru, meu amado Emily….E recentemente tivemos este encontro tão lindo. Respostando este vídeo e este registro recente. Meu amigo querido, faça uma boa viagem! Obrigada Liloye Boubli por me proporcionar este último encontro! Emiliano .. Emily… Inesquecível! Pessoa rara! Artista extraordinário! Um dos maiores atores da sua geração. E tantos, tantos e tantos momentos vivemos juntos. Obrigada por tudo! Pelas conversas, pela torcida, pelos conselhos, pelo amor e amizade incondicional. Te amamos muito!”
Initial plugin text
Antonio Grassi, ator
“RIP Emiliano ! Que notícia triste.”
Bárbara Bruno, atriz
“Muito amado e querido!!!!!! Viva Emiliano Queiroz”
Initial plugin text
Tadeu Mello, ator
“Emiliano foi muito especial na minha vida.”
Gustavo Wabner, ator
“Um dos grandes! O primeiro Veludo de “Navalha na Carne”, o inesquecível Dirceu Borboleta de ” O Bem Amado” e de tantos outros personagens inesquecíveis.”
Initial plugin text

Continue Reading

Trending

Copyright © 2017 Zox News Theme. Theme by MVP Themes, powered by WordPress.