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Festas e Rodeios

Alice Caymmi irmana músicas de tempos e estilos distintos sob manto roqueiro do show ‘Imaculada’

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Entre os temas confessionais do quinto álbum, artista canta axé autoral do primeiro disco e funks de Latino e MC Marcinho em temporada em São Paulo. Alice Caymmi se apresenta com trio de baixo, guitarra e bateria no show ‘Imaculada’
Reprodução / Vídeo
Resenha de show a partir da transmissão online da apresentação de 6 de novembro de 2021
Título: Imaculada
Artista: Alice Caymmi
Local: Sesc Belenzinho (São Paulo, SP)
Data da temporada: 5, 6 e 7 de novembro de 2021
Cotação: * * 1/2
♪ É compreensível que Alice Caymmi tenha ignorado o denso repertório do álbum Electra (2019) no roteiro de Imaculada, show que a artista carioca apresenta neste fim de semana no teatro do Sesc Belenzinho, na cidade de São Paulo (SP), em temporada iniciada na sexta-feira, 5 de novembro, e concluída neste domingo, 7.
Na atmosfera pop roqueira deste inédito show baseado no recém-lançado quinto álbum de estúdio da cantora, Imaculada (2021), disponível desde 15 de outubro, cabem mais a graciosidade do axé Tudo que for leve (Alice Caymmi, 2012) – composição autoral do primeiro álbum da artista – e os recados diretos mandados por Alice para os machos opressores e egocêntricos na pressão do refrão da música Todas as noites (Alice Caymmi e Vivian Kuczynski, 2021).
Como o disco homônimo, Imaculada é show exteriorizado, pautado pela estética pop contemporânea dos arranjos executados com pegada roqueira pelo trio formado pelos músicos Ian Cardoso (guitarra), Lucas Gonçalves (baixo) e Thiaguinho Silva (bateria).
Aliada à imobilidade da artista no palco, a uniformidade dessa estética gerou linearidade observada na apresentação de sábado, 6 de novembro, transmitida ao vivo pelo canal do Sesc no YouTube.
Tal linearidade gerou certa frieza na exposição de roteiro que contabilizou 16 músicas, já incluído na lista o funk melody Me leva (Latino, 1994), cantado no bis com menor rigor estilístico no confronto com as interpretações da artista em shows mais teatrais como Rainha dos raios (2014) e Electra (2019).
Ecos dessa teatralidade reverberaram no gestual da intérprete em Iansã (Caetano Veloso e Gilberto Gil, 1972), música que inspirou o título do álbum Rainha dos raios (2014), mas, no todo, Alice Caymmi é cantora que pode alcançar mais requinte vocal do que o exibido no palco do teatro do Sesc Belenzinho em show pontuado por algumas interpretações displicentes.
Título de maior impacto na discografia de Alice, o álbum Rainha dos raios também foi representado no roteiro do show Imaculada por outro funk melody, Princesa (MC Marcinho, 1997), e pela balada Meu recado (Michael Sullivan e Alice Caymmi, 2014).
Aberto com Louca (Loca) (Thalía, Estéfano e José Luís Pagan, 1995, em versão em português da banda Kitara, 2010), o show Imaculada naturalmente priorizou as músicas do álbum que lhe serve de base.
Pelo tom incisivo da letra, o bote de Serpente (Alice Caymmi e Vivian Kuczynski, 2021) – dado pela cantora com agudos que remetem às vozes operísticas – sobressaiu em repertório cuja irregularidade ecoou no palco pelo canto de músicas como Dentro da minha cabeça (Alice Caymmi, 2021), a balada Recíproco (Alice Caymmi, Junior Fernandes e Zebu, 2021) e Sentimentos (Alice Caymmi e Mulú, 2021), tema apresentado no show com levada evocativa do suingue do norte do Brasil.
Lembranças do álbum Alice (2018), as canções A estação (Carlinhos Rufino, 2018) e Sozinha (Pablo Bispo, Rodrigo Gorky e Arthur Marques, 2018) se conectaram com o tom confessional de repertório em que a artista se expõe corajosamente.
Movida por essa coragem, Alice Caymmi irmanou músicas de tempos e estilos distintos sob o manto pop roqueiro do show Imaculada.
Alice Caymmi canta 16 músicas no show ‘Imaculada’
Reprodução / Vídeo
♪ Eis o roteiro seguido por Alice Caymmi em 6 de outubro de 2021 na segunda das três apresentações do show Imaculada no teatro do Sesc Belenzinho, na cidade de São Paulo (SP):
1. Louca (Loca) (Thalía, Estéfano e José Luís Pagan, 1995, em versão em português da banda Kitara, 2010)
2. Sozinha (Pablo Bispo, Rodrigo Gorky e Arthur Marques, 2018)
3. Serpente (Alice Caymmi e Vivian Kuczynski, 2021)
4. Iansã (Caetano Veloso e Gilberto Gil, 1972)
5. Princesa (MC Marcinho, 1997)
6. Meu recado (Michael Sullivan e Alice Caymmi, 2014)
7. A estação (Carlinhos Rufino, 2018)
8. Recíproco (Alice Caymmi, Junior Fernandes e Zebu, 2021)
9. Imaculada (Alice Caymmi, 2021)
10. Ninfomaníaca (Alice Caymmi, Number Teddie e Urias, 2021)
11. Todas as noites (Alice Caymmi e Vivian Kuczynski, 2021)
12. Dentro da minha cabeça (Alice Caymmi, 2021)
13. Tudo que for leve (Alice Caymmi, 2012)
14. Sentimentos (Alice Caymmi e Mulú, 2021)
15. A lenda da luz da lua (Moonlight densetsu) (Tetsuya Komoro e Kanako Oda, 1999, em versão em português da banda Gaijin Sentai)
Bis:
16. Me leva (Latino, 1994)

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O brilho de Quincy Jones em 10 músicas

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O músico, que morreu aos 91 anos, foi um dos produtores mais importantes do jazz e do pop. Quincy Jones morreu aos 91 anos no último domingo (3/11)
Getty Images via BBC
“A música é sagrada para mim”, disse Quincy Jones, certa vez. “A melodia é a voz de Deus.”
Ele certamente tinha um toque divino.
Jones, que morreu aos 91 anos, foi o braço direito de Frank Sinatra e Michael Jackson, e ajudou a definir o som do jazz e do pop ao longo de mais de 60 anos.
Suas gravações revolucionaram a música ao misturar gêneros, promover colaborações improváveis e formular técnicas modernas de produção.
A seguir, estão 10 músicas que mostram a versatilidade e brilhantismo de Jones no estúdio, além de sua capacidade de extrair o melhor dos músicos com quem trabalhou.
1) Michael Jackson – Billie Jean
Quincy Jones e Michael Jackson na cerimônia de premiação do Grammy de 1984
Getty Images via BBC
Michael Jackson conheceu Quincy Jones no set de filmagem de O Mágico Inesquecível, de 1978, e pediu a ele para produzir seu próximo álbum. Este disco foi Off The Wall – um álbum espetacular que consagrou Jackson como um astro solo.
Eles se juntaram novamente para o álbum Thriller, de 1982, que, sem dúvida, reformulou o mercado pop. Não só produziu sete singles entre os top 10, como também rompeu barreiras raciais, atraindo igualmente o público negro e branco.
O segredo para o sucesso foi Billie Jean, uma história sombria sobre as tietes que Jackson conheceu quando estava em turnê com seus irmãos. Como produtor, Jones não gostou muito da faixa no início, discutindo com Jackson sobre a longa abertura instrumental.
“Eu disse: ‘Michael, precisamos cortar essa introdução'”, lembrou ele mais tarde.
“Ele disse: ‘Mas é isso que me faz querer dançar.’ E quando Michael Jackson diz: ‘É isso que me faz querer dançar’, então, o resto de nós apenas tem que calar a boca.”
Com essas palavras ressoando em seus ouvidos, Jones manteve o arranjo enxuto e moderno. Ele até instruiu o engenheiro de som Bruce Swedien a criar uma bateria com uma “personalidade sonora” que ninguém havia ouvido antes. O resultado é uma das introduções mais reconhecidas da história do pop.
2) Frank Sinatra – Come Fly With Me (Sinatra at the Sands)
Jones trabalhou em parceria com Frank Sinatra desde o início de sua carreira
Getty Images via BBC
“A amizade era muito forte. Não dá para descrever”, disse Jones sobre sua parceria com Frank Sinatra — que ia muito além do estúdio de gravação.
“Sete Jack Daniels duplos em uma hora… [Sinatra] inventou a festa.”
Depois de terem estabelecido um relacionamento no álbum It Might As Well Be Swing, de 1964, Jones ajudou Sinatra a preparar novos arranjos para suas músicas para uma temporada de quatro semanas no Copa Room do Hotel The Sands, em Las Vegas.
“Foi provavelmente o engajamento mais emocionante que já tive na minha vida, desde que comecei a me apresentar”, lembrou Sinatra mais tarde.
Acompanhado pela Count Basie Orchestra, o astro soa perfeitamente à vontade, cantando clássicos como I’ve Got You Under My Skin, Fly Me To The Moon e You Make Me Feel So Young.
Mas é Come Fly With Me que captura com mais perfeição a vitalidade dos novos arranjos de Jones, especialmente na interação carismática entre Sinatra e os instrumentos de sopro da orquestra.
Não é de se admirar que a música tenha sido escolhida para abrir o show — conforme capturado no premiado álbum ao vivo, Sinatra At The Sands.
3) Lesley Gore – It’s My Party
It’s My Party, na voz de Lesley Gore, chegou ao topo das paradas de sucesso dos Estados Unidos
Getty Images via BBC
Lesley Gore era apenas uma adolescente quando suas demos vocais chegaram às mãos de Quincy Jones no início da década de 1960. Naquele momento, ele estava trabalhando com cantores de jazz como Sinatra e Sarah Vaughan — mas ouviu algo que lhe agradou na fita de Gore.
“Ela tinha uma voz suave, característica e cantava afinada, o que muitos cantores de rock ‘n’ roll não conseguiam fazer, então eu a contratei”, escreveu ele em sua autobiografia.
Para a primeira sessão, Jones escolheu It’s My Party entre uma pilha de 200 demos, e começou a trabalhar. Ele fez uma gravação dupla da voz de Gore, acrescentando pequenos floreios de instrumentos de sopro e mudanças inesperadas de acordes que evocam perfeitamente a angústia adolescente da música.
Ele lançou o single às pressas, após descobrir que Phil Spector tinha planos de gravar a mesma música com a banda The Crystals. A música chegou ao topo das paradas de sucesso dos Estados Unidos e alcançou o nono lugar no Reino Unido.
4) Quincy Jones – Summer In The City
Summer In The City se tornou uma das músicas mais influentes de Jones
Getty Images via BBC
Gravado pela banda The Lovin’ Spoonful, Summer In The City é um clássico do rock dos anos 1960, repleto de acordes sinistros de órgão e batidas potentes de bateria que capturam a sensação pegajosa de uma onda de calor opressiva.
A versão de Quincy Jones, gravada para seu álbum de 1973, You’ve Got It Bad Girl, é quase irreconhecível. De forma indolentemente descontraída, o órgão Hammond é tocado com leveza, assim como a bateria.
A maior parte da letra é suprimida e, quando chega aos 2’30”, é cantada com uma serenidade quase celestial por Valerie Simpson (da dupla Ashford & Simpson).
Originalmente lançada como lado B, ela se tornou uma das músicas mais influentes de Jones. De acordo com o site WhoSampled.com, ela foi sampleada em 87 outras músicas, incluindo faixas de Massive Attack, Eminem, Nightmares on Wax e The Roots.
5) Dinah Washington – Mad About The Boy
Mad About The Boy ganhou nova versão na voz de Dinah Washington
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Este é outro exemplo de como a habilidade de Jones como arranjador pode mudar completamente uma música.
Mad About The Boy foi escrita por Noël Coward para o musical Words and Music, de 1932. Na versão original, era cantada por quatro mulheres diferentes, cada uma expressando seu amor por um astro de cinema não identificado (supostamente Douglas Fairbanks Jr.) enquanto esperavam na fila para assistir a um de seus filmes.
É engraçada, peculiar e inteligente, mas quando Dinah Washington regravou a música em 1961, Jones a desacelerou e mudou o compasso de 4/4 para 6/8, permitindo que a cantora percorresse a letra com uma carnalidade recém-descoberta.
Embora tenha passado despercebida na época, a música ganhou fôlego novo em 1992, quando foi usada como trilha sonora de um anúncio da Levis, e entrou nas paradas de sucesso do Reino Unido pela primeira vez
6) Quincy Jones – Soul Bossa Nova
Jones compôs a música Soul Bossa Nova em 20 minutos
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Escrita em apenas 20 minutos, Soul Bossa Nova foi inspirada no gênero musical brasileiro do início dos anos 1960.
Jones está em seu elemento aqui — com flautas e trombones que capturam a alegria de viver do carnaval. Ele também faz uso proeminente da cuíca, instrumento musical semelhante a um tambor, que soa como um macaco feliz nos compassos iniciais.
Assim como a Bossa Nova foi imortalizada, a música de Jones perdurou, de forma mais memorável na sequência de dança de abertura do filme Austin Powers: Um Agente Nada Discreto.
7) Michael Jackson – Beat It
Michael Jackson no clipe de sucesso de Beat it
Getty Images via BBC
Desde o início, Jones e Jackson planejaram fazer de Thriller um álbum pop de grande sucesso.
“Passamos por 800 músicas para chegar a nove”, disse Jones. “Isso não é casual.”
O trabalho era exaustivo. Em um determinado momento, eles estavam trabalhando em três estúdios simultaneamente… até que os alto-falantes pegaram fogo.
Beat It foi crucial para o projeto — porque foi concebida para que Jackson fosse tocado nas rádios de rock dos EUA, uma perspectiva inédita na indústria musical altamente segregada da década de 1980.
Jones havia dito a Jackson para escrever “uma versão negra” de My Sharona, da banda The Knack — sucesso de 1979 que vendeu mais de 10 milhões de cópias. Mas Jackson estava um passo à frente. Ele tinha uma demo que se encaixava no projeto, embora sem refrão ou letra.
Enquanto Jackson trabalhava nisso, Jones chamou Eddie Van Halen para fazer o solo de guitarra.
“Ele entrou e empilhou suas guitarras Gibson”, lembrou Jones mais tarde.
“Eu disse: ‘Não vou me sentar aqui e tentar te dizer o que tocar… Vamos tentar fazer três ou quatro tomadas. Algumas delas serão superanimadas, outras serão longas, e nós as esculpiremos.”
“E ele tocou para caramba.”
A música, com seu clipe inspirado em West Side Story, foi lançada no momento em que a MTV decolava, fazendo com que Jackson se tornasse uma presença permanente nas salas de casa dos Estados Unidos.
Mas apesar de todo o foco comercial do projeto Thriller, Jones sempre afirmou que a música vinha em primeiro lugar.
“Nunca, jamais, na minha vida, fiz música por dinheiro ou fama — porque é quando Deus sai da sala”, ele disse.
8) The Brothers Johnson – Strawberry Letter #23
Da esquerda para a direita: Louis Johnson, Quincy Jones e George Johnson
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Jones descobriu o guitarrista George Johnson e o baixista Louis Johnson quando os ouviu tocando em uma demo da irmã de Chaka Khan, Taka Boom.
Ele os contratou para tocar na trilha sonora da célebre série de televisão Raízes, colocou-os em sua banda de turnê e dirigiu seu álbum de estreia Look Out For #1, de 1976 (que inclui uma gravação sublime de Come Together, dos Beatles).
Mas os irmãos só ficaram famosos no mainstream em 1977, com o lançamento de Strawberry Letter #23.
Originalmente gravada por Shuggie Otis, a versão de Jones torna a produção mais robusta, com uma linha de baixo marcante e backing vocals crescentes — mas George Johnson teve dificuldades para recriar o solo de guitarra original de Shuggie, que era repleto de tercinas complicadas.
Frustrado, Jones pediu ajuda ao músico Lee Ritenour.
“Quincy estava andando pelo corredor, arrancando os cabelos”, lembrou Ritenour mais tarde. “Ele disse: ‘Estou indo almoçar, Ritenour. Faça isso’.”
Lançada em meio ao boom do punk e da discoteca, a psicodelia romântica da música ainda encontrou um público, alcançando o 13º lugar nas paradas. Mais tarde, ela foi popularizada novamente por Quentin Tarantino no filme Jackie Brown.
9) Sarah Vaughan – Misty
Jones gravou um álbum inteiro com Sarah Vaughan em Paris
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No início de sua carreira, Jones foi um dos arranjadores mais requisitados do jazz, trabalhando com artistas como Frank Sinatra, Ella Fitzgerald e Peggy Lee.
Em 1958, ele gravou um álbum inteiro com Sarah Vaughan em Paris, acompanhado por uma orquestra de 55 integrantes. Entre os destaques, está a balada Misty —, originalmente gravada pelo pianista Erroll Garner e que ficou famosa por Johnny Mathis.
Diferentemente de suas versões melosas e sentimentais, Vaughan e Jones (junto com o produtor Jack Tracy) dão à letra um pouco de compaixão. Ela pode estar “tão desamparada quanto um gatinho em cima de uma árvore” (“as helpless as a kitten up a tree”), mas você nunca fica totalmente convencido de que ela está feliz com a situação.
Jones acrescenta toques sedutores — desde as cordas em cascata quando Vaughan canta “mil violinos começam a tocar” (“a thousand violins begin to play”), até a linha de saxofone lindamente silenciada, tocada por Zoot Sims.
Vaughan morreu de câncer de pulmão em 1990. Em 2019, no dia em que ela completaria 95 anos, Jones publicou um tributo à cantora, usando um apelido carinhoso para ela: Sassy.
“A querida e doce Sassy era toda sofisticação e mudanças de acordes e, cara, estou dizendo a vocês que ela pensava como uma trompa e cantava como uma trompa!”, escreveu ele no Facebook.
“Tivemos uma grande jornada juntos e nunca esquecerei cada momento que passamos, porque cada momento foi especial.”
10) USA For Africa – We Are The World
Dionne Warwick, Stevie Wonder, Quincy Jones, Michael Jackson e Lionel Richie comemorando depois que We Are The World ganhou quatro Grammys em 1986
Getty Images via BBC
“Deixem seus egos na porta”, dizia a placa escrita à mão que Quincy Jones fixou na porta de seu estúdio de gravação em 1985.
A ocasião foi a gravação de We Are The World — um single beneficente repleto de estrelas que tinha como objetivo arrecadar dinheiro para o combate à fome na Etiópia.
Escrita por Lionel Richie e Michael Jackson, a música contou com vocais de Stevie Wonder, Paul Simon, Cyndi Lauper, Bruce Springsteen, Dionne Warwick e Bob Dylan, todos gravados em uma única noite.
Reunir os cantores foi uma enorme dor de cabeça, como revelou o recente documentário da Netflix, A Noite que Mudou o Pop.
Em determinado momento, Stevie Wonder insistiu que algumas das letras deveriam ser reescritas em suaíli, apesar do fato de que a população da Etiópia, que seria a principal beneficiária da campanha de arrecadação de fundos para o combate à fome, fala em grande parte outros idiomas.
Jones supervisionou toda a sessão com a paciência e a sabedoria de um produtor que já havia visto de tudo.
O resultado não é particularmente bom — a música pode ser considerada longa demais —, mas o fato de ser coerente é uma prova de sua habilidade como produtor, arranjador, mentor e árbitro.
No final, a música arrecadou mais de US$ 63 milhões (US$ 227 milhões hoje, valor reajustado pela inflação); e Jones considerou esta uma de suas realizações de maior orgulho.
“Nunca antes ou depois vivenciei a alegria que senti naquela noite trabalhando com este rico e complexo mosaico humano de amor, talento e graça”, escreveu ele em sua autobiografia de 2002.
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Quarteto da flautista Andrea Ernest Dias irmana Claudio Santoro, Letieres Leite, Ivone Lara e Moacir Santos em álbum

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Andrea Ernest Dias Quarteto lança álbum em 21 de novembro
Divulgação
Capa do álbum ‘Andrea Ernest Dias Quarteto’
Andrea Ernest Dias com arte de Caco Chagas
♫ NOTÍCIA
♪ Uma das obras-primas do cancioneiro de Dona Ivone Lara (1918 – 2022), compositora que abriu alas femininas no terreirão do samba, Nasci para sonhar e cantar surgiu na voz de Ivone em álbum lançado pela artista carioca em 1982.
Decorridos 42 anos, a música reaparece – transitando entre o choro-canção e o samba-canção, sem a letra de Delcio Carvalho (1939 – 2013) – em gravação de quase seis minutos e meio que sobressai entre as sete faixas do álbum Andrea Ernest Dias Quarteto.
Andrea Ernest Dias é a exímia flautista que se junta ao filho baixista Miguel Dias, ao pianista Pedro Carneiro Silva e ao baterista Felipe Larrosa Moura nesse quarteto carioca de músicas instrumental cujas origens remontam ao ano de 2018.
No mundo a partir de 21 de novembro, com capa criada por Caco Chagas a partir de foto do Mar de Marselha tirada por Andrea durante passeio de barco pela cidade francesa, o disco do quarteto abre com Coisa nº 5 – Nanã (Moacir Santos e Mário Telles, 1963) e Mãe Iracema (Moacir Santos, 2001), ouros negros da obra do compositor, saxofonista, arranjador e maestro pernambucano Moacir Santos (1926 – 2006).
De outro gênio da música afro-brasileira, Letieres Leite (1959 – 2021), o quarteto joga luz sobre Professor luminoso (2017), tema lançado pelo maestro baiano em álbum com a Orkestra Rumpilezz.
Completam o álbum Acalanto da rosa (1958), Amor que partiu (1957) e Em algum lugar (1957 / 1958), três temas do compositor Claudio Santoro (1919 – 1989), originalmente prelúdios para piano que ganharam letras posteriores de Vinicius de Moraes (1913 – 1980) e se transformaram em canções de amor.
O repertório do álbum foi selecionado por Andrea Ernest Dias com Miguel Dias. Ambos também assinam a direção musical do quarteto.

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Modelos aos 60+: os avanços e desafios para mulheres maduras no mundo da moda

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O Globo Repórter desta sexta-feira (8) destacou a beleza dos 60 anos. A jornada da advogada criminalista que virou modelo aos 50 anos
O Globo Repórter desta sexta-feira (8) destacou como o mercado da moda está se renovando e entendendo a beleza dos novos 60 anos.
Após o tratamento contra um câncer de mama, advogada criminalista, Maria Rosa Von Horn decidiu buscar um novo caminho aos 50 anos: se se inscreveu em um curso de modelagem.
“Eu tinha que resgatar esse meu lado de mulher e quando eu cheguei no curso, qual foi a minha surpresa? Tinha muitas mulheres, muitas na minha faixa etária, e eu fui descobrindo que na maturidade todas nós somos muito parecidas”, diz.
De advogada criminalista à modelo aos 60: Maria Rosa Von Horn fala sobre jornada
Reprodução/TV Globo
Ao perceber a falta de oportunidades no mercado para modelos acima de 50 anos, ela decidiu abrir sua própria agência, voltada para mulheres maduras. A jornada, no entanto, não foi fácil.
“A gente era considerada velha, embora a gente estivesse muito bem. Eu falei: mas não é que eu estou bem. Todas as mulheres na minha faixa etária de 50 são como eu, elas namoram, usam biquíni, viajam, trabalham”, conta.
Apesar das dificuldades, Maria Rosa não desistiu e, hoje, em sua agência, as mulheres com mais de 60 anos são as que mais trabalham.
“É um segmento muito grande, muito poderoso também. E agora, na minha agência, as mulheres que mais trabalham têm mais de 60, 70, 80 anos, porque quando eles pedem uma mulher madura, eles querem uma mulher com maturidade, uma mulher elegante, bonita.”, afirma.
Modelos aos 60+: os avanços e desafios para mulheres maduras no mundo da moda
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Modelo profissional aos 65
Mulher conta como virou modelo profissional aos 60 anos
Aos 65 anos, Cristina Becker nunca imaginou que se tornaria modelo profissional. A virada na sua vida aconteceu durante a pandemia, quando decidiu parar de cortar os cabelos e deixar os fios brancos crescerem. A mudança no visual atraiu tantos elogios que ela decidiu fazer um ensaio fotográfico, sem compromisso. O sucesso foi tanto que, hoje, Cris se orgulha de ser modelo profissional.
“Nunca essa mulher madura, experiente, teve esse espaço, né? Acho que as empresas estão buscando essa naturalidade dessa mulher. É uma tendência de mercado. Você tem mulheres jovens e mulheres maduras vestindo o mesmo estilo. E é assim que é a vida, né? É a vida real”.
Para Cristina, o mercado ainda precisa combater o etarismo, preconceito contra a idade.
“O mercado precisa entender que não é porque a pessoa chegou a uma certa idade que ela vai ser descartada. Muito pelo contrário, ela tem ainda muitíssimo a contribuir. Porque ela traz ali camadas que as gerações anteriores certamente não trarão, e essa é a beleza dessa diversidade”, ressalta.
Cristina Becker, modelo de 65 anos
Reprodução/TV Globo
Veja a íntegra do programa abaixo:
Edição de 09/11/2024
Confira as últimas reportagens do Globo Repórter:
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