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Festas e Rodeios

‘O Estrangulador de Boston’ lembra serial killer dos anos 1960; atores falam sobre filme ‘perturbador’

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‘Fato de ainda existir incerteza sobre a resolução é fascinante e assustador e perturbador’, diz Alessandro Nivola, que fala ao g1 ao lado de Chris Cooper; veja vídeo. ‘O Estrangulador de Boston’
Entre os anos de 1962 e 1964, uma onda de assassinatos cruéis de mulheres de 19 a 85 anos na área de Boston, nos Estados Unidos, preocupou a população local. As pessoas não teriam percebido que as mortes poderiam estar conectadas se não fosse uma primeira reportagem de Loretta McLaughlin para o jornal “Boston Record American”, sugerindo a ligação.
Baseado em fatos reais, “O Estrangulador de Boston”, que estreia nesta sexta-feira (17), no Star+, traz Keira Knightley no papel de Loretta, dentro de uma redação dos anos de 1960, que passava seus dias brigando por espaço para além da seção de “estilo de vida”, onde escrevia resenhas de eletrodomésticos. Em casa, administrava com o marido a casa, os três filhos e a opinião da parentada.
Keira Knightley e Chris Cooper em cena de ‘O Estrangulador de Boston’
20th Century Studios/Divulgação
Ao perceber a repetição de pequenas matérias nos jornais concorrentes sobre mortes de mulheres, que em comum eram idosas e viviam sozinhas, ela decidiu que era a hora de apostar na história que queria fazer.
“Elas são ninguém”, desdenhou o editor Jack Maclaine, interpretado por Chris Cooper, vencedor do Oscar de ator coadjuvante por “Adaptação” (2002). “Esses ninguéns leem o seu jornal”, retrucou.
Com esse argumento, e também com a promessa de que trabalharia no caso fora de seu horário de trabalho, Loretta, ao lado da jornalista, e depois amiga, Jean Cole, interpretada por Carrie Coon, publicaram a primeira reportagem revelando as conexões, e cutucando o departamento de polícia que pouco agia para resolver o caso.
“Eu acho que é uma ótima história sobre como aquela época era difícil para as mulheres que trabalhavam, e para as jornalistas em particular, obviamente”, diz Cooper em entrevista ao g1.
Keira Knightley e Carrie Coon, como as repórteres Loretta e Jean, no filme ‘O Estrangulador de Boston’
20th Century Studios/Divulgação
“Na cabeça de Jack, inicialmente, essas mulheres precisavam se provar. É um negócio muito, muito, competitivo. E é essa relação que cresce. Elas precisam se provar e provam descobrindo pistas. E este é o negócio, isto é a redação: ‘me traga a história, me mostre a foto, se você não trouxer, não venha ao trabalho’.”
Loretta enfrenta também os olhares de reprovação do departamento de polícia, não apenas por ser repórter em busca de um fato novo, mas, principalmente, por ser mulher. A única entrada com o departamento é com o investigador Conley, de Alessandro Nivola. Cansado do sistema, ele enxerga nela alguém tão inconformado quanto, e com quem poderia se abrir para um flerte.
“Em comum, eles também se interessam pela parte forense, que era algo novo e as pessoas não levavam a sério”, diz Nivola. “Ele estava enojado com a polícia, não queriam perfilar o assassino, tentar traçar o paralelo entre os diferentes casos, e ainda tinha uma certa preguiça e o desejo de apenas apontar alguém e acabar com aquilo”, afirma.
“Ele estava enfurecido com os métodos da polícia e, além disso, eu acho que ele estava provavelmente atraído pela jornalista.”
“O filme traz essa história específica de uma mulher que estava trabalhando em uma época que era muito difícil de estar neste tipo de história e nesta área, e ainda como uma jornalista, uma mulher jornalista, e ela estava tão determinada em tentar e buscar essas pistas que a polícia não pareciam interessada.”
Ponto de vista
No filme, a história real sobre a busca pelo assassino é quase um pano de fundo da trama guiada pelos olhos de Loretta, passando pela relação com o marido, que a permite sair para trabalhar, com o chefe, que questiona seu trabalho, e a polícia, inerte, por se tratar de crimes contra mulheres desconhecidas.
“É essencial continuar trazendo a história, obviamente, para incluir o ponto de vista da mulher. Nós homens precisamos de ajuda. Mulheres podem nos endireitar com o tanto que trabalham. Precisamos ser aliados”, diz Cooper.
Alessandro Nivola, como Detetive Conley, em ‘O Estrangulador de Boston’
20th Century Studios/Divulgação
Para mergulhar em seu personagem, ele conta, recorreu a uma conhecida, a jornalista Eileen McNamara, vencedora de um Pulitzer, e que trabalhou no jornal “Boston Globe” nas décadas de 1970 e 1980.
“Ela tinha suas próprias histórias para compartilhar sobre a redação e me deu ainda livros magníficos sobre as redações nos anos 1960 e como era competitiva e difícil, ainda antes dos computadores”, afirma o ator. “Tinha de bater muita perna, bater em muitas portas e tentar fazer as pessoas se abrirem em uma época diferente.”
Para o ator, as instituições para proteger a mulher não evoluíram como deveriam. “Eu acho que não mudou muita coisa para ser honesto. Eu acho que com as notícias do mundo, pode estar ficando pior. Eu não sei.”
História real
Há mais de 60 anos, o caso do estrangulador de Boston não foi exatamente solucionado. Durante os anos de 1962 e 1964, 13 mulheres foram agredidas sexualmente e assassinadas em seguida. Todas moravam sozinhas e tinham idades entre 19 e 85 anos.
Chris Cooper, como Jack Maclaine, em ‘O Estrangulador de Bonston’
20th Century Studios/Divulgação
A polícia na época apontava como principal suspeito Albert DeSalvo, um trabalhador de 33 anos, que tinha sido preso por agressão e assédio sexual anos antes, em casos que não estavam relacionados a essas mortes. Em seu depoimento, no entanto, ele assumiu a responsabilidade pelos assassinatos de todas as mulheres vítimas do estrangulador.
A confissão foi posta em xeque, já que em alguns dos casos, não era possível colocar DeSalvo na cena do crime. Uma das teorias da polícia é de que as mortes foram causadas por mais de um assassino, e DeSalvo teria sido convencido e treinado para assumir a culpa por eles.
DeSalvo morreu em 1973, na cadeia, depois de ser atacado por outro preso. Em 2013, um exame de DNA conseguiu mostrar que ele foi o possível responsável pela morte de Mary Sullivan, a última vítima, em 1964.
“Sempre houve uma pergunta pairando sobre isso, se o autor de cada uma dessas mortes é apenas uma pessoa ou não. E se, de fato, conseguiram determinar com sucesso o assassino de cada uma dessas mortes ou não”, diz Nivola.
“Então, o fato de ainda existir algum tipo de incerteza sobre a resolução disso é sempre fascinante e meio assustador e perturbador de alguma forma.”
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Bruno Mars começa tour no Brasil; show deve ter piada com calcinha e hit gravado com Lady Gaga

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Antes de turnê com 14 apresentações, g1 assistiu ao show do cantor para convidados. Com setlist semelhante ao do The Town, Bruno deve incluir novas piadinhas e grito de ‘Bruninho is back’. Bruno Mars encerra show no The Town com o sucesso ‘Uptown Funk’
Bruno Mars começa nesta sexta-feira (4) uma sequência de 14 shows, que vai até o dia 5 de novembro. Antes dessa turnê brasileira, o cantor havaiano de 38 anos fez um show beneficente no Tokio Marine Hall, em São Paulo, na terça-feira (1º). A apresentação para 4 mil pessoas arrecadou R$ 1 milhão para as vítimas da tragédia climática no Rio Grande do Sul.
No show para famosos, convidados e também fãs que participaram de uma promoção, ele seguiu uma estrutura de setlist bem parecida com a do The Town. Bruno fez dois shows no festival paulistano, em setembro de 2024.
Ele ainda começa o show com “24 Magic” e termina com a trinca “Locked Out of Heaven”, “Just the Way You Are” e “Uptown Funk”. No show exclusivo antes da turnê, ele se comunicou um pouco menos com o público.
Entre as poucas interações, gritou “Bruninho is back!”, quando a plateia começou a gritar “Bruninho! Bruninho! Bruninho”, ainda no começo. Em “Billionaire”, alterou parte da letra e cantou “different calcinhas every night”, brincadeira que foi muito aplaudida.
Há ainda uma parte piano e voz, em que ele emenda várias músicas, começando com “Funk You” e passando por “Grenade”, “Talking to the moon” e “Leave the door open”, a única que ele toca do projeto Silk Sonic. A novidade nessa parte, que rolou no show de terça, deve ser a inclusão de um trecho de “Die With a Smile”, música lançada com Lady Gaga em agosto passado.
Bruno Mars
Divulgação
No show do Tokio Marine Hall, um pouco mais curto do que os da turnê, não houve a versão instrumental de “Evidências”, de Chitãozinho & Xororó, tocada por seu tecladista. O solo de bateria, porém, continua presente. Então, não se sabe qual música brasileira será homenageada pela banda de Mars.
A banda que o acompanha, The Hooligans, segue impecável e o ajuda em coreografias cheias de gingado. Para tocar com Mars, não basta ser ótimo músico, tem que saber dançar. Com toda essa atmosfera de suingue e simpatia, fica difícil não se encantar pelo charme de Bruninho.
O repertório de Mars vai do soul ao pop rasgado, passando por R&B, levadas de reggae e baladas perfeitas para pedidos de casamento, como “Marry You”.
Antes dos shows no The Town, Bruno havia vindo ao Brasil em 2017 e em 2012, quando foi atração do festival Summer Soul.
Bruno Mars no Brasil
São Paulo: 4, 5, 8, 9, 12 e 13 de outubro – Estádio Morumbi
Rio: 16, 19 e 20 de outubro – Estádio Nilton Santos
Brasília: 26 e 27 de outubro – Arena Mané Garrincha
Curitiba: 31 de outubro e 1º de novembro – Estádio Couto Pereira
Belo Horizonte: 5 de novembro – Estádio Mineirão

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Garth Brooks é processado por maquiadora que o acusa de estupro

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Mulher diz que agressão aconteceu em 2019. Ela afirma que sofreu diferentes tipos de abusos quando trabalhava para o astro do country americano. Garth Brooks faz show em prol do Hospital de Câncer de Barretos, em 2015
Mateus Rigola/G1
O astro do country Garth Brooks foi processado por uma mulher que o acusa de estupro, segundo o canal de notícias americano CNN nesta quinta-feira (3).
A ação diz que o ataque aconteceu quando ela trabalhava para ele como maquiadora e cabeleireira, em 2019.
A mulher, identificada como Jane Roe, afirma que o cantor também mostrava seus órgãos genitais para ela, falava sobre sexo, se trocava na sua frente e mandava mensagens sexualmente explícitas.
Ela afirma que foi estuprada por ele em um hotel, em Los Angeles, durante uma viagem para a gravação de uma homenagem do Grammy.
O cantor já tinha afirmado ser inocente em um processo movido por ele, anonimamente, em setembro. Na ação, Brooks pedia para que a Justiça declarasse que as acusações de Roe não eram verdade e a proibissem de divulgá-las.
Ele dizia que se tratava de uma tentativa de extorsão que causariam “dano irreparável” à sua carreira e sua reputação.

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DJ Gustah expõe a força crescente de vozes femininas do rap e do trap, como Azzy e Budah, no álbum coletivo ‘Elas’

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A rapper capixaba Budah integra o elenco do disco ‘Elas’, projeto fonográfico que o DJ Gustah lançará na terça-feira, 8 de outubro
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♫ NOTÍCIA
♪ As mulheres marcam cada vez mais posição e território no universo do hip hop. Projeto fonográfico que o DJ e produtor musical paulistano Gustah lança na terça-feira, 8 de outubro, o álbum Elas dá voz a mulheres que estão se fazendo ouvir nos segmentos do rap e do trap com força crescente.
Editado pelo selo de Gustah, 2050 Records, o disco apresenta 10 gravações inéditas entre as 12 faixas. Abismo no peito é música cantada e composta pela rapper capixaba Budah. Cynthia Luz sola a lovesong Mar de luz e, com Elana Dara, mergulha em Lago transparente.
A paulistana Bivolt dá voz ao boombap Faço valer. A novata Carla Sol defende Hora exata. Voz de São Gonçalo (RJ), município fluminense, Azzy é a intérprete de Mesmo lugar, faixa de tom mais introspectivo. Clara Lima canta Intenção. King Saint entra em Ondas sonoras.
Ex-integrante do duo Hyperanhas, Andressinha é a voz de Poucas conversas. Annick figura em Decisões. A paulista Quist apresenta Destilado em poesia. Killua fecha o disco com Lunaatica.
Embora calcada no rap e no trap, a sonoridade do disco Elas transita pelo R&B e também ecoa a MPB.
Capa do disco ‘Elas’, produzido pelo DJ Gustah
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