Connect with us

Festas e Rodeios

Por que o Twenty One Pilots representa fase da música em que ninguém liga para estilo musical?

Published

on

Dupla foi escalada no lugar do Blink 182 no sábado (25) de festival. Ao g1, baterista lembra como trocou trompete por bateria após ver shows de jazz com o avô. Podcast explica o som da banda. Josh Dun e Tyler Joseph, do Twenty One Pilots
Divulgação/Elektra Records
Escalado de última hora para substituir o Blink 182, no sábado (25) de Lollapalooza, o Twenty One Pilots já conhece bem os atalhos para conduzir a multidão no Autódromo de Interlagos, em São Paulo. E fazem isso com uma música difícil de ser definida: tem rap, rock, disco music, R&B, eletrônica…
“Antes, você conseguia facilmente dizer quem ouvia o quê. Todos meio que usavam estilos de roupas diferentes”, diz o baterista Josh Dun ao g1. “Agora, acho que os gêneros são um pouco mais sem fronteiras.”
Este será o terceiro Lolla da dupla americana, após vindas em 2016 e 2019. Será o primeiro Lolla, no entanto, em que os dois não estarão sozinhos no palco. Eles começam e terminam desacompanhados, mas músicos entram e saem do palco, em dinâmica que funcionou bem quando tocaram no festival GPweek, no ano passado, em São Paulo.
Ao g1, o baterista falou sobre esse entra-e-sai de músicos e disse que fica “nervoso” quando vê o vocalista Tyler Joseph escalando estruturas de som ou de iluminação quando eles cantam “Car Radio”. Ele falou ainda sobre como seu avô o apresentou ao jazz (e ao baterista Buddy Rich, até hoje seu favorito) e como um papo com sua avó ajuda a explicar a evolução da banda.
Leia a entrevista abaixo e ouça no podcast acima.
g1 – Eu vi o show em 2016 e 19 no Lollapalooza, e o do ano passado… Suas turnês parecem ficar cada vez maiores e com mais influências musicais diferentes. Do palco, você percebe que tudo está cada vez maior e que vocês vêm evoluindo?
Josh Dun – Bem, obrigado por dizer isso… acho que às vezes me sinto como quando você não vê sua avó há muito tempo: você era criança e depois vai ver sua avó de novo e ela diz “você está ficando tão alto, ein?” e você meio que sente que não, ainda é o mesmo. Eu me sinto assim às vezes.
LINE-UP: Todas as atrações do Lolla
ENTREVISTAS: Tame Impala, Rise Against e Pitty
TENDÊNCIA: Como redes sociais influenciam shows
Lollapalooza 2023: Conheça Twenty One Pilots e saiba como será o show no festival
Quando penso melhor e olho para as filmagens antigas de nossos shows, eu penso: “Uau! Parece que evoluímos, mudamos, crescemos ou melhoramos em algumas dessas coisas.” E isso é sempre divertido de fazer.
Acho que o objetivo é sempre melhorar e é por isso que gostamos de ver imagens antigas e criticar e pensar: “Como poderíamos fazer melhor? O que podemos mudar para tornar o impacto mais forte?” Então, de certa forma, eu me sinto assim. E outras vezes sinto que somos os mesmos de sempre.
g1 – Uma das minhas favoritas dentre as mais novas é “The Outside”, porque gosto muito do groove da música, principalmente ao vivo. Como é tocá-la ao vivo?
Josh Dun – “The Outside” é um bom exemplo sobre o que queríamos com as conversas que a gente teve antes de começarmos a turnê deste álbum. Estávamos decidindo se queríamos ou não trazer músicos extras para tocar algumas músicas. O show começa só com Tyler e eu; e termina só com Tyler e eu. Então, temos uns caras entrando e saindo do palco durante o show.
Tyler Joseph e Josh Dun, do Twenty One Pilots
Divulgação/Elektra Records
“The Outside” é uma espécie de introdução: começa com uma batida de bateria e, em seguida, um por um, cada um dos membros da banda é apresentado. Então, acabamos tocando todos juntos. Esse é um momento do set que eu fico sempre querendo que chegue logo.
g1 – Falando sobre outro momento impactante do show… quando vejo que está chegando a hora de ‘Car Radio’, fico um pouco ansioso porque não sei onde o Tyler vai subir. Como você se sente? Já teve alguma hora que você pensou que ele poderia cair? Alguma vez você ficou preocupado com essa parte do show?
Josh Dun – Sim! Fico confiante de que ele sempre tenha um pouco de juízo neste momento. Na real, durante todo o show. Mas sempre há algo que pode dar errado.
Teve uma vez que estávamos tocando no Japão e ele colocou uma câmera GoPro em um suporte e ficou com a GoPro no peito durante a subida. Depois do show, estávamos vendo aquela filmagem e talvez tivesse a ver o ângulo da câmera, era uma tomada ampla… Cara, aquilo me deixou nervoso demais assistindo, mais do que quando assisto sentado na bateria.
Tyler Joseph canta no Lollapalooza 2019
Diego Baravelli/G1
“Mas sim, definitivamente há momentos em que a gente chega em um palco mais cedo e caminhamos para ver onde ele vai escalar e ele diz: ‘É, eu vou escalar essa coisa’. E eu fico tipo: ‘Você vai escalar aquela coisa?’ Então, sim, isso pode me deixar nervoso, com certeza.”
g1 – Em 2006, você e eu conversamos antes do seu primeiro show aqui e você me disse que Buddy Rich tinha sido tipo um professor para você. Você contou que aprendia muito com ele, assistindo vídeos no YouTube. Você ainda faz isso? Poderia explicar para os nossos leitores por que ele é um baterista tão bom?
Josh Dun – Essa é uma ótima pergunta. E você se lembra disso! Você tem uma memória incrível… no início, eu realmente fui apresentado à música por meio do trompete. Meu avô me levava para ver a Orquestra de Jazz em Columbus, em Ohio, de onde eu sou. Então, eu tocava trompete e teve ia assistir a esses shows de jazz, daí ficava vendo o baterista.
Twenty One Pilots se apresenta no Lollapalooza
Flavio Moraes/G1
Então, ouvi falar de Buddy Rich e assisti a vídeos dele. Havia algo na maneira como ele tocava que tinha muita paixão. Mas também dava para perceber o talento bruto que ele tinha. Esse foi, eu acho, um dos meus primeiros momentos de inspiração para tocar bateria. E a maneira como ele tocava parecia que não havia regras.
Sempre adorei a bateria, especialmente por mudar de um instrumento melódico em que parecia que havia muitas regras, pelo menos para mim. Eu meio que queria aprender sozinho, mas também aprender assistindo a vídeos de grandes bateristas. Buddy Rich foi um dos primeiros caras para mim.
g1 – Hoje, parece que perguntas como ‘Que tipo de música você gosta?’ são meio antiquadas. Você concorda que antes a gente se preocupava mais com rótulos e estilos? A gente ouvia perguntas como “Twenty Pilots é uma banda de rock?”, mas hoje quase ninguém que é mais novo se importa com esse tipo de coisa, certo?
Josh Dun – Sim! Claro que é muito natural criar rótulos para os artistas, e é por um bom motivo. Acho que você meio que quer que as pessoas nos conheçam. Muitas vezes, eu pego um Uber e alguém pergunta “Que tipo de música você toca?” E eu fico tipo “Hm, é meio difícil de descrever”, mas eu entendo por que alguém faria essa pergunta, você quer saber do som, entender no que você está se metendo.
Twenty One Pilots: Josh Dun e Tyler Joseph
Divulgação/Elektra Records
Mas eu acho que tem sido definitivamente muito menos assim agora. Eu me lembro que ia para a escola e todas as crianças meio que se identificavam de uma certa forma com o tipo de música que ouviam. Então, eu tinha amigos que eram os garotos do rock; depois, os garotos que gostavam de ouvir pop; depois, os garotos que ouviam hip hop. Antes, você poderia facilmente dizer quem ouvia o quê. Todos meio que usavam estilos de roupas diferentes. Isso era legal, de certa forma.
“Acho que sempre adorei a ideia de uma música um pouco mais unificadora do que a gente ter que dividir tanto. Agora, eu acho que os gêneros são um pouco mais sem fronteiras.”
Eu acho que as pessoas podem se expressar estilisticamente de uma forma que não representa necessariamente um estilo de música só, um gênero só que eles ouçam. Eu acho que isso melhora tudo, ajuda a tornar a música um pouco mais inclusiva, na minha opinião.

Continue Reading
Click to comment

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Festas e Rodeios

Garth Brooks é processado por maquiadora que o acusa de estupro

Published

on

By

Mulher diz que agressão aconteceu em 2019. Ela afirma que sofreu diferentes tipos de abusos quando trabalhava para o astro do country americano. Garth Brooks faz show em prol do Hospital de Câncer de Barretos, em 2015
Mateus Rigola/G1
O astro do country Garth Brooks foi processado por uma mulher que o acusa de estupro, segundo o canal de notícias americano CNN nesta quinta-feira (3).
A ação diz que o ataque aconteceu quando ela trabalhava para ele como maquiadora e cabeleireira, em 2019.
A mulher, identificada como Jane Roe, afirma que o cantor também mostrava seus órgãos genitais para ela, falava sobre sexo, se trocava na sua frente e mandava mensagens sexualmente explícitas.
Ela afirma que foi estuprada por ele em um hotel, em Los Angeles, durante uma viagem para a gravação de uma homenagem do Grammy.
O cantor já tinha afirmado ser inocente em um processo movido por ele, anonimamente, em setembro. Na ação, Brooks pedia para que a Justiça declarasse que as acusações de Roe não eram verdade e a proibissem de divulgá-las.
Ele dizia que se tratava de uma tentativa de extorsão que causariam “dano irreparável” à sua carreira e sua reputação.

Continue Reading

Festas e Rodeios

DJ Gustah expõe a força crescente de vozes femininas do rap e do trap, como Azzy e Budah, no álbum coletivo ‘Elas’

Published

on

By

A rapper capixaba Budah integra o elenco do disco ‘Elas’, projeto fonográfico que o DJ Gustah lançará na terça-feira, 8 de outubro
Divulgação
♫ NOTÍCIA
♪ As mulheres marcam cada vez mais posição e território no universo do hip hop. Projeto fonográfico que o DJ e produtor musical paulistano Gustah lança na terça-feira, 8 de outubro, o álbum Elas dá voz a mulheres que estão se fazendo ouvir nos segmentos do rap e do trap com força crescente.
Editado pelo selo de Gustah, 2050 Records, o disco apresenta 10 gravações inéditas entre as 12 faixas. Abismo no peito é música cantada e composta pela rapper capixaba Budah. Cynthia Luz sola a lovesong Mar de luz e, com Elana Dara, mergulha em Lago transparente.
A paulistana Bivolt dá voz ao boombap Faço valer. A novata Carla Sol defende Hora exata. Voz de São Gonçalo (RJ), município fluminense, Azzy é a intérprete de Mesmo lugar, faixa de tom mais introspectivo. Clara Lima canta Intenção. King Saint entra em Ondas sonoras.
Ex-integrante do duo Hyperanhas, Andressinha é a voz de Poucas conversas. Annick figura em Decisões. A paulista Quist apresenta Destilado em poesia. Killua fecha o disco com Lunaatica.
Embora calcada no rap e no trap, a sonoridade do disco Elas transita pelo R&B e também ecoa a MPB.
Capa do disco ‘Elas’, produzido pelo DJ Gustah
Divulgação

Continue Reading

Festas e Rodeios

Post Malone anuncia show exclusivo no festival VillaMix, em São Paulo

Published

on

By

Cantor será uma das principais atrações do festival, conhecido por focar na música sertaneja. Post Malone canta no The Town 2023
Luiz Franco/g1
O festival VillaMix anunciou o cantor Post Malone como uma das atrações da edição de 2024, no dia 21 de dezembro na Neo Química Arena, em São Paulo.
O show será exclusivo no festival, conhecido por focar em música sertaneja. Segundo a organização, a primeira edição em 5 anos de evento trará country, pop e sertanejo, e o line-up completo ainda será revelado.
A venda geral já tem início no próximo dia 7, pela Eventim.
Post Malone esteve no Brasil pela última vez em 2023, quando se apresentou no The Town. Ele apostou em versões roqueiras de hits mais antigos, e fechou a programação do primeiro dia de festival. Relembre como foi.
Initial plugin text

Continue Reading

Trending

Copyright © 2017 Zox News Theme. Theme by MVP Themes, powered by WordPress.