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Festas e Rodeios

Cynara Faria, fundadora do Quarteto em Cy morta hoje aos 78 anos, deu voz à melhor MPB ao lado das irmãs

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Auge do grupo coincide com o apogeu da MPB nas décadas de 1960 e 1970. Cynara Faria (segunda da esquerda para a direita) em imagem do Quarteto em Cy em 1965, um ano após a carreira do grupo ganhar impulso
Reprodução / Paulo Lorgus
♪ OBITUÁRIO – A morte de Cynara de Sá Leite Faria (7 de janeiro de 1945 – 11 de abril de 2023) – hoje, aos 78 anos, em hospital da cidade do Rio de Janeiro (RJ), vítima de insuficiência respiratória decorrente de pneumonia e de complicações de cirurgia no fêmur – contribui para desconfigurar definitivamente o Quarteto em Cy.
Nascida em Ibirataia (BA), cidade do interior da Bahia, mas residente no Rio de Janeiro (RJ) desde os anos 1960, a cantora era uma das remanescentes e fundadoras do grupo vocal, cuja origem remete a 1959, quando o quarteto ainda era amador, se chamava As Baianinhas e era integrado por Cynara com as irmãs Cybele (1940 – 2014), Cylene e Cyva.
As formações do Quarteto em Cy foram muitas desde que o grupo deu impulso à carreira, iniciada para valer em 30 de junho de 1964, com show no Beco das Garrafas, lendário circuito musical de boates de Copacabana, bairro da zona sul carioca. Mas em todas as irmãs deram vozes à melhor MPB.
Entre 1967 e 1968, Cynara chegou a formar dupla com a irmã Cybele, com quem defendeu, debaixo de vaias, a canção do exílio Sabiá (Antonio Carlos Jobim e Chico Buarque, 1968) em festival da canção. Decorridos 50 anos, Cynara também integraria o CYB4, quarteto formado em 2017 pela cantora, Cyva, Ruy Faria (1937 – 2018) e Chico Faria, um dos três filhos gerados por Cynara no casamento com Ruy.
Contudo, em que pese a relevância da dupla Cynara & Cybele na era dos festivais, é como integrante do Quarteto em Cy que Cynara Faria fica eternizada na história da música brasileira. Porque parte da história da MPB passa pelas vozes afinadas do Quarteto em Cy nos anos 1960 e 1970.
Cynara Faria (1945 – 2023) em imagem recente, de 2022
Facebook Cynara Faria
Shows como Contraponto (1965) e O y no samba (1966), além de álbuns como Resistindo (1977), Querelas do Brasil (1978), Cobra de vidro (1978) – disco e show divididos pelo grupo com o contemporâneo MPB4 – e Quarteto em Cy em 1000 kilohertz (1979), são retratos nítidos da produção da MPB nas respectivas épocas.
Foi o Quarteto em Cy quem apresentou ao Brasil em 1979, por exemplo, o samba Feminina, marco da trajetória da autora Joyce Moreno.
O auge do quarteto coincide com o apogeu da MPB. Após breve interrupção entre 1970 e 1971, o grupo voltou à cena e sempre seguiu na ativa. Só que, a partir dos anos 1980, o mercado fonográfico foi menos receptivo ao quarteto em Cy (e ao MPB4 e à MPB como um todo).
Tanto que, após o álbum Ponto de luz (1982), a discografia do quarteto seria retomada somente na década de 1990, geralmente com álbuns temáticos, dedicados ao cancioneiro de um determinado compositor ou a um gênero musical, com repercussão restrita a nichos.
Exceções nessa fase fonográfica menos relevante são os álbuns Tempo e artista (1994) e Janelas abertas (2016). Embora com repertórios pautados por regravações, ambos os discos ostentaram vigor artístico condizente com a importância do Quarteto em Cy na música brasileira.

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Filarmônica de Pasárgada faz música para crianças sem dar lição de moral em álbum malcriado e questionador

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Agendado para 9 de outubro, o disco da banda paulistana tem participação de Tom Zé e do escritor Ignácio de Loyola Brandão ao longo de nove faixas. A banda paulistana Filarmônica de Pasárgada segue a cronologia de um dia na vida de uma criança nas nove faixas do álbum ‘Música infantil para crianças malcriadas’
Edson Kumakasa / Divulgação
Capa do álbum ‘Música infantil para crianças malcriadas’, da Filarmônica de Pasárgada
Arte de Guto Lacaz
♫ OPINIÃO SOBRE DISCO
Título: Música infantil para crianças malcriadas
Artista: Filarmônica de Pasárgada
Cotação: ★ ★ ★ 1/2
♪ Sempre houve certa espirituosidade na música da Filarmônica de Pasárgada que parece até natural que o quinto álbum da banda paulistana, Música infantil para crianças malcriadas, seja disco direcionado para o público infantil.
No mundo a partir da próxima quarta-feira, 9 de outubro, o álbum reúne nove canções compostas e arranjadas por Marcelo Segreto. Gravado de 12 a 23 de março no estúdio da gravadora YB Music, em São Paulo (SP), Música infantil para crianças malcriadas consegue ser um disco lúdico e ao mesmo tempo conceitual e, em alguns momentos, até provocador.
As nove músicas seguem a cronologia de um dia na vida de uma criança do momento em que ela acorda (mote da faixa inicial Despertador) até a hora de dormir e sonhar – assunto da marchinha Tá na hora de dormir e de Sonho, a faixa final, aberta com o texto O menino que vendia palavras, na voz do escritor Ignácio de Loyola Brandão – em sequência que faz o disco roçar os 20 minutos. Ou seja, com faixas ágeis e curtas, Música infantil para crianças malcriadas é álbum moldado para a impaciente geração TikTok.
Entre o despertar e o sonho, o inédito repertório de Marcelo Segreto aborda a ida para a escola, o almoço, a lição de casa e a hora do banho. Só que inexiste no álbum aquele didatismo tatibitate e moralizante da maioria dos discos infantis. Ao contrário.
A canção O alface é infinito, por exemplo, versa sobre almoço com a participação de Tom Zé sem endeusar a dieta das folhas. Escola pode escandalizar educadores e pais mais ortodoxos com os versos finais “A gente atrasa / E quando a gente tá doente / Que beleza, minha gente / A gente fica em casa”.
Já pro banho encena diálogo de mãe e filho para mostrar a resistência da criança em se lavar com a verve de versos questionadores como “Por que os franceses podem e eu não posso? / E, além disso, olha onde é que eu moro / Em São Paulo eu tomo banho de cloro”.
Enfim, a Filarmônica de Pasárgada resiste à tentação de educar as crianças – tarefa mais adequada para pais e professores – neste disco malcriado que, por isso mesmo, tem lá algum encanto.
O álbum infantil da banda é tão abusado que até o projeto gráfico de Guto Lacaz descarta as cores recorrentes nas capas e encartes de discos para crianças para ser fiel à estética em preto e branco da discografia da Filarmônica de Pasárgada.
Filarmônica de Pasárgada lança o álbum ‘Música infantil para crianças malcriadas’ em 9 de outubro, em edição da gravadora YB Music
Edson Kumakasa / Divulgação

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Zizi Possi enfrenta ‘temporais’ de Ivan Lins e Vitor Martins em disco que traz também músicas de Gabriel Martins

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Fabiana Cozza, Leila Pinheiro e Rita Bennedito também integram o elenco feminino do EP ‘Elas cantam as águas’, previsto para ser lançado em 2025. ♫ NOTÍCIA
♪ Iniciada em 1974, a parceria de Ivan Lins com o letrista Vitor Martins se firmou ao longo das décadas de 1970 e 1980 nas vozes de cantoras como Elis Regina (1945 – 1982) e Simone, além de ter embasado a discografia essencial do próprio Ivan Lins.
Uma das pedras fundamentais da MPB ao longo destes 50 anos, a obra de Ivan com Vitor gera frutos. Previsto para 2025, o disco Elas cantam as águas reúne seis gravações inéditas.
Três são abordagens de músicas de Ivan Lins e Vitor Martins. As outras três músicas são de autoria do filho de Vitor, Gabriel Martins, cantor e compositor que debutou há sete anos no mercado fonográfico com a edição do álbum Mergulho (2017).
No EP Elas cantam as águas, Zizi Possi dá voz a uma música de Ivan e Vitor, Depois dos temporais, música que deu título ao álbum lançado por Ivan Lins em 1983 e que, além do autor, tinha ganhado registro somente do pianista Ricardo Bacelar no álbum Sebastiana (2018).
Fabiana Cozza mergulha em Choro das águas (Ivan Lins e Vitor Martins, 1977), canção que já teve gravações de cantoras como Alaíde Costa, Tatiana Parra e a própria Zizi Possi. Já Guarde nos olhos (Ivan Lins e Vitor Martins, 1978) é interpretada por Adriana Gennari.
Da lavra de Gabriel Martins, Chuvarada – parceria do compositor com Belex – cai no disco em gravação feita por Leila Pinheiro (voz e piano) com a participação de Jaques Morelenbaum no toque do violoncelo e com produção da própria Leila, que também assina com Morelenbaum o arranjo da faixa que será lançada em 11 de outubro como primeiro single do disco.
Já Rita Benneditto canta Plenitude (Gabriel Martins e Carlos Papel). Completa o EP a música Filha do Mar [Oh Iemanjá], composta somente por Gabriel Martins e com intérprete ainda em fase de confirmação.
Feito sob direção musical de Gabriel Martins em parceria com a pianista, arranjadora e pesquisadora Thais Nicodemo, o disco Elas cantam as águas chegará ao mercado em edição da gravadora Galeão, empresa derivada da Velas, companhia fonográfica independente aberta em 1991 por Ivan com Vitor Martins e o produtor Paulinho Albuquerque (1942 – 2006).

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Médico que ajudou a fornecer cetamina a Matthew Perry se declara culpado por morte do ator

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Conhecido por atuar em ‘Friends’, Matthew Perry morreu em outubro de 2023 por overdose. Mark Chaves é uma das cinco pessoas que enfrentam acusações federais pela morte do ator Matthew Perry
Mike Blake/Reuters
O médico Mark Chavez se declarou culpado por fornecer cetamina ao ator Matthew Perry, morto por overdose em outubro de 2023. O americano fez sua declaração nesta quarta-feira (2), no tribunal federal de Los Angeles (EUA), e se tornou a terceira pessoa a admitir culpa pela morte do ator, que ganhou fama ao interpretar Chandler em “Friends”.
Até a conclusão da sentença, Chavez está livre sob fiança. Ele concordou em entregar sua licença médica. Seu advogado, Matthew Binninger, havia dito em 30 de agosto que ele estava arrependido e tentava “fazer tudo para corrigir o erro”.
Além de Chavez, há dois envolvidos na morte de Perry: Kenneth Iwamasa, assistente do ator, e Erik Fleming, outro fornecedor de droga.
Perry foi encontrado morto em uma banheira de hidromassagem. Quem achou seu corpo foi Iwamasa, que morava com ele.
O assistente admitiu que várias vezes injetou cetamina no ator sem treinamento médico, inclusive no dia de sua morte. Já Fleming alegou ter comprado 50 frascos de cetamina e repassado para Iwamasa.
A Justiça americana ainda investiga mais duas pessoas: Salvador Plasencia, outro médico, e Sangha, suposta traficante conhecida como “Rainha da Cetamina”.
O ator Matthew Perry, morto aos 54 anos, em imagem de 2009
Matt Sayles, File/AP
Um ano antes de morrer, Perry havia lançado sua autobiografia: “Friends, Lovers and the Big Terrible Thing”.
“Existe um inferno”, escreveu Perry, no livro, que narra sua luta contra a dependência química durante os últimos anos de gravação de “Friends”. “Não deixe ninguém lhe dizer o contrário. Eu estive lá; isso existe; fim de discussão.”
O ator, que, na época do vício, passou pela clínica de reabilitação, havia dito que já se sentia melhor e queria que o livro ajudasse as pessoas.
Médio Mark Chavez e Matthew Perry.
Robyn Beck / AFP e Willy Sanjuan/Invision/AP

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