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Festas e Rodeios

Segundo álbum solo de Julia Mestre, ‘Arrepiada’ se ressente da falta de unidade

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Com faixas produzidas por Lux Ferreira, o disco autoral da integrante da banda Bala Desejo se justifica mais pela pulsão feminina das letras do que pelas músicas em si. Capa do álbum ‘Arrepiada’, de Julia Mestre
Fernanda Pompermeyer
Resenha de álbum
Título: Arrepiada
Artista: Julia Mestre
Edição: Edição independente da artista / Altafonte
Cotação: ★ ★ ½
♪ Embora a banda Bala Desejo seja personificada na percepção geral pela figura carismática do cantor e compositor Zé Ibarra, foi Julia Mestre a arquiteta da formação do quarteto ao propor em junho de 2020 a reunião dos integrantes na casa da artista.
Anunciada em novembro de 2021, a banda deu certo e virou sensação no universo pop brasileiro ao longo no ano passado a partir da edição do álbum Sim Sim Sim (2022) e da consequente turnê de lançamento do disco. É no embalo do hype em torno da Bala Desejo que Julia apresenta o segundo álbum solo, Arrepiada, neste mês de abril de 2023.
Na sequência de Intro com cordas orquestradas por Felipe Pacheco Ventura, o disco encadeia onze músicas autorais, quase todas compostas durante a pandemia. Dez são inéditas feitas para o disco, sendo que três já saíram em singles.
Duas, a climática El fuego del amor e a disco music Meu paraíso, anunciaram formalmente a chegada do álbum ao serem lançadas em janeiro em single que adiantou essas duas músicas compostas por Julia Mestre com a dupla Lux Ferreira e Tomás Tróia, dando a pista dos flertes do disco com a sonoridade sintetizada em voga na década de 1980.
A única regravação do álbum Arrepiada é Clama floresta, parceria de Julia com Zé Ibarra gravada no primeiro álbum da banda Bala Desejo e rebobinada no disco da cantora no balanço do reggae.
Formatadas pelo produtor musical Lux Fereira com a colaboração da própria Julia Mestre, as faixas inéditas do álbum Arrepiada indicam que as intenções do disco são melhores do que os resultados apresentados. Até porque faltou unidade no repertório. Reunidas em um disco, as músicas resultam sem liga.
Se a música-título Arrepiada (Julia Mestre e João Gil) cruza referências de Marina Lima e Rita Lee (dona de obra já celebrada por Julia em EP editado em 2020) sem o poder de sedução das artistas no universo do pop rock, Chuva de caju – parceria da artista com Ana Caetano, metade da dupla Anavitória – cai no álbum sem toda a doçura pretendida.
Parceria de Julia Mestre com Dora Morelenbaum, Menino bonito tenta ir atrás do bloco com os toques dos percussionistas baianos Kainan do Jêjê, Tiago Nunes e Lucas Maciel, mas fica no meio do caminho. Como o álbum, aliás.
Arrepiada é disco feito em fogo brando que nunca arrepia de fato. O fogo do amor nunca queima. Mas é justo mencionar a boa arquitetura do Forró da solidão (Julia Mestre e João Gil), música com a temática típica da pandemia – a impossibilidade de troca presencial com o outro – e valorizada na gravação pelo toque da sanfona de Marcelo Jeneci.
Composição de Julia em parceria com João Gil, Lucas Nunes e Zé Ibarra, previamente apresentada em single editado em 1º de março, Deusa inebriante é canção que versa sobre o beijo da morte em letra escrita com inspiração no falecimento do avô da cantora enquanto dormia.
No plano oposto, De toda mãe (Julia Mestre) traz a pulsão da vida – com arranjo que evoca a ancestralidade afro-brasileira a partir do mix de palmas e percussões com os metais orquestrados pelo trombonista Marlon Sette – na letra escrita pela artista a partir de notícia de que a cantora Mariá Pinkusfeld, amiga de Julia, estava grávida de duas meninas. Sedutora, a faixa enfatiza o viés feminino do repertório do álbum Arrepiada.
Já Do do u (Julia Mestre) é quase vinheta que apresenta, em pouco mais de um minuto, canção composta e gravada via iPhone no quarto da artista, em momento Billie Eilish que soa como alien na estrutura do disco.
Ao fim, Sonhos & ilusões (Julia Mestre e João Gil) traz um sopro cool de emoção real no encontro da artista com a cantora, compositora e instrumentista portuguesa Maro. É fecho bonito para um álbum que se justifica mais pela potência feminina das letras do que pelas músicas em si.
Além de unidade, faltou em Arrepiada justamente o arrepio que nunca vem.

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Zizi Possi enfrenta ‘temporais’ de Ivan Lins e Vitor Martins em disco que traz também músicas de Gabriel Martins

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Fabiana Cozza, Leila Pinheiro e Rita Bennedito também integram o elenco feminino do EP ‘Elas cantam as águas’, previsto para ser lançado em 2025. ♫ NOTÍCIA
♪ Iniciada em 1974, a parceria de Ivan Lins com o letrista Vitor Martins se firmou ao longo das décadas de 1970 e 1980 nas vozes de cantoras como Elis Regina (1945 – 1982) e Simone, além de ter embasado a discografia essencial do próprio Ivan Lins.
Uma das pedras fundamentais da MPB ao longo destes 50 anos, a obra de Ivan com Vitor gera frutos. Previsto para 2025, o disco Elas cantam as águas reúne seis gravações inéditas.
Três são abordagens de músicas de Ivan Lins e Vitor Martins. As outras três músicas são de autoria do filho de Vitor, Gabriel Martins, cantor e compositor que debutou há sete anos no mercado fonográfico com a edição do álbum Mergulho (2017).
No EP Elas cantam as águas, Zizi Possi dá voz a uma música de Ivan e Vitor, Depois dos temporais, música que deu título ao álbum lançado por Ivan Lins em 1983 e que, além do autor, tinha ganhado registro somente do pianista Ricardo Bacelar no álbum Sebastiana (2018).
Fabiana Cozza mergulha em Choro das águas (Ivan Lins e Vitor Martins, 1977), canção que já teve gravações de cantoras como Alaíde Costa, Tatiana Parra e a própria Zizi Possi. Já Guarde nos olhos (Ivan Lins e Vitor Martins, 1978) é interpretada por Adriana Gennari.
Da lavra de Gabriel Martins, Chuvarada – parceria do compositor com Belex – cai no disco em gravação feita por Leila Pinheiro (voz e piano) com a participação de Jaques Morelenbaum no toque do violoncelo e com produção da própria Leila, que também assina com Morelenbaum o arranjo da faixa que será lançada em 11 de outubro como primeiro single do disco.
Já Rita Benneditto canta Plenitude (Gabriel Martins e Carlos Papel). Completa o EP a música Filha do Mar [Oh Iemanjá], composta somente por Gabriel Martins e com intérprete ainda em fase de confirmação.
Feito sob direção musical de Gabriel Martins em parceria com a pianista, arranjadora e pesquisadora Thais Nicodemo, o disco Elas cantam as águas chegará ao mercado em edição da gravadora Galeão, empresa derivada da Velas, companhia fonográfica independente aberta em 1991 por Ivan com Vitor Martins e o produtor Paulinho Albuquerque (1942 – 2006).

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Médico que ajudou a fornecer cetamina a Matthew Perry se declara culpado por morte do ator

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Conhecido por atuar em ‘Friends’, Matthew Perry morreu em outubro de 2023 por overdose. Mark Chaves é uma das cinco pessoas que enfrentam acusações federais pela morte do ator Matthew Perry
Mike Blake/Reuters
O médico Mark Chavez se declarou culpado por fornecer cetamina ao ator Matthew Perry, morto por overdose em outubro de 2023. O americano fez sua declaração nesta quarta-feira (2), no tribunal federal de Los Angeles (EUA), e se tornou a terceira pessoa a admitir culpa pela morte do ator, que ganhou fama ao interpretar Chandler em “Friends”.
Até a conclusão da sentença, Chavez está livre sob fiança. Ele concordou em entregar sua licença médica. Seu advogado, Matthew Binninger, havia dito em 30 de agosto que ele estava arrependido e tentava “fazer tudo para corrigir o erro”.
Além de Chavez, há dois envolvidos na morte de Perry: Kenneth Iwamasa, assistente do ator, e Erik Fleming, outro fornecedor de droga.
Perry foi encontrado morto em uma banheira de hidromassagem. Quem achou seu corpo foi Iwamasa, que morava com ele.
O assistente admitiu que várias vezes injetou cetamina no ator sem treinamento médico, inclusive no dia de sua morte. Já Fleming alegou ter comprado 50 frascos de cetamina e repassado para Iwamasa.
A Justiça americana ainda investiga mais duas pessoas: Salvador Plasencia, outro médico, e Sangha, suposta traficante conhecida como “Rainha da Cetamina”.
O ator Matthew Perry, morto aos 54 anos, em imagem de 2009
Matt Sayles, File/AP
Um ano antes de morrer, Perry havia lançado sua autobiografia: “Friends, Lovers and the Big Terrible Thing”.
“Existe um inferno”, escreveu Perry, no livro, que narra sua luta contra a dependência química durante os últimos anos de gravação de “Friends”. “Não deixe ninguém lhe dizer o contrário. Eu estive lá; isso existe; fim de discussão.”
O ator, que, na época do vício, passou pela clínica de reabilitação, havia dito que já se sentia melhor e queria que o livro ajudasse as pessoas.
Médio Mark Chavez e Matthew Perry.
Robyn Beck / AFP e Willy Sanjuan/Invision/AP

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Dinho fala de sertanejo no Rock in Rio e revela que Capital Incial fará turnê de 25 anos do ‘Acústico MTV’

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‘Meu instinto é dizer que eles têm o Rock in Rio deles, eles têm Barretos’, diz cantor. No g1 ouviu, ele revelou que banda sairá em turnê comemorativa a partir de março de 2025. Sertanejo no Rock in Rio? Dinho Ouro Preto opina
Dinho Ouro Preto, vocalista do Capital Inicial, opinou sobre a estreia do sertanejo no Rock in Rio. O cantor foi o entrevistado do g1 Ouviu, o podcast e videocast de música do g1, nesta quarta-feira (2).O Capital é uma das atrações que mais tocou no festival, com nove apresentações ao todo.
“Meu instinto é dizer que eles têm o Rock in Rio deles, eles têm Barretos. E ali eu via como a nossa Marques de Sapucaí. Era nossa vez, nossa turma. Mas me lembraram que o primeiro Rock in Rio também foi mais eclético”, ele opinou.
O cantor ainda afirmou ter sentido falta de ter visto mais shows de rock e de pop no festival. Para ele, uma solução poderia ser separar melhor os dias. Na edição deste ano, em setembro, astros da música sertaneja foram incluídos no Dia Brasil, com programação só brasileira. Num bloco de apresentações dedicada ao estilo, vão subir ao palco Ana Castela, Simone Mendes e Chitãozinho & Xororó.
Foram necessários 40 anos para o maior festival de música do Brasil se render ao gênero musical mais ouvido do país – enfrentando o grande tabu de uma ala roqueira mais conservadora.
Turnê dos 25 anos do Acústico MTV
Na entrevita ao g1, Dinho também revelou que o Capital Inicial sairá em turnê comemorativa para celebrar os 25 anos do álbum “Acústico MTV”.
O disco foi lançado em 2000 e colocou a banda em outro patamar, segundo ele. A turnê terá Kiko Zambianchi, que também tocou no acústico, e deve passar por 25 cidades brasileiras, a partir de março de 2025.
Dinho Ouro Preto dá entrevista ao g1 Ouviu
Fabio Tito/g1

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