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Mulheres negras sofrem preconceito com cabelo natural e tranças no trabalho: ‘Já remarquei entrevista por não ter feito escova’

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Pesquisa apontou que cabelos de mulheres negras têm 2,5 vezes mais chances de serem percebidos como ‘não profissionais’. Vendedora ouviu que tranças estavam ‘mais para feira hippie’. Gessica Justino
Reprodução
“Tem que mandar um e-mail com fotos para a supervisora autorizar que coloque tranças”. A vendedora Gessica Justino ouviu a frase acima dita pelo gerente da loja de telefonia da qual era funcionária, após contar que pensava em mudar o penteado.
Empresa pode exigir estilo de cabelo? Advogados respondem
63% das mulheres negras já sofreram preconceito em seleções de emprego
Era a segunda vez que ela pretendia usar tranças naquele local de trabalho. Um ano antes, a carioca adotou os dreads e acabou sendo constrangida pela supervisora diante de cerca de 20 pessoas, em uma reunião.
A mulher disse que aquele cabelo “não era padrão da empresa” e que parecia “mais um cabelo para uma feira hippie”. “Se quiser estar aqui, tem que se adequar a um padrão”, afirmou.
“Existe uma régua [invisível] no mercado de trabalho sobre qual é o padrão do cabelo profissional, que exclui mulheres de cabelos cacheados ou crespos”, diz a especialista em diversidade e inclusão em empresas Luana Genót.
A advogada em direito antidiscriminatório Luana Pereira explica que casos como esse são vistos como discriminação por conta da raça, etnia ou religião e podem ser considerados racismo.
Quando a situação é vivida dentro da empresa, a recomendação da especialista é que a vítima busque a Justiça do Trabalho (veja mais orientações ao fim da reportagem).
Foi o que Gessica fez: em 2011, ela entrou com uma ação por danos morais no Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro. Depois de seis anos, a vendedora ganhou o processo em primeira instância e a empresa não recorreu.
Gessica afirma que, embora tenha sido “ferida” pelo preconceito, saiu “fortalecida para as próximas jornadas”.
Reprovação em entrevistas
Uma pesquisa global divulgada recentemente pelo LinkedIn mostrou que os cabelos de mulheres negras têm 2,5 vezes mais chances de serem percebidos como “não profissionais”.
O levantamento, feito em parceria com uma marca de produtos de higiene pessoal, ouviu 2.990 mulheres com idades entre 25 e 64 anos.
25% das entrevistadas afirmaram ter sido reprovadas em entrevistas por causa do cabelo.
Foi o que aconteceu com a contadora Ana Maria Duarte, de Belo Horizonte. Ela começou a usar produtos para alisar o cabelo na adolescência, em 2005, por decisão da mãe. E continuou ao longo da vida adulta, segundo ela, para se sentir aceita no mercado de trabalho.
Outra conclusão da pesquisa é que o preconceito contra o cabelo natural de mulheres negras pode afetar a maneira como as candidatas participam dos processos seletivos.
Ao todo, foram 13 anos alisando o cabelo. Ana não se lembra de ter convivido na sua profissão com mulheres negras de cabelos naturais, apenas mulheres brancas.
Já remarquei entrevista por não estar com cabelo escovado, achava que o volume poderia transparecer desleixo.
Sobrinha motivou transição capilar
Com a pandemia e o isolamento social, a empreendedora decidiu assumiu seus cachos. O maior motivo da sua transição para o cabelo natural foi a sobrinha Elis, de cinco anos.
Por Elis ser uma menina preta de cabelos crespos, a tia se perguntava se ela teria referências de pessoas pretas durante o seu crescimento.
Ana e a sobrinha Elis
Reprodução
Preocupada, Ana começou a conversar com as irmãs e com as amigas sobre o assunto. Depois de diversas trocas, ela percebeu, aos 29 anos, que também era uma mulher preta.
Antes eu era morena, parda, encardida, qualquer coisa, menos preta. Na transição, ainda com o cabelo liso, disse que era preta e algumas pessoas riam, dizendo que eu queria entrar na moda de ser preta.
Atualmente, Ana tem seu próprio negócio de contabilidade com foco em MEI, na capital mineira, e seu o objetivo é inspirar profissionalmente outras mulheres pretas a conquistarem seus sonhos.
Para a especialista em diversidade Luana Genót, a solidão de pessoas negras no trabalho é algo comum e acontece tanto no setor público quanto privado.
Ela acredita que, se o governo tivesse políticas afirmativas, como cotas para a entrada nas empresas, isso seria um meio de ampliar as oportunidades.
O que fazer se for vítima de discriminação
Caso passe por alguma situação de racismo ou injúria racial no ambiente de trabalho, a advogada Luana Pereira, orienta que a vítima reúna provas para a comprovação do crime.
“Em caso de conversas, se acontecer uma situação de racismo, é importante gravar ou filmar. Se for por e-mail ou mensagens de WhatsApp, tire ‘print’ e salve no (Google) Drive (por exemplo), porque, às vezes, você pode perder o celular ou ele pode ser roubado e as provas serem perdidas”, explica.

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Zizi Possi enfrenta ‘temporais’ de Ivan Lins e Vitor Martins em disco que traz também músicas de Gabriel Martins

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Fabiana Cozza, Leila Pinheiro e Rita Bennedito também integram o elenco feminino do EP ‘Elas cantam as águas’, previsto para ser lançado em 2025. ♫ NOTÍCIA
♪ Iniciada em 1974, a parceria de Ivan Lins com o letrista Vitor Martins se firmou ao longo das décadas de 1970 e 1980 nas vozes de cantoras como Elis Regina (1945 – 1982) e Simone, além de ter embasado a discografia essencial do próprio Ivan Lins.
Uma das pedras fundamentais da MPB ao longo destes 50 anos, a obra de Ivan com Vitor gera frutos. Previsto para 2025, o disco Elas cantam as águas reúne seis gravações inéditas.
Três são abordagens de músicas de Ivan Lins e Vitor Martins. As outras três músicas são de autoria do filho de Vitor, Gabriel Martins, cantor e compositor que debutou há sete anos no mercado fonográfico com a edição do álbum Mergulho (2017).
No EP Elas cantam as águas, Zizi Possi dá voz a uma música de Ivan e Vitor, Depois dos temporais, música que deu título ao álbum lançado por Ivan Lins em 1983 e que, além do autor, tinha ganhado registro somente do pianista Ricardo Bacelar no álbum Sebastiana (2018).
Fabiana Cozza mergulha em Choro das águas (Ivan Lins e Vitor Martins, 1977), canção que já teve gravações de cantoras como Alaíde Costa, Tatiana Parra e a própria Zizi Possi. Já Guarde nos olhos (Ivan Lins e Vitor Martins, 1978) é interpretada por Adriana Gennari.
Da lavra de Gabriel Martins, Chuvarada – parceria do compositor com Belex – cai no disco em gravação feita por Leila Pinheiro (voz e piano) com a participação de Jaques Morelenbaum no toque do violoncelo e com produção da própria Leila, que também assina com Morelenbaum o arranjo da faixa que será lançada em 11 de outubro como primeiro single do disco.
Já Rita Benneditto canta Plenitude (Gabriel Martins e Carlos Papel). Completa o EP a música Filha do Mar [Oh Iemanjá], composta somente por Gabriel Martins e com intérprete ainda em fase de confirmação.
Feito sob direção musical de Gabriel Martins em parceria com a pianista, arranjadora e pesquisadora Thais Nicodemo, o disco Elas cantam as águas chegará ao mercado em edição da gravadora Galeão, empresa derivada da Velas, companhia fonográfica independente aberta em 1991 por Ivan com Vitor Martins e o produtor Paulinho Albuquerque (1942 – 2006).

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Médico que ajudou a fornecer cetamina a Matthew Perry se declara culpado por morte do ator

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Conhecido por atuar em ‘Friends’, Matthew Perry morreu em outubro de 2023 por overdose. Mark Chaves é uma das cinco pessoas que enfrentam acusações federais pela morte do ator Matthew Perry
Mike Blake/Reuters
O médico Mark Chavez se declarou culpado por fornecer cetamina ao ator Matthew Perry, morto por overdose em outubro de 2023. O americano fez sua declaração nesta quarta-feira (2), no tribunal federal de Los Angeles (EUA), e se tornou a terceira pessoa a admitir culpa pela morte do ator, que ganhou fama ao interpretar Chandler em “Friends”.
Até a conclusão da sentença, Chavez está livre sob fiança. Ele concordou em entregar sua licença médica. Seu advogado, Matthew Binninger, havia dito em 30 de agosto que ele estava arrependido e tentava “fazer tudo para corrigir o erro”.
Além de Chavez, há dois envolvidos na morte de Perry: Kenneth Iwamasa, assistente do ator, e Erik Fleming, outro fornecedor de droga.
Perry foi encontrado morto em uma banheira de hidromassagem. Quem achou seu corpo foi Iwamasa, que morava com ele.
O assistente admitiu que várias vezes injetou cetamina no ator sem treinamento médico, inclusive no dia de sua morte. Já Fleming alegou ter comprado 50 frascos de cetamina e repassado para Iwamasa.
A Justiça americana ainda investiga mais duas pessoas: Salvador Plasencia, outro médico, e Sangha, suposta traficante conhecida como “Rainha da Cetamina”.
O ator Matthew Perry, morto aos 54 anos, em imagem de 2009
Matt Sayles, File/AP
Um ano antes de morrer, Perry havia lançado sua autobiografia: “Friends, Lovers and the Big Terrible Thing”.
“Existe um inferno”, escreveu Perry, no livro, que narra sua luta contra a dependência química durante os últimos anos de gravação de “Friends”. “Não deixe ninguém lhe dizer o contrário. Eu estive lá; isso existe; fim de discussão.”
O ator, que, na época do vício, passou pela clínica de reabilitação, havia dito que já se sentia melhor e queria que o livro ajudasse as pessoas.
Médio Mark Chavez e Matthew Perry.
Robyn Beck / AFP e Willy Sanjuan/Invision/AP

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Dinho fala de sertanejo no Rock in Rio e revela que Capital Incial fará turnê de 25 anos do ‘Acústico MTV’

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‘Meu instinto é dizer que eles têm o Rock in Rio deles, eles têm Barretos’, diz cantor. No g1 ouviu, ele revelou que banda sairá em turnê comemorativa a partir de março de 2025. Sertanejo no Rock in Rio? Dinho Ouro Preto opina
Dinho Ouro Preto, vocalista do Capital Inicial, opinou sobre a estreia do sertanejo no Rock in Rio. O cantor foi o entrevistado do g1 Ouviu, o podcast e videocast de música do g1, nesta quarta-feira (2).O Capital é uma das atrações que mais tocou no festival, com nove apresentações ao todo.
“Meu instinto é dizer que eles têm o Rock in Rio deles, eles têm Barretos. E ali eu via como a nossa Marques de Sapucaí. Era nossa vez, nossa turma. Mas me lembraram que o primeiro Rock in Rio também foi mais eclético”, ele opinou.
O cantor ainda afirmou ter sentido falta de ter visto mais shows de rock e de pop no festival. Para ele, uma solução poderia ser separar melhor os dias. Na edição deste ano, em setembro, astros da música sertaneja foram incluídos no Dia Brasil, com programação só brasileira. Num bloco de apresentações dedicada ao estilo, vão subir ao palco Ana Castela, Simone Mendes e Chitãozinho & Xororó.
Foram necessários 40 anos para o maior festival de música do Brasil se render ao gênero musical mais ouvido do país – enfrentando o grande tabu de uma ala roqueira mais conservadora.
Turnê dos 25 anos do Acústico MTV
Na entrevita ao g1, Dinho também revelou que o Capital Inicial sairá em turnê comemorativa para celebrar os 25 anos do álbum “Acústico MTV”.
O disco foi lançado em 2000 e colocou a banda em outro patamar, segundo ele. A turnê terá Kiko Zambianchi, que também tocou no acústico, e deve passar por 25 cidades brasileiras, a partir de março de 2025.
Dinho Ouro Preto dá entrevista ao g1 Ouviu
Fabio Tito/g1

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