Connect with us

Festas e Rodeios

Alcione homenageia Rita Lee em premiação que destacou os cantos de Luedji Luna, Ferrugem e Péricles

Published

on

O número de Diogo Nogueira com o conjunto InovaSamba também está entre os pontos altos de cerimônia que teve apresentações de Caetano Veloso, Seu Jorge, Tim Bernardes e Maria Bethânia com Gloria Groove. Alcione é homenageada na 30ª edição do Prêmio da Música Brasileira
Reprodução / Vídeo
♪ ANÁLISE – De todas as músicas cantadas no roteiro musical da 30ª edição do Prêmio da Música Brasileira, uma não veio do repertório de Alcione – artista homenageada na cerimônia apresentada por Felipe Neto e Lázaro Ramos no Theatro Municipal do Rio de Janeiro (RJ) na noite de ontem, 31 de maio – e foi cantada pela própria Alcione.
Trata-se de Pagu (2000), parceria de Rita Lee (1947 – 2023) com Zélia Duncan, roteirista do evento que intercalou números musicais com a entrega dos troféus aos vencedores e textos sobre a vida e obra da Marrom.
Sentada, com imagem da roqueira projetada no telão, Alcione também se mostrou devota de Santa Rita de Sampa antes de dar voz a músicas emblemáticas do próprio repertório, como Sufoco (Chico da Silva e Antonio José, 1978), O surdo (Totonho e Paulinho Rezende, 1975), A loba (Paulinho Resende e Juninho Penalva, 2001) e Não deixe o samba morrer (Edson Conceição e Aloísio Silva, 1975), esta com intervenção dispensável do DJ Pedro Sampaio.
Devidamente ovacionada ao pisar o palco do Theatro Municipal, da mesma forma que tinha sido reverenciada de pé pelo público no início da cerimônia ao ter anunciada a presença numa das frisas do teatro, Alcione encerrou o show com o baticum de ritmistas da Mangueira, escola de samba adotada pela cantora logo após a vinda de São Luís (MA) para a cidade do Rio de Janeiro (RJ) em 1968.
Maria Bethânia e Gloria Groove cantam ‘O meu amor’ em dueto inédito
Divulgação / Prêmio da Música Brasileira
Antes de Alcione fechar a noite, Caetano Veloso já celebrara a Bahia e a Mangueira com o canto do samba Onde o Rio é mais baiano, composto por ele e lançado por Alcione em disco de 1994 em gravação feita com o próprio Caetano.
Também mangueirense e amiga de Alcione, Maria Bethânia abriu os números musicais da noite cantando O meu amor (Chico Buarque, 1978) com forte acento percussivo – marca do diretor musical da premiação, Pretinho da Serrinha – em dueto com Gloria Groove. Embora competente do ponto de vista vocal, a interpretação das artistas não deu a devida sensualidade ao bolero que Bethânia gravou com Alcione há 45 anos no álbum Álibi (1978).
Dos números musicais, o de maior rigor estilístico foi o feito por Luedji Luna. Em link com a Bahia natal, a cantora deu voz à Figa de guiné (Reginaldo Bessa e Nei Lopes, 1972) com rigor estilístico que tornou o número um dos maiores destaques da noite.
Luedji Luna sobressai na premiação ao cantar ‘Figa de guiné’, música de 1972
Divulgação / Prêmio da Música Brasileira
Nem Alcione cantou Figa de guiné tão bem quanto Luna, que ainda emendou com Afreketê (Edil Pacheco e Paulo César Pinheiro, 1987), reiterando a afro-brasilidade baiana desse número que merecia ter sido aplaudido de pé como o público fez com o potente encontro de Ferrugem com Péricles.
Ferrugem conseguiu imprimir toda a intensidade de Estranha loucura (Michael Sullivan e Paulo Massadas, 1987) antes de Péricles cantar Meu vício é você (Chico Roque e Carlos Colla, 1987) e de fazer dueto com o colega em Um ser de luz (João Nogueira, Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro, 1983).
Péricles e Ferrugem se mostraram à altura do repertório de Alcione, diferentemente de Marina Sena. Escalada para cantar Nem morta (Michael Sullivan e Paulo Massadas, 1985) sem ter estofo para encarar música de grande apelo emocional, a cantora mineira foi o único ponto baixo da noite.
Péricles (à esquerda) e Ferrugem se juntam em número aplaudido de pé
Divulgação / Prêmio da Música Brasileira
Em contrapartida, Diogo Nogueira se afinou lindamente com o conjunto InovaSamba em interpretação memorável de Rio antigo (Nonato Buzar e Chico Anysio, 1979) que, em sintonia com o espírito nostálgico do samba, evocou o canto dos grupos vocais cariocas dos dourados anos 1950.
Em elenco predominantemente masculino (o que torna ainda mais lamentável a ausência de MC Tha, que lançou no ano passado EP com fortes releituras do repertório afro-brasileiro de Alcione), Seu Jorge sorveu Gostoso veneno (Wilson Moreira e Nei Lopes, 1979) com o notório suingue e Emicida evidenciou com Fióti toda a africanidade entranhada em Agolonã (Ederaldo Gentil e Batatinha, 1976). Já Criolo e Xande de Pilares acertaram o tom das manhas de Garoto maroto (Franco e Marcos Paiva, 1986).
Intérprete sagaz, Tim Bernardes deu todo o recado de Qualquer dia desses (Reginaldo Bessa, 1983), acompanhando-se na guitarra eletroacústica e indo da canção ao samba. Zé Ibarra encarou Você me vira a cabeça (Me tira do sério) (Chico Roque e Paulo Sérgio Valle, 2001) sem atenuar os arroubos da música. Já Fran caiu no suingue ao cantar Faz uma loucura por mim (Chico Roque e Sérgio Caetano, 2004) em número de tom percussivo.
Com a ressalva de que poderia ter tido mais mulheres na escalação do time de intérpretes, o tributo a Alcione no 30º Prêmio da Música Brasileira fluiu bem.
Pelas apresentações de Luedji Luna, Ferrugem, Péricles, Diogo Nogueira (com InovaSamba), Seu Jorge e da própria cantora homenageada, dá para afirmar que essa edição do prêmio do empresário José Mauricio Machline não foi uma qualquer.
Diogo Nogueira se afina com o grupo InovaSamba no canto de ‘Rio antigo’
Divulgação / Prêmio da Música Brasileira
Criolo e Xande de Pilares cantam ‘Garoto maroto’ em homenagem a Alcione
Divulgação / Prêmio da Música Brasileira

Continue Reading
Click to comment

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Festas e Rodeios

Fritz Escovão, exímio ritmista fundador do Trio Mocotó, ‘Jimi Hendrix da cuíca’, morre em São Paulo aos 81 anos

Published

on

By

♫ OBITUÁRIO
♪ “O Jimi Hendrix da cuíca!”. O comentário do músico André Gurgel na publicação da rede social em que o Trio Mocotó informou a morte de Fritz Escovão traduz muito do pensamento geral de quem viu em ação este percussionista, pianista, violonista e cantor carioca que marcou época no Trio Mocotó, grupo de samba-rock do qual foi fundador.
Gigante da cuíca, instrumento que percutia com exuberância e incrível destreza, Luiz Carlos de Souza Muniz (13 de dezembro de 1942 – 1º de outubro de 2024) morre aos 81 anos, em São Paulo (SP), de causa não revelada, e sai de cena para ficar na galeria dos imortais do ritmo brasileiro, perpetuado com o nome artístico de Fritz Escovão. O enterro do corpo do artista está previsto para as 8h30m de amanhã, 2 de outubro, no cemitério de Vila Formosa, bairro paulistano.
Fritz Escovão era carioca, mas se radicou em São Paulo (SP), cidade em que fez história a partir de 1968, ano em que o Trio Mocotó foi formado na lendária boate Jogral por Fritz com o carioca Nereu de São José (o Nereu Gargalo) e com o ritmista paulistano João Carlos Fagundes Gomes (o João Parahyba).
Matriz do samba-rock, o grupo foi fundamental para a ressurreição artística de Jorge Ben Jor a partir de 1969. Foi com o toque do Trio Mocotó que Jorge Ben apresentou a visionária música Charles, anjo 45 em 1969 na quarta edição do Festival Internacional da Canção (FIC).
A partir de 1970, ano em que gravou single com o samba-rock Coqueiro verde (Roberto Carlos e Erasmo Carlos), o Trio Mocotó alçou voo próprio sem se afastar de Jorge Ben, continuando a fazer shows com o cantor, com quem gravou álbuns como Força bruta (1970) e o politizado Negro é lindo (1971).
A discografia solo do Trio Mocotó com Fritz Escovão destaca os referenciais álbuns Muita zorra (“…São coisas que glorificam a sensibilidade atual”) (1971), Trio Mocotó (1973) e Trio Mocotó (1977), discos de samba-rock que ganharam status de cult a partir da década de 1990 no Brasil e no exterior, sobretudo o álbum de 1973 em que o trio adicionou à cadência toques de jazz, soul e rock à cadência do samba.
Sempre com a maestria de Fritz Escovão. Em 1974, o Trio Mocotó gravou disco com Dizzy Gillespie (1917 – 1993), em estúdio de São Paulo (SP), mas o trompetista norte-americano de jazz nunca lançou o álbum (foi somente em 2010, 17 anos após a morte do jazzista, que o veio à tona o álbum Dizzie Gillespie no Brasil com Trio Mocotó, editado no Brasil em 2011 via Biscoito Fino).
Em 1975, o grupo saiu de cena. Retornou somente em 2001, após 26 anos, com o álbum intitulado Samba-rock. Um ano depois, em 2002, Fritz Escovão deixou amigavelmente o Trio Mocotó para tratar de problemas de saúde.
Foi substituído em 2003 por Skowa (13 de dezembro de 1955 – 13 de junho de 2024), músico morto há menos de quatro meses. Hoje quem parte é o próprio Fritz Escovão, para tristeza de quem testemunhou o virtuosismo do “Jimi Hendrix da cuíca”.

Continue Reading

Festas e Rodeios

Morre Fritz Escovão, do Trio Mocotó, grupo que fez brilhar o samba rock

Published

on

By

Ao lado de Jorge Ben Jor, grupo ficou famoso pelo suingue inebriante que dá vida ao samba rock. Fritz Escovão, fundador do Trio Mocotó
Reprodução
Morreu Fritz Escovão, fundador do Trio Mocotó. A morte do artista foi confirmada no Instagram do grupo, nesta terça-feira (1º). A causa não foi revelada.
“Cantor, violonista, pianista e percussionista, [ele] marcou a música brasileira pela sua voz inigualável à frente do Trio Mocotó até 2002, com seu clássico ‘Não Adianta’ e como um dos maiores, se não o maior, dos cuiqueiros que o Brasil já viu”, diz a publicação do grupo.
Conhecido como Fritz Escovão, Luiz Carlos Fritz fundou o Trio Mocotó em 1969: ele na cuíca, João Parahyba na bateria, e Nereu Gargalo no pandeiro.
Juntos, os três fizeram sucesso ao lado de Jorge Ben Jor, com um suingue inebriante que deu vida ao samba rock.
A partir de 1970, o Trio Mocotó alçou voo próprio sem se afastar de Jorge Ben, fazendo shows com o cantor em um primeiro momento da carreira e gravando discos como “Negro é lindo”.
Escovão deixou o grupo em 2003. Atualmente, quem assume a cuíca é Skowa.

Continue Reading

Festas e Rodeios

Sean Diddy Combs é alvo de 120 novas acusações de abuso sexual; ações serão movidas nas próximas semanas, diz advogado

Published

on

By

Alvo de processos envolvendo suspeitas de tráfico sexual e agressão, o músico foi preso após meses de investigações. Sean ‘Diddy’ Combs.
Mark Von Holden/Invision/AP
Sean “Diddy” Combs está sendo acusado de abusar sexualmente de 120 pessoas. Foi o que informou o advogado americano Tony Buzbee, em uma coletiva online feita nesta terça-feira (30). Segundo ele, nas próximas semanas serão abertos 120 processos contra o cantor, que está preso em Nova York desde 16 de setembro.
“Nós iremos expor os facilitadores que permitiram essa conduta a portas fechadas. Nós iremos investigar esse assunto não importa quem as evidências impliquem”, disse Buzbee, na coletiva. “O maior segredo da indústria do entretenimento, que, na verdade, não era segredo nenhum, enfim foi revelado ao mundo. O muro do silêncio agora foi quebrado.”
Alvo de processos envolvendo suspeitas de tráfico sexual e agressão, o músico foi preso após meses de investigações. Ele, que ainda não foi julgado, nega as acusações que motivaram sua prisão.
Caso seja julgado culpado das acusações, ele pode ser condenado a prisão perpétua.
Caso Diddy: entenda o que é fato sobre o caso
Quem é Sean Diddy Combs?
Seu nome é Sean John Combs e ele tem 54 anos. Nasceu em 4 de novembro de 1969 no bairro do Harlem, na cidade de Nova York, nos EUA. É conhecido por diversos apelidos: Puff Daddy, P. Diddy e Love, principalmente.
O rapper é um poderoso nome do mercado da música e produtor de astros como o falecido The Notorious B.I.G. Ele é considerado um dos nomes responsáveis pela transformação do hip-hop de um movimento de rua para um gênero musical hiperpopular e de importância e sucesso globais.
Diddy começou no setor musical como estagiário, em 1990, na Uptown Records, uma das gravadoras mais famosas dos EUA, e onde se destacou de forma meteórica e chegou a se tornar diretor. Em 1994, fundou sua própria gravadora, a Bad Boy Records.
Um de seus álbuns mais famosos, “No Way Out”, de 1997, rendeu a Diddy o Grammy de melhor álbum de rap. Principalmente depois do estouro com a música, Diddy fez ainda mais fortuna com empreendimentos do setor de bebidas alcoólicas e da indústria da moda, principalmente.
Ele também foi produtor de inúmeros artistas de sucesso e está por trás de grandes hits cantados por famosos. Muita gente, inclusive, o vê mais como um produtor e empresário do que como um músico.

Continue Reading

Trending

Copyright © 2017 Zox News Theme. Theme by MVP Themes, powered by WordPress.