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Festas e Rodeios

Soraya Ravenle se harmoniza com o violonista Pedro Franco na dramaturgia do show ‘Caminho’

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Aos 60 anos, atriz e cantora fluminense entra em total sintonia com o excepcional instrumentista ao repisar percurso artístico marcado por atuações em musicais de teatro. Soraya Ravenle e Pedro Franco em cena no show ‘Caminho’, no palco do Teatro Prudential, em 7 de junho, na cidade do Rio de Janeiro (RJ)
Pedro Ivo de Oliveira / Divulgação
Resenha de show
Título: Caminho
Artistas: Soraya Ravenle e Pedro Franco
Local: Teatro Prudential (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 7 de junho de 2023
Cotação: ★ ★ ★ ★
♪ Para contentar o público que pedia bis, a cantora e atriz Soraya Ravenle voltou ao palco do Teatro Prudential com Pedro Franco e, juntamente com o violonista, improvisou tributo a Rita Lee (1947 – 2023) com a lembrança da balada Mania de você (1979), um dos maiores sucessos da parceria de Rita com Roberto de Carvalho.
A rigor, o número do bis resultou desnecessário porque Caminho – show que a intérprete fluminense e o músico gaúcho estrearam na noite de quarta-feira, 7 de junho, na cidade do Rio de Janeiro (RJ) – tem roteiro tão bem amarrado que prescinde de bis.
O título Caminho alude ao percurso seguido por Soraya no teatro e na música desde que a atriz e cantora – de 60 anos festejados em 28 de novembro – entrou em cena em 1987 no coro do musical de teatro A estrela Dalva, protagonizado por Marília Pêra (1943 – 2015) na pele da cantora Dalva de Oliveira (1917 – 1972).
Doze anos depois, em 1999, foi Soraya quem protagonizou bem-sucedido musical sobre outra estrela da canção brasileira na década de 1950, Dolores Duran (1930 – 1959). De lá para cá, outros 15 musicais solidificaram a trajetória de Soraya Ravenle nesse gênero teatral.
Show batizado com o nome da música inédita composta por Pedro Franco com Zélia Duncan (com quem o violonista gravou o álbum Minha voz fica, dedicado pela cantora ao cancioneiro de Alzira Espíndola e lançado em 2021), Caminho fez sem obviedade a revisão dessa trilha seguida por Soraya na fronteira entre música e teatro.
Não por caso, a inventividade do show residiu na dramaturgia com que as músicas foram (re)interpretadas em roteiro idealizado como linha contínua. Vindos da coxia, cantora e músico já entraram no palco gingando ao som de April child (1972), tema que virou Maracatu, nação do amor em 2001 ao ganhar letra de Nei Lopes. Foi o começo do começo.
Soraya Ravenle (re)interpreta músicas de Baden Powell, Chico Buarque e Paulo César Pinheiro no show ‘Caminho’
Pedro Ivo de Oliveira / Divulgação
No fim de Caminho, os artistas saíram dançando ao som da gravação de Juízo final (Nelson Cavaquinho e Élcio Soares, 1973) feita por Nelson Sargento (1924 – 2021) com o conjunto Galo Preto para disco que gerou show apresentado em 2001 com a adesão de Soraya. O samba já tinha sido revivido pela cantora e o violonista ao vivo, antes do arremate sagaz do roteiro.
Ao longo de Caminho, Soraya Ravenle se harmonizou com Pedro Franco em total sintonia, sinalizando que o show tinha sido bem ensaiado, mas que, ao mesmo tempo, a música parecia brotar naquele instante, viva, em permanente mutação.
Foi um show de duo, aliás. Não havia no palco do Teatro Prudential uma cantora sendo “acompanhada” por um violonista. O público viu e ouviu uma cantora e um violonista interagindo o tempo todo, irmanados na cena teatralizada, como dois craques que fazem tabelinha com o objetivo do gol.
Voz da dupla, a cantora usou os recursos teatrais da atriz ao interpretar músicas – como o samba-canção E daí? (Miguel Gustavo, 1959) e a canção chilena Todo cambia (Julio Numhauser, 1983) – com divisões, inflexões, pausas, ênfases e citações que apontaram e/ou realçaram sentidos de versos.
Essa dramaturgia ficou perceptível já na interpretação inicial de Sonho impossível (The impossible dream – Joe Darion e Mitch Leigh, 1965, em versão em português de Chico Buarque e Ruy Guerra, 1972), primeira música apresentada com os artistas nas respectivas cadeiras.
Sem jamais ofuscar a cantora, Pedro Franco foi se agigantando ao longo do show e se revelando excepcional violonista, de toque que remeteu ao fraseado do conterrâneo Yamandu Costa, mas sem tanto frenesi.
O violonista Pedro Franco se agiganta ao longo de ‘Caminho’, show que estreou em 7 de junho no Teatro Prudential, no Rio de Janeiro (RJ)
Pedro Ivo Oliveira / Divulgação
O brilho do violonista foi da citação sensível de As rosas não falam (Cartola, 1976), bordada em A noite do meu bem (Dolores Duran, 1959), ao molejo de sambas como O tic-tac do meu coração (Alcyr Pires Vermelho e Valfrido Silva, 1935), de ritmo batucado por Franco na madeira do violão em sobressalente número aberto por beatbox de Soraya que ecoou a performance da cantora no show Puro Ney (2017), dividido com Marcos Sacramento. Cantora e violonista fizeram o relógio desse samba andar no tempo próprio dos artistas.
A propósito, a cadência do samba foi dominante no roteiro de Caminho. Soraya Ravenle e Pedro Franco desenrolaram Nó molhado (1962) de Monsueto Menezes (1924 – 1973) e José Batista, encheram Cidade vazia (Baden Powell e Luís Fernando Freire, 1966) de citações – como a récita dos versos de O que será (À flor da terra) (Chico Buarque, 1976) – e ecoaram Quando o galo cantou (Caetano Veloso, 2012), samba gravado pela cantora por Michel Nirenberg em 2020.
Do álbum Arco do tempo (2011), título sobressalente na discografia de Soraya, a cantora repisou em Caminho três sambas da lavra de Paulo César Pinheiro, Jogo de roda, Sinhorá – parceria de Pinheiro com Roque Ferreira de ritmo marcado na palma da mão – e o tema-título Arco do tempo.
De Pinheiro, a cantora ainda interpretou Minha missão (1981) – parceria com João Nogueira (1941 – 2000) – com caco (“Não ao marco temporal”) que deu sentido presente ao verso “Canto para denunciar o açoite”.
Extremamente afinados ao longo do percurso fluente do show, Soraya Ravenle e Pedro Franco mostraram que show de voz e violão pode trilhar caminhos menos usuais para escapar dos clichês do formato acústico.
Soraya Ravenle divide a cena de igual para igual com o violonista Pedro Franco no show ‘Caminho’
Pedro Ivo de Oliveira / Divulgação

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Sean Diddy Combs é alvo de 120 novas acusações de abuso sexual; ações serão movidas nas próximas semanas, diz advogado

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Alvo de processos envolvendo suspeitas de tráfico sexual e agressão, o músico foi preso após meses de investigações. Sean ‘Diddy’ Combs.
Mark Von Holden/Invision/AP
Sean “Diddy” Combs está sendo acusado de abusar sexualmente de 120 pessoas. Foi o que informou o advogado americano Tony Buzbee, em uma coletiva online feita nesta terça-feira (30). Segundo ele, nas próximas semanas serão abertos 120 processos contra o cantor, que está preso em Nova York desde 16 de setembro.
“Nós iremos expor os facilitadores que permitiram essa conduta a portas fechadas. Nós iremos investigar esse assunto não importa quem as evidências impliquem”, disse Buzbee, na coletiva. “O maior segredo da indústria do entretenimento, que, na verdade, não era segredo nenhum, enfim foi revelado ao mundo. O muro do silêncio agora foi quebrado.”
Alvo de processos envolvendo suspeitas de tráfico sexual e agressão, o músico foi preso após meses de investigações. Ele, que ainda não foi julgado, nega as acusações que motivaram sua prisão.
Caso seja julgado culpado das acusações, ele pode ser condenado a prisão perpétua.
Caso Diddy: entenda o que é fato sobre o caso
Quem é Sean Diddy Combs?
Seu nome é Sean John Combs e ele tem 54 anos. Nasceu em 4 de novembro de 1969 no bairro do Harlem, na cidade de Nova York, nos EUA. É conhecido por diversos apelidos: Puff Daddy, P. Diddy e Love, principalmente.
O rapper é um poderoso nome do mercado da música e produtor de astros como o falecido The Notorious B.I.G. Ele é considerado um dos nomes responsáveis pela transformação do hip-hop de um movimento de rua para um gênero musical hiperpopular e de importância e sucesso globais.
Diddy começou no setor musical como estagiário, em 1990, na Uptown Records, uma das gravadoras mais famosas dos EUA, e onde se destacou de forma meteórica e chegou a se tornar diretor. Em 1994, fundou sua própria gravadora, a Bad Boy Records.
Um de seus álbuns mais famosos, “No Way Out”, de 1997, rendeu a Diddy o Grammy de melhor álbum de rap. Principalmente depois do estouro com a música, Diddy fez ainda mais fortuna com empreendimentos do setor de bebidas alcoólicas e da indústria da moda, principalmente.
Ele também foi produtor de inúmeros artistas de sucesso e está por trás de grandes hits cantados por famosos. Muita gente, inclusive, o vê mais como um produtor e empresário do que como um músico.

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Frank Fitz, do ‘Caçadores de Relíquias’, morre aos 58 anos

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‘O que vocês viram na TV foi o que eu sempre vi, um sonhador tanto sensível quanto engraçado’, escreveu seu colega de trabalho Mike Wolfe. Frank Fritz, de ‘Caçador de Relíquias’
Reprodução
Morreu aos 58 anos Frank Fritz, que ficou conhecido por apresentar o reality “Caçadores de Relíquias”. Ocorrida nesta segunda-feira (30), a morte foi confirmada por seu colega de trabalho Mike Wolfe, num post no Instagram. A causa não foi revelada.
“É com o coração partido que compartilho com todos vocês que Frank se foi na noite passada. Eu conheço Frank por mais da metade da minha vida e o que vocês viram na TV foi o que eu sempre vi, um sonhador tanto sensível quanto engraçado”, escreveu Wolf.
Frank Fritz morreu dois anos após sofrer um derrame. Ele é conhecido por ter apresentado “Caçadores de Relíquias” entre os anos de 2010 e 2020. No reality, o público acompanhava suas buscas por itens raríssimos.

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Adriana Partimpim balança na volta ao disco entre o suingue do samba ‘Malala’ e o espírito lúdico de ‘O meu quarto’

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Faixas adiantam álbum que sai em 10 de outubro com produção de Pretinho da Serrinha e música que celebra Malala Yousafzai, ativista da luta pela paz. Adriana Partimpim canta samba composto em 2018 para peça sobre a ativista paquistanesa Malala Yousafzai, laureada com o Prêmio Nobel da Paz
Reprodução / Clipe da música ‘O meu quarto’
Capa do single ‘O meu quarto / Malala’, de Adriana Partimpim
Divulgação / Sony Music
♫ OPINIÃO SOBRE DISCO
Título: O meu quarto / Malala
Artista: Adriana Partimpim
Cotação: ★ ★ ★ 1/2
♪ Vamos combinar que Adriana Partimpim sempre foi muito mais ouvida e venerada pelos admiradores adultos de Adriana Calcanhotto do que pelas crianças, em tese o público alvo desse heterônimo, espécie de alter ego criado pela artista para discos e shows direcionados a ouvintes e plateias infantis.
Por isso mesmo surpreende que uma das duas músicas que dão prévia do quarto álbum de estúdio de Partimpim – O quarto, gravado com produção musical do percussionista Pretinho da Serrinha e programado para 10 de outubro pela gravadora Sony Music – seja de fato uma canção de espírito lúdico vocacionada para as crianças.
De autoria de Calcanhotto, a canção se chama O meu quarto e surge em single – ao lado do samba Malala (O teu nome é música) – em gravação calcada no suingue do baixo acústico tocado por Guto Wirtti e embasada com o arsenal percussivo de Pretinho da Serrinha (cavaquinho, caixa, pandeirola, recobra e prato).
Em O meu quarto, Partimpim convoca a gurizada para adentrar o espaço da própria Partimpim – personagem personificada por boneca sapeca – para “inventar o mundo” e para “ser cor, música e poesia”.
O sopro do clarinete de Jorge Continentino contribui para a atmosfera de suingue jazzy do fonograma também formatado com os teclados e o piano de brinquedo de Rodrigo Tavares. O coro infantil realça o espírito lúdico da música O meu quarto.
Já Malala (O teu nome é música), embora também apareça no single com vozes de crianças no coro regido por Delia Fischer, é samba para gente grande que poderia figurar em qualquer álbum de Calcanhotto. O samba foi composto pela artista em 2018 para peça baseada em livro de Adriana Carranca sobre a ativista paquistanesa Malala Yousafzai, laureada com o Prêmio Nobel da Paz.
Hábil, Pretinho da Serrinha (cavaquinho, tamborins, cuíca, surdo e ganzá) arma cama refinada para Partimpim rolar com maciez no canto de versos como “O teu nome é música / O teu nome é liberdade e paz”. Versos carregados de sentido e urgência em um dia em que o mundo assiste ao agravamento da guerra no Oriente Médio com o disparo de mísseis pelo Irã para atingir Israel.
Enfim, Adriana Partimpim é de paz e está de volta. E esse single inicial – lançado simultaneamente com os clipes das duas músicas – sinaliza que O quarto será um bom álbum, embora em princípio sem munição para se igualar ao primeiro e ainda melhor disco de Adriana Partimpim.
Adriana Partimpim lança em 10 de outubro pela Sony Music o álbum ‘O quarto’, gravado com produção musical de Pretinho da Serrinha
Reprodução / Clipe da música ‘O meu quarto’

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