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Festas e Rodeios

Pop mexicano domina paradas e é surpresa do primeiro semestre

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Peso Pluma, maior nome do pop mexicano, tem quatro das 10 mais ouvidas do Spotify. Som mistura rap com instrumentos tradicionais como acordeón, violão, flauta, tambores e trompete. No primeiro semestre de 2023, nomes como Peso Pluma, Junior H, Yng Lvcas, Gabito Ballesteros e Natanael Cano passaram a aparecer com cada vez mais constância na lista de vídeos mais vistos do YouTube e músicas mais ouvidas no ranking global do Spotify.
Eles nasceram no México e têm forte influência de sons “do tempo do pai”: nomes da música regional mexicana ouvida pelos pais e avôs deles.
Os arranjos misturam as batidas do rap e do reggaetón com instrumentos tradicionais como acordeón, violão, flauta, tambores e trompete. As letras antes tinham muitas menções a armas e ao tráfico de drogas, mas estão cada vez mais românticas.
Peso Pluma, Gabito Ballesteros, Junior H e Natanael Cano: quatro dos principais nomes do pop mexicano
Divulgação
A lista tem o reforço de duas bandas surgidas nos Estados Unidos, mas associadas a esse pop “hecho en Mexico”. O Grupo Fronteira é um sexteto que gravou um hit com Bad Bunny (“Un x100to”) e se apresentou no festival Coachella. Eslabon Armado é dono de “Ella baila solo”. A canção gravada com Peso Pluma foi a mais ouvida do primeiro semestre no Spotify em todo mundo.
Uma pesquisa do site chartmetric mostrou que as audições mensais de três dos principais artistas do pop mexicano (Junior H, Natanael Cano e o grupo Fuerza Regida) pularam de 1,6 milhão em 2019 para 54,1 milhões no começo de 2023, no Spotify.
Hoje, Peso Pluma tem 53 milhões de ouvintes mensais no Spotify. O gênero “Música Mexicana” cresceu 431% nos últimos cinco anos, segundo a plataforma.
Os shows da turnê de Peso Pluma pelos Estados Unidos estão cheios de imigrantes mexicanos ou americanos filhos de pais nascidos no México. Há fãs de rap ou de música latina em geral, mas também existe esse público que cresceu ouvindo música tradicional mexicana.
Segundo dados oficiais do governo americano, há cerca de 40 milhões de pessoas com origens mexicanas morando nos Estados Unidos hoje.
Quem é Peso Pluma?
Quem é Peso Pluma? 5 músicas para conhecer o rapper mexicano
Peso Pluma, rapper mexicano de 23 anos, tem quatro das 10 músicas mais ouvidas no Spotify hoje (veja trechos de clipes no vídeo acima).
“Ella baila solo”, no primeiro lugar da parada global, é sobre uma mulher dançando sozinha e sendo admirada por dois caras que ficam impressionados com a “cinturinha de modelo” dela.
Antes de cantar sobre festas e mulheres, como neste e em outros hits recentes, Peso Pluma era um artista do estilo narcocorrido: mistura do termo narco (traficantes de drogas) e corrido.
Corrido é o gênero surgido nos anos 1820, quando o México se tornou independente da Espanha. A ideia era contar histórias focadas nas disputas entre heróis de guerra e inimigos dos mexicanos. Os relatos tinham como trilha o som de instrumentos típicos já citados. Era uma contação de causos belicosos ao som de mariachis, basicamente.
Nos anos 70, rappers começaram a fazer rimas exaltando o estilo de vida dos narcotraficantes. O estilo narcorrido, porém, passou a fazer mais barulho nos anos 80 e 90. Segundo a imprensa mexicana, o muso inspirador de Peso Pluma já foi Joaquin “El Chapo” Guzman, chefe do Cartel de Sinaloa, terra natal da mãe do rapper. Isso antes de ele passar a mirar apenas garotas em festas.
🥰 Agora, o corrido é romântico…
O rapper mexicano Peso Pluma
Divulgação/Warner
Hassan Emilio Kabande Laija nasceu em Zapopan, cidade mexicana da zona metropolitana de Guadalajara, mas cursou o ensino médio em San Antonio, no estado americano do Texas. O apelido Peso Pluna (ou peso pena, a categoria de peso mais leve em lutas) veio após uma conversa com o lutador Marco Antonio Barrera.
O rapper tem 1,70 metro e cerca de 67 quilos. O visual nada tem a ver com o estilo tradicional de quem canta música popular mexicana, associado ao figurino de cowboy com botas, chapéu e cinto chamativo. O cantor se veste com roupas largas e usa mullets com costeletas. O look é completado por tatuagens: uma para Al Capone (um pôster de “procura-se” do gângster, no braço) e outra para Tupac Shakur (a frase “All Eyez on me”, nome de um álbum do rapper, na clavícula).
O som vai pelo mesmo caminho. Peso Pluna gosta de falar que os tempos de narcorrido se foram e ele canta corrido tumbado: uma mistura da música tradicional mexicana com trap, reggaeton e hip hop sobre temas variados. Há letras sobre o tráfico, mas de modo mais geral. “Bye”, o single mais recente, é sobre uma noite de bebedeira e cigarros para esquecer de uma ex.
“Ella baila solo” tem versos sobre uma pessoa emocionada que vê uma mulher dançando sozinha e já imagina o dia em que vai conhecer a família dela. Embora o hit seja oficialmente do trio californiano Eslabon Armado com participação de Peso Pluma, o rapper se tornou a voz e o rosto deste novo corrido mais romântico do que polêmico.
“Ella baila solo” bateu recordes:
primeiro lugar do ranking global do Spotify;
quarto lugar do hot 100 da “Billboard”;
primeira música mexicana no topo da parada de streaming da “Billboard”;
música mexicana com mais audições em apenas um dia.
Peso Pluma também tem ótimas cifras:
Oito músicas no hot 100 da “Billboard”;
Seis músicas no top 50 global do Spotify;
14 billhões de views no TikTok;
48 milhões de ouvintes mensais no Spotify.
Mamá ostentación: Peso Pluma presenteia mãe com flores e vários produtos de marcas famosas
Reprodução/Instagram do artista
Antes do estouro neste ano, o rapper já havia lançado três álbuns, com apenas um single de sucesso (“Por las noches”, de 2021). Foi quando começou a ser mais falado por meio de singles sempre ao lado de outros artistas.
Em fevereiro de 2022, veio “El Belicón”, com Raúl Vega, uma mistura de trap com narcorrido exaltando o personagem título “Belicoso”, em tradução livre. A música viralizou no TikTok e hoje tem mais de 200 milhões de visualizações no YouTube. No clipe (veja trecho no vídeo do topo), Peso Pluma aparece com uma camisa com estampa de Tupac e um rifle em uma das mãos.
“Eu é que comando aqui / Tenho carros esportivos na minha coleção / Metralhadoras, bazucas e rifles Kalashnikovs”, canta ele. A letra é sobre se preparar para uma “guerra” contra a gangue rival. Música e vídeo receberam críticas no México por glamourizar narcotraficantes após décadas de conflitos no país.
🤬 Poucas ideias
O rapper mexicano Peso Pluma
Divulgação/Warner
Antes da fama, Peso Pluma contou que escreveu “várias músicas” a pedido de traficantes. Segundo ele, não era para apoiar ou glamourizar. “Era apenas um trabalho”, ele resumiu. Neste ano, o jornal “Los Angeles Times” entrevistou o rapper por videoconferência e perguntou sobre esses tempos de letras exaltando os feitos de narcotraficantes. Ele disse “Nah” e jogou o celular na mesa.
As entrevistas com Peso Pluma, no geral, não costumam render muito. As respostas são curtas e com frases de efeito geralmente repetidas em diferentes situações. “Pensam que eu sou uma máquina de ganhar dinheiro, mas eu não sou”, disse, sobre a agenda atribulada dos últimos meses.
Em 2023, ele tem se dividido entre Los Angeles, Nova York, Guadalajara e Cidade do México. “Tenho muita saudade da minha mãe. Eu praticamente não vejo mais ela. Tudo tem seus altos e baixos… Meu dia começa fumando um baseado e agradecendo a minha vida que tenho agora”, disse em entrevista recente.
Entre as influências, já falou que um de seus favoritos é Ariel Camacho, cantor tradicional mexicano que o fez pegar no violão pela primeira vez. Mas a lista tem Jay-Z, Kanye West e Bad Bunny, rapper porto-riquenho com o qual é comparado.
Rótulos como “Bad Bunny mexicano” ou “Post Malone com mariachis” fazem certo sentido. Assim como os popstars do rap, Peso Pluma faz um rap melódico com vocal desleixado.
O rapper mexicano Peso Pluma e a cantora Becky G
Divulgação
O perfil chamou atenção de outros artistas, como Becky G. Ela e o rapper dividem os vocais em “Chanel”, lançada em março de 2023. Peso Pluma participou do show da cantora americana no festival Coachella, um mês depois, cantando versos sobre amor e ostentação.
O primeiro programa de TV no qual se apresentou foi um dos mais falados do mundo, o talk show de Jimmy Fallon.
“Fui o primeiro artista regional mexicano a cantar no programa. Isso já diz o bastante”, ele disse depois de cantar “Ella baila solo” com certa timidez, olhando para o chão em boa parte do tempo. “Eu sabia que isso ia acontecer, mas não sabia que seria neste nível e com essa rapidez.”

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Sean Diddy Combs: relembre outras acusações e controvérsias que marcam trajetória do rapper

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Muito antes de ser preso em setembro deste ano, músico já colecionava denúncias, polêmicas e escândalos. Sean ‘Diddy’ Combs em foto de 2017, em Nova York.
Lucas Jackson/Reuters
Ocorrida em 16 de setembro, a prisão de Sean Diddy Combs, também conhecido como Puff Daddy e P. Diddy, movimentou a indústria da música, levantou teorias nas redes sociais e fez explodir as buscas pelo nome do rapper na internet.
Alvo de processos envolvendo suspeitas de tráfico sexual e agressão, ele foi preso em Nova York, nos Estados Unidos, após meses de investigações. O rapper, que ainda não foi julgado, nega as acusações que motivaram sua prisão.
Muito antes disso tudo acontecer, no entanto, o músico já colecionava acusações e histórias controvérsias. Veja a seguir algumas delas.
Caso Diddy: entenda o que é fato sobre o caso
Universidade de Nova York
Ainda sob o nome de Puff Daddy, o rapper foi um dos organizadores de um jogo de basquete caótico, ocorrido num ginásio da Universidade de Nova York, em dezembro de 1991. O evento terminou com 9 pessoas mortas e 29 feridas.
O caos aconteceu devido à quantidade de gente no espaço, que reuniu cerca de 5.000 pessoas, mas comportava somente 2.730.
Sem seguranças para controlar a multidão, o evento saiu de controle, e pessoas arrombaram as portas, causando um pisoteamento generalizado.
Foram abertos vários processos civis do caso. Em alguns deles, Combs atuou como testemunha contra o ginásio e, em outros, virou réu — sua defesa alegava que ele não era responsável pela segurança local.
‘Hate Me Now’
Dirigido por Hype Williams, o videoclipe “Hate Me Now” (1999) provocou uma briga entre Sean Combs e o executivo musical Steve Stoute.
Na versão original, havia uma cena em que o rapper aparecia crucificado. Incomodado, o músico exigiu que o trecho fosse cortado antes do clipe ir ao ar. A primeira versão que foi exibida ao público pela primeira vez, no entanto, foi a antiga.
Ao ter seu pedido ignorado, Sean se irritou e invadiu o escritório de Stoube. O executivo disse que o músico agrediu ele com uma garrafa de champanhe. “Ele me deu um soco no rosto, depois pegou o telefone e me bateu na cabeça com ele”, disse Stoube na época ao jornal americano “The Times”.
O caso foi parar na Justiça, e Sean chegou a ser detido, mas depois os dois fizeram um acordo, no qual o rapper pagou US$ 500 mil ao executivo.
Sean ‘Diddy’ Combs durante um evento em 2018
Richard Shotwell/Invision/AP/Arquivo
Troca de tiros
Também em 1999, Sean foi acusado de posse ilícita de arma de fogo. Após se envolver em uma violenta briga no Club New York com troca de tiros, o músico foi encontrado pela polícia dentro de seu carro, onde havia duas pistolas.
Ele e a cantora Jennifer Lopez, que estava na ocasião e era sua namorada, foram detidos.
O músico, que sempre negou ter envolvimento com o tiroteio, foi absolvido.
Intimidação
Em 2003, o rapper foi processado por seu ex-colega de negócios Kirk Burrowes, que o acusou de intimidá-lo com um bastão de beisebol. Ele teria feito isso para forçá-lo a assinar documentos de transferência empresarial.
Sean negou. O caso foi a um tribunal de apelações três anos depois, mas foi rejeitado por expiração do prazo de prescrição.
Briga com treinador do filho
Em 2015, o artista foi detido após brigar com o treinador de futebol americano de seu filho, Justin Combs.
“Os vários relatos do incidente e as acusações sendo divulgadas são completamente imprecisos. O que podemos dizer agora é que qualquer ação tomada pelo Sr. Combs foi única e exclusivamente de natureza defensiva para se proteger e proteger seu filho”, afirmou um porta-voz do rapper ao site americano “TMZ” na época.
O caso gerou polêmica, mas não chegou a ir parar na Justiça.
Sean ‘Diddy’ Combs.
Jordan Strauss/Invision/AP
Primeiras alegações de abuso
Em 2019, a modelo Gina Huynh, ex-namorada de Sean, disse que ele havia abusado dela durante todo o relacionamento, que durou cinco anos. A declaração foi feita à youtuber Tasha K.
Com relatos fortes, ela afirmou que ele chegou a pisar na altura de seu estômago, o que “tirou o ar” de seus pulmões”. Também alegou que ele ofereceu dinheiro para ela fazer um aborto.
O rapper não comentou a acusação.
A relação com Cassie
A cantora Cassie, de “Me & U”, abriu um processo contra Sean em 2023. Ela o acusou de estupro, agressão e abuso físico.
Os dois se conheceram pela música e começaram a trabalhar juntos de 2005. Depois, engataram num namoro, que rompeu em 2018. Segundo a artista, o rapper sua posição de poder na indústria para levá-la a um “relacionamento romântico e sexual manipulador e coercitivo”.
Cassie afirmou que os crimes aconteceram por mais de uma década. Na ação, ela descreve que Sean “regularmente batia e chutava” seu corpo, “deixando olhos roxos, hematomas e sangue”.
Na época, ele negou as acusações. Em fevereiro deste ano, vazou um vídeo em que ele aparece agredindo Cassie. “Assumo total responsabilidade por minhas ações naquele vídeo. Fiquei enojado quando fiz isso. Estou enojado agora”, disse ele em um comunicado publicado nas redes sociais.
Várias ações civis de uma vez só
A acusação de Cassie serviu como pontapé para várias outras acusações contra o rapper. Denúncias de estupro e violência que, embora protocoladas no fim de 2023, mencionam mais de uma época.
Uma das ações movidas diz que Sean e outro homem forçaram uma mulher a fazer sexo com eles. Em outra, a vítima diz ter sido drogada e estuprada pelo rapper em 1991.
Uma terceira mulher afirmou que há mais de 30 anos havia sido estuprada junto de sua amiga, vítimas de Sean.
O músico negou as acusações.
Condenado a US$ 100 milhões
Em um dos casos que foram surgindo contra ele, Sean foi condenado a pagar US$ 100 milhões a um presidiário do Michigan que diz ter sido drogado e estuprado pelo rapper há mais de 30 anos. A condenação veio em setembro de 2024, dias antes de sua prisão.
Derrick Lee Smith, 51 anos, venceu a disputa judicial multimilionária à revelia no Tribunal do Condado de Lenawee durante uma audiência virtual na segunda-feira (9), após Combs, 54 anos, não comparecer.
Um advogado de Combs disse que o rapper vai pedir a anulação da sentença.
“Este homem [Smith] é um criminoso condenado e predador sexual, que foi sentenciado por 14 acusações de agressão sexual e sequestro nos últimos 26 anos,” disse o advogado Marc Agnifilo em nota, na época.

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De ‘Monstros: Irmãos Menendez’ a ‘Making a murderer’: Por que true crime faz tanto sucesso?

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‘Queremos saber o que é aquela coisa que nos faz surtar’, diz Javier Bardem em entrevista ao g1. Mais barato e ‘viciante’, gênero é queridinho de estúdios e público. Elenco de ‘Monstros: Irmãos Menendez’ fala sobre true crime
Desde que estreou, no dia 19, “Monstros: Irmãos Menendez: Assassinos dos pais” tem sido um bom exemplo do fascínio que o gênero de true crime exerce sobre o público.
Apesar do exagero do uso de dois pontos em um só título, a série foi a mais assistida na semana de seu lançamento na Netflix nos Estados Unidos – graças à sua versão estrelada por Javier Bardem (“Duna 2”) da história real de um dos assassinatos mais chocantes dos anos 1980.
“Por que gostamos tanto de assistir a coisas como essas?”, pergunta o ator, ganhador do Oscar por “Onde os fracos não têm vez” (2007). Ele mesmo responde.
“Queremos saber mais sobre nós mesmos. O que é aquela coisa que nos faz surtar. Como lidamos com nossos próprios medos e fantasmas e traumas e dor.”
Na série, o espanhol interpreta o pai de uma família rica e influente que foi assassinado, junto da mulher (Chloë Sevigny), pelos próprios filhos (Cooper Koch e Nicholas Alexander Chavez) em 1989.
O crime dominou o noticiário americano na época – pelo menos até o julgamento do ex-jogador de futebol americano O.J. Simpson (1947-2024), suspeito de matar a ex-mulher.
Nicholas Alexander Chavez, Chloë Sevigny, Javier Bardem e Cooper Koch em cena de ‘Monstros: Irmãos Menendez: Assassinos dos pais’
Divulgação
Não há para onde fugir
“True crime existe há muito tempo. As pessoas se fascinam com por que essas coisas acontecem, e por que as pessoas cometem esses crimes”, lembra Nathan Lane, que dá vida a um jornalista que cobriu o caso.
O ator é um bom exemplo do grande momento do true crime. Além de integrar o elenco da temporada de “American Crime Story” que cobriu o caso O.J. (série também criada por Ryan Murphy, assim como “Monstros”), ele esteve nos primeiros anos de “Only murders in the building”, comédia que parodia o gênero.
“Em toda plataforma de streaming que você liga há pelo menos três ou quatro desse tipo de programa. (Como um) Documentário de true crime sobre seja lá o que aconteceu em uma pequena cidade em Ohio. Mas, é, parece que está aqui para ficar.”
Ele liga o auge recente ao sucesso de “Making a murderer”, série documental que em 2015 conquistou espectadores ao redor do mundo, mas é possível ir até um pouco antes.
Em 2014, o podcast “Serial” virou fenômeno ao contar a história de um jovem condenado pelo assassinato da namorada, apesar de diversas dúvidas sobre sua culpa.
O sucesso foi tanto que, em 2020, o jornal “New York Times” comprou a produtora responsável por US$ 25 milhões. Dois anos depois, uma juíza anulou a condenação do rapaz, Adnan Syed.
Chloë Sevigny, Javier Bardem, Nicholas Alexander Chavez e Cooper Koch em cena de ‘Monstros: Irmãos Menendez: Assassinos dos pais’
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O mistério do mistério
Mas não é só a curiosidade pelo macabro que motiva o encanto pelo true crime. Um estudo de 2010 da Universidade de Illinois indica que mulheres são mais atraídas pelo gênero do que homens – interessadas por histórias que mostram como as vítimas (em especial, as femininas) fugiram e o que leva os assassinos a agirem dessa forma.
Há também nos mistérios um teor altamente viciante, que mantém o público engajado em uma época de séries “maratonáveis”. Até mesmo quando o criminoso já é conhecido, há o desafio de descobrir como, ou por que.
Além disso, produções do tipo tendem a ser consideravelmente mais baratas que as de outros gêneros – em especial, é claro, os documentários. E as produções ainda podem se basear nas investigações já realizadas nos julgamentos para economizar ainda mais.
Os estúdios ainda se aproveitam do interessado gerado por uma obra para lançar outra. Em 7 de outubro, a Netflix lança ainda o documentário “O Caso dos Irmãos Menendez”.
“Também é uma boa história. Te mantém viciado quando você está tentando descobrir algo e quer saber mais. Te mantém ligado, que é o porque, certamente, os estúdios sabem que as pessoas querem. Então, eles continuam fazendo”, fala Ari Graynor (“Lakers: Hora de vencer”).
Na série, ela interpreta a advogada de defesa que se encantou pelo mais novo dos irmãos acusados.
“É revelador das partes mais profundas da humanidade, sobre as quais temos a menor quantidade de entendimento.”
Nicholas Alexander Chavez, Ari Graynor e Cooper Koch em cena de ‘Monstros: Irmãos Menendez: Assassinos dos pais’
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‘Todos somos cúmplices’
Assim como a temporada anterior, que retratava os assassinatos de Jeffrey Dahmer (1960-1994), “Irmãos Menendez” tem sido alvo de críticas. Erik Menendez, por exemplo, reclamou da forma como sua história foi retratada.
“Eu achava que as mentiras e as representações tendenciosas que recriavam Lyle eram coisa do passado, que tinham criado uma caricatura de Lyle baseada em mentiras horríveis e descaradas e que agora voltam a abundar na série”, afirmou ele em redes sociais.
Atualmente, ele cumpre uma pena perpétua sem direito a liberdade condicional pela morte dos pais.
“É triste para mim saber que a representação desonesta da Netflix das tragédias que cercam nosso crime fez com que as dolorosas verdades retrocedessem vários passos no tempo, para uma época em que a promotoria construiu uma narrativa baseada em um sistema de crenças segundo o qual homens não eram abusados sexualmente e que homens experienciavam o trauma da violação de maneira diferente das mulheres.”
O elenco, claro, defende a obra, que mostra diferentes pontos de vista do episódio. Entre eles, a defesa dos acusados, de que sofriam abuso sexual do pai desde a infância.
“Eu na verdade queria que no final de ‘Monstros’ tivesse um ponto de interrogação, porque esse é meio que o objetivo. Estamos pedindo que o público seja o júri”, diz Koch (“They/them: O acampamento”), intérprete do mais novo.
“Acho que a série quer apresentar muitas realidades diferentes. Muitas perspectivas diferentes sobre os assassinatos, os eventos que levaram a eles e às repercussões que vieram depois”, afirma Chavez (“General Hospital”), que dá vida ao mais velho.
Sevigny (indicada ao Oscar por “Meninos não choram”) é mais categórica sobre quem são os verdadeiros “monstros” da série – e o papel dos fãs do gênero.
“Eu acho que os pais são monstros. Os garotos são monstros. Os garotos são vítimas. Os pais são vítimas. A mídia é um monstro. É como se todos nós fôssemos cúmplices, de certa forma.”
Nicholas Alexander Chavez e Cooper Koch em cena de ‘Monstros: Irmãos Menendez: Assassinos dos pais’
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Gavin Creel, ator de ‘Hair’ e ‘Alô, Dolly!’, morre dois meses após receber diagnóstico de câncer

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Além da Broadway, artista trabalhou em filmes e séries de TV como ‘Eloise no Plaza’, ‘As Enroladas Aventuras da Rapunzel’ e ‘American Horror Story’.
Gavin Creel apresenta ‘Hair’, na Broadway, em 2009
Peter Kramer/AP
O ator americano Gavin Creel morreu nesta segunda-feira (30), aos 48 anos. Sua morte acontece dois meses depois de ele receber o diagnóstico de um câncer raro no nervo periférico.
Creel estrelou musicais da Boradway como “Caminhos da Floresta”, “Hair”, “Alô, Dolly!”, além de peças da West End – a clássica rua dos teatros de Londres –, como “Mary Poppins” e “Waitress”.
Ele também trabalhou em filmes e séries de TV, atuando em produções como “Eloise no Plaza”, “O Natal de Eloise”, “As Enroladas Aventuras da Rapunzel” e “American Horror Story.”
Em 2002, ele recebeu sua primeira indicação ao prêmio Tony (o principal troféu do teatro), por “Positivamente Millie”. Oito anos depois, voltou a ser indicado, por “Hair”, e em 2017, levou o Tony de melhor ator coadjuvante, por “Alô, Dolly!”.
Gavin Creel ganha Tony por ‘Alô, Dolly!’, em 2017
Michael Zorn/Invision/AP
“O Tony foi como receber um abraço da comunidade que participo há 20 anos”, disse ele ao jornal americano “The San Francisco Chronicle”, em 2018. “Isso é bom. Eu literalmente não consigo fazer mais nada na minha vida e ainda sou vencedor do Tony. Nunca deixarei de fazer isso.”
Além de trabalhar nos palcos e em frente às câmeras, Creel também chegou a gravar música e apresentar concertos. Inclusive, em “She Loves Me”, ele estrelou o primeiro musical da Broadway transmitido ao vivo.

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