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Festas e Rodeios

João Donato, compositor e multi-instrumentista, morre aos 88 anos

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São de João Donato músicas que encantaram o grande público em mais de 70 anos de carreira, e que talvez muitos não reconheçam a autoria. Ele gravou com nomes como Gilberto Gil, Caetano Veloso, Chico Buarque, Martinho da Vila e Gal Costa. João Donato, compositor e multi-instrumentista, morre aos 88 anos
Morreu, nesta segunda-feira (17), o compositor e multi-instrumentista João Donato. Ele estava internado por causa de uma pneumonia.
João Donato nasceu no Acre, em 1934. Era o filho do meio de uma família musical. O pai, militar, tocava bandolim nas horas vagas. Quando Donato tinha 11 anos, se mudou coma família para o Rio de Janeiro e passou a frequentar circuitos musicais.
Quando seus dedos tocavam as teclas do piano, sempre nascia um sorriso no rosto e o mundo se enchia de melodia.
A primeira composição foi aos 7 anos com o acordeom que ele ganhou de presente de natal. A música foi composta para a sua primeira grande paixão, e nela os versos de João Donato já diziam: “não posso viver sem amor”.
Do acordeon ele foi para o piano, onde nasceriam arranjos e outras composições. O amor de João Donato pela música aparecia de várias formas. Esse filho do norte do Brasil levou a música brasileira para o mundo.
O primeiro disco foi gravado aos 22 anos a convite de Tom Jobim, diretor artístico da gravadora que se revezava com Donato no piano. Em 1959, foi morar em Los Angeles, nos Estados Unidos, onde acabou desenvolvendo seu estilo musical. Inspirado na música latina, criou uma batida sincopada no piano, sua marca registrada.
“Eu queria o jazz, fui lá para apender, encontrar os caras que admirava tanto. Encontrei o pessoal do jazz muito tristonho porque não tinha onde tocar, eles tocavam em orquestras latinas, que era onde tinha emprego. Então eu fui procurar as orquestras latinas para encontrar o pessoal do jazz”, contou Donato em entrevista a Pedro Bial.
Compôs o disco “Bad Donato” – considerado um dos melhores da música brasileira. E trouxe “O Sapo”, uma versão inicial do sucesso, “A Rã”, que depois ganharia letra de Caetano Veloso.
Gilberto Gil foi parceiro em músicas como “A Paz”.
“Ele ficou ali no sofá, adormeceu, cochilou um pouco no sofá. Quando ele acordou, eu já tinha feito a letra”, contou Gil.
João Donato gravou ainda com Chico Buarque, Martinho da Vila e Gal Costa. João Donato era considerado um mestre dos mestres da bossa nova, dono de um suingue irresistível.
“Essa mistura de Brasil com Cuba, com samba, isso é característica dele, e sempre buscando os jovens e trabalhando com a juventude. Ele é um homem que nunca envelheceu, sempre trabalhando sempre buscando coisas novas. Um homem ousado, fora do tempo dele mesmo”, diz o cantor e compositor Danilo Caymmi.
João Donato inovou ao unir sintetizadores ao piano. O filho, Donatinho, era um companheiro de criação.
Outro parceiro constante era o irmão: Lysias Enio.
Com Jards Macalé fez, durante a pandemia, o disco “Síntese do Lance”, com músicas inéditas. Em 2022, lançou seu último álbum “Serotonina”, com a participação de artistas mais novos.
Em mais de 70 anos de carreira, João Donato transformou fãs em parceiros.
“João Donato foi um dos meus primeiros encantamentos na musica brasileira. E depois eu tive a sorte de me tornar parceira dele, amiga, de muitas aventuras, de muitas histórias. É uma pessoa que dedicou a vida a levar alegria para o mundo”, diz a cantora e compositora Joyce.
Pela internet, Marcos Valle postou uma foto com o amigo e publicou: “que você seja recebido com muita música e muitas cores”.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva escreveu em uma rede social: “João Donato foi um dos gênios da música brasileira. Perdemos, hoje, um dos nossos maiores e mais criativos compositores. Manteve-se criando e inovando até o fim. Que encontre a paz que tanto cantou”.
Roberto Menescal, companheiro de João Donato desde a época da bossa nova, falou da importância do amigo na formação musical dele.
“Claro que eu seria músico mesmo sem João Donato, mas não seria o músico que eu sou hoje, com o que eu aprendi com ele. Eu e todos os outros da minha geração que tiveram a sorte de cruzar e tocar com ele como eu. Nós agradecemos muito pelo que ele fez por mim e por toda a geração de músicos”, frisa Roberto Menescal, músico e compositor.

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Juiz nega pedido de novo julgamento para armeira de ‘Rust’ condenada por morte de diretora de fotografia

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Hannah Gutierrez-Reed foi considerada culpada pela morte de Halyna Hutchins, atingida por um tiro disparado por uma arma segurada pelo ator Alec Baldwin, em outubro de 2021. Alec Baldwin chora após Justiça anular acusações de homicídio culposo
Um juiz do Novo México negou nesta segunda-feira (30) o pedido da armeira Hannah Gutierrez Reed do filme “Rust” para um novo julgamento e manteve sua condenação por homicídio culposo pela morte da diretora de fotografia Halyna Hutchins em 2021. Gutierrez Reed vai permanecer sob custódia para cumprir o restante de sua sentença de 18 meses.
Hannah Gutierrez-Reed havia carregado o revólver com o qual Baldwin estava ensaiando, em outubro de 2021, durante a filmagem em um rancho do Novo México. Além da morte da diretora de fotografia, o incidente deixou o diretor Joel Souza ferido. A arma estava carregada com munição real e não cenográfica. Além de estrelar “Rust”, o Baldwin também era produtor do filme.
Em seu julgamento, os promotores argumentaram que Hannah violou repetidamente o protocolo de segurança e foi negligente. O advogado de defesa argumentou que ela era o bode expiatório pelas falhas de segurança da administração do set de filmagem e de outros membros da equipe.
Hannah Gutierrez-Reed, ex-armeira de ‘Rust’, comparece a julgamento em 27 de fevereiro pela morte de Halyna Hutchins
Luis Sánchez Saturno/Pool/AFP
Juíza anula acusação de Baldwin
No dia 12 de julho, o ator Alec Baldwin chorou após a Justiça dos Estados Unidos anular as acusações de homicídio culposo. A juíza entendeu que houve má conduta da polícia e dos promotores ao ocultar as provas da defesa.
À Justiça, os advogados do ator afirmaram que as autoridades “enterraram” evidências sobre a origem da bala que matou a diretora. Segundo a defesa, munições reais foram apreendidas como parte das evidências, mas não foram listadas no arquivo das investigações.
Vídeo com Alec Baldwin na gravação de ‘Rust’ é divulgado

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Linkin Park anuncia show extra em São Paulo após 1º esgotar em horas

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Grupo se apresenta no Allianz Parque nos dias 15 e 16 de novembro. Venda geral do novo show começa quinta-feira (3). Emily Armstrong é a nova cantora do Linkin Park
James Minchin III/Divulgação
A banda Linkin Park anunciou um novo show no Brasil, no dia 16 de novembro, após os ingressos da primeira apresentação que estava marcada se esgotarem em poucas horas nesta segunda-feira (30).
Os shows do grupo acontecem no Allianz Parque, em São Paulo. O outro vai ser realizado em 15 de novembro, mesma data de lançamento do álbum “From Zero”.
A venda geral da nova apresentação tem início nesta quinta (3), pela Ticketmaster. Os preços dos ingressos variam entre R$ 240 (cadeira superior, meia) e R$ 890 (pista premium, inteira).
A pré-venda para membros do fã-clube e clientes Santander começa nesta terça (1º).
Sete anos após a morte de Chester Bennington, o Linkin Park anunciou seu retorno com uma nova formação. O grupo agora conta com uma nova cantora, Emily Armstrong, e um novo baterista, Colin Brittain.
LEIA MAIS: Quem é Emily Armstrong
Filho de Chester Bennington diz que retorno da banda ‘apagou o legado’ de seu pai
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Linkin Park: ‘Numb’ e ‘In the end’ são favoritas dos fãs para recordar Chester Bennington

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Letuce retorna temporariamente para dois shows, oito anos após dissolução, com Letrux já bem maior do que o duo

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♫ COMENTÁRIO
♩ “Não estamos exatamente de volta”, tratou de esclarecer Letícia Novaes em rede social. Mas, sim, mesmo que seja somente para dois shows, um em São Paulo (SP) e outro no Rio de Janeiro (RJ), Letuce volta à cena oito anos após a dissolução, em 2016, do duo carioca formado em 2008 pelo então casal Letícia Novaes (voz e escaleta) e Lucas Vasconcellos (voz, guitarra, violão, sintetizadores e efeitos).
O pretexto do retorno temporário do Letuce aos palcos é a edição em LP do primeiro dos três álbuns do duo, Plano de fuga pra cima dos outros e de mim, lançado em 2009. Os shows também celebrarão os 15 anos da existência desse disco inicial.
O curioso é que, nessa volta do Letuce, Letícia Novaes já se encontra em outro patamar no universo pop nacional como Letrux, nome artístico que adotou na carreira solo iniciada um ano após o fim da dupla. Em bom português, ao iniciar a trajetória individual com o álbum Letrux em noite de climão (2017), a cantora e compositora ficou (bem) maior do que o Letuce.
A artista conquistou séquito de seguidores que a acompanham com fervor. Serão esses seguidores que certamente lotarão as duas apresentações do Letuce em dezembro. E, embora a artista frise que não se trata “exatamente de volta”, tudo pode acontecer com o Letuce em 2025. Inclusive nada.

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