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‘Contra o feminismo branco’: entenda por que escritora diz que é preciso ‘extirpar branquitude’ do movimento feminista

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Com livro recém-lançado no Brasil, Rafia Zakaria fala ao g1 sobre querer retirar supremacia branca das ideias feministas, que apagam conquistas de mulheres de outras etnias. Rafia Zakaria, autora de ‘Contra o Feminismo Branco’, lançado no fim de outubro pela Intrínseca no Brasil
Jeremy Hogan/Divulgação/Intrínseca
A escritora americana Rafia Zakaria não está interessada em “segurar a mão” de mulheres brancas em seu novo livro, “Contra o Feminismo Branco”, lançado no fim de outubro no Brasil.
Ao menos não daquelas que chama de “feministas brancas” – mulheres, em sua maioria brancas, que se recusam a “considerar o papel que a branquitude e o privilégio racial” desempenharam e desempenham a favor delas no feminismo.
Zakaria é escritora, advogada e ativista dos direitos humanos. Ela nasceu no Paquistão, emigrou aos 17 anos para os Estados Unidos após um casamento arranjado, e condena não uma cor de pele, mas o que chama de “supremacia branca” em movimentos feministas.
“Como menciono no início do livro, quando estou falando sobre feminismo branco, não me refiro a uma pessoa branca que é feminista. Em vez disso, quero dizer muito especificamente alguém que está investido em manter o privilégio racial branco”, esclarece, logo no início da conversa com o g1.
Ao mesmo tempo em que reconhece que as “feministas brancas” podem ter qualquer cor de pele, a autora afirma que a branquitude por si só “está na essência do feminismo branco”.
Essa branquitude, segundo Zakaria, define quais são as pautas, prioridades e preocupações dos movimentos feministas. Mesmo levando em conta que a maioria das mulheres do mundo não seja branca.
“O movimento feminista como o temos agora é um movimento que tem a supremacia branca construída sistematicamente, de modo que prioriza as agendas das mulheres brancas, suas prioridades políticas, sua visão de como é o feminismo.”
Capa de ‘Contra o Feminismo Branco’, de Rafia Zakaria
Reprodução/Intrínseca
“No livro, quando estou falando sobre feminismo branco, estou falando sobre tentar extirpar a supremacia branca do movimento feminista. A maioria das mulheres do mundo são marrons [entenda melhor logo abaixo], negras e asiáticas. Elas não são brancas. E, para um feminismo ser relevante para elas, temos que separar a branquitude do empoderamento das mulheres. Esse é o objetivo do livro.”
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Em oito capítulos distribuídos em 304 páginas de leitura fluida, mas provocativa, Zakaria consegue:
discutir como mulheres brancas apagaram, historicamente, o protagonismo de mulheres de outras etnias em questões importantes para o feminismo;
debater se devemos continuar lendo “heroínas feministas” como Simone de Beauvoir e Gloria Steinem;
explicar como mulheres brancas compactuaram com as invasões americanas no Oriente Médio e outros temas.
Uma chave essencial para entender a obra é a tradução: os termos “women of color”, ou “people of color” – “mulheres de cor” ou pessoas de cor”, respectivamente – são usados nos Estados Unidos para descrever de forma abrangente pessoas que não são brancas, de maneira que o ser branco “não seja o elemento central”, explicam as tradutoras Solaine Chioro e Thaís Britto.
Por isso, o termo “de cor” é mantido no livro, assim como “marrom” – usado para descrever pessoas de pele escura, mas que não são negras, como as do Oriente Médio (incluindo o próprio Paquistão), do sudeste asiático ou, até mesmo, da América Latina.
Leia, abaixo, os principais pontos da entrevista com Zakaria – incluindo a resistência inicial de seu então agente ao livro, as objeções ao título, as críticas que recebeu depois de sua publicação e mais. (As respostas foram reorganizadas e editadas para manter coesão e clareza, sem alteração de conteúdo):
g1 – Alguém te aconselhou – seus editores ou outras pessoas – a não intitular o livro de ‘Contra o Feminismo Branco’, temendo que isso afastasse os leitores?
Rafia Zakaria – Sim. Muitas pessoas. Meu editor – meu editor americano. Meu editor britânico amou o título. Mas meu editor americano tentou dizer, ‘talvez possamos ter ‘Além do Feminismo Branco’?’ Mas eu disse ‘olha, estou escrevendo um livro muito direto e ousado porque estou farta. Então eu disse não. Eu sei que é um título muito provocativo e talvez até agressivo.
“Sim, pode haver mulheres brancas que fiquem tão ofendidas que não abrirão o livro por causa do título – mas esse não é meu público-alvo, de qualquer maneira. Eu não estava interessada em segurar as mãos das mulheres brancas e absolvê-las de sua culpa – que elas deveriam ter, basicamente.”
Meu público-alvo para este livro foi, antes de mais nada, negras, pardas e asiáticas, mulheres de cor, feministas – para finalmente terem algo que diga a todas elas que [o feminismo branco] não está apenas em suas cabeças. Que elas não estão imaginando. É real.
E o outro público foi, eu diria, que mulheres brancas mais jovens, que são abertas e querem tentar entender por que nos últimos 20, 30 anos não fizemos nenhum progresso.
g1 – Você teve algum tipo de resistência – as pessoas te chamando de ‘racista reversa’ ou algo do tipo?
Rafia Zakaria: – Inicialmente, quando escrevi a proposta deste livro, mandei para o meu então agente, que é um cara branco – um cara branco legal… eu achava. E ele ficou com muita raiva da proposta deste livro.
Escritores enviam coisas para agentes o tempo todo. E os agentes, às vezes eles adoram, às vezes não ligam muito, fazem comentários e deixam você decidir o que quer fazer, mas, com isso, foi muito, muito estranho. Ele teve uma reação tão forte, emocional. E disse ‘este livro nunca será publicado, nenhuma editora vai comprá-lo, ninguém vai investir nele’.
Professor propõe desafio para conscientizar pessoas brancas sobre questões raciais: ‘Não existe racismo reverso’
Obviamente, quando você ouve tudo isso, fica, ok, talvez isso tenha sido apenas uma ideia maluca que eu tive. Mas eu tenho amigos muito bons, e eles meio que me diziam para fazer isso, e, no final das contas, eu consegui uma nova agente – que é negra – e não tive que explicar tudo. Ela entendeu. Foi assim que este livro nasceu.
[Depois da publicação do livro], desde o início, os tipos de reações mais venenosas foram de mulheres britânicas mais velhas, brancas. Houve uma semana em que houve três editoriais – um no The Guardian, um no The Times e o outro foi em algum outro jornal britânico – denunciando este livro e dizendo que eu estava do lado dos homens, que eu queria destruir o feminismo, que ‘os homens ganham quando você escreve livros como este’. E isso foi difícil.
Na primeira vez, fiquei chateada [com as críticas]. Mas, então, quando acontece uma terceira ou quarta vez, você começa a pensar, ‘eu fiz a coisa certa’. Porque elas podem escrever quantos artigos de opinião quiserem, e eu não vou me preocupar com isso. Levei algumas semanas para perceber isso.
E o livro teve muitos apoiadores também, não vou mentir. Definitivamente, existem pessoas brancas que percebem que isso é um problema. E não vamos superar até que falemos sobre isso. E essa é uma conversa desconfortável, sem dúvida – é desconfortável para os brancos, mas todo mundo se sente desconfortável assim o tempo todo na presença deles. Então, talvez eles devam se sentir um pouco desconfortáveis.
g1 – Por que você acha que tantos brancos têm dificuldade em reconhecer seus próprios privilégios?
Rafia Zakaria – Sabe, pensei muito sobre isso nos últimos meses. Eu acho que – em particular as mulheres brancas, porque é disso que estou falando – estão acostumadas a se ver como vítimas dos homens brancos. Portanto, há aquele elemento de que elas nunca se viram como agressoras ou opressoras. Elas sempre se viram como pessoas que estão lutando na linha de frente.
A segunda razão é que ninguém quer ouvir que seus sucessos não foram conquistados inteiramente de forma justa. Se há uma mulher que se tornou CEO e ela é uma mulher branca, sua autoimagem é ‘eu quebrei todas essas barreiras, joguei tão bem, progredi muito, sou uma pioneira’.
E, dentro disso, você está dizendo ‘bem, você sabe, talvez parte do seu sucesso não seja baseado nas suas conquistas; é também baseado na sua branquitude, que te concede privilégios, de uma forma que mulheres marrons, negras ou asiáticas, refugiadas, seja o que for, não têm. E há uma razão pela qual eles não estão onde você está’.
Então eu acho que – especialmente mulheres que compraram o modelo individualista e capitalista de sucesso – para elas é muito difícil dizer ‘eu preciso me examinar e como posso estar oprimindo ou tirando algo de mulheres de cor, que foram marginalizadas porque não são brancas’.
g1 – Você questiona, no livro, se é possível remover aspectos racistas das obras de ‘heroínas feministas’ brancas como Simone de Beauvoir e Gloria Steinem e continuar a considerar o resto. Nós ainda devemos lê-las ou excluí-las completamente?
Rafia Zakaria – Meu palpite é que, uma vez que alguns desses aspectos de suas vidas sejam revelados, elas simplesmente não vão parecer tão heroicas.
Quando você pensa sobre isso, parece uma coisa absurda de se acreditar, mas as pessoas acreditaram que Simone de Beauvoir pode ter vivido nos anos 40 – nessa época horrível de nazismo e supremacia branca –, mas ela não foi afetada por ela de forma alguma; o que é tão ridículo. Claro que ela vai ser afetada por isso. E o fato de que ela foi capaz de passar pela guerra sem problemas baseia-se, em parte, em que ela em algum nível simpatizava com esses pontos de vista – não em termos de extermínio de judeus, mas em termos de pensar nos negros como algo inteiramente separado; ou no meu povo como os orientais preguiçosos que escravizam os outros.
Simone de Beauvoir
Reprodução/Wikimedia Commons
Agora, é tudo um grande segredo. É uma grande notícia que essas pessoas eram racistas. O insidioso e intencional é esconder que seu racismo foi intencional. Há um esforço muito organizado para apresentar a história dos brancos como moralmente superior. O que estou tentando desfazer é, depois de contar todas as histórias dessas pessoas, você verá que não havia nenhuma superioridade moral. Elas são inteiramente pessoas de seu tempo e tinham crenças que eram extremamente racistas e, no caso dos homens, misóginas.
Mas eu gosto de Simone de Beauvoir também porque ela ilustra para mim uma coisa muito específica: o que ela tenta fazer dentro da filosofia é criar a ideia ou o sujeito de ser mulher, já que está tentando trazer as mulheres para o reino da filosofia. Então, você pode ver como até mesmo uma mulher com o poder dela acredita que é uma vítima– e por que ela nunca consideraria o fato de estar vitimando outras pessoas: porque ela sente que está ganhando essa grande batalha.
g1 – É possível consertar a supremacia branca dentro do feminismo? Como fazemos isso?
Rafia Zakaria – Eu acho que é possível. Eu conheço muitas mulheres pardas, negras e asiáticas que desistiram e simplesmente não veem nada para ressuscitar. Acho que se formos capazes de superar essa barreira de falar sobre raça e sermos intencionais sobre a adoção de procedimentos e dinâmicas que elevem as mulheres que foram deixadas de fora, acho que isso pode ser extirpado. E eu sinto uma urgência muito forte para que seja extirpado, porque, honestamente, eu sinto que as estruturas políticas do mundo nos próximos anos serão todas abaladas. Portanto, é um momento em que você poderia ter algo melhor. Quer dizer, é claro que poderíamos falhar e nada acontecer, mas, nesse caso, acho que o feminismo estará acabado de vez.
O projeto deste livro é dizer às mulheres brancas que o resto do mundo não está se divertindo tanto quanto elas. Se formos capazes de fazer isso – ter uma discussão, um empurrão – acho que podemos ressuscitar o feminismo.
Espero que essa compreensão de que precisamos disso motive mulheres suficientes para ter essas conversas difíceis – para levar este livro para o trabalho, ou para entregá-lo a seus chefes, ou deixá-lo em cima da mesa, para que possam iniciar conversas que foram evitadas por muito tempo.
Estou muito animada que este livro está encontrando leitores no Brasil. É algo realmente maravilhoso que eu nunca esperei que acontecesse. Eu já estive no Brasil – na verdade, a primeira proposta de livro que fiz, para o meu primeiro livro, em 2015, foi em São Paulo. Espero que você possa transmitir isso aos leitores – como estou entusiasmada e grata.

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Cerveja fabricada no interior de SP abastece o Rock in Rio; saiba como funciona a produção da bebida

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Quase 1 milhão de litros de cerveja e ‘chopp’ estão sendo servidos na 40ª edição do festival do RJ. A bebida do festival foi produzida por três cervejarias do país. O g1 visitou uma delas em Jacareí, no interior de São Paulo, para mostrar como funciona o processo de produção. Imagem de arquivo – Cerveja e chopp são bebidas muito consumidas durante o Rock in Rio.
Érico Andrade/g1
Além de shows com artistas renomados do mundo inteiro, o Rock in Rio conta também com outras ações para o público, como brinquedos de aventura, atividades para ganhar brindes e uma estrutura que funciona como uma praça de alimentação. No ramo das bebidas, um número chama a atenção: são quase um milhão de litros de cerveja e chopp para atender o público.
Segundo a organização, foi montada uma grande estrutura para servir as bebidas durante a edição que comemora os 40 anos do festival na Cidade do Rock, zona oeste do Rio de Janeiro.
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Segundo a indústria que produz a cerveja, pelo menos 850 mil litros dos produtos saíram de três cervejarias diferentes – Jacareí (SP), Araraquara (SP) e Blumenau (SC) – em 15 carretas, com capacidade de 35 mil litros cada, e 6 mil barris que totalizam 300 mil litros das bebidas.
O g1 visitou a fábrica da Heineken em Jacareí (SP), onde boa parte da cerveja e do ‘chopp’ do Rock in Rio foram produzidos, para entender como funciona o processo de fabricação desses produtos que são grandes paixões do brasileiro.
Tanques de cerveja da fábrica da Heineken em Jacareí (SP)
Léo Nicolini/g1
🍺Processos de fabricação da cerveja
Antes de entender os processos de fabricação da cerveja, é preciso entender quais são os ingredientes usados no produto. São quatro ingredientes básicos, mas, dependendo da marca, são adicionadas frutas, especiarias e essências. Confira:
Água: compõe mais de 90% da cerveja e é usada em toda a cadeia – do plantio de cereais à produção.
Malte de cevada: a cevada é o principal cereal usado na cerveja. Ela passa por um processo de malteação, em que os grãos são germinados, sendo então capaz de determinar a cor, o aroma e outras características do produto final.
Levedura: são micro-organismos usados na produção para fermentar a bebida. Eles consomem o açúcar extraído do malte de cevada e o transformam em álcool e gás carbônico. Esse ingrediente também ajuda a definir o aroma e o sabor das cervejas.
Lúpulo: é uma planta cujas flores fêmeas são usadas na produção da cerveja. A flor contém glândulas que determinam o nível do amargor do produto. Outro benefício desse ingrediente é que ele age como um conservante natural e evita a contaminação.
Lúpulo, uma das matérias-primas da cerveja
Darlan Helder/g1
O processo de fabricação da cerveja começa justamente na escolha e tratamento dos ingredientes, mas há uma série de outras etapas. Veja abaixo:
Mosturação: os grãos de cevada são moídos e cozidos em alta temperatura, convertendo o amido do cereal em açúcares fermentáveis e produzindo o mosto.
Fervura: o lúpulo é adicionado ao mosto e perde parte do amargor. Nesta etapa, o sabor e o aroma da cerveja já começam a ganhar forma.
Decantação: é um processo de filtragem que retira o resíduo sólido do lúpulo e componentes insolúveis da mistura.
Resfriamento: como está em alta temperatura, o mosto passa por resfriamento para uma média de 10°C (a temperatura varia dependendo da marca e tipo da cerveja).
Fermentação: é a etapa em que a levedura é adicionada ao mosto para consumir o açúcar do malte e transformá-lo em álcool e gás carbônico, que gera a espuma da cerveja.
Maturação: é o momento em que o excesso de levedura é retirado do líquido e o aroma e o sabor da cerveja são lapidados – inclusive quando são adicionadas essências na cerveja, como por exemplo algum extrato de fruta.
Filtração: nesta etapa, o líquido passa por uma nova filtração, mas dessa vez com o objetivo de deixá-lo mais límpido e claro – algumas cervejas mais escuras não passam por esse processo.
Envase: a cerveja é armazenada em tanques e, em seguida, colocada e rotulada nos diferentes recipientes, como latas, long necks, garrafas de vidro e barris.
Pasteurização: última etapa da fabricação da cerveja, em que o líquido passa por um ‘choque térmico’ para aumentar a validade do produto. O líquido é envasado gelado, a até 2°C, e passa para 60°C na pasteurizadora. Depois, é novamente resfriado e mantido em temperatura ambiente até a venda para as distribuidoras.
Simulação do setor de envase das cervejas da Heineken em Jacareí (SP)
Divulgação/Heineken
Segundo a empresa, o tempo de produção depende de cada marca, mas o processo é quase sempre o mesmo, começando pela malteação: o grão de cevada sai do campo e é malteado por fornecedores. Depois, o malte é levado para as cervejarias e é transformado através do processo de fabricação. Na sequência, é adicionada o lúpulo e o líquido é fervido, chegando no ‘mosto’.
“Depois a gente passa por um processo de fermentação, maturação desse líquido e filtração, para depois partir para a área de envasamento nas latas, garrafas, barris, nas embalagens que a gente tem para poder atender as necessidades do consumidor”, explicou o vice-presidente de produção do Grupo Heineken no Brasil, Rodrigo Bressan.
No caso das cervejas que estarão no Rock in Rio, a produção leva no mínimo 21 dias e no máximo 28 dias. Outras marcas podem demorar bem menos para serem produzidas – cerca de 11 dias.
Cerveja no Rock in Rio
Divulgação/Grupo Heineken
❓ Qual a diferença entre chopp e cerveja?
A principal diferença é que o chopp não passa pelo processo de pasteurização. Isso quer dizer que, até passar pela pasteurização, toda cerveja ainda é chopp.
Essa etapa tem como objetivo aumentar a validade do produto – enquanto o chopp tem duração de cerca de 60 dias, a cerveja (a depender da marca) tem duração de cerca de nove meses.
A fábrica da Heineken em Jacareí pertencia à Kaiser desde 1987, mas foi comprada pela empresa holandesa em 2010.
G1 em 1 Minuto: Quanto custa comer no Rock in Rio? Balde de pipoca sai por R$ 60
Tanques horizontais de cerveja da fábrica da Heineken em Jacareí (SP)
Léo Nicolini/g1
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Sertanejo vence tabu roqueiro e chega ao Rock in Rio pela 1ª vez após 40 anos

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Ana Castela, Simone Mendes, Luan Santana e Chitãozinho e Xororó foram incluídos em dia só com atrações nacionais. Decisão gerou fúria de metaleiros e não é consenso nem entre artistas; entenda. Rock in Rio 2024: o melhor do dia 21
Este sábado (21) de Rock in Rio ficará marcado na história do festival como o dia em que o sertanejo subiu ao palco pela primeira vez. Foram necessários 40 anos para o maior festival de música do Brasil se render ao gênero musical mais ouvido do país — enfrentando o grande tabu de uma ala roqueira mais conservadora.
Veja, no VÍDEO acima, como será o dia de estreia do sertanejo no Rock in Rio
Astros da música sertaneja foram incluídos no Dia Brasil, com programação exclusivamente brasileira. Num bloco de apresentações dedicada ao estilo, vão subir ao palco Ana Castela, Simone Mendes, Luan Santana e Chitãozinho e Xororó.
A ideia começou a tomar forma durante o último Rock in Rio, em 2022. Roberto Medina, idealizador do festival, passou a sinalizar em entrevistas o desejo de incluir nomes do sertanejo no line-up de 2024, citando nominalmente o cantor Luan Santana. Ele é conhecido pela megaprodução de seus shows.
Luan Santana durante apresentação em Campo Grande
Rafaela Palieraqui
Em entrevista ao g1 em setembro de 2022, o próprio Luan disse que seria “uma honra” se apresentar no evento:
“Desde o começo da minha carreira, eu nunca defini qual público eu queria atingir: faixa etária, classe social… Nunca direcionei: ‘minha música é pra essa tribo’. Minha música sempre foi para todo mundo.”
Mas uma tribo em específico não gostou de ver Luan e seus pares na programação do festival. O anúncio do Dia Brasil, feito em abril de 2024, gerou a fúria de metaleiros na internet, principalmente porque, este ano, não há um dia de Rock in Rio dedicado a eles.
Nas edições anteriores, ao menos um dia de line-up reuniu atrações do rock pesado: em 2019, se apresentaram Helloween, Scorpions e Iron Maiden; em 2022, Dream Theater; Gojira e (de novo) Iron Maiden.
ANÁLISE: Sertanejos merecem estar no Rock in Rio 2024 para diluir preconceito contra o gênero
Ana Castela no Festival de Inverno Bahia, no sudoeste do estado
Laécio Lacerda
A decisão também não é consenso entre artistas. Antes de se apresentar no Palco Sunset do festival no último domingo (15), BNegão, vocalista do Planet Hemp, criticou em entrevista a jornalistas:
“Eu acho que não tem nada a ver, mas quem faz o festival são os caras do festival. Se fosse o meu festival, eu não colocaria. Mas se quiserem colocar, está tudo certo.”
Em entrevista ao jornal O Globo, Roberto Medina definiu a chegada do sertanejo ao Rock in Rio como “o início de uma caminhada”. E alfinetou: “Para desespero dos meus amigos roqueiros”.
“Ficam loucos comigo, querem me matar. Quando anuncio o pop, é a mesma coisa. Eles são barulhentos, fazem confusão e gritam pelas redes, mas faz parte”, disse.
Escalada do funk
Se a previsão de Medina se concretizar, o sertanejo deve seguir no Rock in Rio um caminho semelhante ao trilhado pelo funk. O estilo também enfrentou resistência dos críticos e da própria organização do festival.
Em 2013, o g1 perguntou à diretora do Rock in Rio se Anitta e Naldo um dia poderiam subir ao palco. Roberta Medina, filha de Roberto, respondeu que sim, mas que os dois não tinham “o perfil do evento”. Curiosamente, ela descreveu o Brasil como um país “do sertanejo e do axé”, ignorando o funk. Naquele ano, Beyoncé terminou seu show no festival dançando “ah, lelek lek lek…”.
Em 2019, o evento criou o Espaço Favela, palco menor e afastado dos principais, que inclui artistas de funk e outros estilos. A ideia foi controversa e virou verso sarcástico do rapper Djonga: “O mais perto que cês chegaram do morro é no palco favela do Rock In Rio”, ele canta na música “Ladrão”.
ANÁLISE : Como o funk entrou em festivais? Estilo entrou pelas beiradas e Anitta foi figura importante, mas não única
Anitta no Palco Mundo do Rock in Rio 2019
Marcelo Brandt/G1
No mesmo ano, a estreia do funk em tamanho proporcional à sua influência e popularidade aconteceu com Anitta no Palco Mundo, após anos de cobranças dos fãs. Depois da apresentação, porém, a relação entre a cantora e o festival ficou estremecida. Em uma sequência de posts nas redes sociais, ela foi enfática:
“Eu não piso neste festival nunca mais. Só se um dia eles resolverem dar aos artistas que falam português o mesmo respeito que dão aos estrangeiros.”
Anitta acusou o Rock in Rio de incluir o funk na programação porque, do contrário, a reputação do evento ficaria ameaçada. Seja como for, o fato é que, depois dela, as portas se abriram para o ritmo. Neste ano, a sexta-feira (13), primeiro dia de festival, teve Ludmilla no Palco Mundo e MCs em quase todos os espaços da Cidade do Rock.

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Katy Perry, Karol G, Ivete, Cyndi Lauper e Iza comandam ótimo dia cheio de surpresas no Rock in Rio

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Sexta-feira (20) foi o dia das divas pop. Veja o que rolou nos palcos Mundo e Sunset. Katy Perry se apresenta no Rock in Rio 2024
Stephanie Rodrigues/g1
O “Dia Delas” do Rock in Rio fez desta sexta-feira (20) o melhor dia até agora do festival. Em uma programação só com mulheres, os shows destacaram o poder das divas pop.
Foi também uma noite de surpresas. Iza convidou Ivete, após a popstar baiana voar em seu show. Primeira atração de reggaeton no festival, a colombiana Karol G chamou Pabllo Vittar, a iraniana Sevdaliza e a francesa Yseult para a primeira performance ao vivo do hit “Alibi”, gravado pelo trio.
Para fechar, Katy Perry cumpriu sua promessa e fez um “show único”, pensado apenas para o Rock in Rio. Foi um setlist cheio de convidadas, de novidades do recém-lançado álbum “143” e de clássicos da carreira em versões vigorosas.
A Cidade do Rock recebeu veteranas como Cyndi Lauper e Gloria Gaynor, as duas em ótima forma.
Katy Perry
Havia um mistério no ar quanto à principal atração do dia: qual versão de Katy Perry subiria ao Palco Mundo? A cantora do álbum “143” (lançado no mesmo dia do show), ou a popstar que marcou a década passada com vários hits potentes? Suspense que só surgiu porque, 15 anos atrás, ela vivia o auge de sua carreira, mas, agora, está imersa em uma crise — em termos artísticos, de sucesso e de reputação. Para a alegria da multidão que assistiu à apresentação no Rock in Rio, porém, a cantora soube dosar bem suas apostas atuais e deu foco na nostalgia, além de cravar ali um momento histórico ao cantar ao lado de Cyndi Lauper. Foi um show emocionante. Bonito do começo ao fim. Leia mais sobre o show de Katy Perry no Rock in Rio.
Iza
Iza canta ‘Meu Talismã’ com Ivete Sangalo no Rock in Rio
Existia uma expectativa dos fãs para que Iza trouxesse para seu show no Rock in Rio 2024, nesta sexta-feira (20), um pouco mais de seu último trabalho, “Afrohit”. E para esse show, diferentemente no último The Town, em São Paulo, ela incluiu mais algumas músicas do álbum no bom mix com singles e faixas seu primeiro disco, “Dona de mim”. Para o espetáculo, com troca de figurinos e projeções belíssimas no telão, ela ainda contou com Ivete Sangalo, só para arrebatar de vez os fãs. Leia mais sobre o show de Iza no Rock in Rio.
Karol G
Pabllo Vittar, Sevdaliza e Yseult cantam ‘Alibi’ no show de Karol G
Pela segunda vez no Brasil neste ano, Karol G levou ao Rock in Rio nesta sexta-feira (20) um show dedicado, com mimos ao público do país. Não foi como qualquer outra apresentação: ela está obstinada a conquistar os brasileiros. Primeira artista de reggaeton a pisar no Palco Mundo, escalada para preparar o terreno para Katy Perry, a colombiana contou com a ajuda de uma amiga brasileira. No momento mais empolgante do show, ela convidou Pabllo Vittar para uma apresentação conjunta de “Alibi”, com a cantora iraniana de pop experimental Sevdaliza e a francesa Yseult, que também apareceram. Leia mais sobre o show de Karol G no Rock in Rio.
Cyndi Lauper
Cyndi Lauper canta em coro o sucesso ”Girls Just Want to Have Fun” no Rock in Rio
Cyndi Lauper é um ícone da música pop, do feminismo e da moda, mas já teve que lidar com críticas de que não manda bem ao vivo. Nesta sexta-feira (20) de Rock in Rio, a cantora nova iorquina de 71 anos oscilou um pouco, principalmente no começo. Mesmo assim, entregou um grande show. Tudo foi dando certo ao longo da noite. E há de se levar em conta que ela canta bem e não usa recursos dos quais outras cantoras abusam. Quase tudo o que se ouve vem do gogó dela e de seus vocalistas de apoio. Leia mais sobre o show de Cyndi Lauper no Rock in Rio.
Gloria Gaynor
Gloria Gaynor encerra show com seu maior hit ‘I Will Survive’
Poucas cantoras fazem jus àquela desgastada expressão “caminhou para que as outras pudessem correr”. Gloria Gaynor é uma dessas. A americana de 81 anos se apresentou no Palco Sunset para fãs de divas pop como Dua Lipa, Doja Cat, Lady Gaga e, claro, Katy Perry. Todas essas, em maior ou menor dose, já beberam na disco music da qual Gloria é pioneira. Hits próprios (como “I will survive”) e no medley em tributo a Donna Summer (1948-2012) deixam o Palco Sunset com um delicioso clima de karaokê coletivo ou festa de casamento. Leia mais sobre o show de Gloria Gaynor no Rock in Rio.
Tyla
Tyla dança em ‘Parado no Bailão’
Foi esbanjando muita sensualidade que Tyla se apresentou pela primeira vez no Brasil e fez um show não apenas sexy, mas também com homenagens à música brasileira e à música sul-africana. Do início ao fim da apresentação, havia um enorme tigre inflável no centro do palco — os fãs da cantora são chamados de “tigers” (tigres, em inglês). Em destaque, o bicho endossou a imagem felina de Tyla, que já chegou sensualizando. Leia mais sobre o show de Tyla no Rock in Rio.
Ivete Sangalo
Ivete Sangalo voa sob plateia do Palco Mundo no Rock in Rio
Ivete Sangalo mostrou por que, há 30 anos, é a maior diva pop do Brasil. Em um show com surpresas, ela voou sobre a plateia presa a cordas e beijou a cantora Liniker ao apresentar uma música inédita. A cada show, no entanto, Ivete maceta a rejeição com a experiência e a energia de quem está acostumada a orquestrar uma multidão de cima de um trio elétrico por horas a fio. “Macetando”, hit absoluto do carnaval de 2024, teve milhares de pessoas na plateia reproduzindo a coreografia viral. Leia mais sobre o show de Ivete Sangalo no Rock in Rio.
Luedji Luna convida Tássia Reis e Xênia França
Luedji Luna convida Tássia Reis e Xênia França para show no Rock in Rio
Miguel Folco/g1
A apresentação de Luedji Luna ao lado de Tássia Reis e Xênia França, fez reverência à ancestralidade negra e religiões de matrizes africanas. O ritmo puxado para o R&B envolveu o público em uma dança melodiosa e afetiva para quem chegava à Cidade do Rock. A apresentação coroa a mistura de ritmos das artistas, que cantam do rap até letras mais puxadas para o jazz. Leia mais sobre o show de Luedji Luna, Tássia Reis e Xênia França no Rock in Rio.

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