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Festas e Rodeios

Biografia tenta revelar os mistérios de Clarice Lispector

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‘À procura da própria coisa’, que chega hoje às livrarias, é a versão revista e aumentada de ‘Eu sou uma pergunta’, esgotada desde 2010 ‘À procura da própria coisa – Uma biografia de Clarice Lispector’, livro de Teresa Montero
Divulgação/Rocco
Teresa Montero costuma dizer que foi Maria Bethânia quem lhe apresentou Clarice Lispector (1920-1977).
Em 1981, ela foi assistir a um show da cantora no Teatro da Praia, em Copacabana, Zona Sul do Rio. No espetáculo “Estranha Forma de Vida”, dirigido por Fauzi Arap (1938-2013), Bethânia declamava um texto da autora:
“Passei a vida tentando corrigir os erros que cometi na minha ânsia de acertar. Ao tentar corrigir um erro, cometia outro. Sou uma culpada inocente”.
“Fiquei fascinada!”, recorda a biógrafa que leu Clarice pela primeira vez aos 15 anos numa aula de Língua Portuguesa. “Sai de lá pensando: ‘Tenho que ler a obra dessa mulher!'”.
Quarenta anos depois, Teresa Montero não só leu a obra completa de Clarice – dos 18 títulos que ela publicou, entre romances, crônicas e contos, seu favorito é “Água viva” (1973) -, como se tornou uma referência no assunto – a ponto de a própria Rocco, editora que publica seus livros no país desde 1997, recorrer a ela para, de quando em quando, esclarecer dúvidas de leitores.
“Já cansei de me deparar com frases atribuídas a Clarice que não foram escritas por ela. Hoje em dia, nem acompanho mais. Mas, no início, o número era impressionante”, recorda.
Doutora em Letras pela PUC-Rio, Teresa acaba de lançar “À procura da própria coisa – Uma biografia de Clarice Lispector”, versão revista e aumentada de “Eu sou uma pergunta” (1999), esgotada desde 2010.
O título da nova biografia foi retirado da crônica “Aproximação gradativa”, publicada na edição de novembro de 1962 da revista Senhor e incluída na antologia “Para não esquecer” (1977): “Se eu tivesse que dar um título à minha vida seria: à procura da própria coisa”.
Nascida de sua dissertação de mestrado na PUC-Rio, sob a orientação de Rosiska Darcy de Oliveira, “Eu sou uma pergunta” corresponde à terceira das quatro partes de “À procura da própria coisa”, acrescida de um capítulo novo: “Recife, 1976”, que descreve a viagem que Clarice fez à cidade onde viveu dos 5 aos 10 anos, a convite de um jovem escritor pernambucano chamado Augusto Ferraz, um ano antes de morrer.
As outras três partes do calhamaço de 700 e poucas páginas são Itinerário de uma mulher escritora, Vida-vida e vida literária e Guia mapa de Recife e Maceió. “Divulgar a obra da Clarice virou uma missão. Uma missão que procuro cumprir há 31 anos”, define a biógrafa.
Nesta missão, Teresa Montero realizou 112 entrevistas: 88 para “Eu sou uma pergunta” e mais 24 para “À procura da própria coisa”. Há desde Heloísa Azevedo, a vizinha do 702 que salvou Clarice do incêndio em seu quarto no dia 14 de setembro de 1966, até Urbano Fabrini, o cirurgião plástico que reparou as sequelas da queimadura em sua mão direita.
Apenas uma pessoa declinou do convite da biógrafa: o escritor mineiro Fernando Sabino (1923-2004). “Procurado por telefone, alegou que não se sentia à vontade para falar de Clarice”, explica Teresa. “É uma pena porque ele teve um papel importantíssimo na vida dela.”
‘Escrever é mais forte do que eu’
Projeto Educação: saiba mais sobre Clarice Lispector
Entre outros achados, Teresa incluiu um raro registro audiovisual de Clarice: seis minutos de uma entrevista que ela concedeu em dezembro de 1976 para o jornalista Araken Távora (1931-1991) no programa “Os Mágicos”, da antiga TVE (atual TV Brasil).
A gravação, feita no apartamento de Gustavo Sampaio, no Leme, mostra a escritora sentada no sofá da sala, descalça, com uma máquina de escrever no colo e, aos seus pés, Ulisses, seu cão de estimação, descansando sobre o tapete vermelho.
À pergunta “Você consegue viver exclusivamente de literatura?”, Clarice responde: “De jeito nenhum”. Mais adiante, Távora indaga: “Escreve por vocação ou por necessidade?”. “Olha, eu só escrevo porque não consigo deixar de escrever”, explica a escritora ucraniana nascida em Chechelnyk que, assim que completou 21 anos, se naturalizou brasileira. “É mais forte do que eu.”
O trecho resgatado do Arquivo Nacional é um dos destaques do documentário “A Descoberta do Mundo”, dirigido por Taciana Oliveira, que estreia em dezembro na 16ª edição do Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo e, a partir de janeiro, chega às salas de cinema e aos canais de streaming.
Além de colaborar no roteiro, Teresa atua como consultora da obra. “Gosto de comparar meu trabalho ao de uma arqueóloga”, diz. “É um misto de pesquisa arqueológica com investigação detetivesca. Não basta ler o livro físico. Tem que ‘escavar’ nos arquivos”.
Foi pesquisando arquivos públicos, tal e qual uma arqueóloga em busca de um fóssil raro, que Teresa Montero descobriu, entre outras preciosidades, a carta que Clarice Lispector – seu nome original era Haia (“Vida”, em hebraico) – escreveu ao presidente Getúlio Vargas (1882-1954) solicitando sua naturalização.
“A Descoberta do Mundo” resgata trechos do depoimento dado por Clarice ao Museu da Imagem e do Som (MIS) no dia 20 de outubro de 1976 e reúne depoimentos de amigos, como as escritoras Nélida Piñon e Marina Colasanti, e familiares, como Paulo Gurgel Valente, seu filho, e Nicole Algranti, sua sobrinha-neta. Dos que já partiram, há entrevistas com os poetas alagoano Ledo Ivo (1924-2012) e maranhense Ferreira Gullar (1930-2016) e o jornalista carioca Alberto Dines (1938-2018).
Retrato de Clarice Lispector, de autoria desconhecida, sem data.
Acervo Clarice Lispector/IMS
“Minha história com Clarice começou a ser escrita aos 19 anos quando li “Água Viva” pela primeira vez. Ler sua obra me tornou uma pessoa melhor”, afirma Taciana. “O documentário diz muito sobre o atual momento político do Brasil. Se estivesse viva, Clarice estaria indignada com tudo o que está acontecendo. Dona de uma posição ideológica firme, estaria ao lado dos que lutam por seus direitos.”
Militante ou ‘isentona’?
Clarice pode ser vista no canto inferior direito da foto da Pesseata dos Cem Mil
Divulgação
Outra descoberta importante de “À procura da Própria Coisa” atende pelo título de Clarice Lispector fichada pela polícia política: 1950 e 1973. Garimpados em dois arquivos públicos, o Nacional e o do Estado do Rio de Janeiro (APERJ), as fichas policiais revelam a atuação política de Clarice na luta pelo fim da ditadura e a patrulha que ela sofria por parte dos governos antidemocráticos.
A escritora foi fichada pela primeira vez em 27 de janeiro de 1950, durante o governo do general Eurico Gaspar Dutra (1946-1951), na Delegacia Especial de Segurança Política e Social (DESPS). Qual a razão do seu fichamento? No livro, Teresa especula algumas hipóteses: era casada com um funcionário do Itamaraty, o diplomata carioca Maury Gurgel Valente (1921-1994)? O casal era amigo do jornalista russo Samuel Wainer (1910-1980) e sua esposa, Bluma (1914-1951)? Ela tinha “nacionalidade russa”? Difícil saber.
O segundo fichamento ocorreu em 6 de junho de 1973, no Serviço Nacional de Informações (SNI), durante o governo do general Emílio Garrastazu Médici (1969-1974). À época, Clarice trabalhava no Jornal do Brasil, com Alberto Dines, considerado “subversivo” pelo regime militar. E mais: gostava de entrevistar intelectuais da esquerda, como o jornalista Antônio Callado (1917-1997), o antropólogo Darcy Ribeiro (1922-1997) e o psicanalista Hélio Pellegrino (1924-1988), entre outros, para a revista Fatos & Fotos.
Vista como “alienada” por Henrique de Souza Filho (1944-1988), o Henfil, Clarice chegou a ser “enterrada” em “O Cemitério dos Mortos-Vivos”, tirinha de humor publicada nas páginas do jornal “O Pasquim”. Era lá que o cartunista sepultava simbolicamente personalidades que, em sua opinião, simpatizavam com o regime militar ou, como se diz nos dias de hoje, ficavam em cima do muro.
Na edição de nº 138, publicada na semana de 22 a 28 de fevereiro de 1972, o “enterro” foi de Clarice Lispector. “Me reservo o direito de criticar uma pessoa que, com o recurso que tem, a sensibilidade enorme que tem, se coloca dentro de uma redoma”, explicou Henfil. Fizeram companhia a ela, entre outros, o dramaturgo Nelson Rodrigues (1912-1980), a escritora Rachel de Queiroz (1910-2003) e a apresentadora Hebe Camargo (1929-2012).
Sobre o episódio, Clarice comentou, em abril de 1972: “Ele não me conhece o bastante para saber o que eu penso ou não”. E completou: “Se eu me encontrasse com ele, a única coisa que eu diria é: ‘Olha, quando você escrever sobre mim, Clarice não é com dois ‘esses’, é com ‘c’, viu?'”. Anos depois, em depoimento para a jornalista Regina Echeverria, autora da biografia “Furacão Elis” (1985), Henfil fez um mea culpa: “Eu só me arrependo de ter enterrado duas pessoas: Clarice Lispector e Elis Regina”.
“À Procura da Própria Coisa” traz, ainda, uma foto inédita de Clarice Lispector na Passeata dos Cem Mil. O protesto, realizado no dia 26 de junho de 1968, reuniu artistas e intelectuais, como o ator Paulo Autran (1922-2007), a atriz Tônia Carrero (1922-2018) e o dramaturgo Dias Gomes (1922-1999).
A fagulha incendiária da passeata foi a morte do estudante Edson Luís de Lima Souto (1950-1968) durante uma invasão policial ao restaurante Calabouço, no Centro do Rio. Na imagem, Clarice está sentada no chão, ouvindo o discurso dos líderes estudantis.
Homenagem em bronze
Bairro do Leme, na Zona Sul do Rio, ganhou estátua da escritora Clarice Lispector
Fernando Frazão/Agência Brasil
Com o passar dos anos, Teresa Montero tornou-se mais do que biógrafa de Clarice Lispector. A convite do filho da escritora, Paulo Gurgel Valente, passou, também, a organizar antologias. São dela: “Correspondências” (2002), “Aprendendo a viver” (com Luiz Ferreira, 2005), “Outros escritos” (com Lícia Manzo, 2005), “Minhas queridas” (2007), “Clarice na cabeceira” (contos, 2009) e “Clarice na cabeceira” (crônicas, 2010). Nestes dois últimos, admiradores famosos da obra clariceana elegem seus contos e crônicas favoritos.
Não satisfeita, Teresa ainda colaborou, assinando o prefácio ou redigindo as notas, de duas publicações: “Clarice Lispector – Entrevistas” (2007), organizado por Claire Williams, e “Todas as cartas” (2020). Ajudou, ainda, na criação do Espaço Clarice Lispector no Jardim Botânico e na instalação de uma estátua de bronze, no Leme.
A obra, em tamanho natural, é assinada pelo escultor Edgar Duvivier e, não por acaso, fica no bairro onde Clarice viveu seus últimos anos de vida. Em 2016, Duvivier foi convidado pela prefeitura do Rio para esculpir uma estátua em homenagem à moradora mais ilustre do bairro.
No dia, conheceu Teresa e a atriz Beth Goulart, que interpretou a escritora no monólogo “Simplesmente Eu, Clarice Lispector”. A certa altura da conversa, Duvivier perguntou: “E quem vai financiar a estátua?” Ninguém soube responder.
Na falta de patrocínio, Duvivier esculpiu 40 maquetes e conseguiu vendê-las, cada uma por R$ 2,5 mil, em 15 dias. Além de esculpir a escritora, esculpiu também Ulisses. “Quando os cachorros passam pela estátua, começam a latir. Tem uns que ameaçam até morder o Ulisses. Minha obra é apreciada até por cachorros!”, diverte-se.
Roteiro clariceano
Conheça lugares no Rio que marcaram vida e obra no centenário de Clarice Lispector
Entre uma biografia e outra, Teresa lançou “O Rio de Clarice — Passeio afetivo pela cidade” (2018). O livro nasceu de uma série de passeios culturais, realizados entre 2008 e 2019, pelos bairros onde Clarice viveu na cidade: Tijuca, Centro, Catete, Botafogo, Cosme Velho, Jardim Botânico e Leme. Os participantes leem trechos de sua obra, trocam experiências de leitura e visitam os lugares que ela frequentou.
Um dos pontos altos do roteiro é o número 88 da Gustavo Sampaio, no Leme. Lá mesmo, onde a TVE gravou a entrevista para “Os mágicos”, em 1976. Clarice morou no Edifício Macedo de 1966 a 1977. Hoje, quem mora no apartamento 701 é a atriz Zezé Motta. “Acredita que, certa vez, uma fã foi lá por conta própria, bateu na porta da Zezé e pediu para conhecer o apartamento?”, indaga, espantada. Sim, Clarice tem dessas coisas.
A ideia de fazer um tour pelas ruas clariceanas do Rio surgiu durante viagem a Itabira (MG), a 111 quilômetros de Belo Horizonte. Na terra natal do escritor Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), placas sinalizam endereços importantes na vida e obra de seu filho mais ilustre. De volta ao Rio, pensou em fazer o mesmo com Clarice.
Às voltas com o lançamento de “À procura da própria coisa”, Teresa ainda não teve tempo de ler o novo livro de Chico Buarque, “Anos de chumbo”. Um dos contos, “Para Clarice Lispector, com candura”, fala da admiração, quase idolatria, de um jovem poeta por uma escritora famosa.
“Chico é lindo e é tímido e é triste. Ah, como eu gostaria de dizer alguma coisa – o quê? – que diminuísse a sua tristeza”, escreveu na coluna do JB de 3 de fevereiro de 1968. “É bacana saber que, depois de todos esses anos, o Chico presta essa homenagem a Clarice”, afirma Teresa.

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Sertanejo vence tabu roqueiro e chega ao Rock in Rio pela 1ª vez após 40 anos

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Ana Castela, Simone Mendes, Luan Santana e Chitãozinho e Xororó foram incluídos em dia só com atrações nacionais. Decisão gerou fúria de metaleiros e não é consenso nem entre artistas; entenda. Rock in Rio 2024: o melhor do dia 21
Este sábado (21) de Rock in Rio ficará marcado na história do festival como o dia em que o sertanejo subiu ao palco pela primeira vez. Foram necessários 40 anos para o maior festival de música do Brasil se render ao gênero musical mais ouvido do país — enfrentando o grande tabu de uma ala roqueira mais conservadora.
Veja, no VÍDEO acima, como será o dia de estreia do sertanejo no Rock in Rio
Astros da música sertaneja foram incluídos no Dia Brasil, com programação exclusivamente brasileira. Num bloco de apresentações dedicada ao estilo, vão subir ao palco Ana Castela, Simone Mendes, Luan Santana e Chitãozinho e Xororó.
A ideia começou a tomar forma durante o último Rock in Rio, em 2022. Roberto Medina, idealizador do festival, passou a sinalizar em entrevistas o desejo de incluir nomes do sertanejo no line-up de 2024, citando nominalmente o cantor Luan Santana. Ele é conhecido pela megaprodução de seus shows.
Luan Santana durante apresentação em Campo Grande
Rafaela Palieraqui
Em entrevista ao g1 em setembro de 2022, o próprio Luan disse que seria “uma honra” se apresentar no evento:
“Desde o começo da minha carreira, eu nunca defini qual público eu queria atingir: faixa etária, classe social… Nunca direcionei: ‘minha música é pra essa tribo’. Minha música sempre foi para todo mundo.”
Mas uma tribo em específico não gostou de ver Luan e seus pares na programação do festival. O anúncio do Dia Brasil, feito em abril de 2024, gerou a fúria de metaleiros na internet, principalmente porque, este ano, não há um dia de Rock in Rio dedicado a eles.
Nas edições anteriores, ao menos um dia de line-up reuniu atrações do rock pesado: em 2019, se apresentaram Helloween, Scorpions e Iron Maiden; em 2022, Dream Theater; Gojira e (de novo) Iron Maiden.
ANÁLISE: Sertanejos merecem estar no Rock in Rio 2024 para diluir preconceito contra o gênero
Ana Castela no Festival de Inverno Bahia, no sudoeste do estado
Laécio Lacerda
A decisão também não é consenso entre artistas. Antes de se apresentar no Palco Sunset do festival no último domingo (15), BNegão, vocalista do Planet Hemp, criticou em entrevista a jornalistas:
“Eu acho que não tem nada a ver, mas quem faz o festival são os caras do festival. Se fosse o meu festival, eu não colocaria. Mas se quiserem colocar, está tudo certo.”
Em entrevista ao jornal O Globo, Roberto Medina definiu a chegada do sertanejo ao Rock in Rio como “o início de uma caminhada”. E alfinetou: “Para desespero dos meus amigos roqueiros”.
“Ficam loucos comigo, querem me matar. Quando anuncio o pop, é a mesma coisa. Eles são barulhentos, fazem confusão e gritam pelas redes, mas faz parte”, disse.
Escalada do funk
Se a previsão de Medina se concretizar, o sertanejo deve seguir no Rock in Rio um caminho semelhante ao trilhado pelo funk. O estilo também enfrentou resistência dos críticos e da própria organização do festival.
Em 2013, o g1 perguntou à diretora do Rock in Rio se Anitta e Naldo um dia poderiam subir ao palco. Roberta Medina, filha de Roberto, respondeu que sim, mas que os dois não tinham “o perfil do evento”. Curiosamente, ela descreveu o Brasil como um país “do sertanejo e do axé”, ignorando o funk. Naquele ano, Beyoncé terminou seu show no festival dançando “ah, lelek lek lek…”.
Em 2019, o evento criou o Espaço Favela, palco menor e afastado dos principais, que inclui artistas de funk e outros estilos. A ideia foi controversa e virou verso sarcástico do rapper Djonga: “O mais perto que cês chegaram do morro é no palco favela do Rock In Rio”, ele canta na música “Ladrão”.
ANÁLISE : Como o funk entrou em festivais? Estilo entrou pelas beiradas e Anitta foi figura importante, mas não única
Anitta no Palco Mundo do Rock in Rio 2019
Marcelo Brandt/G1
No mesmo ano, a estreia do funk em tamanho proporcional à sua influência e popularidade aconteceu com Anitta no Palco Mundo, após anos de cobranças dos fãs. Depois da apresentação, porém, a relação entre a cantora e o festival ficou estremecida. Em uma sequência de posts nas redes sociais, ela foi enfática:
“Eu não piso neste festival nunca mais. Só se um dia eles resolverem dar aos artistas que falam português o mesmo respeito que dão aos estrangeiros.”
Anitta acusou o Rock in Rio de incluir o funk na programação porque, do contrário, a reputação do evento ficaria ameaçada. Seja como for, o fato é que, depois dela, as portas se abriram para o ritmo. Neste ano, a sexta-feira (13), primeiro dia de festival, teve Ludmilla no Palco Mundo e MCs em quase todos os espaços da Cidade do Rock.

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Katy Perry, Karol G, Ivete, Cyndi Lauper e Iza comandam ótimo dia cheio de surpresas no Rock in Rio

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Sexta-feira (20) foi o dia das divas pop. Veja o que rolou nos palcos Mundo e Sunset. Katy Perry se apresenta no Rock in Rio 2024
Stephanie Rodrigues/g1
O “Dia Delas” do Rock in Rio fez desta sexta-feira (20) o melhor dia até agora do festival. Em uma programação só com mulheres, os shows destacaram o poder das divas pop.
Foi também uma noite de surpresas. Iza convidou Ivete, após a popstar baiana voar em seu show. Primeira atração de reggaeton no festival, a colombiana Karol G chamou Pabllo Vittar, a iraniana Sevdaliza e a francesa Yseult para a primeira performance ao vivo do hit “Alibi”, gravado pelo trio.
Para fechar, Katy Perry cumpriu sua promessa e fez um “show único”, pensado apenas para o Rock in Rio. Foi um setlist cheio de convidadas, de novidades do recém-lançado álbum “143” e de clássicos da carreira em versões vigorosas.
A Cidade do Rock recebeu veteranas como Cyndi Lauper e Gloria Gaynor, as duas em ótima forma.
Katy Perry
Havia um mistério no ar quanto à principal atração do dia: qual versão de Katy Perry subiria ao Palco Mundo? A cantora do álbum “143” (lançado no mesmo dia do show), ou a popstar que marcou a década passada com vários hits potentes? Suspense que só surgiu porque, 15 anos atrás, ela vivia o auge de sua carreira, mas, agora, está imersa em uma crise — em termos artísticos, de sucesso e de reputação. Para a alegria da multidão que assistiu à apresentação no Rock in Rio, porém, a cantora soube dosar bem suas apostas atuais e deu foco na nostalgia, além de cravar ali um momento histórico ao cantar ao lado de Cyndi Lauper. Foi um show emocionante. Bonito do começo ao fim. Leia mais sobre o show de Katy Perry no Rock in Rio.
Iza
Iza canta ‘Meu Talismã’ com Ivete Sangalo no Rock in Rio
Existia uma expectativa dos fãs para que Iza trouxesse para seu show no Rock in Rio 2024, nesta sexta-feira (20), um pouco mais de seu último trabalho, “Afrohit”. E para esse show, diferentemente no último The Town, em São Paulo, ela incluiu mais algumas músicas do álbum no bom mix com singles e faixas seu primeiro disco, “Dona de mim”. Para o espetáculo, com troca de figurinos e projeções belíssimas no telão, ela ainda contou com Ivete Sangalo, só para arrebatar de vez os fãs. Leia mais sobre o show de Iza no Rock in Rio.
Karol G
Pabllo Vittar, Sevdaliza e Yseult cantam ‘Alibi’ no show de Karol G
Pela segunda vez no Brasil neste ano, Karol G levou ao Rock in Rio nesta sexta-feira (20) um show dedicado, com mimos ao público do país. Não foi como qualquer outra apresentação: ela está obstinada a conquistar os brasileiros. Primeira artista de reggaeton a pisar no Palco Mundo, escalada para preparar o terreno para Katy Perry, a colombiana contou com a ajuda de uma amiga brasileira. No momento mais empolgante do show, ela convidou Pabllo Vittar para uma apresentação conjunta de “Alibi”, com a cantora iraniana de pop experimental Sevdaliza e a francesa Yseult, que também apareceram. Leia mais sobre o show de Karol G no Rock in Rio.
Cyndi Lauper
Cyndi Lauper canta em coro o sucesso ”Girls Just Want to Have Fun” no Rock in Rio
Cyndi Lauper é um ícone da música pop, do feminismo e da moda, mas já teve que lidar com críticas de que não manda bem ao vivo. Nesta sexta-feira (20) de Rock in Rio, a cantora nova iorquina de 71 anos oscilou um pouco, principalmente no começo. Mesmo assim, entregou um grande show. Tudo foi dando certo ao longo da noite. E há de se levar em conta que ela canta bem e não usa recursos dos quais outras cantoras abusam. Quase tudo o que se ouve vem do gogó dela e de seus vocalistas de apoio. Leia mais sobre o show de Cyndi Lauper no Rock in Rio.
Gloria Gaynor
Gloria Gaynor encerra show com seu maior hit ‘I Will Survive’
Poucas cantoras fazem jus àquela desgastada expressão “caminhou para que as outras pudessem correr”. Gloria Gaynor é uma dessas. A americana de 81 anos se apresentou no Palco Sunset para fãs de divas pop como Dua Lipa, Doja Cat, Lady Gaga e, claro, Katy Perry. Todas essas, em maior ou menor dose, já beberam na disco music da qual Gloria é pioneira. Hits próprios (como “I will survive”) e no medley em tributo a Donna Summer (1948-2012) deixam o Palco Sunset com um delicioso clima de karaokê coletivo ou festa de casamento. Leia mais sobre o show de Gloria Gaynor no Rock in Rio.
Tyla
Tyla dança em ‘Parado no Bailão’
Foi esbanjando muita sensualidade que Tyla se apresentou pela primeira vez no Brasil e fez um show não apenas sexy, mas também com homenagens à música brasileira e à música sul-africana. Do início ao fim da apresentação, havia um enorme tigre inflável no centro do palco — os fãs da cantora são chamados de “tigers” (tigres, em inglês). Em destaque, o bicho endossou a imagem felina de Tyla, que já chegou sensualizando. Leia mais sobre o show de Tyla no Rock in Rio.
Ivete Sangalo
Ivete Sangalo voa sob plateia do Palco Mundo no Rock in Rio
Ivete Sangalo mostrou por que, há 30 anos, é a maior diva pop do Brasil. Em um show com surpresas, ela voou sobre a plateia presa a cordas e beijou a cantora Liniker ao apresentar uma música inédita. A cada show, no entanto, Ivete maceta a rejeição com a experiência e a energia de quem está acostumada a orquestrar uma multidão de cima de um trio elétrico por horas a fio. “Macetando”, hit absoluto do carnaval de 2024, teve milhares de pessoas na plateia reproduzindo a coreografia viral. Leia mais sobre o show de Ivete Sangalo no Rock in Rio.
Luedji Luna convida Tássia Reis e Xênia França
Luedji Luna convida Tássia Reis e Xênia França para show no Rock in Rio
Miguel Folco/g1
A apresentação de Luedji Luna ao lado de Tássia Reis e Xênia França, fez reverência à ancestralidade negra e religiões de matrizes africanas. O ritmo puxado para o R&B envolveu o público em uma dança melodiosa e afetiva para quem chegava à Cidade do Rock. A apresentação coroa a mistura de ritmos das artistas, que cantam do rap até letras mais puxadas para o jazz. Leia mais sobre o show de Luedji Luna, Tássia Reis e Xênia França no Rock in Rio.

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Katy Perry convida fã para o palco no show do Rock in Rio 2024

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Cantora se apresentou nesta sexta-feira (21). Katy Perry convidou fã para palco no Rock in Rio 2024
Reprodução/Globoplay
Encerrando a sexta-feira (20) do Rock in Rio, Katy Perry convidou um fã para sua apresentação no Rock in Rio 2024 nesta sexta-feira (21).
O festival será transmitido todos os dias, a partir das 15h15, no Globoplay e no Multishow.
O jovem se apresentou como Douglas e disse que faz aniversário em 25 de outubro, mesmo dia da cantora. “Nós somos gêmeos de escorpião”, brincou Katy.
Ele disse que havia encontrado com a cantora na turnê de “Witness”, em 2017. “Oh, meu Deus. É tão bom te ver depois de sete anos. Eu deixei meu cabelo crescer.”
Juntos, eles dançaram “Swish Swish”.
Essa foi a quarta vez da americana no Brasil. Só no Rock in Rio, ela já se tinha se apresentado duas vezes (em 2011 e 2015).

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