Connect with us

Festas e Rodeios

Ivan Lins tem obra posta em requintada moldura sinfônica no jazzístico álbum ‘My heart speaks’

Published

on

Exuberância do arranjo da canção ‘Renata Maria’ sobressai no disco gravado pelo artista brasileiro com orquestra norte-americana e as cantoras Dianne Reeves, Jane Monheit e Tawanda. Capa do álbum ‘My heart speaks’, de Ivan Lins
Divulgação
Resenha de álbum
Título: My heart speaks
Artista: Ivan Lins
Edição: Resonance Records
Cotação: ★ ★ ★ ★
♪ No Brasil, Ivan Lins é reconhecido como um dos grandes compositores da MPB. Mas raramente é elencado no panteão em que figuram Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil e Milton Nascimento.
No exterior, sobretudo nos Estados Unidos, o compositor carioca é reverenciado como nome do primeiro time da música brasileira em aclamação iniciada quando a balada Love dance (1988) – versão em inglês de Lembrança (1981), com letra escrita por Paul Williams a partir da música composta por Ivan em português em parceria com Gilson Peranzzetta – ganhou os EUA em vozes como a de Sarah Vaughan (1924 – 1990), abrindo caminho para que a obra de Ivan fosse cada vez mais reverenciada entre os jazzistas.
My heart speaks – álbum que Ivan lança na sexta-feira, 15 de setembro, com direito à edição em CD – é disco feito para o mercado dos EUA e para o seleto público norte-americano deste artista que completou 78 anos em junho.
My heart speaks chega ao mundo via Resonance Records, selo de jazz da Califórnia (EUA) que há três anos editou Night kisses (2020), álbum em que o cancioneiro de Ivan Lins foi abordado pelo clarinetista norte-americano Eddie Daniels com o toque de quarteto de cordas.
Sim, um selo de jazz, fundado por George Klabin, entusiasta do gênero e da obra de Ivan Lins. É no nicho do jazz que a música de Ivan Lins é cultuada nos Estados Unidos pelas harmonias requintadas. Por isso, o álbum My heart speaks gravita em torno do universo do jazz com a moldura sinfônica de orquestra de Tbilisi, capital do estado da Geórgia (EUA).
O requinte dos arranjos orquestrais criados por Kuno Schmid salta aos ouvidos logo na faixa de abertura, Renata Maria (2005), primeira parceria de Ivan com Chico Buarque. Ponto mais alto do disco, a exuberante sinfonia de sons de Renata Maria realça e expande a visão onírica narrada na letra de Chico, cantada por Ivan com a voz em registro mais grave do que o habitual. A faixa tem o toque jazzístico do piano de Josh Nelson.
Primeiro álbum de Ivan Lins desde Cumplicidade (2018), disco assinado com o arranjador parceiro Gilson Peranzzetta e lançado há cinco anos, My heart speaks está longe de ser greatest hits orquestral do compositor.
Das 11 músicas, somente a balada Anjo de mim (Ivan Lins e Vitor Martins, 1995) é de fato conhecida no Brasil, sendo ouvida no álbum My heart speaks na voz da ascendente cantora mexicana de jazz Tawanda, com vocalizes de Ivan, em versão em inglês intitulada I’m not alone e escrita por Will Jenings, letrista de canções como Up where you belong (1982) e My heart will go on (1997).
A própria música-título My heart speaks (1995) – originalmente intitulada Antes e depois – é parcialmente inédita. Foi lançada há 28 anos em registro instrumental do trompetista Terece Blanchard, mas a letra em inglês, escrita por Jane Monheit, é apresentada neste álbum orquestral na voz da cantora Dianne Reeves.
Monheit também é a letrista e intérprete de Rio (2001), versão em inglês de Rio de maio (2001), parceria de Ivan com Celso Viáfora.
Em português, Ivan desenterra Corpos (1975, com letra de Vitor Martins), canta Não há porque (1975) – música do compositor com o primeiro parceiro, Ronaldo Monteiro de Souza – e reaviva com classe a balada E isso acontece (2009), canção densa, adornada com as cordas suntuosas da orquestra norte-americana.
Tema sem letra, levado por Ivan somente nos vocalizes, Congada blues é música inédita que mixa brasilidade com jazz, expondo o virtuosismo do baixista cubano Carlitos Del Puerto e do já mencionado pianista norte-americano Josh Nelson, integrante de banda intercontinental que abarca também o guitarrista uruguaio Leo Amuedo, também em evidência na faixa. Ainda na seara do jazz com toque brasileiro, Ivan Lins cai no suingue do samba Easy going (2003).
Reforçando o caráter jazzístico do álbum My heart speaks, o artista volta ao tema Missing Miles (2013), apresentado há dez anos em disco de Ivan com big band alemã. Sem letra, a balada evoca a saudade do trompetista Miles Davis (1926 – 1991) com o sopro de ás do mesmo instrumento, Randy Brecker.
No arremate do disco, Ivan Lins aciona os graves da voz já mais domada para cantar em português Nada sem você (2000), outra balada densa, composta por Ivan com Ivano Fossati e Célso Viáfora.
Álbum que já valeria somente pelo majestoso arranjo de Renata Maria, My heart speaks reitera a maestria de compositor mais valorizado nos Estados Unidos do que no Brasil natal.

Continue Reading
Click to comment

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Festas e Rodeios

Festival Global Citizen e Coldplay são confirmados para 2025 em Belém

Published

on

By

Festival foi confirmado por Helder Barbalho (MDB), e o show do Coldplay pelo ministro do turismo Celso Sabino, que disse que a banda se apresentará no estádio Mangueirão, o maior da capital paraense. Coldplay é confirmado em Belém.
Celso Tavares / G1
Belém deve receber em 2025 um show do Coldplay, ano que a cidade vai receber a 30ª Conferência das Partes (COP). A confirmação ocorreu neste final de semana em que o governador Helder Barbalho (MDB) está no festival beneficente Global Citizen, que, neste ano, ocorre em Nova York.
Segundo Helder, também em 2025, o próprio Global Citizen será realizado na capital paraense. O comunicado sobre o festival foi compartilhado pelo governador em seu perfil nas redes sociais.
“Ano que vem o festival será em Belém, destacando a nossa Amazônia para o mundo”, disse.
Também nas redes sociais, o ministro do turismo, Celso Sabino, afirmou que haverá show do Coldplay e que ele ocorrerá no estádio Mangueirão, o maior de Belém.
Ministro do turismo, Celso Sabino, confirma Coldplay em Belém e diz que show vai ocorrer no estádio Mangueirão.
Reprodução / Redes sociais
Largada para COP-30: show gratuito de Alok em Belém já tem data marcada e com direito a megaestrutura; confira
Governador Helder Barbalho e o DJ Alok, durante o festival Global Citizen. Alok fará um show gratuito em Belém, em novembro, marcando o início dos eventos da COP-30.
Reprodução/Redes sociais
Na noite desta sexta (27), o governador postou em suas redes sociais um vídeo no Central Park, onde ocorrem as apresentações, com a trilha de um dos hits do Coldplay.
“Escuta quem tá tocando aqui. Ano que vem será na Amazônia”, disse Helder Barbalho. No entanto, o governo do Pará não confirmou o show de Coldplay durante o festival em Nova York.
Em 2023, Helder também esteve presente no palco do evento, ao lado da secretária dos Povos Indígenas do Pará, Puyr Tembé, e da ministra Sônia Guajajara.
Festival Amazônia para Sempre
Em uma cerimônia realizada no último sábado (21), durante o Rock In Rio, Roberta Medina anunciou a criação do Festival Amazônia Para Sempre, em Belém.
O festival será realizado em setembro de 2025, em parceria com o Rock In Rio e o The Town. Na ocasião, foi dito que o evento teria uma atração internacional, mas nenhum nome foi confirmado.
Rock in Rio anuncia ação em prol da Amazônia
Segundo a organização, a apresentação acontecerá em palco flutuante, em formato de vitória-régia, com cenografia e iluminação criadas para promover um encontro entre a música e a natureza.
De acordo com os organizadores, a festa será transmitida para todo o país, com um conteúdo especial que vai mostrar o espetáculo e a música local.
📲 Acesse o canal do g1 Pará no WhatsApp
Convite de Janja
Em visita ao Pará em junho de 2023, na presença do presidente Lula, a primeira-dama Janja da Silva usou as redes sociais para convidar a banda Coldplay para a COP. Até a publicação de Celso Sabino, nenhuma outra autoridade tinha confirmado a vinda da banda a Belém.
“Hi, Chris, tudo bem? Você lembra que a gente teve junto com o presidente Lula lá no Rio de Janeiro e você disse que se a COP-30 fosse confirmada no Brasil, iria estar conosco”, disse.
Lula se encontra com Chris Martin, vocalista do Coldplay
Twitter/Reprodução
Em agosto daquele mesmo ano, uma equipe do Global Citzen visitou o estádio Mangueirão, em Belém. No estádio, a equipe do Global Citzen conheceu várias áreas do Mangueirão.
VÍDEOS: veja todas as notícias do Pará
Confira outras notícias do estado no g1 PA

Continue Reading

Festas e Rodeios

Uma justa medalha para Fausto Nilo, compositor octogenário da MPB que cimentou o chão da praça com poesia

Published

on

By

Parceiro de Moraes Moreira, Dominguinhos e Fagner em músicas pautadas por lírica geralmente festiva, letrista ganha homenagem da UBC em outubro. Fausto Nilo é o primeiro compositor laureado com a Medalha UBC pelo conjunto de obra que inclui os hits ‘Bloco do prazer’, ‘Pedras que cantam’ e ‘Zanzibar’
Reprodução / Facebook Fausto Nilo
♫ ANÁLISE
♪ Na terça-feira, 1º de outubro, Fausto Nilo será o primeiro compositor agraciado com a Medalha UBC – láurea concedida pela União Brasileira de Compositores – em cerimônia que acontecerá em Fortaleza (CE). No caso deste poeta e letrista cearense, a medalha celebra tanto o conjunto da obra do compositor quanto os 80 anos de Fausto Nilo Costa Júnior, artista nascido em 5 de abril de 1944 em Quixeramobim, município do interior do Ceará.
Embora ligado ao Pessoal do Ceará, coletivo que movimentou a cena cultural de Fortaleza (CE) no início dos anos 1970, Fausto Nilo iniciou a trajetória como letrista de música em Brasília (DF), a convite de Fagner, cantor e compositor cearense de quem se tornou parceiro em 1972 em conexão iniciada com a música Fim do mundo, lançada naquele mesmo em EP de Fagner.
Em parceria com Moraes Moreira (1947 – 2020), Fausto Nilo teve letras cantadas em todo o Brasil, com destaque para Bloco do prazer (1979), Chão da praça (1979), Coisa acesa (1982), Eu também quero beijar (1981, com Pepeu Gomes na coautoria), Pão e poesia (1981) e Santa fé (1985).
Fausto Nilo também escreveu versos para músicas de Armandinho (Zanzibar, 1981), Caio Silvio (Pequenino cão, sucesso de Simone em 1981), Dominguinhos (1941 – 2013), Geraldo Azevedo (Chorando e cantando, 1986, hit na voz de Elba Ramalho) e Robertinho de Recife (Flor da paisagem – música-título do álbum lançado por Amelinha em 1977 – e O elefante, sucesso de 1982).
Compositor que animou muitos Carnavais com a poética festiva de letras cantadas em todo o Brasil, Fausto Nilo sempre cimentou o chão da praça com lirismo.
Contudo, a alegria dos versos deste parceiro letrista de Dominguinhos em Pedras que cantam (1981) – sucesso na voz de Fagner – extrapolou a folia, ecoando em todas as épocas. Por isso, a Medalha UBC merece o peito de Fausto Nilo.

Continue Reading

Festas e Rodeios

90 anos de Brigitte Bardot: como a visita da atriz francesa ainda impulsiona o turismo em Búzios seis décadas depois

Published

on

By

A visita dela ocorreu em duas ocasiões diferentes, ambas no ano de 1964. Existe uma orla em seu nome e um estátua da francesa, que completa 90 anos neste sábado (28), no local. Brigitte Bardot vistou Búzios e deixou o balneário famoso
Divulgação / Prefeitura
Coincidência ou não, no mesmo ano em que Brigitte Bardot completa 90 anos, também completa 60 anos que ela visitou Armação dos Búzios, na Região dos Lagos do Rio.
A atriz francesa, que faz aniversário neste sábado (28), esteve em Búzios, que ainda era distrito de Cabo Frio, em duas situações e ambas no ano de 1964. Ela chegou pela primeira vez em janeiro daquele ano e ficou quatro meses na cidade.
De acordo com José Wilson Barbosa, empresário e pesquisador, Brigitte Bardot veio ao Brasil por estar muito estressada e desejar passar um tempo em um lugar mais calmo e tranquilo.
Ela desembarcou no Rio de Janeiro, mas se assustou com a quantidade de fotógrafos e jornalistas que a aguardavam. A atriz chegou a ameaçar voltar para Paris.
“Ela queria anonimato, ela queria descansar. Já que era muito perseguida por paparazzis nos Estados Unidos e na Europa. Ela faz um acordo com os jornalistas no Rio de Janeiro, vai para o Copacabana Palace, faz uma sessão de fotos, dá entrevistas e depois disso ganha liberdade no Rio de Janeiro. Ela pega um iate de um empresário, faz um passeio, volta para o Rio de Janeiro e no Rio, ela pega um furgão. Ela pega vários mantimentos e vai para Búzios”, diz o pesquisador.
Brigitte Bardot durante visita ao Rio de Janeiro em janeiro de 1964
Arquivo Nacional/Fundo Correio da Manhã
De acordo com o pesquisador, ela foi vista pela primeira vez em Búzios no dia 13 de janeiro de 1964 e ficou hospedada em Manguinhos.
“Durante sua permanência em Búzios, ela acabou criando uma situação inovadora na cidade, um fenômeno turístico. Naquela época só existia quatro estabelecimentos comerciais, não tinha nenhuma estrutura. Era uma aldeia de pescadores e a imprensa daquela época diz que Brigitte Bardot está em um paraíso secreto”, conta.
A secretária de turismo de Búzios, Patrícia Burlamaqui Chaves, fala que na época o então distrito era um local selvagem e pacato, sem comércio, hotelaria e gastronomia.
“Nesse período de quatro meses, que ela ficou aqui, ela passou realmente despercebida e pode estar no meio dos nativos vivendo de forma simples e despojada. Caminhando e visitando praias”, conta Patrícia.
Durante os meses em Búzios, a francesa tinha o hábito de passear em um fusca vermelho e caminhar pela praia de Manguinhos. Ela também esteve em bairros de Cabo Frio, como a Ogiva.
Brigitte Bardot durante visita ao Brasil em 1964
Estadão Conteúdo/Arquivo
Antigamente, como era uma pequena vila, era difícil o acesso a Búzios. O acesso ficou melhor com a construção da ponte Rio-Niterói, dez anos depois, em 1974. Após a visita da atriz, o local passou a ser mundialmente conhecido.
Brigitte Bardot foi embora da cidade em abril de 1964 e retornou em dezembro do mesmo ano. Ela ficou hospedada na casa de um amigo, que ficava na atual Rua das Pedras, mas a experiência que teve foi diferente da anterior.
“Ela nunca mais voltou a Búzios, até porque depois da permanência nela, ela se sentiu um midas. Assim como ela tirou Saint-Tropez do anonimato, ela fez o mesmo com Búzios e isso chateou muito ela. Porque Búzios mudou muito depois da permanência dela”, conta José.
A atriz chegou a ganhar o título de cidadã honorária e a Companhia Aldeão deu a ela um terreno em João Fernandes, mas ela nunca buscou nenhum dos dois.
Brigitte Bardot em 1963 e 2001
Jack Guez/AFP e Screen prod./Photononstop/AFP
Turismo impulsionado
Bastou duas visitas de Brigitte para que Búzios entrasse no circuito do turismo nacional e mundial.
José Wilson Barbosa conta que a presença dela fez surgir as primeiras pousadas da cidade, pois diversos jornalistas e fotógrafos foram descobrir onde era o paraíso secreto da francesa.
“A economia da cidade começou a gerar graças a presença da Brigitte Bardot, nesse período de quatro meses que esteve em Búzios”, conta.
Estátua de Brigitte Bardot é um dos principais pontos turísticos de Búzios
Tássia Thum/G1
A visita de Bardot foi tão importante para a cidade que em 1999, foi inaugurado a Orla Bardot e uma estatua da atriz foi colocada no local.
Atualmente, é um dos pontos mais visitados e diariamente diversas pessoas param para tirar foto com a estátua feita pela escultora Christina Motta.
Estátua é alvo das fotos de turistas e moradores.
Divulgação / Ascom Armação de Búzios
“Após as duas visitas de BB [Brigitte Bardot] a península, Búzios nunca mais foi a mesma. Os visitantes atraídos pelos relatos da época, vieram provenientes de vários países entre eles Argentina, Chile, França, Alemanha, Suíça, Espanha e tantos outros. Além de visitarem, se encantaram com e estilo de vida simples e ao mesmo tempo sofisticado dessa linda cidade que ainda então era bem rústica com suas casinhas de pescadores e com belas e selvagens praias”, explica Patrícia.
Ela diz que até hoje, seis décadas após a visita, o turismo ainda é impulsionado por Brigitte Bardot, devido a orla e a estátua em sua homenagem. “Esse fato sempre vai ter importância e relevância para o turismo”, concluí.
Bigitte Bardot
Sergio Quissak/Prefeitura de Búzios

Continue Reading

Trending

Copyright © 2017 Zox News Theme. Theme by MVP Themes, powered by WordPress.