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Festas e Rodeios

Gabriel O Pensador se atualiza com ‘Antídoto pra todo tipo de veneno’ sem anular a personalidade

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Rapper carioca prega coragem com Black Alien, exalta skatista cadeirante, pega a onda do reggae com surfista havaiano e atinge ponto alto com ‘Topo do mundo / Fundo do poço’ no primeiro álbum em 11 anos. Capa do álbum ‘Antídoto pra todo tipo de veneno’, de Gabriel O Pensador
Divulgação
Resenha de álbum
Título: Antídoto pra todo tipo de veneno
Artista: Gabriel O Pensador
Edição: Edição independente do artista
Cotação: ★ ★ ★ 1/2
♪ “[…] Bem seguro que ninguém seguraria e nem segura esse moleque que ainda mora no meu peito / Vou seguindo desse jeito / Que inspirou muito moleque a fazer rap como eu faço / E até hoje quando eu faço rap o meu braço arrepia / 30 anos não são 30 dias”, gaba-se Gabriel O Pensador nas rimas finais de Profecia, parceria do rapper com Marcelo Ítalo Silva Freitas, o Dree Beatmaker.
Profecia é a primeira das 12 faixas do primeiro álbum do Pensador em 11 anos, Antídoto pra todo tipo de veneno, sucessor de Sem crise (2012).
Quando ressalta no verso de Profecia que “30 anos não são 30 dias”, o artista se refere à idade do primeiro álbum, Gabriel O Pensador (1993), lançado há três décadas. Em 1993, um ano após ter invadido as rádios em 1992 com o rap Tô feliz (Matei o presidente) e ser contratado na sequência pela Sony Music, o som do carioca Gabriel Contino soou como novidade para garotos (geralmente de classe média) que ouviam nas rádios os discos promovidos por gravadoras multinacionais.
Contudo, naquele ano de 1993, já havia a dupla Thaíde & DJ Hum e já havia o grupo Racionais MC’s, pioneiros da cultura hip hop no Brasil na década de 1980. Só que, em um país ainda sem internet, o rap desses artistas independentes, vindos das periferias paulistanas, ecoava somente em determinados pontos da cidade de São Paulo (SP), fazendo a cabeça de jovens geralmente pobres e pretos.
Hábil nas rimas, Gabriel O Pensador era de outro mundo – um jovem branco de classe média alta – e de outra corrente, mas mostrou desde sempre forte consciência social que reverbera após 30 anos no álbum Antídoto pra todo tipo de veneno, anunciado em agosto com Cachimbo da paz II, single que juntou o Pensador com Lulu Santos e Xamã na sequência da música de 1997.
Gravado com produção musical orquestrada por Kevin Ribas Afonso (do Malibu Studios) – com colaborações de produtores e/ou DJs como André Gomes, DJ Caíque, Dree Beatmaker, Papatinho e Sam The Kid – e lançado de forma independente na sexta-feira, 15 de setembro, o disco cumpre a função de conectar Gabriel O Pensador com sonoridades mais atuais como o boom bap e o trap. E com nomes da nova geração do rap, como Sant, com quem O Pensador vocifera em Boca seca contra o vazio dos tempos artificiais.
Faixa de estética sombria, Ultimamente – parceria do Pensador com Kevin – sobressai na safra do disco, inclusive pela letra que perfila mundo de aura punk. Rapper da linha paz, amor e saúde, atualmente com 49 anos, Gabriel O Pensador remexe em feridas sociais sem pesar a mão no álbum.
Faixa sobre coragem, Nunca tenha medo cai no discurso motivacional, dividido com Gustavo Black Alien, rapper parceiro do Pensador na faixa, também assinada por Dree Beatmaker.
Parceria do Pensador com o gaúcho good vibes Armadinho, Liberdade se espraia na cadência do reggae enquanto Burn babylon (Gabriel O Pensador e Papatinho) espalha fagulhas na levada do ragga em gravação que junta Pensador com Helio Bentes, voz do grupo carioca de reggae Ponto de Equilíbrio.
Obrigado mar por tudo isso também dá na praia do reggae, tirando onda com certo peso e com a voz do surfista havaiano Makua Rothman. Também cantor e compositor, Makua assina a música com o Pensador e dá voz em inglês aos versos que lhe cabem na gravação.
Do nada (Gabriel O Pensador e Dree Beatmaker) é rap introduzido com certa bossa no toque da guitarra de Fernando Magalhães em cadência suave que se harmoniza com as rimas afiadas do Pensador.
Rap dedicado a Michael Batista, o Mike do Skate, skatista cadeirante popular na Favela da Rocinha, Firme e forte tem versos escritos na primeira pessoa e reitera a habilidade do Pensador para rimar com fluência.
Giro (Gabriel O Pensador e Sam The Kid) prega força e coragem em álbum que termina grandioso com Topo do mundo / Fundo do poço com a produção musical e o arranjo épico de Carlos Henrique Benigno, o DJ Caíque, parceiro do Pensador no tema que versa sobre a ansiedade que faz do topo o fundo do poço na inversão de valores que rege o mundo pautado por glórias efêmeras.
Ponto mais alto do álbum Antídoto pra todo tipo de veneno, Topo do mundo / Fundo do moço mostra, em gravação de quase cinco minutos, que, após 30 anos, um moleque ainda mora no peito de Gabriel Contino, importante pensador do hip hop brasileiro.
Gabriel O Pensador lança ‘Antídoto pra todo tipo de veneno’, primeiro álbum do rapper carioca desde ‘Sem crise’ (2012), disco lançado há 11 anos
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Raoni Ventapane, neto de Martinho da Vila, assina o samba-enredo da Unidos de Vila Isabel no Carnaval de 2025

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♫ NOTÍCIA
♪ É inevitável recorrer ao clichê de que “na casa de Martinho da Vila, todo mundo é bamba” quando chega a notícia de que um dos netos do compositor fluminense integra o time campeão dos compositores que assinam o samba-enredo escolhido pela Unidos de Vila Isabel na madrugada deste sábado, 28 de setembro, para o desfile das escolas de sambas do Rio de Janeiro no Carnaval de 2025.
Integrante da Ala de Compositores da agremiação azul-e-branca que Martinho da Vila carrega no sobrenome artístico, Raoni Ventapane assina com Ricardo Mendonça, Dedé Aguiar, Guilherme Karraz, Miguel Dibo e Gigi da Estiva o samba criado a partir do enredo Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece.
Filho de Analimar Ventapane, Raoni é cantor, compositor e ritmista da Swingueira de Noel, nome do grupo de bateristas da Unidos de Vila Isabel.
O samba-enredo de Raoni Ventapane venceu outros dois sambas na disputa realizada na quadra da escola, que será a última a desfilar na segunda-feira de Carnaval.
Raoni Ventapane (ao centro) celebra a vitória do samba-enredo ‘Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece’ na disputa encerrada na madrugada de hoje
Divulgação / Unidos de Vila Isabel
♪ Eis a letra do samba-enredo campeão da Unidos de Vila Isabel no Carnaval de 2025:
Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece
(Raoni Ventapane, Ricardo Mendonça, Dedé Aguiar, Guilherme Karraz, Miguel Dibo e Gigi da Estiva)
“Embarque nesse trem da ilusão
Não tenha medo de se entregar
Pois nosso maquinista é capitão
E comanda a multidão que vem lá do boulevard…
O breu e o susto em meio a floresta
Por entre os arbustos, quem se manifesta?…
Cara feia pra mim é fome
Vá de retro lobisomem, curupira sai pra lá.
No clarão da lua cheia
Margeando rio abaixo
Ouço um canto de sereia
Ê caboclo d’água
Da água que me assombra
A sombra da meia noite
Foi-se a noite de luar
Na tempestade, encantada é a gaiola
Chora viola, pra alma penada sambar
Nas redondezas credo em cruz ave maria
Quanto mais samba tocava, mais defunto aparecia
Silêncio…
Ao som do último suspiro vai chegar
A batucada suingada de vampiros
Quando o apito anunciar….
Eu aprendi que desde os tempos de criança
A minha vila sempre foi bicho papão
Por isso, me encantei com esse feitiço
Que hoje causa reboliço dentro desse caldeirão
Solta o bicho minha vila dá um baile de alegria
É o povo do samba virado na bruxaria
Quanto mais eu rezo, quanto mais eu faço prece
Mais assombração que aparece”

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‘Acabou vindo para cima de mim porque perdeu a cabeça’, diz ex de Ryan SP após foto em que funkeiro parece agredi-la

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Giovanna Roque reclamou de repercussão de imagem e disse que o músico está sendo alvo de ‘gente muito suja’ que deseja prejudicá-lo. MC Ryan SP e Giovanna Roque
Reprodução/Instagram
A influenciadora Giovanna Roque publicou no Instagram um vídeo em defesa de seu ex-namorado, MC Ryan SP. O post foi feito nesta sexta (27), horas após o vazamento de uma imagem em que o funkeiro parece estar dando chutes nela.
“O Ryan não é essa pessoa ruim que vocês estão pensando que ele é”, afirmou a influenciadora. “Ocorreu, sim, uma discussão no último término que a gente teve. O Ryan tinha aprontado e, nesse dia, eu perdi muito a cabeça, fiquei muito nervosa. Quebrei o telefone dele, fui para cima dele. E aí, ele ficou muito nervoso por conta dessas coisas e acabou vindo para cima de mim também, porque ele perdeu a cabeça. A gente deu abertura pro inimigo. Isso nunca aconteceu antes.”
Roque reclamou da repercussão da imagem e também disse que o músico está sendo alvo de “gente muito suja” que deseja prejudicá-lo. Os dois têm uma filha de nove meses.
“A gente realmente brigou”, afirmou ela. “Então, quer dizer que ele não pode errar uma vez?”
A assessoria do funkeiro disse que, por enquanto, não vai se pronunciar. Ryan é conhecido por hits como “Let’s Go 4”, “Filha do Deputado” e “Vai Vendo”.

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Quinteto Villa-Lobos irmana Caymmi, K-Ximbinho, Noel Rosa, Pixinguinha e Jacob nos sopros do álbum ‘Sempre’

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Quinteto Villa-Lobos lança o álbum ‘Sempre’ em 1º de outubro
Daniel Erbendinger / Divulgação
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♪ Em cena desde 1962, o Quinteto Villa-Lobos sempre cruzou as fronteiras entre a música erudita e a canção popular brasileira ao longo dos 62 anos de atividade profissional.
Sempre – álbum que o grupo de sopros lançará na terça-feira, 1º de outubro, em edição da gravadora Biscoito Fino – investe nessa mistura de linguagens através dos registros fonográficos de temas de compositores brasileiros como Dorival Caymmi (1914 – 2008), Jacob do Bandolim (1918 – 1969), Joel Nascimento, K-Ximbinho (1917 – 1980), Noel Rosa (1910 – 1937) e Pixinguinha (1897 – 1973).
Formado atualmente por Aloysio Fagerlande (fagote), Cristiano Alves (clarinete), Philip Doyle (trompa), Rodrigo Herculano (oboé) e Rubem Schuenck (flauta), o Quinteto Villa-Lobos assina a direção musical e a produção do álbum em que irmana esses grandes compositores brasileiros nos sopros de Sempre.
Gravado no estúdio A casa, o álbum Sempre reproduz quatro arranjos de Paulo Sérgio Santos – como os do samba-canção Só louco (1955) e de Modinha para Gabriela (1975), temas de Caymmi – em tributo a este clarinetista que integrou o Quinteto Villa-Lobos por cerca de cinco décadas.
O repertório do disco inclui Ainda me recordo (Pixinguinha e Benedito Lacerda, 1932), Noites cariocas (Jacob do Bandolim, 1957), Teleguiado (K-Ximbinho, 1958) e O pássaro (Joel Nascimento, 1978), além de Visitando Noel, medley que agrega Feitiço da Vila (Vadico e Noel Rosa, 1934), As pastorinhas (Braguinha e Noel Rosa, 1934), Conversa de botequim (Noel Rosa e Vadico, 1935) e Palpite infeliz (Noel Rosa, 1935).
Capa do álbum ‘Sempre’, do Quinteto Villa-Lobos
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