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Festas e Rodeios

As lutas fora e dentro do ringue do 1º grande atleta gay de ‘lucha libre’

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Cassandro tinha apelido de ‘o exótico’, enfrentou preconceitos e ganhou filme com Gael García Bernal, lançado em setembro. Ótima atuação faz ator ser cotado ao Oscar. ‘Cassandro’: assista ao trailer do filme sobre o ícone gay da ‘lucha libre’
Saúl Armendáriz tem 53 anos de idade, 35 anos de carreira e dezenas de pinos de metal espalhados pelo corpo. São fruto dos ossos que quebrou durante eventos de “lucha libre”, a tradicional luta livre mexicana. Com o nome de Cassandro, ele foi o primeiro lutador gay e drag queen da modalidade a se tornar campeão mundial.
A história desse ícone queer voltou a ser mais comentada devido ao filme “Cassandro”, protagonizado por Gael García Bernal e disponível no Prime Video desde setembro passado. A atuação intensa e no tom certo faz o ator mexicano de 44 anos ser cotado para sua primeira indicação ao Oscar.
Como surgiram os exóticos?
Cassandro, o lutador mexicano de ‘lucha libre’ se prepara no ringue
Divulgação/Facebook do artista
Saúl era fã de “lucha libre” desde criança e acompanhou a evolução das diferentes categorias de lutadores. Desde a década de 40, eram comuns os lutadores chamados de “exóticos”, competidores que subiam no ringue maquiados, com perucas e roupas associadas às mulheres.
Esses personagens existiam basicamente para fins cômicos e para receberem insultos homofóbicos da plateia. Todos os lutadores exóticos, porém, se diziam heterossexuais na vida real. E quase nunca ganhavam: estavam no ringue para interpretarem os papéis de vilões, palhaços ou os dois ao mesmo tempo.
O lutador cresceu entre as cidades de El Paso, no estado americano Texas, e Ciudad Juárez, no México. O país era cheio de pequenas arenas onde heróis mascarados e vilões seguem um enredo combinado antes da luta. Assim como na luta livre americana, há margem para improvisos, mas os movimentos são coreografados e os resultados são acertados antes.
O começo discreto
Gael García Bernal (direita) interpreta Cassandro na cinebiografia do lutador mexicano de ‘lucha libre’, que aparece em pôster à esquerda
Divulgação
Saúl começou sua carreira em 1988, mas sem este nome e sem ser exótico. Com corpo esguio e movimentos rápidos, ele usava máscara preta e branca. Era vilão e usava o nome Mister Romano. Mais tarde, influenciado por um lutador exótico chamado Baby Sharon, mudou de estilo. Na primeira luta como exótico, ainda sem o codinome Cassandro, entrou no ringue vestindo uma blusa da mãe e a cauda do vestido da festa de 15 anos de sua irmã.
Aos poucos, Cassandro foi se soltando. Os looks e gestuais se tornaram extravagantes, com maquiagem carregada, topetes proeminentes e roupas cintilantes. O nome Cassandro passou a ser usado como uma homenagem à dona de um bordel em Tijuana, no México. Ela era conhecida por doar parte de seu dinheiro às crianças de rua e outras famílias de baixa renda.
No filme, porém, o lutador se inspira na protagonista da novela “Cassandra”, a preferida dele e de sua mãe, para se autobatizar. Como a cinebiografia deixa claro, a popularidade de Cassandro fez com que ele, aos poucos, fosse escalado para lutas melhores. Passou também a ser escolhido para ganhar combates. Tornou-se um herói da “lucha libre”.
Cassandro lutando
ROB BRAZIER
A honrosa derrota para um dos maiores “luchadores” de todos os tempos, Hijo del Santo, em 1991, também foi importante na trajetória. A relação com o “filho do santo” é bem retratada no filme: ele perde do homem da máscara de prata, mas tem a performance elogiada por ele e pelo público. Depois, faz uma participação emocionante no programa de TV do oponente. A luta rendeu ainda um dos maiores cachês que já havia recebido: 25 mil dólares.
Os bons resultados nas “lutas de apostas” também impulsionaram a carreira. Na modalidade, é comum os lutadores fazerem apostas: quem perder tem que raspar o cabelo; quem perder tem que tirar a máscara e revelar a identidade; quem perder nunca mais pode usar aquele nome; e por aí vai.
“Quando eu era criança pensava que não era ninguém”, comentou, em entrevista para a revista “The New Yorker”, quando disse ter sofrido agressões sexuais na infância. “Pensava que era um rejeitado. Achei que não pertencia a este mundo. E quando me tornei um lutador exótico, senti algo do tipo ‘Uau, estou em casa’.”
Duas poses do lutador Cassandro, que ganhou filme estrelado por Gael García Bernal
Divulgação/Facebook do artista
Além das várias operações após contusões em lutas, teve que lidar com a reação de fãs. Uma vez, uma senhora o esfaqueou quando ele estava encarando um oponente, andando pela plateia. Em outra ocasião, uma idosa jogou uma xícara de uma ardente pimenta verde nas costas dele. Nesses e em outros casos, perdoou seus agressores: disse que é natural ficar exaltado quando o herói deles está apanhando.
Fora dos ringues, sofreu com problemas relacionados ao excesso de bebidas alcoólicas e cocaína. “Tudo aquilo fazia eu me sentia como a Mulher-Maravilha”, resumiu. Após a morte da mãe, em 1997, passou por um período difícil e morou por um tempo no quintal de um amigo. Hoje, a data de sua sobriedade (4 de junho de 2003) está tatuada em suas costas.
Cassandro posa em dois momentos em fotos de divulgação de suas lutas
Divulgação/Facebook do artista
Antes um bad boy, Cassandro tornou-se um embaixador da luta livre e um ícone gay. Hoje, ele dá palestras sobre diversidade em lugares como a Embaixada dos EUA na Cidade do México e universidades locais.
O lutador segue na ativa em turnês lutando e falando com paradas em países como Inglaterra, França e Japão. Devido aos contatos na embaixada americana e entre celebridades mexicanas, diz que sempre tenta ajudar lutadores mexicanos a conseguir vistos americanos. Até agora, contabiliza ter dado auxílio para mais de cem “luchadores”.
Cassandro, o lutador mexicano de ‘lucha libre’ se prepara no ringue
Divulgação/Facebook do artista
Cassandro, o lutador mexicano de ‘lucha libre’, posa camuflado em um arbusto
Divulgação/Facebook do artista
Cassandro, o lutador mexicano de ‘lucha libre’, faz um alongamento
Divulgação/Facebook do artista

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‘Acabou vindo para cima de mim porque perdeu a cabeça’, diz ex de Ryan SP após foto em que funkeiro parece agredi-la

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Giovanna Roque reclamou de repercussão de imagem e disse que o músico está sendo alvo de ‘gente muito suja’ que deseja prejudicá-lo. MC Ryan SP e Giovanna Roque
Reprodução/Instagram
A influenciadora Giovanna Roque publicou no Instagram um vídeo em defesa de seu ex-namorado, MC Ryan SP. O post foi feito nesta sexta (27), horas após o vazamento de uma imagem em que o funkeiro parece estar dando chutes nela.
“O Ryan não é essa pessoa ruim que vocês estão pensando que ele é”, afirmou a influenciadora. “Ocorreu, sim, uma discussão no último término que a gente teve. O Ryan tinha aprontado e, nesse dia, eu perdi muito a cabeça, fiquei muito nervosa. Quebrei o telefone dele, fui para cima dele. E aí, ele ficou muito nervoso por conta dessas coisas e acabou vindo para cima de mim também, porque ele perdeu a cabeça. A gente deu abertura pro inimigo. Isso nunca aconteceu antes.”
Roque reclamou da repercussão da imagem e também disse que o músico está sendo alvo de “gente muito suja” que deseja prejudicá-lo. Os dois têm uma filha de nove meses.
“A gente realmente brigou”, afirmou ela. “Então, quer dizer que ele não pode errar uma vez?”
A assessoria do funkeiro disse que, por enquanto, não vai se pronunciar. Ryan é conhecido por hits como “Let’s Go 4”, “Filha do Deputado” e “Vai Vendo”.

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Quinteto Villa-Lobos irmana Caymmi, K-Ximbinho, Noel Rosa, Pixinguinha e Jacob nos sopros do álbum ‘Sempre’

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Quinteto Villa-Lobos lança o álbum ‘Sempre’ em 1º de outubro
Daniel Erbendinger / Divulgação
♫ NOTÍCIA
♪ Em cena desde 1962, o Quinteto Villa-Lobos sempre cruzou as fronteiras entre a música erudita e a canção popular brasileira ao longo dos 62 anos de atividade profissional.
Sempre – álbum que o grupo de sopros lançará na terça-feira, 1º de outubro, em edição da gravadora Biscoito Fino – investe nessa mistura de linguagens através dos registros fonográficos de temas de compositores brasileiros como Dorival Caymmi (1914 – 2008), Jacob do Bandolim (1918 – 1969), Joel Nascimento, K-Ximbinho (1917 – 1980), Noel Rosa (1910 – 1937) e Pixinguinha (1897 – 1973).
Formado atualmente por Aloysio Fagerlande (fagote), Cristiano Alves (clarinete), Philip Doyle (trompa), Rodrigo Herculano (oboé) e Rubem Schuenck (flauta), o Quinteto Villa-Lobos assina a direção musical e a produção do álbum em que irmana esses grandes compositores brasileiros nos sopros de Sempre.
Gravado no estúdio A casa, o álbum Sempre reproduz quatro arranjos de Paulo Sérgio Santos – como os do samba-canção Só louco (1955) e de Modinha para Gabriela (1975), temas de Caymmi – em tributo a este clarinetista que integrou o Quinteto Villa-Lobos por cerca de cinco décadas.
O repertório do disco inclui Ainda me recordo (Pixinguinha e Benedito Lacerda, 1932), Noites cariocas (Jacob do Bandolim, 1957), Teleguiado (K-Ximbinho, 1958) e O pássaro (Joel Nascimento, 1978), além de Visitando Noel, medley que agrega Feitiço da Vila (Vadico e Noel Rosa, 1934), As pastorinhas (Braguinha e Noel Rosa, 1934), Conversa de botequim (Noel Rosa e Vadico, 1935) e Palpite infeliz (Noel Rosa, 1935).
Capa do álbum ‘Sempre’, do Quinteto Villa-Lobos
Divulgação

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Lana Del Rey se casa com guia turístico em cerimônia reservada

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Em seu perfil no Facebook, Jeremy Dufrene aparece ao lado de Lana desde 2019. Mesmo assim, o namoro dos dois nunca foi anunciado. Jeremy Dufrene e Lana Del Rey
Reprodução/Facebook
Lana Del Rey se casou nesta quinta-feira (26) em Luisiana, nos Estados Unidos, segundo o site americano “People”. A cantora selou os laços com Jeremy Dufrene, guia turístico com quem ela já tinha sido vista, apesar de nunca terem assumido o namoro.
Fotos e vídeos publicados pelo site “Daily Mail” mostram Lana trajada com um vestido branco e de mãos dadas com Dufrene.
O casal registrou sua certidão de casamento na segunda (23). A cerimônia foi reservada a famílias e amigos.
Dufrene é capitão de uma empresa de aerobarco, a Arthur’s Airboat Tours, que oferece passeios por pântanos repletos de jacarés e pássaros. Em seu perfil no Facebook, Dufrene aparece ao lado de Lana desde 2019.
A última vez que a cantora esteve no Brasil foi em junho de 2023, quando ela se apresentou no festival Mita.

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