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Festas e Rodeios

Sem truques banais, Edu Lobo recria a própria criação no álbum dos 80 anos

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Pautado pelo requinte, o disco ‘Oitenta’ sai em 7 de novembro com 24 músicas autorais revisitadas pelo artista com os cantores Ayrton Montarroyos, Mônica Salmaso, Vanessa Moreno e Zé Renato. Edu Lobo lança o álbum ‘Oitenta’, idealizado pelo artista e gravado sob direção musical de Cristovão Bastos, autor dos arranjos
Nana Moraes / Divulgação
Capa do álbum ‘Oitenta’, de Edu Lobo
Nana Moraes
Resenha de álbum
Título: Oitenta
Artista: Edu Lobo
Edição: Biscoito Fino
Cotação: ★ ★ ★ ★
♪ Avesso a truques banais, Edu Lobo se desviou intencionalmente da trilha do sucesso quando capitães da indústria da música tentaram transformá-lo em popstar após vitórias em festivais dos anos 1960.
Por isso mesmo, descontada a projeção natural de algumas canções compostas pelo artista carioca com o parceiro Chico Buarque para trilhas sonoras de balés e musicais de teatros, em parceria alavancada há 40 anos a partir do sublime score d’O grande circo místico (1983), toda a discografia construída por Edu Lobo a partir da década de 1970 é em essência um vasto lado B da canção brasileira.
Como consequência, Oitenta – álbum comemorativo dos 80 anos de Edu Lobo, festejados em 29 de agosto – vai soar para muitos ouvintes como álbum de repertório praticamente inédito quando chegar ao mundo em 7 de novembro.
Das 24 músicas do disco, previsto para ser editado em CD duplo pela gravadora Biscoito Fino, nenhuma é inédita e somente Beatriz (Edu Lobo e Chico Buarque, 1983) tem status de standard no cancioneiro do compositor, reaparecendo em Oitenta na voz lapidar de Mônica Salmaso em dueto com Edu.
Também intérprete de Branca Dias (Edu Lobo e Cacaso, 1976), música lançada na voz de Nana Caymmi, Salmaso integra o time de quatro solistas convidados por Lobo – intérprete de voz menos imponente, como atestam os solos do anfitrião nos cantos de Bancarrota blues (Edu lobo e Chico Buarque, 1985) e Só me fez bem (Edu Lobo e Vinicius de Moraes, 1966) – para se revezarem na interpretação das canções.
Cantor apresentado ao Brasil como vocalista do Boca Livre em álbum de Edu Lobo, Camaleão (1978), Zé Renato cai bem no obscuro samba Nego maluco (Edu Lobo e Chico Buarque, 1993) e retorna majestosamente a Salmo (Edu Lobo e Chico Buarque, 1985), tema de aura sacra que ele próprio lançou em dueto com Claudio Nucci na trilha do espetáculo O corsário do rei (1985).
Já Ayrton Montarroyos reitera a alta categoria vocal ao refinar canções moldadas para grandes cantores – casos de A moça do sonho (2001), O circo místico (1983) e Sobre todas as coisas (1983), joias do mais alto quilate da parceria firmada por Edu com Chico Buarque para a cena brasileira – e isso é muito.
Pelo alto rigor estilístico, Ayrton consegue fazer o ouvinte esquecer que essas canções já ganharam vozes sobressalentes como as de Maria Bethânia e Zizi Possi.
Completando o naipe de solistas, cujas vozes se unem para alicerçar Casa forte (1969), tema sem letra que abre Oitenta, Vanessa Moreno segue os passos do Tango de Nancy (Edu Lobo e Chico Buarque, 1995) e alça voo alto no canto do samba Ave rara (Edu Lobo e Aldir Blanc, 1993) em gravação pontuada pelo sopro pontiagudo do sax de Mauro Senise.
Pelo time de intérpretes, fica claro que Edu Lobo optou por recriar a própria recriação sem inventar moda e sem risco de macular melodias e harmonias requintadas. Tanto que convidou o pianista Cristovão Bastos para fazer a direção musical e os arranjos do álbum Oitenta. Cristóvão Bastos forma com Jorge Helder (contrabaixo) e Jurim Moreira (bateria) um trio já habituado a tocar com Edu Lobo.
Dentro de território já pisado, Edu enfatiza a influência nordestina da obra – fruto da ascendência do artista, filho do compositor pernambucano Fernando Lobo (1915 – 1996) – ao longo da refazenda do álbum Oitenta.
A exuberância da releitura de Canudos (Edu Lobo e Cacaso, 1978) – em arranjo que evidencia o acordeom de Kiko Horta – se impõe no disco em sintonia com o canto-embolada de Mônica Salmaso em Veneta (Edu Lobo e Chico Buarque, 2001) e com o balanço de Gingado dobrado (Edu Lobo e Cacaso, 1978), música ouvida em Oitenta na voz de Vanessa Moreno – solista com mais suingue no naipe de intérpretes do disco – e com a picardia da flauta de Carlos Malta e do sax de Mauro Senise.
Sem a devida espirituosidade, Vanessa também canta, em dueto com o anfitrião, Ciranda da bailarina (Edu Lobo e Chico Buarque, 1983), canção que se afina com a memória da infância que reverbera em Salabim (1991) e Terra do nunca, temas lúdicos compostos por Edu com Paulo César Pinheiro para as trilhas do programa de TV Castelo Rá-Tim-Bum e de musical sobre Peter Pan, respectivamente, e ouvidos nas vozes de Vanessa Moreno e Zé Renato, que revisita Terra do nunca dez anos após a gravação feita pelo grupo Boca Livre para o álbum Amizade (2013).
Álbum sem surpresas ou truques banais, gravado dentro das tradições tão ao gosto conservador de Edu Lobo, Oitenta soa à altura deste imenso artista, que aos 80 anos de vida e 60 de carreira, já está imortalizado no panteão da música brasileira.
Edu Lobo festeja 80 anos de vida com disco em que revisita ‘lados B’ da obra autoral
Nana Moraes / Divulgação

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‘Acabou vindo para cima de mim porque perdeu a cabeça’, diz ex de Ryan SP após foto em que funkeiro parece agredi-la

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Giovanna Roque reclamou de repercussão de imagem e disse que o músico está sendo alvo de ‘gente muito suja’ que deseja prejudicá-lo. MC Ryan SP e Giovanna Roque
Reprodução/Instagram
A influenciadora Giovanna Roque publicou no Instagram um vídeo em defesa de seu ex-namorado, MC Ryan SP. O post foi feito nesta sexta (27), horas após o vazamento de uma imagem em que o funkeiro parece estar dando chutes nela.
“O Ryan não é essa pessoa ruim que vocês estão pensando que ele é”, afirmou a influenciadora. “Ocorreu, sim, uma discussão no último término que a gente teve. O Ryan tinha aprontado e, nesse dia, eu perdi muito a cabeça, fiquei muito nervosa. Quebrei o telefone dele, fui para cima dele. E aí, ele ficou muito nervoso por conta dessas coisas e acabou vindo para cima de mim também, porque ele perdeu a cabeça. A gente deu abertura pro inimigo. Isso nunca aconteceu antes.”
Roque reclamou da repercussão da imagem e também disse que o músico está sendo alvo de “gente muito suja” que deseja prejudicá-lo. Os dois têm uma filha de nove meses.
“A gente realmente brigou”, afirmou ela. “Então, quer dizer que ele não pode errar uma vez?”
A assessoria do funkeiro disse que, por enquanto, não vai se pronunciar. Ryan é conhecido por hits como “Let’s Go 4”, “Filha do Deputado” e “Vai Vendo”.

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Quinteto Villa-Lobos irmana Caymmi, K-Ximbinho, Noel Rosa, Pixinguinha e Jacob nos sopros do álbum ‘Sempre’

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Quinteto Villa-Lobos lança o álbum ‘Sempre’ em 1º de outubro
Daniel Erbendinger / Divulgação
♫ NOTÍCIA
♪ Em cena desde 1962, o Quinteto Villa-Lobos sempre cruzou as fronteiras entre a música erudita e a canção popular brasileira ao longo dos 62 anos de atividade profissional.
Sempre – álbum que o grupo de sopros lançará na terça-feira, 1º de outubro, em edição da gravadora Biscoito Fino – investe nessa mistura de linguagens através dos registros fonográficos de temas de compositores brasileiros como Dorival Caymmi (1914 – 2008), Jacob do Bandolim (1918 – 1969), Joel Nascimento, K-Ximbinho (1917 – 1980), Noel Rosa (1910 – 1937) e Pixinguinha (1897 – 1973).
Formado atualmente por Aloysio Fagerlande (fagote), Cristiano Alves (clarinete), Philip Doyle (trompa), Rodrigo Herculano (oboé) e Rubem Schuenck (flauta), o Quinteto Villa-Lobos assina a direção musical e a produção do álbum em que irmana esses grandes compositores brasileiros nos sopros de Sempre.
Gravado no estúdio A casa, o álbum Sempre reproduz quatro arranjos de Paulo Sérgio Santos – como os do samba-canção Só louco (1955) e de Modinha para Gabriela (1975), temas de Caymmi – em tributo a este clarinetista que integrou o Quinteto Villa-Lobos por cerca de cinco décadas.
O repertório do disco inclui Ainda me recordo (Pixinguinha e Benedito Lacerda, 1932), Noites cariocas (Jacob do Bandolim, 1957), Teleguiado (K-Ximbinho, 1958) e O pássaro (Joel Nascimento, 1978), além de Visitando Noel, medley que agrega Feitiço da Vila (Vadico e Noel Rosa, 1934), As pastorinhas (Braguinha e Noel Rosa, 1934), Conversa de botequim (Noel Rosa e Vadico, 1935) e Palpite infeliz (Noel Rosa, 1935).
Capa do álbum ‘Sempre’, do Quinteto Villa-Lobos
Divulgação

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Lana Del Rey se casa com guia turístico em cerimônia reservada

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Em seu perfil no Facebook, Jeremy Dufrene aparece ao lado de Lana desde 2019. Mesmo assim, o namoro dos dois nunca foi anunciado. Jeremy Dufrene e Lana Del Rey
Reprodução/Facebook
Lana Del Rey se casou nesta quinta-feira (26) em Luisiana, nos Estados Unidos, segundo o site americano “People”. A cantora selou os laços com Jeremy Dufrene, guia turístico com quem ela já tinha sido vista, apesar de nunca terem assumido o namoro.
Fotos e vídeos publicados pelo site “Daily Mail” mostram Lana trajada com um vestido branco e de mãos dadas com Dufrene.
O casal registrou sua certidão de casamento na segunda (23). A cerimônia foi reservada a famílias e amigos.
Dufrene é capitão de uma empresa de aerobarco, a Arthur’s Airboat Tours, que oferece passeios por pântanos repletos de jacarés e pássaros. Em seu perfil no Facebook, Dufrene aparece ao lado de Lana desde 2019.
A última vez que a cantora esteve no Brasil foi em junho de 2023, quando ela se apresentou no festival Mita.

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