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Festas e Rodeios

Taylor Swift não tem voz incrível, nem melodias interessantes; por que, então, ela é tão popular?

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Para ouvintes desatentos, cantora é artista pop como qualquer outra. Talento para contar histórias e transformar dramas fúteis em música é o que a torna tão especial; entenda. Para quem não é fã de Taylor Swift, suas músicas soam como um monte de palavras amontoadas em arranjos pop genéricos. E elas são isso mesmo.
Tem que prestar muita atenção na magia de sua retórica para entender por que, afinal, a loirinha move montanhas na indústria da música — e, a contragosto de muitos, é a artista comercial mais relevante da atualidade.
Os números comprovam: em julho deste ano, com a divulgação de “Speak Now (Taylor’s Version)”, regravação do álbum de 2010, a cantora se tornou a primeira artista viva em quase 60 anos a ter quatro trabalhos no ranking semanal dos 10 discos mais populares dos Estados Unidos, feito pela revista “Billboard”. Além do lançamento, apareceram “Midnights” (2022), “Lover” (2019) e “Folklore” (2020).
Ela também é a maior vencedora da categoria Álbum do Ano no Grammy. Entre cinco indicações, ganhou três vezes: com “Fearless”, em 2010, “1989”, em 2016, e “Folklore”, em 2021.
Taylor Swift durante show da ‘The Eras Tour’ em maio de 2023, em Nashville, no Tennessee, nos Estados Unidos
AP Photo/George Walker IV
A “The Eras Tour”, sua turnê atual, se encaminha para um faturamento na casa do bilhão de dólares. Já se sabe que será uma das séries de shows mais rentáveis de todos os tempos: a única concorrente à altura é a turnê “Renaissance”, de Beyoncé.
O “efeito Swift” foi citado pelo Federal Reserve, o Banco Central americano, com as apresentações da cantora impulsionando economias regionais dos EUA. Nesta sexta-feira (17), o fenômeno chega ao Brasil, para shows no Rio de Janeiro e em São Paulo. Fãs enfrentaram uma verdadeira epopeia para conseguir ingressos.
Taylor Swift no Brasil: tudo o que você precisa saber sobre 1ª turnê da cantora no país
No VÍDEO abaixo, relembre a primeira passagem de Taylor pelo Brasil
Semana Pop relembra a inusitada visita de Taylor Swift ao Brasil em 2012
Uma boa escritora
O segredo de tanto sucesso não está na voz, nada extraordinária, nem nas notas que Taylor toca no violão. Em termos de harmonia — a combinação de sons que formam a melodia de uma música –, ela é uma artista comum, até desinteressante.
“São progressões de acordes pop bastante normais e variedades muito padronizadas de arranjos.”
A avaliação acima é de Stephanie Burt, crítica literária, poetisa e professora de inglês da Universidade de Harvard, nos EUA. O The Harvard Gazette, site da instituição, publicou em agosto um artigo com acadêmicos analisando as razões por trás dos números de Taylor.
O que torna a cantora tão especial é seu talento de escritora. Taylor tem uma maneira única de encaixar palavras para criar personagens e contar histórias em suas músicas.
“Ela é capaz de criar ganchos verbais: ‘Tenho apenas 17 anos. Não sei de nada, mas sei que sinto sua falta’ [trecho de ‘Betty’, do álbum ‘Folklore’]. Eles ficam gravados na sua mente e você cria histórias a partir deles. Isso é ser uma boa escritora.”
São muitas as letras que se desenrolam em cenas melosas, como num filme adolescente. O exemplo mais evidente é “All Too Well”, música de 2012 com uma trama tão envolvente que em 2021 ganhou uma versão de 10 minutos. É a história de uma garota de 20 anos que tem o coração partido por um homem mais velho.
Os atores Dylan O’Brien e Sadie Sink em cena do curta-metragem lançado com a versão estendida da música ‘All Too Well’, de Taylor Swift
Divulgação
A música estendida foi lançada com um curta-metragem, estrelado por Sadie Sink (“Stranger Things”) e Dylan O’Brien (“Maze Runner”). Ele materializa o famoso cachecol vermelho e todos os outros momentos de uma narrativa musical irresistível. Acredite: se você começar a ouvir, vai querer ver como a história termina.
Dramas fúteis
O enredo fica ainda mais interessante se você acreditar que a música é sobre o ator Jake Gyllenhaal (“O Segredo de Brokeback Mountain”), com quem Taylor teve um curto relacionamento em 2010.
Ela nunca confirmou a teoria dos fãs, mas também não negou. E, na versão estendida da letra, mandou uma indireta suspeita: “Eu vou envelhecer, mas suas namoradas vão permanecer com a minha idade”. Atualmente, Jake namora a modelo Jeanne Cadieu, de 26 anos, 16 a menos que ele.
“Não tem nada a ver comigo. É sobre o relacionamento dela com seus fãs. É a expressão dela. Os artistas aproveitam experiências pessoais em busca de inspiração, e eu não me incomodo com isso”, disse o ator à revista “Esquire”, após o lançamento da versão de 10 minutos de “All Too Well”.
Há uma infinidade de artistas que faturam alto derrubando o muro entre sua música e sua vida privada. Alguns fazem isso com a ajuda de gênios do marketing. Mas pouquíssimos têm o talento de Taylor para transformar dramas fúteis em música.
Ela jamais precisou ler uma carta num programa de TV para todo mundo saber que “Dear John”, de 2010, é sobre John Mayer, outro ex-namorado — os dois ficaram juntos entre 2009 e o início do ano seguinte. Até hoje, o cantor é atacado pelos fãs de Taylor. Ele disse à revista “Rolling Stone” em 2012:
“Eu não merecia isso. Sou bom em assumir responsabilidades e não fiz nada para merecer isso. Não foi uma coisa legal o que ela fez.”
John Mayer no tapete vermelho do Grammy 2015, em Los Angeles
Reuters/Mario Anzuoni
Não é preciso ser uma prodígio do pop para entender os sentimentos de uma garota de 19 anos chorando no trajeto para casa depois de uma briga com o namorado. E, mesmo sem nunca ter encontrado John Mayer, qualquer um é capaz de reconhecer o padrão de comportamento inconstante exposto na música.
“Mesmo que haja aspectos dela que talvez não pareçam muito identificáveis ​​– ela é uma celebridade e vive uma vida muito diferente de seus fãs — o que ela está cantando, o conteúdo lírico e as emoções por trás dele são muito compreensíveis para muitas pessoas”, explicou Alexandra Gold, pesquisadora clínica em psicologia da Escola de Medicina Harvard. “Há algo que é muito comum à experiência humana.”
Isso parece funcionar especialmente para os mais jovens. Para algumas pessoas, as músicas de Taylor deixam de fazer sentido depois de uma certa idade. É fácil (e muito gostoso) se enxergar nas letras dela quando se é jovem e todas as coisas parecem depender de um relacionamento amoroso complicado, e todas as paixões são intensas, e todas as decepções são definitivas.
Mas os anos passam. E depois a vida complica um pouco mais.

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Megaexposição reúne obras raras de Van Gogh; veja imagens

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Exibição do artista comemora 200 anos da National Gallery, em Londres. Megaexposição reúne obras raras de Van Gogh
Uma megaexposição na National Gallery, em Londres, reuniu algumas das principais pinturas de Vincent Van Gogh — algumas delas vistas poucas vezes em público. Intitulada de “Poetas e Amantes”, a exibição faz parte das comemorações dos 200 anos do museu. Veja no vídeo acima.
O National Gallery já contava com uma dúzia de pinturas de Van Gogh. Para a ocasião, foram selecionadas 60 obras, vindas de diversos países, como Estados Unidos, França e Holanda. Algumas delas nunca haviam saído dos países para os quais foram vendidos, como, por exemplo, “Noite Estrelada sobre o Ródano”.
Megaexposição reúne obras raras de Van Gogh
Reprodução/TV Globo
Foco nos últimos anos de vida do artista
A megaexposição se concentra em dois anos decisivos da vida de Van Gogh, entre 1888 e 1890, ano em que ele morreu aos 37 anos. Nesse período, Van Gogh viveu em Arles e Saint-Rémy, na Provença.
Durante essa fase, o artista produziu uma série de trabalhos marcados pelas cores vibrantes do sul da França e os tons de amarelo pelos quais é conhecido. Os curadores reuniram quadros e desenhos desse período para ilustrar esse momento da vida do pintor.
Megaexposição reúne obras raras de Van Gogh
Reprodução/TV Globo
Exibição inédita de ‘Girassóis’
Uma das séries mais conhecidas de Van Gogh, “Girassóis”, ganha destaque na exposição. Pela primeira vez, as obras estão sendo apresentadas conforme a visão original do pintor.
A National Gallery, que já possuía um dos quadros, trouxe outro emprestado dos Estados Unidos e incluiu a pintura “Canção de Ninar”, após descobrirem, por meio de cartas do artista ao irmão, Theo, que Van Gogh havia planejado compor os girassóis — um com fundo amarelo e outro com fundo azul — como moldura para a figura de uma mulher.
Megaexposição reúne obras raras de Van Gogh
Reprodução/TV Globo
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Alaíde Costa faz ‘Sabiá’ voltar, em duo com Claudette Soares, no voo de show alicerçado em álbum sobre o tempo

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♫ NOTÍCIA
♪ Ao gravar álbum com o cancioneiro de Antonio Carlos Jobim (1927 – 1994), Foi a noite, lançado em 2007, Claudette Soares convidou a amiga Alaíde Costa para um dueto em Sabiá (1968), sublime canção de exílio composta por Tom com letra de Chico Buarque.
Decorridos 17 anos da edição do disco Foi a noite – Canções de Tom Jobim, Alaíde retribui o convite de Claudette. Juntas novamente, as cantoras farão Sabiá voar no roteiro do show de lançamento do mais recente álbum de Alaíde, O tempo agora quer voar (2024), apresentado em julho.
Em sintonia com o fato de ter feito a única participação do disco de Alaíde Costa, , na música Suave embarcação (Alaíde Costa e Nando Reis, 2024), Claudette Soares será a única convidada do show que estreia em 4 e 5 de outubro com duas apresentações no Teatro Paulo Autran, do Sesc Pinheiros, na cidade de São Paulo (SP).
Sob direção de Thiago Marques Luiz, produtor e empresário da artista, Alaíde Costa seguirá roteiro que incluirá cinco das oito músicas do álbum O tempo agora quer voar – cuja edição em LP será lançada no show – e transitará pelo repertório do aclamado disco O que meus calos dizem sobre mim (2022).
Outra música confirmada no roteiro do show O tempo agora quer voar é Meu mundo e nada mais (1976), balada de Guilherme Arantes, gravada pela cantora com o compositor em single editado em janeiro deste ano de 2024.

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g1 Ouviu #292 – Rock in Rio: o que teve de melhor, pior e apostas para 2026

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Repórteres do g1 comentam os principais shows, setlists e momentos que marcaram a edição — para o bem e o mal. G1 Ouviu #292 – Rock in Rio 2024: o que teve de melhor, pior e apostas para 2026
Com o fim do Rock in Rio 2024, é possível analisar esta edição e refletir sobre o futuro do festival. O que ficou de lição para os próximos eventos? O que deu muito certo? O que deu muito errado? Quais foram os melhores momentos? E os piores?
Para responder essas e outras perguntas, o g1 Ouviu desta semana traz o olhar de quem acompanhou o festival de pertinho: Marina Lourenço, repórter do g1, e Braulio Lorentz, editor de Pop e Arte do g1. As apresentadoras do podcast, Carol Prado e Juliene Moretti, também foram ao festival e compartilham suas impressões.
Durante a conversa, os repórteres comentam os principais shows, setlists e momentos que marcaram a edição — para o bem e o mal.
Você pode ouvir o g1 Ouviu no g1, no Spotify, no Castbox, no Google Podcasts ou no Apple Podcasts. Assine ou siga o g1 Ouviu para ser avisado sempre que tiver novo episódio no ar.

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