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Festas e Rodeios

Aos 90 anos, Carlos Lyra ganha tributo à altura da obra em álbum reverente à bossa do compositor

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Disco ‘Afeto’ reúne gravações inéditas de nomes como Caetano Veloso, Djavan, Edu Lobo, Fernanda Abreu, Gilberto Gil, João Donato, Joyce Moreno, Lulu Santos, Mart’nália e Ney Matogrosso. Capa do álbum ‘Afeto – Homenagem Carlos Lyra 90 anos’
Arte de Ale Amaral
Resenha de álbum
Título: Afeto – Homenagem Carlos Lyra 90 anos
Artistas: Caetano Veloso, Djavan, Edu Lobo, Fernanda Abreu, Gilberto Gil, Ivan Lins, Leila Pinheiro, João Donato, Joyce Moreno, Lulu Santos, Marcos Valle, Mart’nália, Mônica Salmaso, Ney Matogrosso, Paula Morelenbaum, Roberto Menescal e Wanda Sá
Edição: Selo Sesc
Cotação: ★ ★ ★ ★ ★
♪ “Formidável compositor” na avaliação do soberano Antonio Carlos Jobim (1927 – 1994), Carlos Eduardo Lyra Barbosa – o Carlos Lyra, ou Carlinhos, como é chamado pelos amigos – festejou 90 anos em 11 de maio.
Afeto, álbum que será lançado pelo Selo Sesc na sexta-feira, 1º de dezembro, presta justa homenagem ao artista pelo 90º aniversário, como exposto na capa criada por Ale Amaral em explícito tributo à estética visual do discos lançados pela gravadora Elenco nos anos 1960.
Idealizado por Regina Oreiro e gravado no primeiro semestre deste ano de 2023 no estúdio Visom, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), o álbum Afeto resulta à altura da obra do compositor, dentro das tradições.
Há no canto e nos arranjos das 14 faixas uma justa reverência à bossa de Lyra, compositor que foi além da bossa nova, como ressaltou o título da parceria do artista com Daltony Nóbrega, composta em 2012. Apresentada há quatro anos como música-título do último álbum de composições inéditas de Lyra, Além da bossa (2019), essa canção é revivida no tributo Afeto na voz de Leila Pinheiro com as cordas do cavaquinho de João Felippe reluzindo no arranjo criado pela própria Leila.
Há, sim, frescor na bossa gerada pela interação do piano e do órgão de Marcos Valle com a guitarra de Lulu Santos, intérpretes de Maria Ninguém (1959), faixa arranjada por Valle, assim como Ciúme (1960), samba cantado com correção por Caetano Veloso.
Joyce Moreno é puro suingue no canto de ‘Influência do jazz’ em gravação dividida com Ivan Lins no álbum ‘Afeto’
Divulgação / Selo Sesc
Contudo, a modernidade atemporal vem mesmo do cancioneiro de Lyra. É deleite ouvir Joyce Moreno gingando com Ivan Lins no balanço do samba Influência do jazz (1962) – com arranjo do mesmo Marcos Valle – e imaginar Djavan evoluindo por salão de gafieira ao cantar o samba Você e eu (Carlos Lyra e Vinicius de Moraes, 1961) com suingue e com piano e arranjo do recorrente Valle.
Marcos Valle divide o posto de arranjador do álbum Afeto com Antonio Adolfo, Gilson Peranzzetta, Jaques Morelenbaum e João Donato (1934 – 2023). Pioneiro da bossa, Donato orquestrou Saudade fez um samba (Carlos Lyra e Ronaldo Bôscoli, 1959) para a voz já rouca de Gilberto Gil em reencontro que abre Afeto. A bossa de Donato sobressai na faixa com a leveza que rege o disco.
É com o piano de Donato que Fernanda Abreu cai bem no Samba do carioca (Carlos Lyra e Vinicius de Moraes) com apropriada citação de Garota sangue bom (Fernanda Abreu e Fausto Fawcett, 1995).
Em atmosfera mais densa, Edu Lobo canta Minha namorada (1964) – standard romântico da parceria de Lyra com o poeta Vinicius de Moraes (1913 – 1980) – em gravação adornada com cordas orquestradas por Gilson Peranzzetta, arranjador da faixa.
Gilberto Gil celebra Carlos Lyra com gravação de ‘Saudade fez um samba’, arranjada por João Donato (1934 – 2023)
Divulgação / Selo Sesc
Peranzzetta também arranjou Canção que morre no ar (Carlos Lyra e Ronaldo Bôscoli, 1960), interpretada por Ney Matogrosso – com o canto mais grave do que o habitual – em gravação que embute passagem instrumental de clima jazzy em que sobressai o piano de Peranzzetta.
Já Jaques Morelenbaum fez o arranjo de E era Copacabana (2006), samba-canção cheio de bossa, apresentado há 17 anos por Dori Caymmi e Joyce Moreno, parceira de Lyra no tema (relativamente) recente ouvido no álbum Afeto no canto preciso de Mônica Salmaso, escalação tão certeira quanto surpreendente pelo fato de a voz de Salmaso ser quase a antítese da leveza da bossa nova.
Bem mais antiga, Quando chegares (1960) – primeira música de Lyra, feita em 1954 quando o compositor debutante tinha 21 anos – ressurge refinada pelo toque do piano de Antonio Adolfo (arranjador da faixa) e pela voz aconchegante de Wanda Sá.
Adolfo também arranjou Sabe você (Carlos Lyra e Vinicius de Moraes, 1964), canção que harmoniza as vozes de Paula Morelenebaum e Roberto Menescal, contemporâneo de Lyra e, como ele, um dos poucos remanescentes da geração de compositores e músicos que, há 65 anos, viram a bossa nova se erguer no mar do Rio de Janeiro (RJ) em 1958 após ser maturada há anos por João Gilberto (1931 – 2019), intérprete original de Lobo bobo (Carlos Lyra e Ronaldo Bôscoli, 1959), cuja malícia é marotamente saboreada em Afeto por Mart’nália com arranjo de João Donato.
Roberto Menescal grava ‘Sabe você’ com Paula Morelenbaum no disco que celebra os 90 anos de Carlos Lyra
Divulgação / Selo Sesc
Recorrente no disco como arranjador e como intérprete, Marcos Valle divide com Patrícia Alví os versos de O negócio é amar (1984), parceria póstuma de Lyra com Dolores Duran (1930 – 1959).
Enfim, tudo flui em Afeto porque nenhum arranjador ou intérprete caiu na tentação de modernizar o que já nasceu e se conserva moderno pela própria natureza da bossa nova.
Mart’nália expõe a malícia de ‘Lobo bobo’ em gravação arranjada por João Donato (1934 – 2023) para o álbum ‘Afeto’
Divulgação / Selo Sesc

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Maggie Smith morre aos 89 anos; veja FOTOS da carreira da atriz

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Atriz de “Harry Potter” e “Downton Abbey” morreu ‘pacificamente no hospital’ e a causa não foi informada. Ela ganhou dois Oscars, quatro Emmys, três Globos de Ouro, um Tony e sete Baftas. Maggie Smith
AP Photo/Kirsty Wigglesworth, File
Maggie Smith com Rupert Grint durante o tapete vermelho do lançamento de “Harry Potter e o Enigma do Príncipe”
REUTERS/Luke MacGregor/Arquivo
Maggie Smith com Penelope Wilton em “Downton Abbey II: Uma Nova Era”
Divulgação
Maggie Smith e Michelle Dockery em ‘Downton Abbey’
Divulgação
Maggie Smith nos bastidores de ‘Hot Millions’, de 1968
AP Photo/Bob Dear, File
Maggie Smith ganhou o Oscar na categoria melhor atriz coadjuvante por “California Suite”, em 1979
AP Photo/Reed Saxon, File
Maggie Smith em “Harry Potter e a Pedra Filosofal”
Divulgação
Maggie Smith recebe o BAFTA por sua atuação em ‘Tea with Mussolini’, em 2000
Reuters/File Photo
Maggie Smith durante a premiere de ‘O Exótico Hotel Marigold 2’, em Londres, em 2015.
REUTERS/Peter Nicholls/File Photo
Maggie Smith no lançamento do filme “O quarteto” no Festival de Cinema de Londres, em 2012
ANDREW COWIE / AFP
Maggie Smith com Dustin Hoffman no lançamento do filme “O quarteto” no Festival de Cinema de Londres, em 2012
ANDREW COWIE / AFP

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Pit Passarell, baixista e fundador da Viper, também reinou nos anos 1990 como cantor da banda de heavy metal

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Morto hoje, aos 56 anos, artista foi o vocalista de álbuns do grupo como ‘Evolution’ e ‘Coma rage’. ♫ OBITUÁRIO
♪ Na certidão de nascimento, expedida em Buenos Aires, constava o nome de Pedro Sérgio Murad Passarell (11 de abril de 1968 – 27 de setembro de 2024). Mas é como Pit Passarell que o baixista, cantor e compositor argentino fica imortalizado na cena brasileira de heavy metal.
Baixista e vocalista da banda paulistana Viper, Pit Passarell morreu na madrugada desta sexta-feira, aos 56 anos, em decorrência de câncer no pâncreas. A morte foi anunciada hoje no perfil oficial do grupo paulistano no Instagram. Pit estava internado em hospital de São Paulo (SP), cidade onde o corpo do artista será velado e enterrado no início da tarde.
Um dos fundadores da banda Viper, surgida em 1985, Pit acumulou as funções de baixista e vocalista quando o cantor André Mattos (1971 – 2019) deixou o grupo em 1990. Álbuns como Evolution (1992), Coma rage (1995) e Tem pra todo mundo (1996) foram gravados em estúdio pela Viper com Pit Passarell como baixista e vocalista principal da banda.
Como vocalista, o reinado do artista foi de 1991 a 2004. Já o posto de baixista foi de Pit Passarell da criação da banda até a precoce saída de cena nesta sexta-feira, 27 de setembro.
Irmão de Yves Passarell, guitarrista da banda Capital Inicial, Pit compôs e pôs voz em músicas como Coma rage (1995), Blast! (1995) e Somebody told me you’re dead (1995).
Como solista, o artista lançou somente um álbum, Praticamente nada, editado em 2000, mas gravado muito antes, entre 2008 e 2009.

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Maggie Smith, atriz de ‘Harry Potter’ e ‘Downton Abbey’, morre aos 89 anos

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Informação foi confirmada pelos filhos da atriz. Em comunicado, eles informaram que a atriz morreu ‘pacificamente em um hospital na manhã desta sexta-feira’. Causa não foi informada. Maggie Smith
AP Photo/Kirsty Wigglesworth, File
Maggie Smith, atriz de “Harry Potter” e “Downton Abbey”, morreu aos 89 anos. Informação foi confirmada pelos filhos da atriz, Toby Stephens e Chris Larkin. “É com grande tristeza que informamos a morte de Maggie Smith”, informou o comunicado. A causa da morte não foi informada.
“Ela morreu pacificamente, no hospital, na manhã desta sexta-feira (27). Uma pessoa intensamente reservada, esteve com seus familiares e amigos até o fim. Ela deixa dois filhos e cinco amados netos que estão devastados com a enorme perda de sua extraordinária mãe e avó.”
A família ainda agradeceu a toda a equipe médica que cuidou da atriz e as mensagens carinhosas e ainda pediu privacidade neste momento.
Nascida em 28 de dezembro de 1934 em Ilford, Essex (sudeste da Inglaterra), Margaret Smith debutou nos palcos da Oxford Playhouse no início dos anos 1950. Em seguida, ingressou na trupe teatral londrina de Old Vic, depois na do Royal National Theatre, onde teve muito sucesso ao lado de seu marido, o ator Robert Stephens.
Sua carreira no cinema decolou na década de 1960 e ela ganhou, em 1969, o Oscar de melhor atriz por “Primavera de uma Solteirona”.
A atriz é vencedora de dois prêmios Oscar, quatro Emmys, três Globos de Ouro, um Tony e sete Baftas.
Ícone do teatro e do cinema britânicos, Maggie Smith conquistou o carinho de um vasto público internacional no papel da rabugenta, mas terrivelmente cativante condessa Lady Violet na série de televisão “Downton Abbey”.
Durante sua longa carreira, “Dame Maggie” assumiu papéis diversos, de madre superiora ao lado de Whoopi Goldberg em “Mudança de Hábito” (1992), de professora de “transfiguração” nos filmes da saga “Harry Potter”, acompanhante neurótica em “Uma Janela para o Amor” (1986) ou velha sem-teto em “A Senhora da Van” (2015).
Maggie Smith no BAFTA em Londres em 2016
REUTERS/Toby Melville/File Photo
Mas é o personagem da condessa de Grantham, Lady Violet, com seus comentários ácidos e mimetismo hilariante que a tornaram uma celebridade ainda mais global.
“Eu vivia uma vida perfeitamente normal antes de Downton Abbey”, série vendida em mais de 150 países, reconheceu a atriz em abril de 2017 no British Film Institute (BFI). “Ia ao teatro, galerias de arte, coisas assim, sozinha. Agora já não posso mais”, lamentou.
A atriz interpretou a exigente aristocrata por seis temporadas da série de televisão (2010-2015).
Depois de inicialmente se recusar a participar da adaptação da série para o cinema, finalmente concordou em encarnar novamente a aristocrata inglesa.
Richard Gere e Maggie Smith em cena de ‘O exótico Hotel Marigold 2’
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Vida pessoal
No plano pessoal, seu casamento com Robert Stephens, alcoólatra, infiel e depressivo, afundou em 1973.
Com ele, ela teve dois filhos, Chris Larkin e Toby Stephens.
Maggie e Stephens se divorciaram em 1975 e se casou pouco depois com o dramaturgo Beverley Cross, com quem partiu para viver e trabalhar no Canadá.
Uma das artistas britânicas mais famosas e célebres, Maggie Smith foi nomeada Comandante da Ordem do Império Britânico em 1990 e Companheira de Honra em 2014, uma recompensa pelos serviços prestados ao país no campo das artes.
Maggie Smith no Standard British Film Awards em Londres, em 2016
REUTERS/Neil Hall/File Photo
Preocupação com a perfeição
A atriz era bastante conhecida por seu humor e sua preocupação com a perfeição.
“É verdade que eu não tolero imbecis e, portanto, eles não me toleram. Por isso eu me irrito. Talvez seja por isso que sou boa o suficiente para interpretar velhas tolas”, confessou ao jornal The Guardian em 2014.
Histórico de câncer
Maggie Smith sobreviveu ao diagnóstico de câncer de mama em 2007 e participou das filmagens de “Harry Potter e o Enigma do Príncipe” (2009) enquanto estava no meio da quimioterapia. “Eu estava careca como um ovo”, disse ao Times a atriz, que precisou usar peruca.
Ela também sofre da doença de Graves, uma doença autoimune da tireoide que causa o movimento do olho para fora de sua órbita.
Maggie Smith ganhou o Oscar na categoria melhor atriz coadjuvante por “California Suite”, em 1979
AP Photo/Reed Saxon, File

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