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Festas e Rodeios

Com polêmicas e mercado saturado, ‘bolha’ de influenciadores estourou em 2023

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Setor teve ano com Farofa da Gkay ‘flopada’ e escândalo de joguinhos ilegais. Especialistas e influenciadores explicam crise e como conteúdo responsável deve ganhar relevância em 2024. O escândalo das “publis” de jogos de azar ilegais é o desfecho de um ano em que influenciadores foram colocados à prova:
Em março, uma maquiagem da influenciadora Virgínia Fonseca gerou polêmica pelo preço alto e qualidade duvidosa;
Em maio, a CPI das Criptomoedas começou a investigar propagandas de famosos para empresas de pirâmides financeiras;
Em outubro, uma publicidade com Felipe Neto foi alvo de disputa política e gerou campanhas de boicote a uma marca de chocolate;
Em dezembro, o influenciador fitness Renato Cariani foi indiciado pela Polícia Federal, suspeito de participação em um esquema de desvio de produtos químicos para o narcotráfico;
No mesmo mês, a Farofa da Gkay — evento símbolo da cultura de influência no Brasil — teve sua edição menos comentada.
Juju Salimeni, Jon Vlogs, MC Kauan, Mel Maia e Juliana Ferrari divulgam o site de apostas Blaze no Instagram
Reprodução/Instagram
“Nos últimos anos, teve uma saturação em número de influenciadores, formou-se uma bolha digital e agora essa bolha explodiu”, avalia o assessor de imprensa Cacau Oliver ao g1. Conhecido como “criador de subcelebridades” e há quase 20 anos no ramo, ele ajudou a projetar nomes como Andressa Urach e Peladona de Congonhas. Cacau ainda apresentou o Brasil a uma ampla gama de vencedoras do concurso Miss Bumbum.
Um estudo da plataforma de marketing Influencity mostrou que o investimento em publicidade digital na América Latina cresceu cerca de quatro vezes em dois anos, passando de US$ 7,9 bilhões em 2020 para US$ 34,7 bilhões em 2022. A maior parte do investimento do ano passado (34%) veio do Brasil.
“O Brasil tem uma curiosidade pela vida do outro, que é o que faz o ‘BBB’ ser um fenômeno aqui, mais do que em qualquer outro lugar”, analisa a publicitária Rafaela Lotto, sócia do YouPIX, consultoria focada em discutir a cultura da internet.
“Além disso, num país desigual e com educação ruim, a influência é vista como ferramenta de ascensão. O sucesso de influenciadores causa uma projeção: faz com que as pessoas achem que também podem chegar lá.”
Não à toa, ela explica, empresas como o site de apostas Blaze priorizam, em suas propagandas, famosos com perfil de quem “venceu na vida”. “Talvez, com um outro tipo de influenciador, a audiência não comprasse tanto.”
No domingo (17), uma reportagem do “Fantástico” mostrou que a Blaze teve mais de R$ 100 milhões bloqueados pela Justiça, após a polícia reunir indícios de que apostadores não recebiam os prêmios.
Um dos principais jogos da plataforma é o Crash, conhecido como “Jogo do Aviãozinho”. Assim que o avião começa a voar, o valor da premiação vai aumentando e o apostador tem que decidir a hora de parar o voo – se antes surgir a palavra Crashed, a aposta está perdida.
O jogo, assim como outros oferecidos pelo site, é ilegal no Brasil. As punições para a prática podem afetar empresas, apostadores e influenciadores que fazem a divulgação da Blaze nas redes sociais. Entre eles, estão Jon Vlogs, Viih Tube, Juju Ferrari, Mel Maia, Rico Melquiades, MC Kauan e Juju Salimeni. Alguns se manifestaram por meio de suas defesas (veja na reportagem abaixo).
Polícia investiga plataforma online que controla o jogo do aviãozinho
Por que famosos fazem ‘publis’ questionáveis?
Ser influenciador hoje não é o mesmo que há três anos. O setor teve um boom a partir de 2020, com a pandemia de Covid-19. Sem a possibilidade de realizar eventos ou de reunir equipes para gravar comerciais de TV, as marcas se voltaram para a publicidade on-line.
Com a promessa de faturamento alto, uma legião de internautas passou a batalhar por seguidores. “O problema é que muita gente começou a fazer a mesma coisa”, diz Cacau Oliver.
“Hoje, tem muita gente no mercado e está mais difícil ganhar dinheiro. Por isso, alguns influenciadores ficaram mais flexíveis para fazer coisas que não fariam. Nesse cenário, as propagandas de joguinhos acabam sendo uma oportunidade grande de faturar.”
“Eles pagam muito mais do que as marcas normais, e de certa forma exigem pouco do influenciador”, acrescenta Rafaela Lotto.
Os valores oferecidos por publicidade variam a depender da relevância e da quantidade de seguidores de cada influenciador. Neste mês, o youtuber e streamer Cellbit, com mais de 6 milhões de inscritos em seu canal, revelou que recusou uma proposta de R$ 6 milhões para divulgar um cassino on-line.
A atriz e roteirista Ademara, com 675 mil seguidores no Instagram, diz que “todos os dias” recebe propostas para fazer publicidade de plataformas de apostas. “Eu nunca quis nem saber valores. No primeiro contato, já bloqueio porque, a longo prazo, isso é muito prejudicial para a carreira.”
A atriz e roteirista Ademara, com mais de 600 mil seguidores no Instagram
Reprodução/Instagram
“Esse controle está associado a princípios básicos de ética profissional. Quando você se torna influenciador, isso significa que tem uma galera confiando no que você está dizendo”, ela continua.
“No caso das apostas, é muito fácil perceber o tipo de consequência negativa que isso pode ter na vida das pessoas. Não dá para fingir que não tem noção do impacto.”
O que vai mudar para influenciadores em 2024?
Especialistas concordam que 2023 foi um ano de ruptura no mercado de influência. Para o assessor Cacau Oliver, a edição “flopada” da Farofa da Gkay é um dos símbolos do desgaste.
“A Farofa mostra a futilidade de alguns influenciadores. As pessoas se cansam disso.”
Neste ano, marcas ficaram mais cautelosas ao avaliar resultados gerados pela publicidade digital. “A pandemia empurrou muita gente para esse mercado, mas, agora, o tom é: espera aí, isso funciona mesmo? As marcas que investiram muito em influenciadores estão calculando até que ponto isso está trazendo retorno”, analisa Rafaela, sócia do YouPIX.
Segundo ela, a consequência mais natural de escândalos como o caso Blaze é que influenciadores mais responsáveis com o próprio conteúdo ganhem relevância em 2024
“Não é que, de repente, todo mundo vai ficar bonzinho. É uma questão de sobrevivência. As marcas estão mais críticas e quem quiser sobreviver como influenciador vai ter que se tornar mais profissional.”
“Acho que o público vai ficar cada vez mais crítico ao tipo de associação que os influenciadores fazem com marcas que são prejudiciais para a audiência”, acrescenta Ademara.
Bianca Andrade, a Boca Rosa, fatura com a própria marca de maquiagem
Reprodução/Instagram
Para Rafaela, uma análise mais profunda aponta ainda uma outra mudança de rumo do setor: quem trabalha com internet está começando a prestar atenção em novas formas de monetização, para além da publicidade.
Nomes fortes do segmento de beleza, como Bianca Andrade, Mari Maria e Bruna Tavares, já fazem sucesso com suas próprias linhas de maquiagem.
O empreendedorismo deve virar tendência também em outros segmentos, afirma a publicitária. “Não tem marca para pagar ‘publi’ para todo mundo, então os influenciadores estão criando suas próprias marcas.”

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Pedro Madeira confirma a expectativa com bom álbum entre o samba e o soul

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Cantor e compositor carioca lança o coeso disco autoral ‘Semideus dos sonhos’ em 10 de outubro. Capa do álbum ‘Semideus dos sonhos’, de Pedro Madeira
Gabriel Malta / Divulgação
♫ OPINIÃO SOBRE DISCO
Título: Semideus dos sonhos
Artista: Pedro Madeira
Cotação: ★ ★ ★ ★
♪ Em 2018, Pedro Madeira era mais um na multidão de fãs de Iza, na primeira fila de show da cantora, quando ganhou o microfone da artista e, da plateia, fez breve participação no show. Ali, naquele momento, o carioca morador da comunidade de Pau Mineiro, no bairro de Santa Cruz, fã de Iza e de Beyoncé, se revelou cantor para ele mesmo.
Decorridos seis anos e três singles, Pedro Madeira já é cantor e compositor profissional e se prepara para lançar o primeiro álbum, Semideus dos sonhos, em 10 de outubro.
Exposto na capa do álbum em expressiva foto de Gabriel Malta, Madeira já lançou três singles – Chuva (2022), Pássaros (2023) e Bem que se quis (2023) – em que transitou pelo soul nacional da década de 1970 (sobretudo em Chuva) e pelo pop ítalo-brasileiro na (trivial) abordagem do sucesso de Marisa Monte.
No quarto single, Só mais um preto que já morreu, o cantor cai no samba em gravação que chega ao mundo amanhã, 27 de setembro, duas semanas antes do álbum.
Com letra que versa sobre o genocídio cotidiano do povo preto, o samba Só mais um preto que já morreu é composto por Pedro com Bruno Gouveia, parceiro nesta música (e em Pássaros) e produtor musical do álbum em função dividida com Raul Dias nas duas faixas (Raul assina sozinho a produção das outras dez faixas).
Fora do arco autoral em que gravita o disco, Pedro Madeira enaltece o ofício de cantor em Minha missão (João Nogueira e Paulo César Pinheiro, 1981) em arranjo que se desvia da cadência do samba, tangenciando clima transcendental na atraente gravação calcada na voz e nos teclados de Victor Moura.
O canto afinado de Pedro se eleva em Petições (Ozias Gomes e Pedro Madeira), canção que soa como oração de clamor por paz na Terra enquanto lamenta a situação do mundo atual. Arranjo, canto e composição se harmonizam em momento épico do disco.
Entre vinhetas autorais como O outro lado e Introdução ao amor (faixas com textos recitados), Pedro Madeira expõe a vocação para o canto e o som afro-brasileiro na música-título Semideus dos sonhos. Já o fluente ijexá Cheiro de flor exala o perfume do amor entranhado no repertório deste disco feito sem feats e modas.
Parceria de Pedro com o produtor Raul Dias, Perigo é pop black contemporâneo formatado com os músicos da banda-base do álbum Semideus dos sonhos, trio integrado por Jeff Jay (percussão), o próprio Raul Dias (guitarra e baixo) e Victor Moura (teclados). No fecho do disco, o pop soul Terra arrasada se joga na pista para tentar colar um coração partido.
Com este coeso primeiro álbum, Semideus dos sonhos, Pedro Madeira confirma a boa expectativa gerada quando o single Chuva caiu no mundo em novembro de 2022.
Iza teve faro quando deu o microfone para Pedro Madeira na plateia há seis anos.
Pedro Madeira regrava o samba ‘Minha missão’ entre as músicas autorais do primeiro álbum, ‘Semideus dos sonhos’
Gabriel Malta / Divulgação

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‘The Last of Us’: 2ª temporada ganha trailer; ASSISTA

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Prévia mostra Kaitlyn Dever como a antagonista Abby. Novos episódios da adaptação de games estreia em 2025. Assista ao trailer da 2ª temporada de ‘The Last of Us’
A segunda temporada de “The Last of Us” ganhou seu primeiro trailer completo nesta quinta-feira (26). Assista ao vídeo acima.
Os novos episódios devem adaptar o segundo game da franquia e estreiam em algum momento de 2025.
A prévia mostra o retorno de Pedro Pascal (“The Mandalorian”) como Joel e Bella Ramsey (“Game of thrones”) como Bella, dois sobreviventes que formam uma ligação imprevista em um mundo pós apocalíptico dominado por criaturas monstruosas.
Também apresenta as primeiras imagens de Kaitlyn Dever (“Fora de série”) como a grande antagonista da história, Abby.
A série da HBO estreou em 2023 e foi uma das mais indicadas ao Emmy daquele ano.

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A reação dos irmãos Menéndez, condenados à prisão perpétua por matar os pais, à nova série ‘Monstros’ da Netflix

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A nova temporada de Monstros conta a história real de dois irmãos que mataram seus pais no final dos anos 1980 em Beverly Hills. Cooper Koch (à esquerda) e Nicholas Chavez interpretam Erik e Lyle Menéndez, respectivamente
Divulgação/Netflix
Uma nova série da Netflix sobre dois irmãos que mataram os pais foi duramente criticada por um dos homens que inspirou a produção.
Monstros – Irmãos Menéndez: Assassinos dos Pais estreou na semana passada e rapidamente se tornou uma das mais assistidas na plataforma de streaming.
A série é protagonizada por Cooper Koch e Nicholas Alexander Chavez como os dois irmãos, e por Javier Bardem e Chloë Sevigny como seus pais.
Lyle e Erik Menéndez são dois irmãos que mataram seus pais milionários em 20 de agosto de 1989. José e Kitty Menéndez foram alvejados com vários disparos à queima-roupa em sua mansão em Beverly Hills.
Os irmãos, que tinham 21 e 18 anos na época, inicialmente disseram à polícia que encontraram os pais mortos ao chegarem em casa.
No entanto, foram julgados e condenados pelo parricídio.
Na época, os irmãos afirmaram que cometeram os assassinatos em legítima defesa, após anos de supostos abusos físicos, emocionais e sexuais.
O Ministério Público, por outro lado, argumentou que eles queriam matar os pais pela herança.
Eles foram sentenciados à prisão perpétua, sem possibilidade de liberdade condicional.
Uma “calúnia desalentadora”
Na prisão, e por meio de uma carta publicada no X (antigo Twitter) por sua esposa, Erik Menéndez questionou a produção no dia seguinte à sua estreia, afirmando que se trata de uma “calúnia desalentadora”.
“Eu achava que as mentiras e as representações tendenciosas que recriavam Lyle eram coisa do passado, que tinham criado uma caricatura de Lyle baseada em mentiras horríveis e descaradas e que agora voltam a abundar na série”, destacou.
“Só posso acreditar que fizeram isso de propósito. Com grande pesar, digo que acredito que Ryan Murphy [criador da série] não pode ser tão ingênuo e impreciso sobre os fatos de nossas vidas a ponto de fazer isso sem má intenção”, acrescentou o irmão mais novo.
“É triste para mim saber que a representação desonesta da Netflix das tragédias que cercam nosso crime fez com que as dolorosas verdades retrocedessem vários passos no tempo, para uma época em que a promotoria construiu uma narrativa baseada em um sistema de crenças segundo o qual homens não eram abusados sexualmente e que homens experienciavam o trauma da violação de maneira diferente das mulheres”, continuou.
“Essas mentiras horríveis foram desmentidas e expostas por inúmeras vítimas corajosas que superaram sua vergonha pessoal e falaram com coragem ao longo das últimas duas décadas”, disse Erik.
O drama da Netflix apresenta os assassinatos a partir de diferentes perspectivas e explora o que poderia ter levado os irmãos a matar os pais.
No entanto, a produção se esforça para mostrar as coisas do ponto de vista dos pais, algo que seus criadores afirmaram ter se baseado em uma pesquisa aprofundada.
O que diz o criador da série
Ganhador de um Oscar, Javier Bardem (à esquerda) interpreta o pai dos jovens na série da Netflix
Divulgação/Netflix
A série sobre a família Menéndez é uma continuação da controversa primeira temporada de Monstros sobre o serial killer americano Jeffrey Dahmer, que foi criticada em alguns setores por ser insensível.
Esses dramas foram idealizados por Ryan Murphy, diretor, roteirista e produtor por trás de séries como Glee, Pose, Vigilante, Feud, American Horror Story, Hollywood e Ratched, em parceria com Ian Brennan, com quem também criou Glee.
Em declarações à Entertainment Tonight, Murphy afirmou: “Acho interessante que tenham feito uma declaração sem ter assistido ao programa”.
“É realmente difícil, se se trata da sua vida, ver sua vida na tela”, reconheceu.
“O que me parece interessante, e que ele não menciona em sua declaração, é que, se você assistir ao programa, diria que 60-65% da nossa série se concentra no abuso e no que eles afirmam que aconteceu”, afirmou Murphy.
“Fazemos isso com muito cuidado e damos espaço para que eles contem sua versão, e falem abertamente sobre isso”, continuou.
No entanto, acrescentou Murphy, ele e sua equipe sentiram que era importante também mostrar as coisas do ponto de vista dos pais.
“Neste tempo em que as pessoas podem falar sobre abuso sexual, discutir e escrever sobre todos os pontos de vista pode ser controverso”, apontou.
“Houve quatro pessoas envolvidas, duas delas estão mortas. O que acontece com os pais? Como narradores, tínhamos a obrigação de tentar incluir sua perspectiva a partir da nossa pesquisa, e assim fizemos”, defendeu.
Com informações de Steven McIntosh, jornalista de entretenimento da BBC.
O caso dos irmãos que mataram os pais em Beverly Hills retratado em nova temporada da série ‘Monstros’ da Netflix
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