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Festas e Rodeios

Como audiolivros devem crescer ainda mais em 2024 e podem virar prioridade nas editoras

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Formato tem impulso com novas plataformas e iniciativas das editoras para produções de mais qualidade. Série de reportagens do g1 explica crescimento do mercado dos audiolivros. Audiolivros ganham espaço nos smartphones e nas editoras brasileiras
Arte/g1
Viola Davis levou um prêmio Grammy em 2023 na categoria melhor audiobook, ao narrar sua biografia “Em busca de mim”. Meryl Streep já emprestou a voz para os livros “Tom Lake”, de Ann Patchet, e “Amor é fogo”, de Nora Ephron. Matthew McConaughey, cuja autobiografia “Greenlights”, em livro físico, não foi lá muito bem no mercado, turbinou as vendas ao narrá-la em áudio.
Essas são iniciativas nos Estados Unidos, onde o mercado de audiolivros é consolidado, mas servem de exemplo para o Brasil, onde a onda deve crescer em 2024.
“Somos um país de não-leitores, que abraçou o podcast e as ferramentas que já estão no nosso bolso. É um mercado com muito potencial”, diz Marina Pastore, supervisora de produtos digitais da Companhia das Letras, responsável pelas áreas de produção e venda de e-books e audiolivros.
Nesta semana, o g1 publica uma série de reportagens sobre o crescimento do mercado dos audiolivros. Entenda como o formato pode cair no gosto do brasileiro e como as editoras estão investindo para atrais mais leitores.
Viola Davis discursa ao ganhar o Grammy em 2023
KEVORK DJANSEZIAN / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP
Segundo Sevani Matos, presidente da Câmara Brasileira do Livro, dos 13 mil títulos digitais lançados em 2022, 12% eram audiolivros. A parcela, apesar de pequena, é celebrada.
“Com esse aumento de oferta, nós conseguimos despertar o interesse para novos formatos. O livro físico sempre vai existir, mas você tem a opção do formato de e-book e de audiobook.”
A voz dos famosos
Os livros narrados por nomes famosos não chegam a ser novidade. Muita gente pode lembrar do Cid Moreira lendo trechos da Bíblia ou Ana Maria Braga narrando “O Segredo”. Para quem não tem ideia do que se trata, é simples: vozes conhecidas (ou não) gravam a narração de livros que se tornam CDs, fitas cassetes e, agora, áudios de streaming.
“Tivemos iniciativas frágeis nos anos 1980, 1990 e 2000, porque não tinha como viabilizar a operação comercialmente e não se tinha o hábito do leitor-ouvinte”, contextualiza Cassiano Elek Machado, diretor editorial do Grupo Editorial Record.
Em 2023, ‘Salmos’ (na voz de Cid Moreira) foi o áudio mais ouvido de um usuário do Spotify, porque a avó dele usou a conta na plataforma
Reprodução/Spotify/Guigo/X
Agora, com plataformas de streaming, eles estão nos celulares e as pessoas já se habituaram a ouvir conteúdos narrativos – como podcasts – enquanto fazem outras atividades.
A partir de 2018, ferramentas mais elaboradas focadas nos audiolivros e formaram uma primeira onda mais consistente para o desenvolvimento do mercado por aqui. São aplicativos como Ubook, Storytel, Skeelo e Tocalivros que oferecem títulos em áudio.
Outro impulso veio com a chegada da Audible, da Amazon, no Brasil, em outubro de 2023. A plataforma disponibiliza mais de 100 mil audiolivros, sendo 4 mil deles em português, dentro da assinatura (R$ 19,90). Outros 500 mil títulos podem ser comprados de forma avulsa.
“A entrada da Amazon na história tende a ser um ponto de inflexão. Primeiro pelo papel de liderança que a empresa já exerce em outros mercados, e, segundo, porque ela se consolidou de uma maneira marcante na área de venda de livros”, diz Cassiano, da Record.
“São empresas grandes com o poder de fazer divulgação do formato, que é onde temos dificuldade”, afirma Marina, da Companhia das Letras. “Temos muitos não-leitores, o brasileiro é consumidor de podcast e as plataformas já estão no nosso bolso. É um mercado que tem muito potencial.”
Audiolivros ganham espaço nas editoras
Celso Tavares/g1
O mercado, segundo os especialistas ouvidos pelo g1, está no início da sua formação. De acordo com a última pesquisa da Câmara Brasileira do Livro, os livros digitais (e-books e audiolivros) cresceram 15% de 2021 para 2022.
Dos 13 mil títulos digitais de 2022, 12% eram de audiolivros. “Com esse aumento de oferta, nós conseguimos despertar o interesse dos leitores para novos formatos. O livro físico sempre vai existir, mas hoje você tem a opção do formato e-book e audiobook”, diz Sevani, da Câmara Brasileira de Livros.
“O audiobook é uma ferramenta acessível às pessoas com alguma deficiência visual. Você aumenta o acervo para esse leitor e mais pessoas que tem interesse em consumir mais literatura.”
Sevani diz ainda que a instituição, que organiza o Prêmio Jabuti, um dos mais importantes da literatura nacional, acompanha o crescimento deste mercado de perto. Ele não descarta a inclusão de uma categoria voltada para audiolivros.
Como formar ouvintes?
Criança mexe em um smartphone enquanto ouve música com fones de ouvido; celular
Anne-Sophie Bost/AltoPress/PhotoAlto
O momento ainda é para formar leitores-ouvintes e a qualidade do produto pode ajudar nisso. “Se você nunca ouviu um audiolivro, escuta e é ruim, você nunca mais vai voltar”, diz Marina Pastore, da Companhia das letras. “Não deixa de ser uma forma de marketing: se o ouvinte gostar, ele pode se interessar em comprar o livro.”
Marina ainda lembra que para manter a qualidade é preciso mais investimento: produzir hoje um audiolivro sai caro. Além disso, não há dados suficientes para entender quais os gêneros que mais agrada o público.
“A primeira seleção de títulos [na editora] foi bem difícil, porque a gente não tinha nenhum parâmetro sobre o que o brasileiro queria ouvir”, diz Marina. O jeito foi se basear na lista de e-books mais vendidos. Segundo ela, o catálogo é diverso e “para testar”.
Com os custos mais altos do que a produção de um e-book, o movimento é encarado como um investimento a médio e longo prazo.
“Hoje é muito mais fácil converter um livro em e-book, porque o custo é mais baixo. Se você vender 30 ou 50 e-books, já cobriu praticamente o custo de transforar aquele arquivo em outro. Por isso, hoje, as editoras já convertem 95% até 100% dos títulos em e-book”, diz Cassiano, da Record.
Para os audiolivros, a conversão é mais complicada e vai além de escolher uma voz para fazer a leitura. Envolve pesquisa de pronúncias, sotaques e entonações. Às vezes, é preciso mais de uma voz para a narração, horas e horas dentro de um estúdio, correções, masterização… e tempo.
“Se surge qualquer dúvida durante a gravação precisa pesquisar: vamos atrás do autor, se for o caso, quando é um escritor de língua estrangeira, vamos atrás de alguém falante”, diz Marina. “Estava preparando ‘Judas’, do Amos Oz, que tem infinitos termos em hebraico e não tem como escalar ou acelerar a produção, tem que pesquisar termo por termo, e isso pode levar semanas.”
Os catálogos vão ficar maiores?
Estudante lê livro entre estantes de biblioteca da Universidade de São Paulo
Cecília Bastos/USP Imagens
A Companhia das Letras, segundo Marina, mantém uma equipe para tomar conta dessa produção. Eles trabalham com estúdios parceiros e acompanham desde a escolha do narrador até a masterização. “A gente tem mais ou menos como regra que cada sessão de gravação de três horas, conseguimos fazer trinta páginas de um livro médio.”
A empreitada na editora começou em 2018, com trinta títulos. Hoje, eles já estão com 210 audiolivros. “Comparado com o nosso catálogo de 6 mil livros, ainda é pouco, mas estamos trabalhando na produção.” Entre os projetos estão “Sapiens”, de Yuval Harari, narrado por Antônio Fagundes, e “Minha história”, de Michelle Obama, com Maju Coutinho. “É um baita investimento de marketing em cima disso para as pessoas saberem que existe.”
Outro desafio é saber em qual gênero de livro investir. Por enquanto, as editoras vão tateando com dados próprios. Na Record, já são 300 livros produzidos, sendo que mais de 100 foram feitos em 2023. Para 2024, a expectativa é aumentar para 150. A editora investiu em um estúdio próprio para esta produção.
“Virou uma etapa do trabalho de nós, editores de livros, acompanhar casting de voz. Além de escolher os textos, pensar na capa, precisa pensar nisso também”, diz Cassiano. “A gente ainda não sabe, mas é possível que o audiobook acabe funcionado como uma ferramenta de marketing.”
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João Gilberto é cantado no tempo de Bebel Gilberto em show que marca a estreia no Brasil de turnê internacional

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♫ NOTÍCIA
♪ Em abril do ano passado, Bebel Gilberto ainda nem havia lançado o álbum João quando, ao fazer show na cidade de São Paulo (SP), cantou o repertório do disco que somente chegaria ao mundo em 25 de agosto de 2023. Tudo fez sentido porque o propósito do show era promover a edição do álbum póstumo João Gilberto – Ao vivo no Sesc_1998, lançado em abril daquele ano de 2023.
Se o disco ao vivo trazia à tona gravação inédita de show feito pelo criador da bossa nova na mesma cidade de São Paulo (SP), o álbum de Bebel simbolizava declaração de amor da filha para o pai João Gilberto Prado Pereira de Oliveira (10 de junho de 1931 – 6 de julho de 2019) através da abordagem de 11 músicas do repertório irretocável do cantor.
No show feito em Sampa em abril de 2023, Bebel cantou essas músicas no formato de voz e violão. Depois que o álbum foi lançado, a cantora saiu em turnê internacional que, desde o segundo semestre de 2023, transitou por 30 países, totalizando mais de 60 apresentações do show João.
É essa turnê João que Bebel traz enfim ao Brasil no próximo fim de semana, com três apresentações agendadas no Teatro Paulo Autran, no Sesc Pinheiros, em São Paulo (SP), de 27 a 29 de setembro.
Desta vez, em vez do solitário violão, Bebel Gilberto terá o toque de banda formada pelos músicos Bernardo Bosisio (violão e guitarra), Dennis Bulhões (bateria e percussão) e Didi Gutman (piano, teclados e programações).
Sob direção de Talita Miranda, a cantora dará voz a músicas como Adeus, América (Geraldo Jacques e Haroldo Barbosa, 1948), Caminhos cruzados (Antonio Carlos Jobim e Newton Mendonça, 1958), Desafinado (Antonio Carlos Jobim e Newton Mendonça, 1959), O pato (Jayme Silva e Neusa Teixeira, 1960) e Você e eu (Carlos Lyra e Vinicius de Moraes, 1961).

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Homem destrói escultura de Ai Weiwei em exposição na Itália

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A obra Porcelain Cube fazia parte da exibição ‘Who am I?’ e o curador da mostra descreveu o ato como ‘imprudente e sem sentido’. Um homem tcheco de 57 anos foi preso. Escultura chinesa de Ai Weiwei é destruída
OperaLaboratori via AP
Um homem destruiu a escultura Porcelain Cube, do artista chinês Ai Weiwei, durante uma exposição no Palazzo Fava, em Bologna, norte da Itália. De acordo com informações da AP, Arturo Galansino, curador da mostra, descreveu o ato como “imprudente e sem sentido”.
Porcelain Cube fazia parte da exposição “Who am I?”, que será inaugurada no sábado (28). A imprensa italiana afirmou que polícia prendeu um homem tcheco de 57 anos, que disse ser artista. Ele é conhecido por ter como alvo obras de artes importantes. Ainda de acordo com a agência, não está claro como o homem conseguiu acesso ao evento na sexta (20), que era apenas para convidados.
Conforme desejo do artista, os fragmentos da obra foram cobertos com um pano e retirados. Eles serão substituídos por uma impressão em tamanho real e uma etiqueta explicando o que aconteceu. Ai Weiwei divulgou nas redes sociais imagens da câmera de segurança que mostram o momento em que a obra foi destruída.
“O ato de vandalismo contra a obra ‘Porcelain Cube’ de Ai Weiwei é ainda mais chocante quando consideramos que várias das obras expostas exploram o próprio tema da destruição”, disse o curador da exposição Arturo Galansino.
Escultura chinesa de Ai Weiwei
OperaLaboratori via AP
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Vestido usado por Ana Castela no Rock in Rio tem 2,5 kg de pedraria e levou 120 horas para ser bordado

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Estilista desenhou e bordou à mão a peça, integrando referências da carreira da cantora. Vestido foi feito com exclusividade para cantora usar no festival. Ana Castela no Rock in Rio
Leo Franco/AgNews
Ana Castela fez sua estreia no palco do Rock in Rio usando um vestido preto todo bordado à mão e feito exclusivamente para cantora vestir no evento.
Questionando se aquele era o palco que a Katy Perry havia pisado, Ana desfilou pela passarela com o tubinho de alcinha preto coberto por quase 2,5 quilos de pedrarias.
A cantora foi uma das convidadas por Chitãozinho e Xoxoró para o show Pra Sempre Sertanejo, no sábado (21).
Para o evento especial, a stylist da cantora, Maria Augusta Sant’Anna, procurou a marca Hisha, que traz peças bordadas por mulheres mineiras.
A estilista Giovanna Resende foi a responsável por criar a peça, desenhando à mão alguns elementos que fazem referências à carreira da cantora, como o cavalo gigante usado por Ana na gravação de seu primeiro DVD. A guitarra do Rock in Rio, notas musicais, natureza e ferradura completaram a peça.
Segundo a assessoria da cantora, as bordadeiras levaram 120 horas para finalizar a peça.
No palco, Ana cantou “Sinônimos” com Chitãozinho e Xororó, além de um trechinho de seus hits “Nosso Quadro”, “Solteiro Forçado” e “Pipoco”.
Vestido usado por Ana Castela no Rock in Rio
Divulgação
Show Pra Sempre Sertanejo
Entre os shows que já aconteceram no Rock in Rio 2024, poucos tiveram tanto engajamento do público quanto um bloco de apresentações dedicado ao sertanejo no sábado (21), penúltimo dia do evento. Contra a resistência de parte dos frequentadores — especialmente de uma parcela roqueira mais conservadora –, o estilo fez sua estreia no festival, após 40 anos de espera.
E foi uma estreia gloriosa. Para tornar o som mais palatável para quem não gostou da ideia, a organização escalou a Orquestra Heliópolis para criar os arranjos. O verdadeiro acerto, porém, foi a escolha de Chitãozinho e Xororó para conduzir o roteiro de performances e guiar a plateia. No universo sertanejo, a dupla desperta idolatria do nível de rockstars.
Chitãozinho e Xororó
Miguel Folco/g1
A ideia de incluir o sertanejo no Rock in Rio começou a tomar forma durante a edição de 2022. Roberto Medina, idealizador do festival, passou a sinalizar em entrevistas o desejo de escalar nomes do ritmo no line-up de 2024, citando nominalmente o cantor Luan Santana. Ele é conhecido pela megaprodução de seus shows.
Em entrevista ao g1 em setembro de 2022, o próprio Luan disse que seria “uma honra” se apresentar no evento. Mas ele não apareceu no palco.
Com um compromisso marcado em Santa Catarina na mesma noite, Luan cancelou de última hora a participação no show e citou como motivo um atraso na programação deste sábado. O bloco sertanejo começou cerca de uma hora e meia depois do horário inicialmente previsto.
Simone Mendes, Junior e Cabal foram outras participações no show.
Leia crítica completa do show.
Chitãozinho, Xororó e Ana Castela falam sobre a estreia do sertanejo no Rock in Rio

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