Connect with us

Festas e Rodeios

Museus deveriam exibir restos mortais humanos?

Published

on

Em meio a crescentes controvérsias, museus estudam o que fazer com objetos adquiridos na era colonial. Mas como devem ser tratados os restos humanos? Indígenas maori e moriori da Nova Zelândia receberam restos humanos ancestrais devolvidos pelo Museu de História Natural de Viena, na Áustria
Getty Images via BBC
No final do século 19, os colonizadores europeus continuavam se intrometendo na terra do povo bunuba, onde hoje fica a Austrália Ocidental.
Foi quando Jandamarra se tornou uma lenda como líder da resistência local.
A polícia colonial o procurou por três anos, até contratar um rastreador aborígene para encontrá-lo.
A polícia matou Jandamarra a tiros e o degolou em 1897. Ele tinha cerca de 24 anos de idade.
Seu crânio foi enviado como troféu colonial para o museu particular de uma fábrica de armas em Birmingham, no Reino Unido. Mas a fábrica foi demolida nos anos 1960 e o crânio de Jandamarra desapareceu.
Os anciões bunubas e pesquisadores vêm tentando encontrar o crânio do célebre combatente da liberdade há décadas, mas seu paradeiro é desconhecido até hoje. Jandamarra se tornou uma figura reverenciada entre os bunubas.
Museus de todo o mundo abrigam os restos físicos de inúmeras outras pessoas – e muitas delas são anônimas.
Os museus vêm avaliando cada vez mais sua responsabilidade pela exibição ou manutenção desses restos. Em alguns casos, eles consideram a possibilidade de devolvê-los, já que os descendentes das suas comunidades, entre outros interessados, passaram a pedir tratamento mais digno dos restos humanos.
LEIA TAMBÉM:
O que não dizer a alguém com câncer e outros conselhos de uma sobrevivente
O que conta como restos humanos
A definição de restos humanos nos museus – e o próprio uso da expressão “restos humanos” – não é claramente estabelecida.
No Reino Unido, por exemplo, a Lei do Tecido Humano não se aplica às unhas e aos cabelos. Ela também só exige consentimento de uso de restos humanos de pessoas que morreram nos últimos 100 anos.
Mas alguns museus britânicos adotam uma definição mais ampla. E os padrões internacionais também são variáveis.
Quando o Grupo de Trabalho sobre Restos Humanos da Associação Alemã de Museus redigiu suas primeiras orientações, em 2013, “para as nossas recomendações, realmente não importava se uma pessoa morreu 100 ou 1 mil anos atrás”, afirma a etnóloga Wiebke Ahrndt, presidente do grupo de trabalho.
Os restos humanos foram definidos como todos os restos físicos de Homo sapiens, incluindo cabelos, dentes ou unhas, que podem não ter ficado unidos à pessoa no momento da coleta.
Ahrndt explica que certos itens foram excluídos por razões práticas, como objetos de túmulos e fotografias de seres humanos, mesmo que, para algumas culturas, estes itens também tragam significado especial.
Foi por isso que o Museu Nacional da Escócia retirou todas as imagens de restos humanos (não embalados) do seu banco de dados online.
Muitas instituições pelo mundo iniciaram o processo de descolonização das suas exibições, como o Museu Pitt Rivers, no Reino Unido
Getty Images via BBC
Culturas diferentes também mantêm diferentes crenças sobre como tratar os restos humanos. Ahrndt menciona os exemplos de instrumentos musicais tibetanos feitos com ossos humanos e crânios incrustados em objetos religiosos, nas tradições vodu do Haiti.
Mas, em muitas tradições culturais, separar ou remover partes do corpo é algo profundamente negativo.
Outra questão discutida é se é aceitável exibir corpos humanos, se estiverem totalmente embalados.
Um bom exemplo são as múmias egípcias, muitas vezes “observadas mais como artefatos do que como pessoas”, segundo o curador Lewis McNaught, que já trabalhou no Departamento de Antiguidades Egípcias do Museu Britânico.
Embora as múmias sejam antigas e, muitas vezes, não tenham partes do corpo expostas, sua exibição é um objeto de discussão permanente.
A exibição continua tratando esses seres humanos como objetos, sem aumentar a verdadeira compreensão do público.
A BBC entrou em contato com o Museu Britânico pedindo comentários, mas não houve resposta até a publicação desta reportagem.
Mudança de comportamento
O advogado Edward Halealoha Ayau defende há 35 anos a repatriação de ancestrais nativos do Havaí que se encontram em instituições culturais.
Quando ele e seus colegas começaram seu trabalho, os museus que exibem restos humanos não consideravam a questão ética envolvida.
Mas uma imensa mudança ocorreu desde então, segundo Ayau.
Para ele, “houve uma [mudança da] maturidade de opiniões em relação aos restos humanos”.
Wiebke Ahrndt é diretora do Museu Ultramarino de Bremen, na Alemanha. Quando ela chegou à instituição, 20 anos atrás, cabeças encolhidas da América do Sul eram exibidas sem explicação, nem respeito pela sua condição sensível.
Ahrndt teve a impressão de que as cabeças estavam ali apenas como espetáculo. Elas foram “a primeira coisa que coloquei no depósito”.
Depois, foi a vez da coleção de múmias peruanas com crânios visíveis. O museu expôs suas razões para deixar de exibir aqueles restos humanos e não houve contestação.
Alguns museus receiam que essas medidas levem a um perigoso caminho de questionamento e renúncia de objetos, que poderia acabar praticamente esvaziando suas coleções. Mas esta certamente não foi a experiência do Museu Ultramarino, segundo Ahrndt.
E sua nova política sobre os restos humanos não prejudicou a quantidade de visitantes, nem o financiamento do museu, segundo ela.
Agora, em meio a discussões sobre responsabilidades e legados coloniais, existe ainda mais pressão do público e da imprensa alemã para acelerar a repatriação de restos humanos adquiridos em contextos coloniais.
“O que percebemos na última década é que o comportamento dos visitantes em relação ao material sensível mudou”, afirma Ahrndt.
O Museu Americano de História Natural anunciou que irá retirar todos os restos humanos hoje em exposição. Instituição vai rever procedimentos de repatriação
Getty Images via BBC
Os visitantes atuais dos museus às vezes não compreendem por que a repatriação pode levar tanto tempo.
É verdade que alguns museus usaram brechas legais para retardar o processo.
Mas, em outros casos, é preciso mais tempo para respeitar os processos de tomada de decisão dos grupos originários.
Ahrndt explica que as comunidades de origem enfrentam decisões emocionais muito complexas sobre o que fazer com os restos devolvidos.
Um exemplo é o de duas cabeças maori tatuadas, chamadas Toi moko, oferecidas pelo Museu Ultramarino em 1999 para o Museu Te Papa Tongarewa, em Wellington, na Nova Zelândia. Elas foram entregues somente em 2006.
Uma consideração importante em relação aos restos humanos nos museus é a forma em que eles entraram na coleção.
Ahrndt acredita que eles não devam ser apresentados ao público de nenhuma forma, quando foram sabidamente adquiridos ilegalmente ou de forma antiética.
No caso do Museu Ultramarino de Bremen, os restos humanos repatriados não foram coletados inicialmente de boa-fé.
“Eles foram contra a vontade das pessoas”, conta Ahrndt. “Eles foram roubados, foram desenterrados na calada da noite.”
Na opinião de Ayau, como é impossível presumir o consentimento, os museus têm a responsabilidade de nunca exibir pessoas mortas.
Ele relembra que, quando nossos familiares morrem, por exemplo, eles não são enterrados com a intenção de que, um dia, sejam colocados em exposição pública.
Atualmente, existe também maior questionamento sobre o real valor científico ou acadêmico de se manter restos humanos.
E, nos casos em que possa haver algum argumento em favor do mérito científico, ele é cada vez mais ponderado em relação a outras questões, como a dignidade da pessoa e os desejos da comunidade de origem.
Muitos dos corpos humanos em museus ocidentais acabaram ali como justificativa para o colonialismo e o racismo científico. Os exemplos são numerosos e incluem incidentes até do início do século 20.
Na Suécia, as mulheres dos povos tradicionais sâmi foram esterilizadas à força. Foram também realizadas pesquisas eugênicas. Com isso, ossos e crânios sâmis permanecem guardados em diversos museus do país.
Restos humanos também foram retirados das colônias alemãs e transportados para museus, na falsa crença de que eles demonstrariam a superioridade branca.
No início do século 20, um antropólogo do Museu Nacional de História Natural (NMNH, na sigla em inglês) de Washington DC, nos Estados Unidos, coletou centenas de partes do corpo de pessoas pobres e vulneráveis dos Estados Unidos e do exterior, para o que ele chamou de “coleção de cérebros raciais” e “coleção racial de pélvis”.
Um representante do Instituto Smithsonian, administrador do NMNH, fez a seguinte declaração à BBC:
“O Instituto Smithsonian vem devolvendo restos humanos desde 1984. Desde então, nos concentramos em devolver restos de povos originários, segundo a Lei do Museu Nacional do Indígena Americano de 1989. Em 2024, nosso foco são os restos que não são de povos originários”, declarou o representante.
“Em maio do ano passado, o Smithsonian indicou 13 membros para sua força-tarefa sobre restos humanos, dedicada a elaborar recomendações que abordem o futuro da coleção de restos humanos do Instituto. A força-tarefa está em fase final de elaboração das suas recomendações para a Secretaria, que irá emitir uma política revisada sobre restos humanos nos próximos seis a 12 meses.”
Até 2020, o Museu Pitt Rivers em Oxfordshire, no Reino Unido, mantinha em exposição tsantsa sul-americanas – às vezes denominadas cabeças encolhidas.
Lewis McNaught é o editor do website sobre restituição cultural Returning Heritage. Ele descreve a instituição como tendo sido um “museu com ambiente muito vitoriano” no passado.
O museu já retirou de exibição 120 restos humanos, incluindo as tsantsa.
Elas podem ter vindo originalmente de três povos jívaros, incluindo o grupo étnico shuar, originário da região amazônica do Peru e do Equador.
Segundo o website do Museu Pitt Rivers, “a decisão de retirar as tsantsa da exibição pública foi tomada porque se percebeu que a forma da exposição não ajudava suficientemente os visitantes a compreenderem as práticas culturais relativas à sua elaboração, levando as pessoas a pensar na cultura shuar de formas racistas e estereotipadas”.
É claro que muitos museus adquiriram partes humanas sob premissas pseudocientíficas. Mas alguns defendem que existem razões cientificamente válidas para continuar a exibi-las.
O Museu Britânico, por exemplo, mantém em exibição os delicados ossos de uma criança do antigo Egito, portadora do transtorno genético conhecido como osteogenesis imperfecta (“ossos de vidro”). Perto deles, uma placa aborda a importância dos restos humanos para o estudo de doenças antigas.
Já o Museu de História Natural do Reino Unido permanece aberto a receber restos humanos. A instituição defende, por exemplo, que as assinaturas químicas dos ossos e dentes podem ajudar a esclarecer movimentos populacionais do passado.
Análises de esqueletos também podem ajudar a aprimorar as técnicas de identificação usadas pelos antropólogos forenses.
E alguns curadores acreditam que avanços tecnológicos futuros podem trazer mais aplicações científicas para as partes do corpo que se encontram em museus hoje em dia.
Um representante do Museu de História Natural afirmou que “a Lei do Tecido Humano de 2004 exige o consentimento das pessoas cujos restos são objeto de pesquisa, caso elas tenham morrido nos últimos 100 anos. E as propostas de exibição pública de restos são sujeitas a aprovação, depois de consideradas as questões legais, normativas, éticas e outras relevantes.”
Uma solução é retirar uma exibição humana controversa da visão do público, mas manter os restos no depósito para possível uso científico.
McNaught é cético sobre os argumentos em favor da manutenção indefinida dos corpos, já que é possível retirar amostras de DNA para que o corpo possa ser respeitosamente devolvido ou enterrado.
Mas nem todos concordam com este procedimento.
O Museu Hunteriano de Londres guarda na sua coleção os restos de Charles Byrne (1761-1783), um homem irlandês com gigantismo.
Conta-se que, antes da morte, Byrne fez de tudo para evitar que seu corpo fosse comprado por anatomistas. Até que veio a intervenção do cirurgião John Hunter (1737-1821), que originou o nome do museu.
Os restos de Byrne foram retirados de exibição antes que o museu reabrisse em 2023, depois de uma reforma.
Segundo o website da instituição, o esqueleto “ficará retido como parte integrante da Coleção Hunteriana e estará disponível para pesquisas de boa-fé sobre as condições da acromegalia e gigantismo”.
Como tratar restos humanos com dignidade
“Passou realmente a ser prática comum analisar e considerar a devolução de restos humanos”, segundo McNaught.
Esta prática ganhou mais terreno em alguns países ocidentais que, na visão de McNaught, têm muito mais visibilidade, devido à escala da pilhagem e retirada de restos humanos ocorrida no passado. Mas este é um desafio maior em algumas das antigas potências coloniais do oeste europeu.
A legislação francesa, por exemplo, historicamente dificulta a devolução de parte das coleções das instituições públicas.
Na experiência de Ayau ao buscar a repatriação dos ancestrais nativos havaianos, “o país provavelmente mais difícil é a França”.
Espera-se que mudanças recentes da legislação possam acelerar este processo.
As coleções de muitos museus ocidentais foram determinadas pelo colonialismo
Getty Images via BBC
Além disso, alguns museus enfrentam dificuldades com sua própria catalogação e registros, o que pode complicar a situação.
“Existem ainda muitos restos humanos em coleções públicas que não conseguimos sequer identificar de onde vieram, que dirá devolvê-los à sua terra de origem”, explica McNaught.
“Acho que ainda estamos arranhando a superfície.”
De fato, sobre o rastreamento de restos ancestrais, Ayau comenta que “sempre que achamos que acabou, descobrimos mais”.
Devoluções emotivas
Quando realmente acontece alguma devolução de restos humanos, ela pode ser uma forma de curar feridas ou de reconciliação.
Ayau já viu este processo despertar fortes emoções entre os representantes de museus e não só nas comunidades de origem.
“A emoção da repatriação causa impactos a todos”, ele conta.
As cerimônias públicas de devolução do Museu Ultramarino incluem a assinatura dos documentos oficiais da entrega e do “Livro de Ouro” histórico, na prefeitura de Bremen. Já houve pedidos de desculpas de Ahrndt, como diretora do museu, e do prefeito da cidade.
“Eles levaram a reconciliação muito a sério”, relembra Ayau sobre a cerimônia da qual ele participou, que foi transmitida ao vivo. “Foi um grande exemplo para os demais.”
Esse tipo de pedido de desculpas não é algo difícil para Ahrndt.
“A questão foi mais sobre o que realmente ocorreu em seguida.”
Idealmente, a repatriação não é o fim do relacionamento entre os museus e as comunidades de descendentes.
Em 2017, por exemplo, após a devolução de restos maori e moriori pelo Museu Ultramarino, os parceiros da Nova Zelândia expressaram o desejo de trabalhar em projetos culturais conjuntos no futuro.
Ahrndt concordou, mas não achava provável, devido a limitações financeiras.
Mas, cinco anos depois, o Museu Ultramarino conseguiu financiamento para uma nova exibição em parceria com o Museu da Nova Zelândia, Te Papa Tongarewa.
“Foi muito tocante para os dois lados”, relembra Ahrndt. “Agora, posso dizer, cinco anos depois, que a repatriação não é o fim. Na verdade, é o começo de algo novo.”
O Museu Ultramarino de Bremen continua exibindo múmias egípcias enfaixadas. No momento, suas cabeças encolhidas da América do Sul permanecem no depósito, onde ficam disponíveis para pesquisadores com fortes razões científicas para terem acesso a elas.
Para Ahrndt, é preciso ter uma boa razão para exibir pessoas.
“Você deve sempre pensar: ‘eu conseguiria contar minha história sem os restos humanos?'”
Esta situação está em constante mutação. Em meio às contínuas controvérsias, o Museu Britânico e o Instituto Smithsoniano estão agora revendo suas políticas sobre restos humanos.
“Daqui a dois anos, os colegas virão dizer que precisamos de novas orientações e outra geração irá depois reescrevê-las por completo”, afirma Ahrndt. “Tenho certeza absoluta disso.”
Para manter sua relevância, os museus estão em constante mutação, seguindo a evolução da ciência e da sociedade.
Para McNaught, “estamos em um período de transição entre o museu colonial antigo, que foi construído para celebrar a nossa história colonial e trazia troféus da Índia, da África e de outros lugares, e o museu do futuro, onde não haverá restos humanos em exibição.”
Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Future.

Continue Reading
Click to comment

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Festas e Rodeios

Vestido usado por Ana Castela no Rock in Rio tem 2,5 kg de pedraria e levou 120 horas para ser bordado

Published

on

By

Estilista desenhou e bordou à mão a peça, integrando referências da carreira da cantora. Vestido foi feito com exclusividade para cantora usar no festival. Ana Castela no Rock in Rio
Leo Franco/AgNews
Ana Castela fez sua estreia no palco do Rock in Rio usando um vestido preto todo bordado à mão e feito exclusivamente para cantora vestir no evento.
Questionando se aquele era o palco que a Katy Perry havia pisado, Ana desfilou pela passarela com o tubinho de alcinha preto coberto por quase 2,5 quilos de pedrarias.
A cantora foi uma das convidadas por Chitãozinho e Xoxoró para o show Pra Sempre Sertanejo, no sábado (21).
Para o evento especial, a stylist da cantora, Maria Augusta Sant’Anna, procurou a marca Hisha, que traz peças bordadas por mulheres mineiras.
A estilista Giovanna Resende foi a responsável por criar a peça, desenhando à mão alguns elementos que fazem referências à carreira da cantora, como o cavalo gigante usado por Ana na gravação de seu primeiro DVD. A guitarra do Rock in Rio, notas musicais, natureza e ferradura completaram a peça.
Segundo a assessoria da cantora, as bordadeiras levaram 120 horas para finalizar a peça.
No palco, Ana cantou “Sinônimos” com Chitãozinho e Xororó, além de um trechinho de seus hits “Nosso Quadro”, “Solteiro Forçado” e “Pipoco”.
Vestido usado por Ana Castela no Rock in Rio
Divulgação
Show Pra Sempre Sertanejo
Entre os shows que já aconteceram no Rock in Rio 2024, poucos tiveram tanto engajamento do público quanto um bloco de apresentações dedicado ao sertanejo no sábado (21), penúltimo dia do evento. Contra a resistência de parte dos frequentadores — especialmente de uma parcela roqueira mais conservadora –, o estilo fez sua estreia no festival, após 40 anos de espera.
E foi uma estreia gloriosa. Para tornar o som mais palatável para quem não gostou da ideia, a organização escalou a Orquestra Heliópolis para criar os arranjos. O verdadeiro acerto, porém, foi a escolha de Chitãozinho e Xororó para conduzir o roteiro de performances e guiar a plateia. No universo sertanejo, a dupla desperta idolatria do nível de rockstars.
Chitãozinho e Xororó
Miguel Folco/g1
A ideia de incluir o sertanejo no Rock in Rio começou a tomar forma durante a edição de 2022. Roberto Medina, idealizador do festival, passou a sinalizar em entrevistas o desejo de escalar nomes do ritmo no line-up de 2024, citando nominalmente o cantor Luan Santana. Ele é conhecido pela megaprodução de seus shows.
Em entrevista ao g1 em setembro de 2022, o próprio Luan disse que seria “uma honra” se apresentar no evento. Mas ele não apareceu no palco.
Com um compromisso marcado em Santa Catarina na mesma noite, Luan cancelou de última hora a participação no show e citou como motivo um atraso na programação deste sábado. O bloco sertanejo começou cerca de uma hora e meia depois do horário inicialmente previsto.
Simone Mendes, Junior e Cabal foram outras participações no show.
Leia crítica completa do show.
Chitãozinho, Xororó e Ana Castela falam sobre a estreia do sertanejo no Rock in Rio

Continue Reading

Festas e Rodeios

‘Friends’: 30 números explicam o sucesso da série após 30 anos

Published

on

By

Milhões de dólares em transações comerciais ainda hoje, maior audiência do ano em 2004 e outras cifras e curiosidades ajudam a entender tamanho da série. Elenco de ‘Friends’
Divulgação
“Friends” terminou há 20 anos, mas ainda rende milhões de dólares, disputas comerciais e até estreia nos cinemas marcada para o fim do mês.
Na semana em que a série comemora 30 anos de seu lançamento, o G1 reuniu valores, conquistas e curiosidades para explicar o sucesso da série.
US$ 22,5 mil
Ainda não muito conhecidos, os seis atores recebiam esse valor por episódio na primeira temporada.
US$ 1 milhão
Era o valor recebido por cada protagonista por episódio na última temporada. Liderados por David Schwimmer, o elenco travou ao longo dos anos uma batalha para que todos fossem pagos igualmente.
US$ 1,4 bilhão
É o valor gerado pela série para seus seis astros e três criadores desde sua estreia, em 1994, uma estimativa feita pela revista “Forbes” em 2021.
US$ 4,8 bilhões
É o quanto “Friends” gerou para sua produtora, a Warner Bros. Television, em diversos licenciamentos de exibição para inúmeros canais ao redor do mundo, ainda segundo a “Forbes”. O número não leva em consideração a venda de DVDs e mídias físicas.
22 milhões
De espectadores assistiram ao primeiro episódio de “Friends” nos estados Unidos em 22 de setembro de 1994.
52,5 milhões
De pessoas assistiram ao episódio final da série nos Estados Unidos em 6 de maio de 2004.
4º final mais assistido
Com a audiência, a finale da série se tornou o quarto episódio de despedida mais visto da TV americana até aquele ano. Ficou atrás apenas dos de de “MASH”, “Cheers” e “Seinfeld”.
6 vitórias no Emmy
Das 62 indicações acumuladas ao longo dos 10 anos em que ficou no ar, “Friends” venceu em seis delas:
Melhor diretor de comédia (1996)
Melhor atriz coadjuvante (1998) – Lisa Kudrow
Melhor ator convidado (2000) – Bruce Willis
Melhor atriz em série de comédia (2002) – Jennifer Aniston
Melhor série de comédia (2002)
Melhor atriz convidada (2003) – Christina Applegate
1 Globo de ouro
Jennifer Aniston venceu o Globo de ouro de melhor atriz de comédia em 2003. A série recebeu outras nove indicações: cinco a melhor série de comédia, duas de melhor ator para Matt LeBlanc e duas a melhor atriz, para Jennifer e Lisa Kudrow.
8,9/10
É a nota de avaliação da série no site IMDB, que serve de base de dados de filmes e séries.
US$ 100 milhões
Foi o preço que a Netflix pagou à Warner Media em 2018 para manter “Friends” no catálogo.
US$ 425 milhões
É o valor que a WarnerMedia pagou para readquirir os direitos de Friends por cinco anos. A série é exclusiva da Max desde 2020.
236
É o número de episódios da série. Todos os atores do sexteto aparecem em todos os episódios.
5.280 minutos
Com cerca de 22 minutos por episódio, a série somou o equivalente a 88 horas.
T4E12
“Aquele com os embriões”, 12º episódio da quarta temporada, é considerado pela publicação “TV Guide” como o melhor da série.
28 diretores
Os 236 episódios foram divididos entre 28 diretores diferentes, incluindo David Schwimmer, com 10 episódios sob sua direção. Dos 28, seis eram mulheres, que somaram 22 episódios: Gail Mancuso, Dana Piazza, Pamela Fryman, Arlene Sanford, Ellen Gittelsohn e Mary Kay Place.
51 roteiristas
Marta Kauffman e David Crane são os criadores da série e roteiristas dos 236 episódios . Mas eles dividem os roteiros de alguns com outros 49 profissionais. O mais frequente foi Adam Chase, que ajudou a escrever 31 episódios, de 1994 a 2000.
149 participações
Gunther (James Michael Tyler) foi o coadjuvante que mais participou da série, com aparições em 149 episódios. Ele ganha de lavada dos demais: o segundo colocado é Jack Geller (Elliott Gould), com 22 episódios.
1 spin-off
Pelo menos para Joey (Matt LeBlanc), a história da série não acabou em 2004. Ele ganhou um seriado derivado, dedicado à vida do personagens. Durou apenas duas temporadas.
90 Bedford St, New York, NY 10014
É o endereço do prédio de Mônica, Rachel, Joey e Chandler.
Sete irmãs
Joey Tribianni é o homem solitário em uma família com sete irmãs: Veronica, Mary Angela, Mary Therese, Gina, Dina, Tina e Cookie.
Cole Sprouse em ‘Friends’, no papel de Ben, filho de Ross (David Schwimmer)
Divulgação
3 Bens
Ben é filho fofo de Ross e Carol e foi interpretado por três atores. Os gêmeos Charles Thomas Allen e John Christopher Allen interpretaram o menino entre 1996 e 1999. De 2000 a 2002, o papel ficou com Cole Sprouse.
Mais de 40
“Smelly cat” é um clássico, mas Phoebe Buffay cantou mais de 40 músicas ao longo das 10 temporadas.
10 vencedores de Oscar
Entre as centenas de atores que participaram da série, nove são ganhadores de Oscar: Charlton Heston, Sean Penn, Susan Sarandon, Helen Hunt, Julia Roberts, Reese Witherspoon, Robin Williams, George Clooney, Jim Rash, Gary Oldman e Brad Pitt.
3 dias
Foi o tempo necessário para Marta Kauffman e David Crane escreverem o piloto.
18
Número de namoradas ou “casos de uma noite” de Ross.
12
Em 2019, para comemorar os 25 anos da série, 12 episódios foram exibidos em cinemas nos Estados Unidos. O especial foi batizado de “Friends 25th: The One With The Anniversary”.
2021
A série ganhou um episódio especial que reuniu o elenco em 2021. “Friends: The Reunion” contou com os seis amigos originais, os criadores, alguns atores regulares e uma longa lista de participações especiais.
US$ 5 milhões
É quanto cada um dos atores do sexteto recebeu para a reunião, de acordo com a “Forbes”.

A série saltou para o topo da lista de séries mais assistidas nos Estados Unidos em 2023, após a morte de Matthew Perry, aos 54 anos.
Jennifer Aniston, Courteney Cox, Matthew Perry, Lisa Kudrow, David Schwimmer e Matt LeBlanc em cena do especial de ‘Friends’
Divulgação

Continue Reading

Festas e Rodeios

Silva soa redundante ao reciclar na ‘Encantado session’ músicas do álbum que lançou há apenas quatro meses

Published

on

By

A única novidade do registro audiovisual é o cover cool de ‘Fim de sonho’, canção de João Donato. O cantor Silva posa para o irmão, Lucas Silva, na sessão gravada no Estúdio Rocinante com os músicos do show da turnê ‘Encantado’
Lucas Silva / Divulgação
♫ COMENTÁRIO
♩ Ok, o sexto álbum gravado por Silva em estúdio com repertório autoral, Encantado, lançado em 23 de maio, é excelente e merecia ter obtido maior repercussão. Mas nada justifica a reciclagem de seis das 16 músicas do disco em gravação audiovisual intitulada Encantado session e apresentada nesta terça-feira, 24 de setembro, no canal oficial de Silva no YouTube. Afinal, o álbum Encantado foi lançado há apenas quatro meses.
Mas o fato é que o cantor, compositor e multi-instrumentista capixaba arregimentou os quatro músicos que tocam com Silva no show da corrente turnê Encantado – Bruno Buarque (bateria), Gabriel Ruy (guitarra e percussão), Hugo Maciel (baixo e sintetizador) e Rômulo Quinelato (guitarra, violão e sintetizador) – e entrou no estúdio da gravadora Rocinante em Petrópólis (RJ), cidade da região serrana do estado do Rio de Janeiro, para regravar canções como Copo d’ água, Girassóis, Gosto de você, Já era e Risquei você.
Feitos sob a direção musical do próprio Silva (piano, violão e sintetizador), os takes foram captados ao vivo e, de acordo com o artista, chegam hoje ao mundo sem retoques. A questão é que registros como o da balada Vou falar de novo, calcada no piano de Silva, soam redundantes.
Fora do repertório do álbum Encantado, composto por Silva em parceria com o irmão Lucas Silva, entraram no roteiro da Encantado session o sucesso Fica tudo bem (2018) e um cover cool de Fim de sonho (1973), parceria de João Donato (1934 – 2023) com João Carlos Pádua apresentada por Donato no álbum Quem é quem (1973).
Única novidade da gravação, a abordagem da canção se justifica na sessão de estúdio porque Silva dedicou a Donato o álbum Encantado. De todo modo, volta a questão: Silva e o mundo precisavam mesmo dessa Encantado session?
Silva lança hoje, 24 de setembro, o registro audiovisual intitulado ‘Encantado session’ com takes ao vivo de oito músicas gravadas em Petrópolis (RJ)
Lucas Silva / Divulgação

Continue Reading

Trending

Copyright © 2017 Zox News Theme. Theme by MVP Themes, powered by WordPress.