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Festas e Rodeios

O 1º astro do reggaeton a cantar pegação e amor entre homens: ‘Quem não quiser ouvir não ouve’

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Ao g1, La Cruz diz querer dar visibilidade para comunidade LGBT+. ‘Eu dançava as músicas, mas não havia ninguém para dizer exatamente como eu me sentia’, diz cantor venezuelano. La Cruz, cantor venezuelano de reggaeton
Reprodução/Instagram do cantor
No clipe de “Te Conocí Bailando”, Alfonso La Cruz dança e canta cercado por seis homens de regata. No vídeo de “Quítate la ropa”, o cantor venezuelano de 28 anos imita um lutador de boxe, enquanto seis homens sem camisa se contorcem apoiados nas cordas do ringue.
Cenas assim são comuns no canal deste astro do reggaeton, que passou pelo reality show espanhol “Operación Triunfo” e começa a despontar na cena da música pop dançante cantada em espanhol.
Ao g1, La Cruz diz que seu grande objetivo é dar visibilidade para comunidade LGBT+. Para isso, tomou para si a missão de ser o primeiro astro do reggaeton a cantar pegação e amor entre homens. “É um gênero sexista e que muitas coisas precisam mudar”, ele opina.
Leia abaixo os principais trechos da entrevista de La Cruz ao g1.
g1 – Como foi se mudar para Madri e por que decidiu fazer isso?
La Cruz – Tomei a decisão quando tinha uns 19 anos. Eu estava no meio do curso universitário e, sinceramente, tinha muitas dúvidas sobre meu futuro no país. Tinha sido assaltado, algo bem complicado… Naquele momento, eu disse pra mim mesmo: “Não, eu preciso sair da Venezuela e continuar lutando pelos meus sonhos lá de fora”.
g1 – Que mensagem você quer transmitir com a sua música?
La Cruz – Bom, basicamente quero que todo mundo que me ouve se divirta. Isso é o principal e, sinceramente, não quero nada mais do que dar um pouco de visibilidade a tudo que um homem assumidamente gay pode sentir e que não costuma ser cantado dentro do gênero “urbano”.
“Estou dando visibilidade a uma grande comunidade de pessoas que talvez tivessem a mesma sensação que eu… eu ia a uma discoteca e dançava as músicas. Mas não havia ninguém para dizer exatamente como eu me sentia, sabe? É isso que eu quero fazer.”
La Cruz durante gravação de clipe
Reprodução
g1 – Muitos dizem que o reggaeton e outros tipos de música ‘urbana’ são machistas e patriarcais. O que se pode fazer para mudar isso?
La Cruz – Bom, a verdade é que sempre disse que o reggaeton é um movimento que há muitos anos tem um jeito de ser e vem mudando. Acredito que as mesmas pessoas que implementaram o gênero dessa forma são as que se retrataram sobre as coisas que um dia elas já acharam normal cantar. A gente também tem que pensar que algumas letras são como um filme. A música é arte, não é algo que precisa acontecer na vida real.
“Concordo que é um gênero sexista e que muitas coisas precisam mudar, mas penso que há muita fantasia explícita dentro do gênero. Embora eu seja bastante inclusivo quanto à minha identidade sexual, também falo de pessoas nuas, de coisas que talvez um homem hétero não goste. Quem quer ouvir ouve e quem não quiser ouvir não ouve, né?”
g1 – Qual a reação geral você percebe quando lança um clipe ou uma música? Você ainda recebe mensagens negativas?
La Cruz – A verdade é que as reações são na maioria positivas e isso me deixa orgulhoso, porque acredito que a sociedade está cada vez mais preparada para normalizar o que sempre teve que ser normal, certo? Acredito que isso sempre teve que ser normal e pelos beats da música, porque o som é bom, por ter um produtor incrível… acho que conseguimos conquistar as pessoas.
“Eu quero que as pessoas gostem do que estão ouvindo e digam ‘uau, não importa sobre o que ele está falando, eu me vejo dançando isso’.”
La Cruz, cantor venezuelano de reggaeton
Reprodução/Instagram do cantor
g1 – Você diz que nas suas letras canta muito das suas próprias experiências e que fantasia a partir do que você mesmo vivenciou. Como é esse processo?
La Cruz – Tenho muitas músicas com coisas que aconteceram comigo. “Lo Niegas”, por exemplo, é sobre uma experiência que tive com um garoto. “Emoji” também é sobre uma dessas experiências. Tudo tem um pouco de fantasia também, porque no final você imagina a sua própria história, recria um pouco essas cenas, um novo cenário. Mas eu gosto de fazer baseado em coisas reais, porque eu acredito que essa experiência que eu narro pode já ter sido vivida pelas outras pessoas.
g1 – Quanto te perguntaram recentemente com quem você gostaria de gravar um feat, você disse que seria com a Anitta. Por quê?
La Cruz – Nossa, eu amo de verdade a Anitta. Adoro o trabalho dela e tive a oportunidade de estar em uma festa que ela deu no Grammy Latino. Eu pude conhecê-la e acho que musicalmente temos algo que combina bastante. Também temos fãs em comum e eles criaram até duetos de inteligência artificial em “Quítate la ropa” com milhares de visualizações no YouTube. Cantar com a Anitta seria um sonho…
g1 – Você conseguiu falar com ela sobre isso?
La Cruz – Sinceramente, quando a gente estava lá na festa, a própria Anitta falou assim: “Vamos esquecer do trabalho, vamos esquecer de tudo isso?” E aí… eu ainda estou começando nesse mundo, tenho que me adaptar, porque as coisas são assim. Por mais que eu quisesse abraçá-la e insistir “Ei, temos que gravar, tá?” Eu não podia fazer isso. [risos]
O cantor de reggaeton La Cruz
Divulgação
g1 – Na Espanha, você participou do reality show “Operación Triunfo”. Como foi a experiência?
La Cruz – “Operación Triunfo” marcou um antes e um depois na minha vida. Porque eu me dedicava a outras coisas desde que havia chegado na Espanha. Eu fui garçom, fazia de tudo… fui pedreiro, açougueiro. Lembro que depois de participar de tantos testes e não ter passado, eu fui na audiência para “Operación Triunfo”. Eram 16 mil pessoas de toda a Espanha e eu fui um dos 16 participantes selecionados para o programa.
A partir desse momento, todas as portas se abriram com propostas de contratos de produção musical, de editoras. Eu passei a conhecer a indústria musical: vi muitas coisas boas e também as partes ruins, mas sempre tentei focar no que era bom e continuar trabalhando.
g1 – Você cita influências de gente como Bad Bunny e Rosalía. De que forma você acha que esses artistas contribuíram para a música cantada em espanhol?
La Cruz – São artistas muito versáteis, muito criativos, que combinam tipos bem diferentes de música. É disso que gosto neles. Embora o Bad Bunny seja um cantor de reggaeton, sempre encontramos muitos elementos diferentes nas músicas dele. Ouvindo, a gente não tem consciência disso, mas temos arranjos orquestrados, por exemplo. O último álbum começa com violinos. Se você pedisse isso em um estúdio de reggaeton, tem produtor que se recusaria categoricamente a incluir esse tipo de som: “Ah, isso é música clássica, não dá para aceitar.” Artistas como Bad Bunny têm coragem de renovar. Além das letras, é isso que eu admiro nele.
O rapper venezuelano La Cruz
Divulgação/YouTube do cantor
Falando da Rosalía, gosto muito do jeito que ela compõe. Tem hora que você pode não entender o que ela está fazendo, mas no final a música é como um escape, é uma energia que você transmite quando está no estúdio. Você pode não entender a letra na hora que escreve, mas a música tira algo de você. Além de tudo isso, gosto demais da identidade visual dela, uma coisa completamente diferente do que acontece na indústria musical. Ela é uma artista incrível.
g1 – Qual sua opinião sobre artistas famosos e de estilo musical parecido com o seu que vieram antes de você, são gays, mas não cantaram sobre pegação e amor entre homens?
La Cruz – Você está falando de artistas como o Ricky Martin, por exemplo, né? Temos que pensar que eles têm uma forma diferente de lidar com sua arte e a separam de sua essência pessoal. Cada pessoa tem um processo diferente, sabe?
“Eu não tive que fazer uma declaração sobre a minha sexualidade nem nada disso e não tive que passar por um processo complexo. Tudo para mim foi natural. Eu fui para o estúdio e procurei mostrar para as pessoas em minha volta o que eu queria contar, a direção que queria tomar. Eu sempre tive aceitação e quando não tive, fui obrigado a tirar essas pessoas do meu caminho, mas sempre soube o que queria.”
Acredito que as decisões destes artistas devem ser respeitadas, porque o processo deles pode não ter sido igual ao meu. Fico feliz que minha proposta seja diferente, mas eles também são merecedores e têm seu mérito. Espero ter a oportunidade de um dia falar com esses artistas sobre música e tudo mais.

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Silva soa redundante ao reciclar na ‘Encantado session’ músicas do álbum que lançou há apenas quatro meses

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A única novidade do registro audiovisual é o cover cool de ‘Fim de sonho’, canção de João Donato. O cantor Silva posa para o irmão, Lucas Silva, na sessão gravada no Estúdio Rocinante com os músicos do show da turnê ‘Encantado’
Lucas Silva / Divulgação
♫ COMENTÁRIO
♩ Ok, o sexto álbum gravado por Silva em estúdio com repertório autoral, Encantado, lançado em 23 de maio, é excelente e merecia ter obtido maior repercussão. Mas nada justifica a reciclagem de seis das 16 músicas do disco em gravação audiovisual intitulada Encantado session e apresentada nesta terça-feira, 24 de setembro, no canal oficial de Silva no YouTube. Afinal, o álbum Encantado foi lançado há apenas quatro meses.
Mas o fato é que o cantor, compositor e multi-instrumentista capixaba arregimentou os quatro músicos que tocam com Silva no show da corrente turnê Encantado – Bruno Buarque (bateria), Gabriel Ruy (guitarra e percussão), Hugo Maciel (baixo e sintetizador) e Rômulo Quinelato (guitarra, violão e sintetizador) – e entrou no estúdio da gravadora Rocinante em Petrópólis (RJ), cidade da região serrana do estado do Rio de Janeiro, para regravar canções como Copo d’ água, Girassóis, Gosto de você, Já era e Risquei você.
Feitos sob a direção musical do próprio Silva (piano, violão e sintetizador), os takes foram captados ao vivo e, de acordo com o artista, chegam hoje ao mundo sem retoques. A questão é que registros como o da balada Vou falar de novo, calcada no piano de Silva, soam redundantes.
Fora do repertório do álbum Encantado, composto por Silva em parceria com o irmão Lucas Silva, entraram no roteiro da Encantado session o sucesso Fica tudo bem (2018) e um cover cool de Fim de sonho (1973), parceria de João Donato (1934 – 2023) com João Carlos Pádua apresentada por Donato no álbum Quem é quem (1973).
Única novidade da gravação, a abordagem da canção se justifica na sessão de estúdio porque Silva dedicou a Donato o álbum Encantado. De todo modo, volta a questão: Silva e o mundo precisavam mesmo dessa Encantado session?
Silva lança hoje, 24 de setembro, o registro audiovisual intitulado ‘Encantado session’ com takes ao vivo de oito músicas gravadas em Petrópolis (RJ)
Lucas Silva / Divulgação

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Em nova denúncia, mulher diz que foi dopada e estuprada pelo rapper Sean ‘Diddy’ Combs em estúdio

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Denúncia aponta que caso aconteceu em 2001, quando a vítima tinha 25 anos. Estupro foi filmado e mostrado para outros homens, segundo a acusação. Sean ‘Diddy’ Combs durante um evento em 2018
Richard Shotwell/Invision/AP/Arquivo
Uma mulher acusou formalmente nesta terça-feira (24) o rapper Sean “Diddy” Combs, de 54 anos, por tê-la drogado e estuprado em 2001, quando ela tinha 25 anos, informou a Agência France-Presse (AFP). A nova denúncia se soma a outras por tráfico sexual, associação criminosa e promoção da prostituição que o artista enfrenta.
Segundo o documento, apresentado em um tribunal de Nova York, a vítima contou que foi levada ao estúdio de Combs, na mesma cidade, para uma reunião. Ela perdeu a consciência após receber do rapper e de um segurança dele uma taça de vinho.
“Ela acordou e se viu nua e amarrada”, descreve a denúncia. Combs e Joseph Sherman “passaram a abusar dela brutalmente e a estuprá-la. Combs a estuprou sem piedade”.
O rapper está preso em Nova York e aguarda julgamento por tráfico sexual, associação criminosa e promoção da prostituição. Ele se declarou inocente das acusações.
Segundo a agência, Thalia Graves, que autorizou ter seu nome divulgado, afirmou que permaneceu em silêncio sob ameaças por mais de duas décadas, e que descobriu no ano passado que os dois haviam gravado o estupro “e mostrado para vários homens”.
“A dor interna após ser atacada sexualmente é incrivelmente profunda e difícil de traduzir em palavras”, disse Thalia nesta terça, em entrevista coletiva. “Deixa cicatrizes emocionais que nunca serão curadas por completo”, acrescentou, chorando.
A advogada da vítima, Gloria Allred, disse que o objetivo do processo é destruir e impedir a divulgação do suposto vídeo, além de buscar uma indenização por danos físicos e emocionais.
Também conhecido como Puff Daddy e P. Diddy, Sean Combs era um nome poderoso do mercado do hip-hop e foi produtor de astros como o falecido The Notorious B.I.G.
Esta reportagem está em atualização.

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Adriana Calcanhotto revive Partimpim 12 anos após álbum que surtiu efeito menor no mercado e nem gerou show

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♫ ANÁLISE
♩ Adriana Partimpim está de volta quatro anos após live feita em março de 2020 – no início do isolamento social imposto pela pandemia de covid-19 – e doze anos após o último álbum, Tlês (2012).
A personagem – criada por Adriana Calcanhotto para trabalhos voltados para as crianças – retorna ao mercado fonográfico com o quarto álbum de estúdio. O próximo disco de Partimpim tem lançamento previsto para a primeira quinzena de outubro, a tempo de celebrar o Dia das crianças.
Para promover a ressurreição do heterônimo de Calcanhotto no mercado, foi criado até um perfil de Adriana Partimpim nas redes sociais, há uma semana.
Essa volta de Partimpim com o álbum O quarto é notícia que deve ser celebrada, pois todos os anteriores álbuns de estúdio da personagem – Adriana Partimpim (2004), Dois (2009) e o já mencionado Tlês (2012) – foram trabalhos que trataram o público infantil com inteligência.
Mas resta saber se essa volta, estrategicamente idealizada para celebrar os 20 anos do primeiro álbum, conseguirá bisar o sucesso desse disco inicial, que legou dois hits, Fico assim sem você (Cacá Morais e Abdullah, 2002) – recriação sagaz da música que havia sido lançada dois anos antes pela dupla Claudinho & Buchecha – e Oito anos (Paula Toller e Dunga, 1998), regravação da canção do primeiro álbum solo de Paula Toller.
Os álbuns posteriores, Dois e Tlês, foram feitos com o mesmo apuro, mas surtiram efeito menor, em especial Tlês. Tlês sequer gerou show e, consequentemente, tampouco originou registro audiovisual de show, como os dois discos que o antecederam.
Sim, a discografia de Adriana Partimpim também inclui os DVDs Adriana Partimpim – O show (2005) e Partimpim – Dois é show (2010).
Seja como for, o fato é que a personagem deixou saudade, inclusive (talvez até sobretudo) entre os admiradores de Adriana Calcanhotto. Que venha, pois, O quarto para matar essa saudade!

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