Connect with us

Festas e Rodeios

‘Zona de interesse’ contrapõe horrores do Holocausto com vida familiar dos responsáveis; g1 já viu

Published

on

A maldade é uma das coisas mais naturais do mundo na estreia desta quinta-feira (15), com cinco indicações ao Oscar 2024, entre elas a de melhor filme e melhor direção. De todos os 10 indicados a melhor filme no Oscar 2024, nenhum provoca tanto debate quanto “Zona de interesse” – e poucos são tão bons quanto.
A obra estreia nesta quinta-feira (10) explora com originalidade um dos temas mais retratados do cinema mundial ao transformar em uma novela familiar o lado nazista do Holocausto.
Não é difícil empatizar com quem não entender o propósito do filme e sua aparente banalização do mal – por mais que a produção tenha na verdade conquistado suas cinco indicações ao prêmio da Academia de Hollywood (entre eles, direção, roteiro adaptado e filme internacional) ao brincar com o cansado conceito.
“Zona de interesse” é um triunfo da ausência. Sem julgamentos, sentimentos ou grande complexidade, choca ao transformar uma história e personagens tão conhecidos em algo familiar. Tudo com um dos momentos mais tristes da humanidade como paisagem.
Assista ao trailer de “Zona de Interesse”
Perfeição aparente
O roteiro escrito pelo diretor Jonathan Glazer (“Sob a pele”) se inspira em uma passagem do livro de mesmo nome escrito por Martin Amis.
Em menos de duas horas, conta a história fictícia do comandante real do campo de concentração de Auschwitz, Rudolf Höss (Christian Friedel), em busca da vida dos sonhos ao lado da mulher (Sandra Hüller) e da família em uma bela casa com quintal e piscina.
Não há ameaça ao Reich, traições ou grandes explosões. A tensão é gerada pelo conhecimento prévio do público – e a frieza com que o filme trata as atrocidades cometidas do outro lado do muro desse lar perfeito.
Partes e ausências
Desde o primeiro segundo, Glazer anuncia que “Zona de interesse” não será um filme normal. A longa sequência com tela preta e trilha tensa (e intensa) provoca o espectador e explode o contraste com as imagens de uma família relaxando à beira de um rio.
Cena do filme ‘Zona de interesse’
Divulgação
O desconforto continua com a fotografia de Lukasz Zal (“Guerra fria”) e seus quadros abertos e fixos que mantêm os protagonistas sempre distantes. Com eles, é inevitável se sentir como um observador no zoológico.
Com o tempo, fica claro o quanto “Zona de interesse” é uma soma incrível de partes e ausências calculadas. A falta de uma trilha sonora na maior parte do filme, por exemplo, é substituída por sons ambientes – e gritos de agonia bem, bem ao fundo.
Glazer não está interessado em mostrar a causa desse barulho. Sem subestimar a inteligência do espectador, ele sabe muito bem que todos podem imaginar de onde vêm os gemidos de dor. Assim como os tiros, ou ritmo de trens em movimento.
Maldade natural
Friedel (“13 minutos”) e Hüller (indicada como melhor atriz neste ano por “Anatomia de uma queda”) reproduzem a naturalidade desejada pelo cineasta.
Christian Friedel em cena de ‘Zona de interesse’
Divulgação
O resultado pode não ser tão chamativo como outros trabalhos da temporada, mas ambos poderiam e mereciam ser lembrados pela Academia.
Para azar deles, muita gente não consegue reconhecer atuações sem grandes arcos de transformação ou complexidade nos personagens – e ambos os protagonistas são apenas o que são, sem tirar nem pôr, da primeira à ultima cena.
Esqueça evolução ou amadurecimento ou até mesmo vilania descarada. O casal é como qualquer um por aí. Sonha com uma vida perfeita, cuida dos filhos, discute por causa de uma transferência.
Com eles, e com o poder de sua normalidade, eles passam a mensagem mais poderosa de “Zona de interesse”. Às vezes, a maldade é a coisa mais natural do mundo.
Sandra Hüller em cena de ‘Zona de interesse’
Divulgação

Continue Reading
Click to comment

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Festas e Rodeios

Silva soa redundante ao reciclar na ‘Encantado session’ músicas do álbum que lançou há apenas quatro meses

Published

on

By

A única novidade do registro audiovisual é o cover cool de ‘Fim de sonho’, canção de João Donato. O cantor Silva posa para o irmão, Lucas Silva, na sessão gravada no Estúdio Rocinante com os músicos do show da turnê ‘Encantado’
Lucas Silva / Divulgação
♫ COMENTÁRIO
♩ Ok, o sexto álbum gravado por Silva em estúdio com repertório autoral, Encantado, lançado em 23 de maio, é excelente e merecia ter obtido maior repercussão. Mas nada justifica a reciclagem de seis das 16 músicas do disco em gravação audiovisual intitulada Encantado session e apresentada nesta terça-feira, 24 de setembro, no canal oficial de Silva no YouTube. Afinal, o álbum Encantado foi lançado há apenas quatro meses.
Mas o fato é que o cantor, compositor e multi-instrumentista capixaba arregimentou os quatro músicos que tocam com Silva no show da corrente turnê Encantado – Bruno Buarque (bateria), Gabriel Ruy (guitarra e percussão), Hugo Maciel (baixo e sintetizador) e Rômulo Quinelato (guitarra, violão e sintetizador) – e entrou no estúdio da gravadora Rocinante em Petrópólis (RJ), cidade da região serrana do estado do Rio de Janeiro, para regravar canções como Copo d’ água, Girassóis, Gosto de você, Já era e Risquei você.
Feitos sob a direção musical do próprio Silva (piano, violão e sintetizador), os takes foram captados ao vivo e, de acordo com o artista, chegam hoje ao mundo sem retoques. A questão é que registros como o da balada Vou falar de novo, calcada no piano de Silva, soam redundantes.
Fora do repertório do álbum Encantado, composto por Silva em parceria com o irmão Lucas Silva, entraram no roteiro da Encantado session o sucesso Fica tudo bem (2018) e um cover cool de Fim de sonho (1973), parceria de João Donato (1934 – 2023) com João Carlos Pádua apresentada por Donato no álbum Quem é quem (1973).
Única novidade da gravação, a abordagem da canção se justifica na sessão de estúdio porque Silva dedicou a Donato o álbum Encantado. De todo modo, volta a questão: Silva e o mundo precisavam mesmo dessa Encantado session?
Silva lança hoje, 24 de setembro, o registro audiovisual intitulado ‘Encantado session’ com takes ao vivo de oito músicas gravadas em Petrópolis (RJ)
Lucas Silva / Divulgação

Continue Reading

Festas e Rodeios

Em nova denúncia, mulher diz que foi dopada e estuprada pelo rapper Sean ‘Diddy’ Combs em estúdio

Published

on

By

Denúncia aponta que caso aconteceu em 2001, quando a vítima tinha 25 anos. Estupro foi filmado e mostrado para outros homens, segundo a acusação. Sean ‘Diddy’ Combs durante um evento em 2018
Richard Shotwell/Invision/AP/Arquivo
Uma mulher acusou formalmente nesta terça-feira (24) o rapper Sean “Diddy” Combs, de 54 anos, por tê-la drogado e estuprado em 2001, quando ela tinha 25 anos, informou a Agência France-Presse (AFP). A nova denúncia se soma a outras por tráfico sexual, associação criminosa e promoção da prostituição que o artista enfrenta.
Segundo o documento, apresentado em um tribunal de Nova York, a vítima contou que foi levada ao estúdio de Combs, na mesma cidade, para uma reunião. Ela perdeu a consciência após receber do rapper e de um segurança dele uma taça de vinho.
“Ela acordou e se viu nua e amarrada”, descreve a denúncia. Combs e Joseph Sherman “passaram a abusar dela brutalmente e a estuprá-la. Combs a estuprou sem piedade”.
O rapper está preso em Nova York e aguarda julgamento por tráfico sexual, associação criminosa e promoção da prostituição. Ele se declarou inocente das acusações.
Segundo a agência, Thalia Graves, que autorizou ter seu nome divulgado, afirmou que permaneceu em silêncio sob ameaças por mais de duas décadas, e que descobriu no ano passado que os dois haviam gravado o estupro “e mostrado para vários homens”.
“A dor interna após ser atacada sexualmente é incrivelmente profunda e difícil de traduzir em palavras”, disse Thalia nesta terça, em entrevista coletiva. “Deixa cicatrizes emocionais que nunca serão curadas por completo”, acrescentou, chorando.
A advogada da vítima, Gloria Allred, disse que o objetivo do processo é destruir e impedir a divulgação do suposto vídeo, além de buscar uma indenização por danos físicos e emocionais.
Também conhecido como Puff Daddy e P. Diddy, Sean Combs era um nome poderoso do mercado do hip-hop e foi produtor de astros como o falecido The Notorious B.I.G.
Esta reportagem está em atualização.

Continue Reading

Festas e Rodeios

Adriana Calcanhotto revive Partimpim 12 anos após álbum que surtiu efeito menor no mercado e nem gerou show

Published

on

By

♫ ANÁLISE
♩ Adriana Partimpim está de volta quatro anos após live feita em março de 2020 – no início do isolamento social imposto pela pandemia de covid-19 – e doze anos após o último álbum, Tlês (2012).
A personagem – criada por Adriana Calcanhotto para trabalhos voltados para as crianças – retorna ao mercado fonográfico com o quarto álbum de estúdio. O próximo disco de Partimpim tem lançamento previsto para a primeira quinzena de outubro, a tempo de celebrar o Dia das crianças.
Para promover a ressurreição do heterônimo de Calcanhotto no mercado, foi criado até um perfil de Adriana Partimpim nas redes sociais, há uma semana.
Essa volta de Partimpim com o álbum O quarto é notícia que deve ser celebrada, pois todos os anteriores álbuns de estúdio da personagem – Adriana Partimpim (2004), Dois (2009) e o já mencionado Tlês (2012) – foram trabalhos que trataram o público infantil com inteligência.
Mas resta saber se essa volta, estrategicamente idealizada para celebrar os 20 anos do primeiro álbum, conseguirá bisar o sucesso desse disco inicial, que legou dois hits, Fico assim sem você (Cacá Morais e Abdullah, 2002) – recriação sagaz da música que havia sido lançada dois anos antes pela dupla Claudinho & Buchecha – e Oito anos (Paula Toller e Dunga, 1998), regravação da canção do primeiro álbum solo de Paula Toller.
Os álbuns posteriores, Dois e Tlês, foram feitos com o mesmo apuro, mas surtiram efeito menor, em especial Tlês. Tlês sequer gerou show e, consequentemente, tampouco originou registro audiovisual de show, como os dois discos que o antecederam.
Sim, a discografia de Adriana Partimpim também inclui os DVDs Adriana Partimpim – O show (2005) e Partimpim – Dois é show (2010).
Seja como for, o fato é que a personagem deixou saudade, inclusive (talvez até sobretudo) entre os admiradores de Adriana Calcanhotto. Que venha, pois, O quarto para matar essa saudade!

Continue Reading

Trending

Copyright © 2017 Zox News Theme. Theme by MVP Themes, powered by WordPress.