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Festas e Rodeios

Chico César e Geraldo Azevedo se afinam na irmandade e no estado de poesia do show ‘Violivoz’

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Em turnê pelo Brasil desde outubro, artistas eletrizam o público carioca com a reunião de obras, vozes e violões em apresentação no Circo Voador. Chico César e Geraldo Azevedo expõem vínculos musicais e poéticos no show ‘Violivoz’
Michelle Castilho / Acervo Circo Voador / Divulgação
Resenha de show
Título: Violivoz
Artistas: Chico César & Geraldo Azevedo
Local: Circo Voador (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 4 de dezembro de 2021
Cotação: * * * * 1/2
♪ A chegada do show Violivoz à cidade do Rio de Janeiro (RJ) no primeiro fim de semana deste mês de dezembro de 2021, em duas apresentações que lotaram o Circo Voador, confirmou a alta expectativa em torno desta turnê nacional que junta Chico César e Geraldo Azevedo em encontro inédito.
Compositores nordestinos de gerações distintas, o paraibano Chico e o pernambucano Geraldo reiteraram afinidades e se afinaram nas diferenças em show eletrizante que aportou no caloroso palco carioca do Circo Voador nos últimos minutos de sábado, 4 de dezembro.
A potência dos respectivos cancioneiros dos artistas foi amplificada pela energia do público, cujo coro forte e espontâneo foi ouvido desde Táxi lunar (Geraldo Azevedo, Zé Ramalho e Alceu Valença, 1979), primeira música do roteiro que alternou hits dos dois compositores e que culminou, no bis, com Dona da minha cabeça (Geraldo Azevedo e Fausto Nilo, 1986).
Como o engenhoso título Violivoz já sugere, o show de Chico César e Geraldo Azevedo foi construído somente com base nos violões e vozes dos artistas. Só que a trama de violões do show tem pegada e alta carga de eletricidade, distanciando Violivoz do clima ameno dos recitais acústicos.
Em alguns momentos, os artistas se enfrentaram no palco do Circo com os respectivos violões em duelo fraterno, regido pela irmandade enfatizada nas afinidades das obras.
Ficou claro no show, por exemplo, o vínculo afetuoso da canção romântica mais cultuada do cancioneiro de Geraldo Azevedo, Dia branco (Geraldo Azevedo e Renato Rocha, 1978) – cantada por Chico, com Geraldo ao violão – com uma das mais apaixonantes baladas de Chico César, Pensar em você (1999), música alocada ao lado de Dia branco e não por acaso já cantada por Geraldo no show anterior que deu origem ao álbum ao vivo Solo contigo (2019).
Outras músicas foram reunidas por afinidades rítmicas, casos do xotes Deus me proteja (Chico César, 2008) – “Obrigado, Juliette!”, saudou Chico ao ouvir o coro do público nessa música pouco conhecida até ser cantarolada por Juliette na edição de 2021 do programa Big Brother Brasil (TV Globo) – e Moça bonita (Geraldo Azevedo e José Carlos Capinam, 1981).
Chico César e Geraldo Azevedo cantam ‘Paula e Bebeto’ no show ‘Violivoz’
Michelle Castilho / Acervo Circo Voador / Divulgação
Mote do show Violivoz, as afinidades musicais, poéticas e ideológicas entre Chico César e Geraldo Azevedo estão fincadas nas raízes nordestinas que sustentam os cancioneiros dos compositores.
Só que a obra de Geraldo Azevedo foi construída com influências de bossa nova e da latinidade entranhada no universo musical hispânico enquanto a obra de Chico César teve o acréscimo da batida do rock, das emoções mais desbragadas da canção sentimental brasileira – veia que saltou no medley que amalgamou Da taça (Chico César, 2015), Onde estará o meu amor? (Chico César, 1996) e Diana (Paul Anka, 1957, em versão em português de Fred Jorge, 1958) – e do balanço do reggae.
Foi na cadência do gênero jamaicano que, com Pedrada (Chico César, 2019), os artistas reforçaram o tom também político de show. Antes, os cantores já haviam feito acontecer o engajamento com a inserção da canção Pra não dizer que não falei de flores (Caminhando) (Geraldo Vandré, 1968) no meio de outro reggae, Mama África (Chico César, 1995).
Antes do reggae Pedrada, a verborrágica canção folk Reis do agronegócio (Chico César e Carlos Rennó, 2015) já tinha disparado crítica sem rodeios à política nada ambientalista dos barões do campo em letra longa, cantada por Chico como se personificasse um Bob Dylan do sertão nordestino.
“Nessa sociedade / A verdade parece mentir / Mesmo assim sem jeito / Tenho amor no peito”, cantaram Chico e Geraldo, dando o recado através dos versos de Nem na rodoviária, primeira das duas parcerias inéditas dos compositores, apresentadas lado a lado no roteiro, em números que naturalmente surtiram menor efeito popular.
A outra música inédita foi Tudo de amor, canção romântica criada a partir de melodia feita por Geraldo ao violão e letrada por Chico. Somente o tempo poderá dizer se essas duas inéditas terão cacifes para alcançarem o status de standards como Chorando e cantando (Geraldo Azevedo e Fausto Nilo, 1986) e À primeira vista (Chico César, 1995), músicas revividas no show.
Violivoz é espetáculo valorizado pela real interação entre os dois artistas, reiterada por duetos em músicas como Você se lembra? (Geraldo Azevedo, Pippo Spera e Fausto Nilo, 1996) e pelo duelo instrumental que irrompeu no canto de Bicho de sete cabeças (Geraldo Azevedo, Zé Ramalho e Renato Rocha, 1979).
Foi bonito ouvir Chico cantar Sétimo céu (Geraldo Azevedo e Fausto Nilo, 1988) e Geraldo entrar em Estado de poesia (Chico César, 2012).
Aliás, o show Violivoz transcorreu em embriagante estado de poesia, inclusive quando os artistas abordaram canções alheias como Paula e Bebeto (Milton Nascimento e Caetano Veloso, 1975), ode à liberdade de amar.
Prevista para ter entrado em cena em maio de 2020, em cronograma inviabilizado pela pandemia, a turnê Violivoz está em cartaz pelo Brasil desde outubro deste ano de 2021, já tendo passado por Recife (PE), Natal (RN), Aracaju (SE), Maceió (AL) e Porto Alegre (RS).
A julgar pela consagradora estreia carioca, o show conjunto de Chico César e Geraldo Azevedo ainda vai correr muito chão Brasil afora, enfatizando a irmandade que rege esses dois artistas exponenciais da nação nordestina.
Chico César e Geraldo Azevedo alinham 25 músicas no roteiro do show ‘Violivoz’
Michelle Castilho / Acervo Circo Voador / Divulgação
♪ Eis o roteiro seguido em 4 de dezembro de 2021 por Chico César e Geraldo Azevedo na estreia carioca do show Violivoz no Circo Voador, na cidade do Rio de Janeiro (RJ):
1. Táxi lunar (Geraldo Azevedo, Zé Ramalho e Alceu Valença, 1979)
2. Mama África (Chico César, 1995) /
3. Pra não dizer que não falei das flores (Caminhando) (Geraldo Vandré, 1968)
4. Deus me proteja (Chico César, 2008)
5. Moça bonita (Geraldo Azevedo e José Carlos Capinam, 1981)
6. Dia branco (Geraldo Azevedo e Renato Rocha, 1978)
7. Pensar em você (Chico César, 1999)
8. À primeira vista (Chico César, 1995)
9. Chorando e cantando (Geraldo Azevedo e Fausto Nilo, 1986)
10. Nem na rodoviária (Chico César e Geraldo Azevedo, 2021)
11. Tudo de amor (Geraldo Azevedo e Chico César, 2021)
12. Reis do agronegócio (Chico César e Carlos Rennó, 2015)
13. Pedrada (Chico César, 2019)
14. Palavra mágica (Chico César, 2015)
15. Da taça (Chico César, 2015) /
16. Onde estará o meu amor? (Chico César, 1996) /
17. Diana (Paul Anka, 1957, em versão em português de Fred Jorge, 1958)
18. Você se lembra? (Geraldo Azevedo, Pippo Spera e Fausto Nilo, 1996)
19. Estado de poesia (Chico César, 2012)
20. Bicho de sete cabeças (Geraldo Azevedo, Zé Ramalho e Renato Rocha, 1979)
21. Paula e Bebeto (Milton Nascimento e Caetano Veloso, 1975)
22. Sabor colorido (Geraldo Azevedo, 1984)
23. Sétimo céu (Geraldo Azevedo e Fausto Nilo, 1988)
24. Pedra de responsa (Chico César e Zeca Baleiro, 1996)
Bis:
25. Dona da minha cabeça (Geraldo Azevedo e Fausto Nilo, 1986)

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A caminho do Rock in Rio, MC Livinho invade reportagem ao vivo sobre tragédia na Dutra, faz dancinha e recebe críticas na web

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Funkeiro foi escalado para o Espaço Favela neste sábado (21). Depois, pediu desculpas. MC Livinho invade reportagem ao vivo sobre tragédia em rodovia para dancinha e recebe críticas na web
MC Livinho foi alvo de críticas neste sábado (21) depois que invadiu uma reportagem ao vivo sobre o acidente de ônibus na Dutra para fazer dancinhas. Pelo menos 3 pessoas morreram na tragédia. Depois, o cantor pediu desculpas.
A repórter Isabela Campos falava para o RJ1 sobre o atendimento aos feridos quando o funkeiro apareceu no vídeo, se aproximou da câmera, hesitou por alguns segundos e começou a dançar. A imagem foi tirada do ar, e, no lugar, entraram cenas do veículo acidentado, enquanto Isabela terminava de dar as informações.
Ônibus de turismo tomba na descida da Serra das Araras, em Piraí
Reprodução
A tragédia
O coletivo tombou na descida da Serra das Araras, em Piraí, no Sul Fluminense, por volta das 10h, com atletas do time de futebol americano Coritiba Crocodiles. A equipe vinha de Curitiba ao Rio de Janeiro para jogar contra o Flamengo Imperadores pelo Brasileirão de Futebol Americano. A partida foi cancelada.
De acordo com a CCR RioSP, concessionária que administra a rodovia, o ônibus transportava 43 passageiros e 2 motoristas.
As vítimas que morreram são:
Daniel Santos, 44 anos
Lucas de Castro Rodrigues Barros, 19 anos
Lucas Padilha, 42 anos
Veja mais sobre os jogadores que perderam a vida.
Sete pessoas foram socorridas, 1 delas com ferimentos graves, e encaminhadas aos hospitais Geral de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, e São João Batista, em Volta Redonda.
De acordo com a concessionária, 35 pessoas não se feriram. Um ônibus foi enviado ao local para buscá-las.
As críticas
Antes mesmo de o funkeiro se pronunciar, internautas foram a postagens antigas dele para criticar a invasão.
“Atitude de moleque. Fazendo palhaçada durante transmissão de notícia de acidente”, disse um.
“3 mortos, e você dançando durante a notícia do acidente”, escreveu outro.
“Tem pessoas medíocres que pagam pra ir no show desse cara? Como pode fazer dancinha em uma tragédia? Atitude de homem, rapaz!”, postou mais um.
“Não precisa ser muito inteligente pra saber que se tem uma equipe de reportagem e congestionamento na estrada, e provavelmente ambulância e viaturas passando pelo caminho, é porque algo sério aconteceu. Completamente sem noção”, falou outro.
“Parabéns, fazendo dancinha enquanto pessoas sofriam o luto. Quer aparecer a todo custo, né? Tudo pela fama, tudo pela mídia! Sem noção”, disse uma.
“Ah, coitado, ele não percebeu um acidente com veículo batido na rua, ambulância e polícia. Coitado, só quis biscoitar e aparecer”, ironizou outra.
“Você se considera um ser humano?”, indagou um.
As desculpas
MC Livinho pede desculpas após invadir reportagem ao vivo sobre tragédia na Dutra

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Fã de Luan Santana acampa na fila do Rock in Rio para ver 49º show do cantor: ‘Maior loucura que já fiz por ele’

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Professora é fã do Luan Santana há 17 anos e divide tempo com rotina de shows, fã clube e paixão pela pedagogia após enfrentar depressão. Thayane Basseto dormiu na fila para garantir lugar na apresentação de Luan Santana no Rock in Rio.
Acervo pessoal
O 6° dia de Rock in Rio, neste sábado (21), tem somente atrações brasileiras e a estreia do sertanejo no festival. O evento começou com uma fila pequena em comparação com os outros dias, mas Thayane Basseto, de 28 anos, fez questão de garantir o primeiro lugar.
A professora é de Campinas, São Paulo, e não mede esforços para assistir a shows do Luan Santana. Segundo ela, a maior loucura que já fez pelo cantor foi vir ao Rock in Rio.
Ela chegou na cidade por volta de 18h desta sexta (20) e, em seguida, veio direto para os portões da Cidade do Rock. Às 20h, ela estava preparada com seu colchão para dormir enquanto aguardava o dia clarear para assistir seu 49º show do artista. A jovem já rodou em diversos estados acompanhando a agenda do cantor, e o último foi há duas semanas.
“Estar aqui é a maior loucura que já fiz por ele. Fui em outros estados, mas isso aqui é o maior, ainda mais acampar sozinha. Fiz tudo sozinha. Peguei moto Uber cheia de sacola, BRT sem saber andar aqui. Na hora que o Luan curtiu minha foto, comecei a pular e chorar que nem maluca aqui. Nosso sonho só se torna realidade porque a gente é real e faz acontecer”, conta.
Para enfrentar a madrugada, ela conta que teve ajuda dos policiais que estavam patrulhando a região, que trouxeram até lanche e suco para ela. A produção do cantor também providenciou um lanche para a jovem, que disse não ter sentido medo.
Apaixonada pelo Luan, ela fundou o fã clube “Coisas de Luanete” e se dedica à página enquanto divide seu tempo com a pedagogia.
A professora Thayane Basseto é fã de Luan Santana e foi a primeira a chegar na fila do Rock in Rio neste sábado (21).
Acervo pessoal
No entanto, entre posts apaixonados e dedicações para acompanhar o ídolo, a professora afirma receber hate pelas loucuras que faz pelo cantor.
“Tem gente que reclama até do calor que a gente paga em ingresso, manda mensagem para nossos familiares, invade nossas vidas”, relata.
Segundo Thayane, ela encontra forças nas letras do cantor para enfrentar as adversidades da vida.
“Eu costumo dizer que eu tenho 2 anos de vida, porque há dois anos eu tentei suicídio. Foi muito difícil passar pela depressão e eu cheguei em um momento que eu não queria mais estar viva. Luto muito para não voltar para esse lugar, porque doeu perder um filho, doeu saber que eu fui fruto de um abuso sexual, muita coisa doeu e foi nele que encontrei essa força para sair da depressão”.
“Meu psicólogo disse: ‘você precisa encontrar algo que te faça mais forte do que sua depressão’, e é isso que eu faço. A gente precisa se agarrar ao que nos faz feliz”, declara a jovem.
A professora Thayane Basseto é fã de Luan Santana e foi a primeira a chegar na fila do Rock in Rio neste sábado (21).
Thaís Espírito Santo/g1 Rio

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Rock in Rio anuncia evento em prol da Amazônia e show em balsa no Pará

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Campanha unirá o Rock in Rio e o The Town e encerrará com a apresentação de um artista internacional no meio da Floresta Amazônica. O nome não foi revelado pela direção do evento. Rock in Rio anuncia ação em prol da Amazônia
A Amazônia será a protagonista do próximo The Town, em São Paulo, em 2025, e do Rock in Rio de 2026.
A direção do Rock World anunciou, neste sábado (21), que a floresta estará presente nos festivais como forma de chamar a atenção para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP30 — prevista para acontecer em novembro de 2025, em Belém, no Pará.
Roberta Medina, vice-presidente da Rock World, antecipou que haverá um show numa balsa no Pará.
“É falar da importância da Amazônia para a biodiversidade, para a vida do planeta. A gente vai fazer uma jornada que começa no Rock in Rio e vai até o The Town, falando de Amazônia e culminando com um grande concerto de um artista internacional no meio da floresta, flutuante, no Rio Guamá. E não é só isso, é documentário, transmissão nacional e internacional para gente mostrar essa Amazônia potente, de pé como ela pode fazer tão bem para gente”, contou Roberta Medina.
O nome não foi revelado pela direção do evento.

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