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Festas e Rodeios

‘Festa’ de Elba Ramalho e Fagner com repertório forrozeiro de Luiz Gonzaga resulta protocolar

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Capa do álbum ‘Festa’, de Elba Ramalho e Fagner
Marcos Hermes
Resenha de álbum
Título: Festa
Artista: Elba Ramalho e Fagner
Edição: Bonus track
Cotação: * * *
♪ Luiz Gonzaga (13 de dezembro de 1912 – 2 de agosto de 1989) reinou nos anos 1940 e 1950 como o principal difusor do baião. Sanfoneiro, compositor e cantador arretado, Gonzaga pôs a nação nordestina no mapa musical do Brasil.
Depois desse período áureo, o artista pernambucano perdeu o trono no etnocêntrico eixo cultural capitaneado pelas cidades de Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP), mas nunca deixou de ser rei no nordeste, terra natal do forró.
Ao longo das décadas de 1970 e 1980, Luiz Gonzaga continuou contribuindo para animar o repertório dos forrós com discos que ofereciam munição certeira para os arrasta-pés da região.
No álbum Festa, gravado por Elba Ramalho com Fagner e lançado em 10 de dezembro, três dias antes do 109º aniversário de nascimento de Gonzaga, os cantores recorrem (em parte) a esse cancioneiro mais recente, nunca carimbado com o rótulo de “clássico” ou “obra-prima”.
Danado de bom (Luiz Gonzaga e João Silva, 1984), Forró nº 1 (Cecéu, 1985) e Deixa a tanga voar (Luiz Gonzaga e João Silva, 1985) representam bem o repertório dessa fase menos cultuada da obra do Rei do baião no festivo disco dos cantores.
Outro exemplar desse período da discografia de Gonzagão é Pense n’eu (1984), dengoso xote composto por Gonzaguinha (1945 –1991) e gravado pelo autor com o pai no álbum Danado de bom (1984). Gonzaguinha é também o compositor da afogueada música-título Festa, apresentada por Luiz Gonzaga em 1968 em momento crepuscular da trajetória.
Fagner e Elba Ramalho cantam músicas menos batidas do repertório de Luiz Gonzaga nos anos 1980
Marcos Hermes / Divulgação
Título inaugural do selo Bonus Track, braço fonográfico de empresa de entretenimento cultural comandada por Luiz Oscar Niemeyer, o álbum Festa transcorre sem erros, mas previsível, por ter sido gravado em zona de conforto ampliada pelo fato de a produção musical ter sido confiada ao sanfoneiro Zé Américo.
Por ser um disco regido pela alegria, Festa deixa sensação incômoda de que faltou real animação aos cantores nesse primeiro projeto fonográfico em dupla. É como se Elba e Fagner estivessem batendo ponto no tributo a um artista referencial que ambos já celebraram com mais pujança nas respectivas discografias individuais (no caso de Fagner, em dois álbuns gravados com o próprio Gonzaga em 1984 e 1988).
Para perceber a diferença, basta comparar o percurso de Estrada de Canindé (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, 1950) seguido corretamente pelos cantores com o registro feito por Elba com maior rigor estilístico no exponencial álbum Leão do norte (1996).
A inusitada seleção de repertório contribui para diluir (um pouco) a sensação de burocracia e obviedade que permeia o álbum Festa. Marota música-título do último disco de Gonzaga, Vou te matar de cheiro (Luiz Gonzaga e João Silva, 1989) tinha sido até então lembrada somente por artistas de visibilidade restrita ao nordeste, como a banda Mastruz com Leite e o cantor Petrúcio Amorim.
Vou te matar de cheiro reforça o tom forrozeiro de disco que abarca Baião da Penha (Guio de Moraes e Davi Nasser, 1951) e que somente abre espaço para a melancolia em Sanfona sentida (Dominguinhos e Anastácia, 1973) e A morte do vaqueiro (Nelson Gonzaga e Nelson Barbalho, 1963).
Xote machista que cuja letra cerceia a liberdade de a mulher se vestir com roupas curtas, Facilita (Luiz Ramalho, 1973) ganha a voz de Elba em medley que prossegue com O cheiro da Carolina (Zé Gonzaga e Amorim Roxo, 1956) e volta para Facilita no mesmo tom ideologicamente incorreto no Brasil de 2021.
A propósito, o fato de a junção das duas músicas já ter sido feita pela cantora no álbum Elba canta luiz (2002) somente reforça o caráter protocolar da festa feita por Elba Ramalho e Raimundo Fagner na volta para o aconchego do repertório de Luiz Gonzaga neste disco tão correto quanto burocrático.

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Show de trap sofre com falhas técnicas e atraso na abertura do Dia Brasil do Rock in Rio

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Público, insistente, tentou curtir e fazer rodas punk, mas apresentação começou com mais de uma hora de atraso. Apresentação foi interrompida três vezes. Show ‘Para Sempre Trap’ tem problemas técnicos e pausas
A abertura do Dia Brasil do Rock in Rio 2024, que prometia ser um pancadão de trap no Palco Mundo, foi totalmente atrapalhada por uma sucessão de erros técnicos na aparelhagem de som neste sábado (21).
O festival será transmitido todos os dias, a partir das 15h15, no Globoplay e no Multishow.
O problema começou antes mesmo do início da apresentação, que foi atrasada em 1h15. Veja nova programação.
Sete rappers iam fundir suas músicas, que são veneradas por jovens, mas chegaram até a deixar o palco por causa das falhas técnicas.
Matuê e Wiu no ‘Para Sempre Trap’ do Rock in Rio.
Miguel Folco/g1
“Vamos deixar o palco e esperar eles se organizarem, valeu, pessoal?”, reclamou Matuê após a segunda música da tarde ser interrompida por mais um erro.
Como diz o ditado: “daí pra frente, só pra trás”. Foram dezenas de erros no som que impactaram a apresentação, e o MC Cabelinho chegou a bradar “falei que isso ia acontecer, na minha vez a Xuxa é preta”.
O show foi interrompido por completo três vezes. Mesmo assim, artistas tentaram manter o bom humor e brincar com a situação, ao contrário da plateia que vaiou a plenos pulmões.
Filipe Ret no ‘Para Sempre Trap’ do Rock in Rio.
Miguel Folco/g1
Filipe Ret, na sua vez, bebeu no palco para esperar o equipamento ser ajustado para que ele cantasse. Em um momento, ele chamou a plateia para cantar à capela, mas a situação se resolveu.
O público até tentou ter paciência enquanto aguardava a situação ser normalizada antes do início do show, mas lá pelos 40 minutos a espera foi insustentável para os fãs, que começaram a gritar “vergonha” e chegaram até mesmo a vaiar Zé Ricardo, um dos organizadores do Rock in Rio.
Por fim, Cabelinho, Filipe Ret, Kayblack, Matuê, Orochi, Wiu e Veight conseguiram botar a plateia para cantar, apesar dos pesares, e até mesmo para se bater em rodinhas punk, mas fãs e artistas queriam um show bem melhor para a estrutura.

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Programação do Dia Brasil do Rock in Rio tem atraso e último show do Palco Mundo deve começar 1h10

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‘Dia Brasil’ foi inspirado em ‘We are the world’, de 1985, ano de surgimento do festival e data que é celebração desta edição. Rock in Rio 2024: o melhor do dia 21
O Rock in Rio 2024 deste sábado (21) tem uma programação voltada exclusivamente à música nacional. É o Dia Brasil. Vão se apresentar artistas de sertanejo, samba, MPB, bossa nova, música clássica, rap, trap e pop.
É também neste sábado que acontece a estreia do sertanejo no festival. Pela primeira vez em 40 anos, o gênero tomará os palcos do Rock in Rio, com os artistas Chitãozinho e Xororó, Ana Castela, Luan Santana, Simone Mendes e Junior.
Os shows do Dia Brasil serão divididos por gênero musical, e cada um reunirá vários músicos.
21 de setembro (sábado)
Palco Mundo
16h30 – Para sempre Trap, com Cabelinho, Filipe Ret, Kayblack, Matuê, Orochi, Ryan SP, Veigh
19h20 – Para sempre MPB, com Baianasystem, Carlinhos Brown, Daniela Mercury, Majur, Margareth Menezes, Ney Matogrosso e Gaby Amarantos
22h10 – Para sempre Sertanejo, com Chitãozinho e Xororó, Orquestra Heliópolis, Ana Castela, Júnior, Luan Santana e Simone Mendes
1h10 – Para sempre Rock, com Capital Inicial, Detonautas, NX Zero, Pitty, Rogério Flausino, Toni Garrido
Palco Sunset
17h55 – Para sempre Samba, com Zeca Pagodinho, Alcione, Diogo Nogueira, Jorge Aragão, Maria Rita e Xande de Pilares
20h45 – Para sempre Pop, com Duda Beat, Gloria Groove, Jão, Ludmilla, Luísa Sonza, Lulu Santos
23h35 – Para sempre Rap, com Criolo, Djonga, Karol Conká, Marcelo D2, Rael
Palco New Dance Order
22h – Para sempre Eletrônica, com Mochakk, Beltran X Classmatic, Eli Iwasa X Ratier, Maz X Antdot
Palco Espaço Favela
15h – Para sempre favela é Terra Indígena, com Kaê Guajajara convida Totonete e o grupo Dance Maré
17h – Para sempre Música Clássica, com Nathan Amaral, Orquestra Sinfônica Brasileira Jovem
18h40 – Para sempre Baile de Favela, com Buchecha, Cidinho e Doca, Funk Orquestra, MC Carol, MC Kevin o Chris, Tati Quebra Barraco
20h40 – Para sempre Funk, com Livinho, Mc Don Juan, MC Dricka, MC Hariel, MC IG, MC PH
Palco Global Village
15h – Para sempre Jazz, com Antônio Adolfo, Joabe Reis, Joantahn Ferr e Leo Gandelman
17h – Para sempre Soul, com banda Black Rio, Cláudio Zoli, Hyldon
18h40 – Para sempre Bossa Nova, com Bossacucanova e Cris Delanno, Leila Pinheiro, Roberto Menescal, Wanda Sá
20h40 – Para Sempre Futuro Ancestral, com Gang do Eletro e Suraras do Tapajós
Palco Supernova
14h30 – Autoramas
16h – Vanguart
18h – Chico Chico
20h – Jean Tassy

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‘Eu levantei uma bandeira sem saber que a bandeira existia’, diz Xuxa a Milton Cunha sobre fãs LGBTQIAP+

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Rainha dos Baixinhos participou do quadro ‘Rock in Milton — É babado!’. ‘Rock in Milton – É babado!’ entrevista Xuxa
O apresentador Milton Cunha entrevistou Xuxa instantes antes de ela subir no Palco Itaú para um pocket-show no Rock in Rio. Eles falaram sobre a relação dela com o povo LGBTQIAP+ e sobre diversidade. E Milton não perdeu tempo e arrumou uma peruca de Paquita.
“Aliás, essa palavra [diversidade], a gente não usava há 40 anos. A gente nem sabia o que era isso”, disse Xuxa.
“Sem querer eu incentivei de uma maneira muito suave. Eu levantei uma bandeira sem saber que a bandeira existia. E hoje eu me enrolo na bandeira, eu levanto a bandeira, eu me visto com essa bandeira, e eu fico muito feliz com isso”, prosseguiu.
A apresentadora falou que com frequência é abordada por fãs LGBTQIAP+ que agradecem o carinho e aceitação.
“Eu vejo muita gente falando: ‘Nossa, você deixava eu ser eu do teu lado. Dava espaço para a minha alegria, e eu não podia fazer isso em casa. Mas ali você dizia que eu podia ser eu, que eu devia ser feliz e tal’”, citou.
Milton também brincou com a fã Patrícia Veloso Martins, que fez sucesso nas redes sociais com a sua aparição no documentário “Pra Sempre Paquitas, do Globoplay”, falando “Que Xou da Xuxa é esse?”.
Patrícia repetiu o bordão ao abrir a apresentação da Rainha dos Baixinhos.
Milton Cunha de Paquita
Reprodução

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